Entidade máxima do futebol obteve junto de autoridades do país isenção fiscal para si e seus patrocinadores
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Por Emanoel Ferreira
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A Copa do Mundo FIFA 2014 começou na última quinta-feira em São Paulo, sete anos após o país ser confirmado como sede da maior competição esportiva do planeta. Apesar de tanto tempo, novidades nada desprezíveis a respeito da organização seguem surgindo. A última, uma das mais preocupantes: ao contrário do que vinha sendo alardeado, a federação internacional de futebol não exigiu do Governo Federal a isenção de impostos para realizar o evento.
Muito embora a FIFA estivesse ciente da negociação da lei que garantiu tributo zero à entidade, e alguns articulistas como esse do Congresso em Foco considerem elementar esse fato, como se os dirigentes da instituição, num arroubo de consciência com o povo brasileiro, devessem fazer questão de serem tributados, é fato de ordem lógica: não há justificativa plausível para essa benesse, ainda que de fato se tratasse de uma exigência dos executivos da federação.
Além da FIFA, seus patrocinadores também foram isentos de tributação. Uma sorte grande ser amigo de Joseph Blatter em terras tupiniquins, como a cerveja Budweiser, que além de se beneficiar desse agrado dos tão amáveis políticos brasileiros, ainda viu estados mudarem leis que proibiam o uso de bebidas alcoólicas nos estádios. Como disse Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, a respeito da proibição de cervejas: “Sinto muito em dizer, e talvez eu pareça um pouco arrogante, mas isso não é algo que vamos negociar”.
E não negociaram.
Excluindo a amabilidade daqueles que colocamos no poder, o quê, afinal, pode estar por trás dessa isenção de impostos? Procurado pela imprensa, em especial aqui pelo Uol Esportes, o ministro dos esportes, Aldo Rebello, preferiu não polemizar e se limitou a dizer que ‘não é bem assim’.
A principal, dentre tantas ironias: vivemos no país dos mais altos impostos em todo o mundo.
Confira na íntegra o comunicado da FIFA. Clique aqui!
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