O Atlético jogou no Maracanã como se estivesse no Independência ou Mineirão. Desconheceu o Fluminense como mandante e venceu com segurança, apesar do susto da bola na trave nos minutos finais. O primeiro tempo foi totalmente do Galo, mas logo no início da segunda etapa tomou o gol de empate e levou alguns minutos para se reencontrar. Levir Culpi foi feliz na mexida, colocando Patric no lugar do Luan, e o gol da vitória saiu de uma jogada difícil de se imaginar, com a troca de passes em alta velocidade entre Marcos Rocha e Patric, teoricamente, dois concorrentes pela mesma lateral direita.
Ronaldinho Gaúcho jogou menos do que jogava em seus últimos tempos de Atlético e saiu de campo vaiado pela torcida. A categoria é a mesma de sempre, mas sem força física, impossível mostrar todo o talento que já encantou o mundo. O seu sucessor no Atlético é Giovanni Augusto, que está jogando muito. Deixou os tempos de “cabeça cozida” para trás e está empenhado em se tornar um dos melhores jogadores do futebol brasileiro. Arma, defende, chuta e voltou a ser humilde como na época em que quando jogava no júnior.
Fazendo falta
Gilvan de Pinho Tavares desmanchou o time bicampeão brasileiro e nos últimos meses desmantelou importante parte da estrutura administrativa, que atuava com excelência fora das quatro linhas. Não fez nenhum esforço para segurar o diretor de futebol Alexandre Faria, o diretor de marketing Marcone Barbosa e o gerente Valdir Barbosa, além de dispensar o técnico Marcelo Oliveira.
Além de tantos jogadores importantes que saíram, as cabeças pensantes e executivas que também se foram fazem uma falta extraordinária e as conseqüências são pesadas. Valdir atuava em todas as áreas. O baixo índice de erro nas contratações nos tempos dos presidentes Zezé e Alvimar Perrella tinham tudo a ver com o trabalho dele. Qualquer nome falado para ser contratado era investigado a fundo pelo Valdir, dentro e fora de campo.
As relações institucionais do Cruzeiro eram fortes, cuidadas com absoluto zelo, também pelo Valdir Barbosa que tinha carta branca para agir e falar em nome dos presidentes antecessores do Gilvan. Choques com a imprensa eram raros, mas tratados de forma transparente. Com a saída dos Perrella a situação mudou.
Foi o Valdir Barbosa quem sugeriu a contratação do Guilherme Mendes, recém demitido pela Globo para assumir o lugar dele no comando da comunicação do Cruzeiro. E poucos meses depois as relações entre eles entraram em curto-circuito. Valdir só não caiu porque Zezé Perrella o tinha e ainda o tem como um irmão. Com o Dr. Gilvan isso mudou. O diálogo foi trocado pela truculência.
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