* Não sou do grupo cada vez maior que não perde um jogo da Champions League. Para também não me viciar e ficar mal acostumado. Certamente me juntaria à grande parte dos companheiros de imprensa, talvez até maioria, que com razão, deixa em segundo plano os jogos de futebol em Minas, no Brasil e América do Sul, que dão uma preguiça danada: estádios e jogos ruins, times feios, forma de jogar amarrada, catimbas, dirigentes de clubes, federações, confederação, tribunais e arbitragens muito fracos e ou suspeitos.
Porém, das quartas de final em diante não há como ficar alheio à Champions. Ontem optei por Bayern x Porto, pois o PSG era uma vaca já abatida pelo Barcelona. E que jogo na Allianz Arena! O Bayern sem dó nem piedade tacou 6 no Porto, que ainda conseguiu marcar um gol de honra, e na volta pra casa foi recebido com festa por sua torcida na Cidade do Porto, com muito mérito.
Bayern x Porto, fizeram um jogo limpo e aberto, com muita festa antes, durante e depois. Bebe-se cerveja à vontade neste e demais estádios; bandeiras são agitadas pelas duas torcidas, tocam-se instrumentos de sopro e percussão e se alguém aprontar, é preso e arca com as conseqüências. Aqui, na nossa versão roceira da Champions; chamada Libertadores, é preciso pedir “pelo amor de Deus” à Conmebol para que ela deixe entrar bandeiras e instrumentos nos estádios; os clubes são proibidos de entrar com suas crianças/mascotes.
Dentro de campo os grandes times brasileiros e argentinos passam aperto em casa para eliminarem uruguaios, bolivianos, venezuelanos, chilenos, paraguaios, equatorianos, peruanos e colombianos da prateleira de baixo. Manobras de bastidores são comuns e os dirigentes dos clubes ficam amigos (para não dizer coisa pior) dos cartolas das federações e confederações visando tirar proveito nos bastidores, ou na melhor das hipóteses, não serem vítimas das armações. Quando há mudanças de nomes nos cargos da cartolagem surge alguma esperança de mudança, mas tudo continua como sempre foi, ou piora.
Mas para não dizer que só tem coisa que não presta e que nada melhora na América do Sul, uma novidade na imprensa: a Globo passou a escalar o Paulo César de Oliveira como comentarista de arbitragem em suas transmissões. Como disse o professor Walmisson Régis de Almeida: “primeiro ex-árbitro sem grande mácula no curriculum chamado para trabalhar na poderosa”. Além de ser o primeiro negro.
* Estas e outras notas estarão em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia de amanhã, nas bancas!
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