Obrigado ao Matheus Laboissière, que nos enviou reportagem dele publicada no blog “Plano Tático”, que mostra detalhes do trabalho fora das quatro linhas da diretoria, que fizeram a grande diferença entre o time de Poços de Caldas e demais concorrentes no Mineiro 2015, como por exemplo:
…“ Três meses antes do início do Campeonato Mineiro 2015, a diretoria da Caldense já pensava no elenco e tinha jogadores apalavrados no final de dezembro. A volta do técnico Léo Condé, 37 anos, que comandou o Tupi na Série C 2014, foi sacramentada em 4 de novembro de 2014, quando quatro jogadores haviam assinado contrato.
A apresentação do elenco ocorreu em 1º de dezembro, com dez dos 20 atletas já conhecidos do torcedor, e os treinamentos começaram no mesmo dia. Aos poucos mais atletas foram chegando e o elenco foi fechado em 25 jogadores.
O primeiro dos seis amistosos ocorreu em 23 de dezembro e a Caldense mediu forças com times paulistas, com vitórias sobre Itapirense, Ituano e Guarani, esta em Campinas, além de empate com Santo André e derrota para Itapirense. É claro que a proximidade do Sul de Minas do estado vizinho facilitou, mas a Caldense teve testes difíceis e que ajudaram na montagem do elenco…”
* “Caldense terá Série D 2015 e pode repetir Tombense no torneio nacional”
A Caldense fez bela campanha no Campeonato Mineiro 2015, mas não foi possível levantar a taça do estadual pela segunda vez – é bom lembrar que a Caldense ganhou o torneio de 2002, que não contou com os times de Belo Horizonte. Com influência da arbitragem na final contra o Atlético Mineiro ou não (a própria Caldense pediu árbitros mineiros), a diretoria da Caldense não pode perder o foco em 2015.
Até porque não foi por acaso que a equipe de Poços de Caldas alcançou a decisão do título e surpreendeu a todos neste primeiro semestre. A intenção é dar sequência à boa campanha no estadual e repetir o grande feito do Tombense, que estreou na Série D em 2014 e acabou sendo campeão do torneio nacional, além do acesso à Série C, o mais importante.
Com o trabalho bem feito realizado desde a escolha dos adversários da pré-temporada, a Caldense larga como uma das forças da Série D, na qual também vai estrear, com possibilidades de acesso, o que garantiria calendário durante todo o ano. Veja abaixo cada detalhe que justifica a aposta do Plano Tático numa boa campanha do time mineiro em nível nacional…
Objetivo traçado desde cedo. A Caldense montou um time já pensando em assegurar vaga na Série D. Jogadores e o técnico Léo Condé sabiam dos objetivos do clube: “Queremos a classificação para a série D, mesmo com um estadual muito disputado. Nossa torcida, que é exigente, poderá cobrar de todos nós, pois teremos um time forte”, disse o treinador em meados de dezembro ao globoesporte.
O grande nome. O atacante Luiz Eduardo, 29 anos, se destacou na Caldense desde a pré-temporada, quando chegou a fazer três gols em três amistosos. Ele foi artilheiro do time no Campeonato Mineiro 2014, já conhecia o ambiente e foi titular absoluto na primeira parte da temporada 2015, com oito gols nos 14 jogos disputados, sendo 11 substituições. É certo que tanto destaque já chamou a atenção do América Mineiro, que tenta a contratação de Luiz Eduardo.
Defesa sólida. Marcelinho (13 jogos), Plínio e Rafael Estevam (ambos com 12 jogos) foram os mais assíduos do sistema defensivo da Caldense no estadual 2015. A equipe levou apenas seis gols na competição, ficando com a melhor defesa. É improvável que alguns desses atletas deixe a Caldense antes da Série D. A boa fase também inclui o goleiro Rodrigo, que chegou a ficar mais de um mês sem levar gols (oito jogos e 630 minutos). Levar poucos gols é excelente em campeonatos que têm fases de mata-mata.
Estádio adequado. O estádio Ronaldão, com capacidade para 7,6 mil lugares, vem passando por reformas desde o fim de 2013 e em 2015 sofreu redução das dimensões do gramado para se adequar ao padrão FIFA. É claro que houve problemas com o avanço da Caldense para as semifinais, pois só locais com mais de 10 mil poderiam sediar jogos do mata-mata, de acordo com o regulamento.
O jeito foi preparar arquibancadas móveis (mais 2,5 mil lugares) atrás dos gols, o que foi permitido para as semifinais diante do Tombense, mas não na decisão contra o Atlético Mineiro. A Caldense mandou esta partida no estádio Melão, em Varginha, a 153 km de Poços de Caldas. Mas para subir à Série C a capacidade está adequada.
Finanças em dia. É evidente que não houve salários atrasados na Caldense em 2015. A folha mensal foi pequena, de apenas R$ 160 mil, mas dentro da capacidade financeira do clube. O ponto positivo é que a boa campanha aumentou a média de torcedores no estadual: em 2014 foi de 1.700 por jogo e em 2015 saltou para 4.164 por partida.
A boa campanha também encheu os cofres da Caldense em R$ 247 mil líquidos. Na pré-temporada, a Caldense começou a vender carnês para as partidas do estadual (R$ 200 por seis jogos na primeira fase). O único problema, resultado da falta de calendário, foi que a Caldense teve de renovar os vínculos de 15 jogadores para as semifinais, sendo que três acertaram até 2016.
Situação de 2015 melhor que a de 2014
Se a Caldense terá calendário completo em 2015, com a disputa da Série D, no ano anterior a equipe encerrou as atividades bem cedo, em 30 de abril. Após a eliminação na primeira fase do estadual 2014, com o oitavo lugar e três pontos acima da zona de rebaixamento, a Caldense encerrou sua participação no Campeonato Mineiro em 25 de fevereiro, uma semana antes da estreia na Copa do Brasil.
O treinador Léo Condé e 19 jogadores renovaram os contratos para os embates diante do Duque de Caxias (Rio de Janeiro), que marcou o retorno da Caldense ao torneio nacional após nove anos. Atuando em casa, a Caldense venceu por 2 a 0 e ficou perto de avançar à segunda fase.
O problema é que o contrato dos jogadores ia até 16 de abril, data do jogo da volta, o que resultou num desmanche quase completo da equipe, com a saída do técnico Léo Condé e de alguns atletas. Assim, a Caldense encarou o Duque de Caxias na Baixada Fluminense com o técnico Felipe Surian, 32 anos, empatou em 2 a 2 e avançou.
Saíram mais dois jogadores, com propostas de times da Série B e, até 30 de abril, data do jogo de ida contra o Coritiba, em Poços de Caldas, a Caldense teve dificuldades em fazer contratações, pois é óbvio que ninguém queria fazer contrato para duas partidas. Com a derrota de 2 a 0 no jogo de ida, o time de Poços de Caldas teve de desmanchar o elenco e pensar na temporada 2015. Situação completamente oposta do momento da atual temporada, não é mesmo?
Informações
– A Caldense quase teve um jogador famoso no time em 2015. Não se trata do atleta em si, mas de seu pai. Ugo Casagrande, 25 anos, é filho de Walter Casagrande, que também jogou na Caldense no início da carreira, em 1981. Ele foi apresentado cheio de expectativas, mas rompeu os ligamentos cruzados num treino e só se recuperará no segundo semestre. Não se sabe se ele voltará à Caldense para a disputa da Série D.
– O apelido da Caldense é Veterana, fundada em 7 de setembro de 1925, inicialmente como time amador da cidade. Mas não o único, pois havia outras equipes amadoras em Poços de Caldas. Só que todas fecharam as portas e a Caldense ficou como o clube mais velho da cidade. Daí o apelido. A primeira participação do clube no Campeonato Mineiro ocorreu em 1961.
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