Podemos resumir a situação dos problemas dos estádios mineiros numa só palavra: política.
Na ânsia de mostrar serviço para o Brasil, como modelo de gestão, o governo tentou queimar etapas e o tiro acabou saindo pela culatra.
Fechou o Mineirão, sem necessidade, deixando Atlético e Cruzeiro na mão por mais de dois anos. Poderia ter seguido o modelo italiano da Copa de 1990, onde os estádios eram fechados apenas parcialmente, mantendo os jogos com capacidade limitada de público durante as obras.
Para quem alegar que ficaria uma reforma “meia-boca”, cito o exemplo do San Siro – Giusepe Meazza, de Milão; excelente até hoje.
Fechou o Mineirão sem o Independência pronto. Optou por Sete Lagoas, abriu a Arena do Jacaré antes da hora e tomou pancada de todos os lados. Lembram?
Aí veio o Independência, também reaberto antes da hora, e com sérios problemas, até hoje não resolvidos. Mais pancadaria no governo, geral.
O Mineirão também foi reaberto antes da hora e como tudo é proporcional, os problemas foram maiores, mais sentidos e a repercussão negativa gigantesca, com direito a quase um bloco do Jornal Nacional, e pesadas críticas de toda a grande mídia do país.
De matizes políticos diferentes, que vão se enfrentar nas urnas em 2014, o governo federal não perdeu a oportunidade de tirar uma boa casca na tucanada: o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo –PC do B, soltou nota, divulgada pelas redes de TV, rádio e jornais em todo o país, que “nada justifica” os erros que causaram sérios danos aos torcedores no Mineirão, antes, durante e depois do jogo.
Nunca me esqueci de uma frase do saudoso professor João Lima, de Conceição do Mato Dentro: “se o velhaco soubesse o quanto é bom ser honesto; ele seria honesto, até por velhacaria”.
Sobre a possível multa que o governo anunciou à Minas Arena, repassei à assessoria de imprensa da Secopa-MG, a pergunta que o Guilherme Cunha fez aqui no blog:
“Só uma dúvida.
No contrato da Minas Arena é previsto que, caso a administradora do estádio não consiga o lucro mínimo esperado no mês, por contrato, é o próprio Governo que vai complementar (com nosso dinheiro) esses valores até atingir o patamar estabelecido.
Pois bem.
Com essa multa aí, quem vai receber?
O próprio governo?
E se houver necessidade de complementação da verba mensal da Minas Arena? Eles vão abater a multa?
A Minas Arena vai receber do governo estadual em 07/02 a quantia de R$11.452.632,00 referente a parcela acordada. Com a multa vai cair p/ R$10.452.632,00?”.
Esta charge do Jean Galvão, publicada na Folha de S. Paulo no dia 31 de janeiro, ilustra bem essa corrida maluca dos políticos país afora, na busca por holofotes se aproveitando da Copa, visando votos.
E este quadrinho, do Níquel Náusea, da Folha do dia 30 de janeiro, exemplifica um “esperto” se ferrando pela própria esperteza!
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