Parafraseando o Nélson Rodrigues, autor da peça “Toda nudez será castigada”, o futebol brasileiro é useiro e vezeiro em se ferrar por se achar muito superior ao adversário, correr menos do que deveria e amargar vexames históricos.
Para ficar em poucos exemplos que entraram para a história: da seleção em Copas do Mundo; 1950, o “maracanazo” da final contra o Uruguai; 1982, contra a Itália de Paulo Rossi, em Barcelona; e 1998 na França, na final contra os donos da casa.
De clubes nacionais, o Fluminense perdeu a final de Libertadores em 2008 para a LDU do Equador, que tinha como conquistada; o Inter perdeu a semifinal do Mundial de Clubes para o Mazembe, do Congo, em 2010; o Corinthians foi eliminado na primeira fase da Libertadores de 2011 pelo Tolima, da Colômbia.
Em Minas, na célebre final do Mineiro de 1977, Toninho Cerezo pegou a Taça no hall do Mineirão, antes do primeiro jogo de uma melhor de três e disse: “essa é nossa; enquanto eu, Reinaldo e Paulo Isidoro jogarmos juntos, nunca vamos perder para o Cruzeiro”.
Deu Cruzeiro de Revétria, o uruguaio que entrou para a história do nosso futebol nessa decisão.
E o Galo ano passado na final do Mundial de Clubes? Ficou meses se poupando e pensando numa final com o Bayern de Munique e conseguiu ser eliminado pelo Raja Casablanca.
Também não me esqueço da final da Libertadores 2013, em Assunção, clima de campeão do “Rei de Copas”. O Olimpia já se considerava campeão. Uma rádio fazia promoção para levar torcedores para o Marrocos, através de sorteio, em parceria com a Pneus Bridgestone, que também patrocina a Libertadores.
Pensei comigo: a Bridgestone está se arriscando muito.
Quem ligou e escreveu para a emissora deve estar esperando até hoje!
Mas dos dirigentes, jogadores ou comissão técnica do Olimpia não ouvi nem vi nenhuma manifestação de “já ganhou”!
Em 2009 os jogadores do Cruzeiro preferiram ficar discutindo o bicho do título ao invés de se preocupar com os Estudiantes no jogo da volta no Mineirão. Depois de campanha impecável nas fases anteriores e empate de 0 a 0 em La Plata, Zezé Perrella deu entrevistas comemorando o “Tri” da Libertadores.
Deu Verón e cia!
Dias atrás, o volante Nilton disse em entrevistas: “Esse time é de outro mundo!”!
Calma Nilton!
Ainda dá tempo de evitar o pior, que seria a eliminação ainda na primeira fase.
Como diz o Muricy Ramalho, “a bola pune!”
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