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“Guerra de Gigantes”, do Beto Magalhães: o melhor da série “A Copa passou por aqui”, do Sportv

Acabei de assistir o filme “Guerra de Gigantes”, de Beto Magalhães, da ótima série “A Copa passou por aqui”, do Sportv, sobre o Mundial de futebol. Mais um excelente trabalho desse cruzeirense gente boníssima a quem tive o prazer de conhecer em Conceição do Mato Dentro em fins do Século passado, numa festa da casa do Dr. Juvêncio Guimarães e Dona Marocas. Beto é amigo do genro dos anfitriões, João Bosco é marido da caçula Betânia, e juntos eles promovem há 25 anos o Projeto Matriz, um dos mais marcantes eventos culturais do país, com três dias de música, artes cênicas e plásticas, além de oficinas para crianças, sempre nos feriados de 7 de setembro. E tudo em praça pública, sem cobrar ingresso de ninguém, bem antes do surgimento da Lei de Incentivo à Cultura; coisa de malucos apaixonados pelo setor mesmo!

Mas, voltando ao Beto, um gozador de marca maior, além de grande companheiro para um “chá com torradas”. Adora zoar com o Galo, incluindo jogadores, dirigentes e alvinegros. Língua afiada, que sempre teve como um dos alvos preferenciais, os “Kalil”, pai e filho, Elias e Alexandre, claro; afinal de contas, responsáveis diretos por alguns dos maiores sofrimentos dele!

Mas o mundo dá muitas voltas e num belo dia, chego à sala do Alexandre Kalil, em meados do seu primeiro mandato e eis quem está saindo de lá, câmera no ombro, depois de uma longa entrevista: o Beto Magalhães em carne e osso! Ora, ora! Eu não poderia perder a chance de dar um troco a ele e falei alto:

__ Grande Beto, que prazer vê-lo aqui! Repita agora aquelas coisas que você fala do Galo e do Kalil lá nos botecos de Conceição!!!

Foi a primeira vez que não o vi gargalhando depois de uma zpação. Apenas sorriu amarelo, olhou de soslaio pro presidente atleticano e alguns diretores que estavam presentes, e balbuciou:

__ Este Chico é um sacana, senhores! Apesar de cruzeirense, tenho uma grande simpatia pelo Galo!

Depois nos encontramos e ele jurou que haverá revanche. Como diria o ídolo dele, Adilson Batista: “vamos aguardar”!

BETOMAGALHAES

Brincadeira à parte, vale a pena ver este curta metragem do Beto, um documentário sobre Belo Horizonte na história das Copas do Mundo e a coincidência fantástica da nossa capital ficar marcada por dois resultados que nunca sairão da memória do futebol mundial: a grande zebra da Copa de 1950, quando os Estados Unidos venceram a Inglaterra no Independência, e o incrível 7 x 1 da Alemanha sobre a seleção brasileira no Mineirão. Os aspectos sociais, culturais e esportivos foram brilhantemente resumidos em 13 minutos de imagens e narrativa perfeitos, que fazem rir e emocionar a quem assiste.

Não perca! O Beto é danado de bom de serviço e consegue equilibrar bem as coisas quando o assunto se trata de profissionalismo. Atlético e Cruzeiro são tratados com igualdade no filme e ele dedicou a obra a um grande e saudoso atleticano, o locutor Jairo Anatólio Lima.

Sem querer puxar a brasa para a sardinha mineira, mas foi o melhor filme que vi até agora dessa série A Copa Passou Por Aqui”, um projeto especial, comandado por Jorge Furtado. Segundo o site do Sportv ele “recrutou” onze cineastas para criarem filmes de 13 minutos cada, mostrando um olhar diferenciado da Copa, e as gravações foram feitas durante todo o Mundial, entre junho e julho”.

A única coisa que estranhei foi a parte onde a narração do filme diz que hoje Belo Horizonte é cheia de “rodoanéis” e “viadutos” para desafogar o tráfego, mas entendi: deve ser uma licença poética, permitida a todo artista, especialmente a sonhadores como nós, que aguardarmos a décadas obras como essas em nossa querida capital.

BETO

Beto Magalhães


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