Certamente nem o mais apaixonado dos mexicanos imaginaria que o técnico Miguel Herrera fosse optar por um jogo tão aberto e corajoso contra o Brasil. Felipão muito menos. E apesar da falta de gols foi uma ótima partida que confirma o que vem sendo falado pela maioria dos analistas. Esta Copa entrará para a história como uma das melhores e mais equilibradas tecnicamente. Uma seleção que só se classificou na repescagem da Concacaf encarou a anfitriã, maior favorita ao título.
Os mexicanos apostavam que o mapa da mina seria o goleiro Júlio César. A ordem era chutar de qualquer lugar, confiando que pelo menos uma bola entraria. Mas ele foi bem e a bola não entrou. Pelo lado brasileiro duas boas novidades envolvendo Neymar: está cabeceando e batendo faltas cada vez melhor. Mas não foi o jogador decisivo que se espera dele, principalmente quando situações como esta se apresentam.
A partir dos 20 do segundo tempo Felipão deve ter se lembrado das conversas com o amigo Cuca e passou a apostar em jogadas que marcaram os melhores momentos do Atlético em 2012 e 2013, colocando Bernard no lugar do Ramires e Jô no de Fred. Houve lampejos daquele entrosamento da dupla, mas o tempo foi curto, a defesa mexicana e o goleiro Ochôa foram impecáveis.
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Impressionante também a quantidade de mexicanos e a participação deles no Castelão. Assim como o time dentro de campo, surpreenderam e encararam de igual para igual.
Inimaginável que o Brasil não vença Camarões e fique em primeiro no Grupo. Mas os principais concorrentes ao título certamente ganharam uma boa dose de animação com o que viram em campo neste 0 a 0 e onde a equipe do Felipão tem fragilidades.
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Pelo que jogou, a Bélgica poderá ser como em outras edições da Copa onde uma seleção sempre é apontada pela mídia internacional como a possível “sensação” do Mundial: frustrante. Pensei que fosse atropelar a Argélia, mas o que se viu foi uma enorme dificuldade em vencer. A Argélia passou apenas a se defender depois que abriu o marcador e pagou por isso. Vamos ver como os belgas se comportarão nas fases seguintes, já que estão em um grupo bem fraco.
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Cena belorizontina I
Sexta-feira um argelino saiu do hotel onde estava hospedado, perto do Shopping Del Rei para passear e conhecer a Pampulha e o Mineirão pelo lado de fora. Depois de andar bastante, se perdeu e não sabia onde estava. Sem falar português pediu informações em uma residência perto do Iate Clube, na base da mímica e mostrando a foto da fachada do hotel na tela do celular. O dono da casa o levou até o hotel.
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Cena belorizontina II
Uma família mexicana não teve, na Savassi, a mesma felicidade que o argelino. Rodando o país em um carro alugado, parou para jantar no principal ponto de encontro escolhido pelos estrangeiros durante a Copa em Beagá. Quando retornou, o carro estava com os vidros traseiros arrombados, sem as malas, objetos e documentos.
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