José Francisco Lemos Filho (à esquerda) desmente possível renúncia de Gilvan após protestos da torcida contra sua gestão no Cruzeiro (Superesportes)
Esta notícia com destaque no Superesportes hoje me surpreendeu porque em momento algum ouvi ou li na imprensa ou de qualquer pessoa próxima ao Dr. Gilvan, dizer que ele tivesse pensado em jogar a toalha. Não é do perfil dele, que já passou por momentos muito piores em termos de pressão, logo no início do primeiro mandato.
* “Vice do Cruzeiro diz que presidente Gilvan está revoltado com ação violenta, mas nega renúncia”
Protestos deixaram presidente irritado, mas não a ponto de renunciar, assegurou vice
O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, não quer se manifestar publicamente sobre a ação violenta de alguns torcedores no domingo, após o clássico, quando seu carro foi cercado na saída do Mineirão. O dirigente foi muito xingado e questionado por não ter investido os recursos das negociações da temporada em um armador de criação.
Nesta segunda-feira, um grupo de torcedores de facções organizadas foi à porta da sede administrativa, no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, e protestou novamente contra o ‘desmanche do time de 2014’, a falta de um armador de criação e de um diretor de futebol.
Ouvido pela reportagem, o primeiro vice-presidente e uma das pessoas mais influentes do clube, José Francisco Lemos Filho, admitiu que Gilvan ‘está revoltado’ com o episódio de domingo, mas negou completamente informações divulgadas por conselheiros de que ele possa renunciar.
”O Gilvan ficou muito amolado com o que aconteceu no Mineirão. Ele écampeão mineiro, bicampeão brasileiro, muitos gostariam de estar na condição dele, e vem essa reação de uma minoria da torcida. Ele ficou chateado demais de ser agredido daquela forma, verbalmente. Infelizmente, existe um grupo de torcedores difícil de lidar. Mas o presidente tem fibra, tem o reconhecimento da maioria do conselho, da torcida, o trabalho é maravilhoso e não tem essa de renúncia não. Já falei com ele hoje algumas vezes e isso está totalmente descartado”, assegurou Lemos ao Superesportes.
O primeiro vice-presidente lembra que Gilvan é absoluto no Cruzeiro atualmente, a ponto de não existir sequer um nome para sucedê-lo no futuro. “Imagina se ele sair, quem seria o presidente? Nossa preocupação é até encontrar um substituto para o futuro, mas não há nomes com esse perfil disponíveis. Encontrar uma pessoa qualificada é muito complicado”.
Homem para o futebol
Na próxima quarta-feira, o conselho do clube se reunirá na sede social do Barro Preto para a prestação de contas do departamento financeiro. Nesse encontro, há a possibilidade de Gilvan de Pinho Tavares indicar um nome para assumir a vice-presidência de futebol.
Caso o presidente defina esse profissional, que sairia do conselho, a intenção é que ele atue como um diretor de futebol. Desde que Alexandre Mattos foi para o Palmeiras, Gilvan encarregou o gerente Valdir Barbosa e o supervisor Benecy Queiroz para assumir negociações do departamento profissional.
No entanto, Benecy e Valdir não têm a mesma popularidade de Alexandre Mattos com o grupo de jogadores e os torcedores. Episódios como a deportação do atacante camaronês Joel na Argentina por falta de regularização, a divulgação de informações desencontradas, a falta de força política na FMF e o vazamento de informações, como a escalação do time do clássico, no último sábado, expuseram muito o departamento de futebol e geraram mal-estar.
O técnico Marcelo Oliveira chegou a declarar, após o clássico, que no Cruzeiro a escalação vaza, no Atlético não.
De acordo com o vice-presidente, Gilvan pode sim definir um novo nome para o futebol nos próximos dias. ”O presidente está doido para achar esse nome há bastante tempo, mas ainda não encontrou uma pessoa que seja experiente e que se dê bem com ele. É um cargo de confiança e pode ser remunerado ou não. Isso não está na pauta da reunião de quarta-feira, mas pode ser discutido sim. É verdade que o presidente gostaria de ter uma pessoa ao seu lado no futebol”, disse José Francisco Lemos Filho à reportagem.
» Comentar