O placar de 5 a 0 sobre este Santa Rita é o que menos conta no treino de luxo do Cruzeiro no Mineirão. As atuações de dois jogadores me fizeram lembrar conceitos e falsas verdades que são lançadas no ar e colam.
Toda vez que vejo grandes exibições do Lucas Silva, o que tem sido comum a cada jogo, lembro-me do técnico Celso Roth, que se recusava a “oportunizá-lo” no time titular do Cruzeiro. Certamente porque é um desses volantes chamados “modernos”, que além de defender, também sabe atacar. As aspas são para lembrar que essa expressão “volante moderno” é invenção de “intelectuais” da mídia, que de intelectuais não têm coisa nenhuma, mas enganam bem aos seus leitores, ouvintes e telespectadores, igual a tantos jogadores e treinadores enganadores que há país afora.
Cito apenas três volantes “antigos” para refrescar a memória geral: Wilson Piazza e Franz Beckembauer, dos anos 1960/70, e Toninho Cerezo, dos 1970/80. Busquei exemplos da prateleira de cima, mas embaixo também há centenas de grandes volantes, que defendiam e saíam bem para o jogo ofensivo.
Muitas vezes o problema é o treinador que acha que volante tem que só marcar e ponto final.
Outro jogador que merece todos os elogios que recebe, há muitos anos, é o Henrique, que voltou a jogar demais, depois de superar contusões sucessivas e complicadas. Chegou a deixar dúvidas em muita gente, se jogaria de novo com alta produtividade, mas não desanimou, não ficou reclamando da vida, não pôs culpa em ninguém pelos seus problemas e está aí, jogando futebol que faz lembrar o mesmo de quando chegou ao Cruzeiro pela primeira vez. Seja contra um Santa Rita da vida, contra um Grêmio, São Paulo, Atlético ou quem quer que seja.
Foto: O Tempo
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Henrique: humildade, tenacidade e ótimo futebol
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