Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

As estatísticas da violência chegando cada dia mais perto de nós

Senhoras e senhores,

já escrevi muito e tenho falado nos meios de comunicação onde sou chamado a participar de debates que a violência a cada dia chega mais perto de nós, que vivemos atualmente como se estivéssemos na fila, aguardando um bandido nos atacar e torcendo para que o dano seja o menor possível, nos permitindo retornar inteiros fisicamente para casa.

Lamentavelmente informo que um companheiro nosso dos primeiros tempos deste blog entrou para as famigeradas estatísticas do estado, mas, menos mal, pode retornar inteiro para casa.

VIOLENCIA

É o Raws Miranda, que relatou para nós a péssima experiência. A minha solidariedade a ele, inclusive no que ele diz sobre as nossas autoridades:

* “Amigos, boa noite!
Tenho andado meio sumido dos debates aqui do blog por falta de tempo, porém não deixo de dar uma “biscoitada” nos posts.
Peço licença ao Chico para narrar um triste e corriqueiro fato que desta fez a vítima é quem escreve.
Sexta Feira 05/09/2014, 15:00 horas. Tinha eu, que cumprir um pagamento em espécie e me arrisquei no perigo dessa tarefa no nosso país. Fui ao banco Itaú, no bairro Jaraguá, saquei o valor, coloquei dentro de uma pochete e saí do referido banco para efetuar o pagamento. Por um imprevisto, quem iria receber na porta da agencia, adiou para o dia posterior e assim começou o problema. Não podia eu deposita-lo de volta pois não conseguiria sacar o valor no cx eletrônico. Resolvi atender um cliente na av D.Pedro ll e desloquei até lá, quando parei na porta da loja, desce um garupeiro de uma moto com o revolver apontando para meu peito, “passa o dinheiro que você tirou no banco”. Levou o dinheiro, documentos e outros pertences, sem a menor cerimonia com o grande movimento no local.
Estou narrando esse fato por alguns motivos, um deles é alertar, apesar de ser sempre falado, para o perigo de arriscar em tal tarefa, outro para frisar a distancia que os autores percorreram me seguindo e em terceiro, externar minha indignação com atual estágio que passa o Brasil, ladrões aos montes, policia com as mãos atadas e todos nós trabalhando para sustentar os bandidos aqui de baixo e lá de cima(que são os verdadeiros culpados por tudo). Para encerrar, mais um problema, além do susto e de tantas providencias a serem tomadas no momento, fui obrigado a me deslocar em horário de pico, até o bairro Coração Eucarístico para fazer a “bendita ocorrência”, é mole?
No mais, fé em Deus e bola pra frente.”

Raws Miranda


» Comentar

Comentários:
0
  • Raws disse:

    Para finalizar, agradeço muito meu amigo Chico e demais, pela solidariedade. Por isso e muito mais sou fã incondicional desse espaço. Deixo um conselho que sigo há anos, preparem-se para infelizmente serem a próxima vítima, tentem manter a calma, pois isso pode salvar suas vidas. Abraços.

  • Raws disse:

    Acima das opiniões, concordantes ou discordantes, o mais importante é o debate sobre um tema de tamanha relevância para nós, pobres mortais.

  • Depois de mais uma aula de segurança pública, que o nosso amigo Ulisses domina muito bem devido às experiências profissionais em seus quase 30 anos de carreira, tem um indivíduo aí que deveria ser mais humilde e desculpar-se com as baboseiras que ele próprio postou nestas páginas!
    – Parabéns pelos argumentos perfeitos e realistas, Ulisses! Paz e bem, sempre…

  • Alisson Sol disse:

    Ulisses,

    Vamos nos ater aos argumentos que apresentei. O fato de que eu não moro no Brasil nem foi citado por mim, e é irrelevante para a discussão. Mas, em repeito ao caso que você citou: o brasileiro morto em Londres, em um engano admitido pela polícia, estava ilegalmente trabalhando no país. Foi morto pela polícia armada chamada às pressas porque ele saiu do prédio onde morava, que abrigava terroristas sob vigilância, usando um agasalho suspeito em um dia de calor, indo para o metrô, onde havia ocorrido um ataque terrorista poucos dias antes. O caso já foi investigado, o erro foi admitido, e a família já foi indenizada. Não sei o que isto tem a ver com o assalto ao Raws…

    A “realidade do Brasil” é feita por todos os brasileiros, perto ou longe. Ou será que só depois de ser assaltado o Raws pode agora falar sobre violência no país? Será que vou ter de pedir para experimentar um assalto antes de poder falar sobre o assunto?

    Os meus argumentos para a discussão são os seguintes:
    1) A violência policial no Brasil é absurda e não ajuda em nada. Isto eu já experimentei ‘in loco’, várias vezes, e não quero ou preciso repetir. “Respeito” não se conquista apontando fuzil para torcedor na entrada de estádio. Não vou mais a estádio em grandes jogos não devidos aos torcedores, mas de receio da polícia, com quem já discuti até para defender torcedores de outro time, apanhando algemados e já imobilizados. Se é disto que você tem “saudade”, vamos ter de concordar em discordar sobre os métodos de atuação policial. Eu, como cidadão, sempre fiquei ofendido com a atuação da polícia brasileira, e penso que seu modus operandi contribui para alguém que cometeu talvez um erro na vida virar um “marginal de carreira”, com raiva eterna da polícia e da sociedade em geral (há exceções é claro, e gente de “natureza ruim” em todo lugar e classes sociais).
    2) Há interesses em não acabar com a criminalidade no Brasil. Isto não é um fato, mas é a minha hipótese, suportada por inúmeros eventos, noticiados ou não. Nem diria que é só à policia que interessa a “indústria do crime”. Mas creio que não há muito interesse em levar adiante investigações até para não acabar com o “serviço”. Tive recentemente um parente roubado em casa. Foi feita ocorrência, reclamação na ouvidoria do Ministério Público (link) e, vários meses depois, sabe qual o resultado? Nada. O BO levou um mês, era para estar online e nunca ficou, e depois de muito circular, foi esquecido nas “Estatísticas”.
    Há soluções, mas é preciso vontade política. Há de se ter apenas um aparato policial nos níveis estadual e municipal, e a “Polícia Federal” para casos nacionais e segurança de fronteiras, passaportes, etc. As leis do Brasil são ruins, e o sistema jurídico lento. Mas sem investigações bem feitas, ninguém acaba condenado mesmo. Por fim, há de se combater a corrupção na polícia, de maneira clara e efetiva. Há muito policial vivendo muito além do que parece lógico com os salários que recebem, e cobrando seriedade dos outros.
    Acabando com a corrupção em seus quadros, tratando o cidadão como honesto até que se prove o contrário, tendo uma única instituição no nível “local” e investigando ocorrências de forma satisfatória, a polícia não precisará de cacetetes e armas para conseguir o “respeito” da população. Caso contrário, vamos ter de continuar discordando, e eu torcendo para não cruzar nem com os bandidos e nem com a polícia!

  • Eurico Morais disse:

    Perfeito seu comentário Ulisses… A réplica também!

  • Ulisses disse:

    Sem querer desrespeitar seu comentário Alisson Sol, vejo que você não está morando no Brasil, quando quer fazer algum paralelo de nossas realidades.

    Cada um sabe onde o sapato aperta. Quando afirmo que em outros tempos resolvíamos a situação à contento, falo com propriedade de quem nasceu, cresceu e vive em BH.

    Comparar Brasil com Inglaterra é covardia e mesmo assim a polícia daí que como você cita, resolve na conversa sem armas, também comete seus excessos, ou você acha normal o que ocorreu com o mineiro Jean Charles, que ao que nos consta, estava desarmado e não teve chance de conversar com essa polícia de outro mundo daí…

    Obviamente não procurei agradar e nem mudar os conceitos de ninguém, apenas emiti a minha opinião à respeito de um tema que aflige a todos que estão aqui em BH e região e me desculpe a sinceridade, sobre segurança pública acho conheço muito mais do que você.

    Sou capaz de lhe afirmar também que em cidades menores, a criminalidade ainda está sob relativo controle, devido a vários fatores, que não estão ligados ao fato de termos duas ou mais instituições policiais e sim a questão de respeito às leis e valores morais, que no interior ainda são resguardados. Isto é fato.

    No interior ainda é possível ser mais próximo da população, pois, geralmente nestas cidades de menor porte, filho respeita os pais, professores, os mais velhos e ainda se teme a lei e suas consequências quando se está à margem desta.

    Na Inglaterra não se tem notícia de famílias destruídas pelo crack. Não se procriam cada vez mais jovens que embriagados ou drogados, em seus carrões, matam pais e mães de família, sabendo que nada de mal lhes acontecerá porque têm pais ricos e influentes.

    No Reino Unido as leis são cumpridas à risca e creio eu, independe do sobrenome do criminoso, ser apenado devidamente ou não.

    A balela que você cita em relação ao meu comentário de que a nossa justiça é muito branda com os que a enfrentam, vai de encontro ao sentimento de impunidade por parte dos delinquentes e também na contramão do sentimento de completo abandono dos cidadãos de bem, que realmente estão entregues à própria sorte pelo Estado.

    Parabéns a você que pode desfrutar das benesses que o primeiro mundo proporciona aos que aí estão.

    Mas concito a você que na próxima viagem a BH, dê uma passeadinha com os vidros do carro abertos, exponha o seu Rolex e vamos ver qual será sua reação, ao ser abordado por um desses vários injustiçados sociais, que são compelidos a praticar pequenos crimes contra a classe burguesa e dominante…como a maioria dos intelectuais tratam nossos criminosos contumazes.

    Nossa realidade aqui é outra parceiro e quando relembro com saudade das minhas patrulhas nas veraneios da ROTAM, externo o pensamente de centenas de amigos e familiares que viam ali, um aparato que dava conta do recado com quem merecia e fazia por onde.

    Repito o Estado vê o cidadão como apenas um número, que é cobrado demasiadamente, quando não paga seus impostos, que não são poucos e que não tem quase nada em troca, diferente da Inglaterra né.

    Quando eu entrei pra polícia não foi pensando apenas em salário, que era infinitamente menor do que mereço, mas sim houve também aquela questão da vocação, do achar bonito e abracei essa profissão com todo orgulho do meu coração. Criei meus filhos com muito orgulho e sacrifício e 3 já estão terminando suas faculdades e encaminho outro para a universidade, que por razões diversas, ainda não fiz…ah e pra terminar a questão em uma frase pronta: O homem quando está em perigo, leva a mão à cabeça e pensa em Deus e chama a polícia, o perigo passa, ele esquece do primeiro e amaldiçoa o segundo…nunca esperei nada diferente daqueles que eu protegi e ainda protegerei dentro do possível, por mais dois anos.

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Vendo os comentários, vejo razão de parte, em todos.
    Desde a lamentação do Ulisses, a visão cruel mas realista do Anderson ao comentário pertinente do Alisson Sol (sobre a facilidade de se cometer crimes recorrentes neste país).

    Lembro perfeitamente do Márcio Luiz se queixando do seu carro estimado (um Corcel, se não me engano), quando nos encontramos no bar do Clayton “mulambo azul”. Quem de nós imaginava-se como próxima vítima?
    Aconteceu com o Raws… infelizmente!

    Vida que segue meu camarada. Sua integridade física é o que mais importa neste momento e fica infelizmente a certeza de que vivemos em uma espécie de “cárcere imaginário”, mas muito mais real do que se possa imaginar.

  • Anderson Palestra disse:

    Adolfo, perguntei aqui meu sócio que milita na área criminal. O crime praticado pela gremista está previsto no art. 140, parágrafo 3º do CP.
    Sabe quanto tempo ela vai ficar presa?
    NENHUM DIA

  • Eurico Morais disse:

    Ninguém pediu pra torcida Cru cru aprontar no Indepa. Ela aprontou e a maioria dos Cru crus do Blog culparam o mandante pelos incidentes com falta de policiamento. O Galo foi punido.

  • adolfo disse:

    Eduardo, realmente, que coisa é essa?? Cara de pau, falta de bom senso, falta de respeito, falta de civilidade, sei lá… tá osso morar nesse país… Anderson Palestra: concordo com a sua mensagem, o problema da eliminação do Grêmio, mas sobre outro ponto de vista. Desde o início da situação, apareceram essas insinuações, em todo o país, de que “torcedores rivais” podem se infiltrar na torcida de outra equipe para causar a sua eliminação. Tá, suponhamos que seja verdade. É de uma idiotice total alguém incorrer em um crime, parece que inafiançável, quando flagrante, para prejudicar o rival. É um tiro na própria cabeça! Na boa, mais burrice que a burrice do racismo é a burrice de um suposto racismo para prejudicar uma equipe. É ilógico. É muita idiotice. Agora, no meu ponto de vista, é temerária essa atribuição à “torcida adversária” dos fatos que ocorram no estádio. Vou exemplificar: quando alguém é pego fazendo uma coisa errada dentro do campo, independente se vai ser prejudicial ou não ao clube, essa pessoa vai responder pelos seus atos, quer torça por A, B ou C. Isso, o fato de ser torcedor de A, B ou C, não lhe servirá de atenuante na responsabilização de seus atos. Confesso que tenho minhas dúvidas sobre a possibilidade de servir de atenuante ao clube, se este for responsabilizado por algo, vide o caso do Independência ano passado, mas certamente o clube irá apresentar tais argumentos. Pra ser mais claro e objetivo, o que estou tentando dizer é o seguinte: se um idiota for a campo e praticar atos racistas, esse burro deverá ser responsabilizado por seus atos ridículos. Torça ele pra A, B ou C, deverá ser identificado pela torcida, tal qual os integrantes da torcida do Grêmio estão sendo identificados agora, tal qual os torcedores que vão ao Independia e no Mineirão e jogam copos e outros objetos em campo. Isso já acontece. Agora, quando a Diretoria do Clube, mesmo com a intenção de “prevenir” que o fato ocorra, e eu realmente acho que isso não seja prevenção, já antecipa que os autores de tais atos são “torcedores adversários”, gera uma predisposição a violência na “resolução do problema”. É a minha opinião. Uma coisa é cidadãos, torcedores de A, B ou C, identificarem um outro cidadão que praticou um ato que não deveria, e avisarem e identificarem as autoridades policiais. Outra coisa é um conjunto de torcedores do time B identificar um cidadão que praticou um ato ilegal, sendo que a diretoria do time B, previamente, já antecipou e decretou que que esse cidadão, por praticar tal ato, seja torcedor do time X, Y ou Z. Sabemos que o risco que isso ocorre. O pau quebra, será justiça com as próprias mãos. Um idiota racista é um idiota racista, e pronto. Não importa se torce por A, B ou C.

  • Alisson Sol disse:

    Ulisses,

    Desculpe-me, mas as polícias brasileiras fizeram por onde perder a confiança da população, do judiciário, e até do executivo.

    Esta balela de “a gente prende e o judiciário solta” é uma frase pronta que não passa no crivo de qualquer avaliação por pessoas bem informadas. A existência de “multiplas polícias” é que causa isto. Se primeiro a Polícia Militar prende, e só depois a Polícia Civil investiga, como é que o suposto bandido pode ficar preso? Não é nem questão de “falta de provas”: a investigação nem foi feita ainda? (e nem vamos falar dos casos em que a Polícia Federal tem de ser envolvida)

    Segundo que, desculpe-me a generalização, a mentalidade da polícia brasileira é absurda. Esta linguagem de que os outros são “marginais”, e de “…marginal quando via nossa barca, pensava duas vezes antes de aprontar” é coisa de regime autoritário. ROTAM nunca entrou em favela do Rio ou São Paulo e “impos respeito”. “Impor respeito” em cima da população normal, com uma arma e cacetete na mão, é fácil. Mas para mim, “impor respeito” é chegar desarmado como a Polícia Britânica, e conversar com um cidadão e resolver qualquer problema dele ou com ele.

    Por fim, a questão do salário é uma confusão entre causa e consequência. Na maioria das posições, o policial entre por concurso. Vêem o salário antes sequer de se inscrever no concurso. Fazem o concurso, passam, e aí o salário é ruim? Querem todo mundo respeitando a lei mas, mesmo com suas greves sendo consideradas ilegais, policiais continuam em greve? Como é que eu posso aceitar e até mesmo defender aumento salarial para uma categoria destas?

  • Luciano disse:

    Ulisses, disse tudo. Não sobrou nada para dizer senão que é isso mesmo.
    Eu vou votar para legislativo pensando apenas no endurecimento das leis penais. É o que posso fazer.

  • Raws disse:

    Ulisses, bom dia!
    Se eu fosse copiar seu comentário, não tiraria uma palavra, Perfeito. Estamos no mesmo barco sem leme, sem velas e o pior, sem comandante. Acrescento, um ponto de vista que carrego ha anos, devemos nos preparar para o pior, os diversos tipos de abordagens que sofreremos pelos marginais, pois a calma que tive e que todos devemos ter pode salvar nossas vidas. Abracos.

  • Ulisses disse:

    Pessoal bom dia.
    Com propriedade vou discorrer sobre esse tema de segurança pública, levando em conta que sou profissional a exatos 28 anos.

    Infelizmente nós policiais, estamos engessados. A cada dia ficamos enxugando gelo, pois, a legislação não deixa a gente trabalhar e os legisladores se omitem, lá do alto dos seus gabinetes.

    Prendemos sim, muito. Mas muitas vezes, antes de terminarmos a ocorrência, o marginal já está ou sabe que será solto…ah e temos que conviver com o ego do delegado de januária querendo ser chamado de Vossa Excelência…tem base!

    Falo sempre com familiares e amigos, que tenho dó da população no geral, uma vez que se eu ainda contar com o fator surpresa, posso fazer uso de minha arma e me defender de uma ação mal calculada de algum marginal, mas com todo o cuidado e senso de avaliação possível. O cidadão de bem foi desarmado e o Estado deu um salvo conduto para o marginal agir com a quase certeza que se do outro lado não for um policial, não encontrará qualquer reação e usam até armas de brinquedo para tal.

    O Estado se preocupa com estatística e a cada assalto e assassinato de pessoas de bem, este é apenas um número. O que causa certo alarde é quando se joga pra vala algum marginal, por pior que ele seja.

    E me desculpem a sinceridade, como que um policial vai ser realmente linha de frente, prender e fazer o que a população cobra no seu íntimo, se ele sabe que se for denunciado por qualquer excesso com o maior dos facínoras, sua carreira vai ser interrompida, ser preso, condenado, demitido, colocado no mesmo presídio daqueles que já prendeu e sua família sem qualquer amparo?

    Fica a pergunta, quem se arrisca a correr atras do prejuízo? Sou de uma época diferente, trabalhei naquelas veraneios lendárias da ROTAM e tínhamos sim o respeito, medo, temor, definam como quiserem, por parte dos marginais. Nosso soldo era muito menor do que merecíamos, porém levados pelo sendo de defender a sociedade, mesmo com o sacrifício da própria vida (e perdi muitos amigos assim), dávamos conta do recado.

    Impúnhamos respeito de qualquer maneira. Alguns podem até criticar, pois realmente destoávamos do fraternal tratamento dado pelos outros colegas da corporação (os guardas e policiais comuns), mas dava 22 horas, o marginal quando via nossa barca, pensava duas vezes antes de aprontar…infelizmente esse tempo não volta mais. Falo isso porque as pessoas de bem podiam ficar mais tranquilas e em minha modesta opinião, tinham muito mais segurança.

    Não faço aqui qualquer defesa acerca de ser certo ou errado, mas reafirmo que estamos sem qualquer estímulo pra correr atras do prejuízo alheio. O Estado quer que apenas registremos os fatos delituosos e vivemos assim nessa utopia de liberdade geral pra todos. Liberdade mesmo é pros bandidos, que sabem que não serão punidos e quando o são, as penas são brandas e encorajam suas ações.

    É incrível mas é coisa somente de Brasil, um cidadão do bem, pagador de seus impostos e trabalhador, quando é morto em um assalto, sua família é desamparada, perde seu alicerce, o arrimo e todos têm que se desdobrar para continuar a tocar a vida. De lado inverso, um bandido é preso e independente do crime cometido, a família dele é sustentada pelo Estado, que não liga pro cidadão que era do bem e além de serviço médico e odontológico na cadeia, oferece ainda comida de boa qualidade 6 vezes por dia…como dizia o saudoso Kafunga, aqui é onde o certo é o errado.

    Temos a chance de mudar isso a cada eleição, mas…invariavelmente quando aparece um Bolsonaro da vida, ele é taxado de reacionário pela turma dos DDHH que adora apadrinhar um bandido, colocando-o como o coitado, desafortunado, minoria a ser defendida…Estamos todos na vala comum, ou melhor fud… e mal pagos.

    Ah tem também o chamado, “saco de maldades” do poder público. Por que não complicar a vida do cidadão sempre que possível. Exemplos não faltam: proibição do estacionamento no entorno do Mineirão; desvios e tantos transtornos por conta da briguinha de egos para demolição de um viaduto, adoram simplesmente proibir…se podem complicar, pra que ajudar? É só colocar a faixa e o cavalete impedindo a passagem e pronto.
    Desculpem o longo texto…tenham todos um bom dia.

  • Ronildo Fonseca disse:

    Sábias palavras da Ministra Carmem Lúcia, que é nossa conterrânea – em recente entrevista. Ela deixou bem claro que nossas leis arcaicas não atende os anseios da sociedade. Daqui a pouco, estaremos reeditando o “velho oeste norte americano”.

  • Eduardo -bh disse:

    Bandidagem solta nas ruas, populacao entregue a propria sorte, crise economica se agravando e juizes aumentando seus beneficios:

    http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/09/11/interna_politica,567865/juizes-de-minas-receberao-auxilio-moradia.shtml

    Que mstavilha este país !!!

  • Anderson Palestra disse:

    Raws, saque em especie e suicidio programado. Ainda bem que terminou bem.

    Vejam ai o problema de eliminar o Gremio pelo ato da torcedora.

    http://www.hojeemdia.com.br/esportes/cruzeiro/cruzeiro-pede-apoio-da-torcida-para-evitar-atos-racistas-contra-o-bahia-1.267443

  • Silvio Torres disse:

    Só não concordo com o “polícia de mãos atadas”. Porquê? A verdade é que as policias, civil e militar, nunca tiveram níveis salariais tão altos e o serviço prestado à população parece inversamente proporcional aos ganhos. E a situação passada pelo Raws só reforça o que quase todo mundo já sabe há muito tempo. A informação do cliente que sacou boa quantia em dinheiro é passada por gente do banco! Óbvio. Com portas giratórias, biombos e proibição do uso de celular, os funcionários são o elo das quadrilhas que detêm a preciosa informação. Mas duvido que a polícia vá a essa agência do Itau investigar quem tinha conhecimento do saque feito pelo Raws depois do BO.

  • Alisson Sol disse:

    Minha solidariedade ao Raws.

    Estranho como isto poderia ser investigado de modo relativamente simples, pois não há como ser um “acaso”. Não podem estar indo atrás de todas as pessoas que saem do banco. Alguém certamente deu uma dica relativa ao saque…

    Mas não vai ser investigado. Quando um amigo pediu opinião sobre o Brasil antes da Copa, eu até disse a ele: “Pode ir tranquilo, pois o ladrão brasileiro é malandro mas não é burro. Não vai preferir assaltar um estrangeiro uma vez, e correr o risco de investigarem e o pegarem, se pode assaltar os locais várias vezes sem temer qualquer investigação!“.

  • Márcio Luiz disse:

    Raws,

    há cerca de dois anos atrás nós comentávamos lá no Bar do Clayton sobre o roubo do meu saudoso carrinho, lembra?

    É como o Chico disse, parece que estamos todos numa terrível fila.

    Até quando, meu Deus.

  • luiz ibirité disse:

    pode ter certeza que o valor que lhe foi retirado não fará falta alguma ainda mais se comparado com sua vida e quanto ao Clauber é só confiar em Deus.

  • clauber disse:

    Raws, bom que esta bem. Apesar do prejuízo financeiro, o mais importante é a vida.

    A impunidade está demais, não sei e nem imagino onde vamos parar. Confiar em quem???

  • Completando meu comentário anterior: se tivessem investido em reformas e construções de estabelecimentos prisionais, além das situações já mencionadas anteriormente, “abririam” mais vagas para acolher àqueles indivíduos que já deveriam ter sua liberdade cerceada à algum tempo, pondo fim à sensação de impunidade!
    – Mas a grande verdade é que (sic) “os exemplos arrastam”, infelizmente!

  • Grças à Deus que vc está bem, Raws, pois agiu com inteligência ao não reagir… enquanto o poder público “torrou” milhões antes para a tal “Copa das Copas”, se tivesse empregado parte dessa quantia pecuniária em reformas e construções de estabelecimentos prisionais visando punição àqueles que se sentem imputáveis (“di menores”) e inatingíveis (os que acreditam no crime perfeito), a impunidade poderia ser até diminuída.

    – Uma de nossas maiores prioridades é combater a impunidade e necessitamos urgente de uma reforma política em todos os níveis de governo, além de uma urgência muito grande em atualizarmos o já defasado código penal que data dos anos 40, numa época em que a população brasileira era 1/4 da atual; num país com dimensões continentais, cada entidade federada poderia ter seu próprio código penal, e já que estamos numa época apropriada, nossos atuais candidatos à cargos eletivos poderiam se posicionar sobre tal assunto, mas preferem se digladiar e trocar farpas e acusações quando participam de debates políticos!

  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    Fico feliz que o Raws esteja bem. Realmente a impunidade e a falta de perspectiva da nossa juventude fomentem esse crescente na violência, infelizmente bandido não para na cadeia e os jovens não ficam na escola.