Foto: O Tempo
Por mais óbvio e repetitivo que seja, todo ponto deste início de campeonato fará diferença nas últimas rodadas para quem estiver brigando pelo título ou contra o rebaixamento e outras posições. Mas a maioria dos times só se liga depois de algumas rodadas. Outros relaxam e perdem pontos inacreditáveis e permitem alterações significativas na tabela de classificação. A janela de transferências para o futebol internacional também costuma mudar radicalmente o comportamento dos times em função de desfalques provocados por transações milionárias que a maioria dos clubes é obrigada a fazer. Por isso a fórmula por pontos corridos agrada tanto ao público: deixa todos os torcedores em suspense até as últimas rodadas. Ninguém pode se acomodar ou desanimar por causa de excelentes ou péssimos resultados iniciais.
Com o time reserva o Atlético empatou fora de casa na estreia com o Palmeiras. Eliminado da Libertadores, com o time titular, sem Marcos Rocha e Leandro Donizete, atropelou o Fluminense no estádio Mané Garrincha, campo neutro, sem passar nenhum aperto. Manteve o ritmo que vem empreendendo em todos os jogos e saiu aplaudidíssimo do gramado. O Fluminense jogou com o que tinha de melhor e o seu futuro no campeonato é uma incógnita.
Alguns jogadores se destacaram no Atlético, como o Jemerson que ao marcar dois gols de cabeça mostra evolução neste quesito. Desperdiçou duas oportunidades inacreditáveis em lances bem menos difíceis, nas partidas contra o Internacional. Lucas Pratto e Luan continuam sendo fundamentais ao time e Dátolo voltou a jogar bem.
O Cruzeiro pensa na Libertadores e usou time misto nessa derrota para o Santos na Vila Belmiro. Supremacia total do time paulista, mas com o elenco que tem, não há como não priorizar a competição mais importante do continente. Precisa concentrar todas as forças, dentro e fora de campo, na disputa das quartas de final contra os argentinos em Buenos Aires e Belo Horizonte.
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Em 2007 o América tinha R$ 55 mil mensais para gastar com o seu time profissional. As categorias de base contavam com a colaboração e boa vontade de lojistas da Ceasa que forneciam as sobras de verduras e outros alimentos saudáveis, porém prestes a terminar o prazo de validade. Com um orçamento desses o resultado não podia ser outro: queda para a segunda divisão estadual.
A dura experiência do América, que estava se reestruturando e não podia gastar mais do que arrecadava, serve de alerta para Atlético e Cruzeiro, que a partir de 2016 vão receber três vezes menos que Flamengo e Corinthians em direitos de transmissão pela TV. É preciso reagir enquanto há tempo. Na Espanha até o governo está intervindo para diminuir o abismo que separa Barcelona e Real Madri dos demais.
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