A maioria dos comentários aqui no blog sobre a contratação do Diego Aguirre pelo Atlético é negativa. Os companheiros do Rio Grande do Sul falam bem dele, mas. . . Sempre tem um “mas”. Pelo que acompanhei através dos noticiários gaúchos, nos tempos dele no Internacional, ele é de métodos nada ortodoxos e demorou a engrenar no Colorado, não sem criar antes muitas polêmicas. Claro que é inteligente; dizem ser muito estudioso, mas no Atlético e em qualquer outro grande clube a história é muito simples em situações como essa: se o time começar 2016 ganhando, a torcida apoiará; caso contrário qualquer treinador balança, balança até cair.
Reforço da melhor qualidade para o ano que vem é o preparador físico Carlinhos Neves. Levir saiu por uma porta e ele entrou por outra. É bom demais de serviço. Nos tempos dele o Galo “voava” no segundo tempo; sem ele, o time tomou grande viradas quando o jogo estava perto do fim.
O SuperFC transcreveu a primeira entrevista dele, esta tarde na Cidade do Galo. Não falou nada de diferente do que estamos acostumados a ouvir na chegada de técnico ou jogador a qualquer clube. Elogios a tudo e a todos, com aquelas quicadas de bola de alguns repórteres:
Daniel Nepomuceno fala neste momento
“Boa Tarde. Depois de uma semana de inúmeras especulações. Trabalhamos sério e muito. E hoje estou tendo o prazer de apresentar o novo treinador. Vou ser breve, pois a escolha foi rápida. Estivemos reunidos no domingo, com uma conversa dura, rápida e profissional. O Diego falou o que a gente queria ouvir. É uma pessoa séria. Como principal característica gosta do que faz e gostar de trabalhar. Surpreendeu o tanto que conhece do Atlético, o clube que estará trabalhando. O terceiro, é o mais importante: a vontade de ganhar. Teve essas características. Uma pessoa séria, que gosta de trabalhar. Eu disse a ele, que basta a falar isso que terá o maior reforço, que a torcida do Atlético. Contrato é de dois anos. A comissão técnica dele com mais três pessoas. Estamos trazendo também o Carlinhos Neves”
Aguirre fala:
“Obrigado, presidente. Para mim é um prazer, um orgulho e responsabilidade tomar a condução de um time tão importante, com tanta história, com o que tem feito nos últimos anos. Como falei com o presidente com a vontade de conquistar algo importante. Esse é o nosso objetivo. Vamos trabalhar para isso. A torcida do Atlético é maravilhosa pelo que faz, importante para as conquistas. Esperamos que com os jogadores, com a comissão técnica e torcida para termos muitas alegrias na próxima temporada” .
Sobre os técnicos estrangeiros no Brasil
Os treinadores estrangeiros estão em todos os lugares do mundo. Por que não no Brasil? O futebol é só um, e o intercâmbio de ideias é bom para todos. Eu respeito os técnicos do Brasil, mas acho importante ter a abertura de novas ideias, que é bom para todos.
Sobre o tempo na Europa
Fui para a Europa porque já tinha planejado, com o preparador físico, para conhecer o Atlético de Madrid, que também tem um uruguaio como preparador. Estive com o Simeone. Foi bom esse intercâmbio. Para mim, voltar ao Brasil foi muito bom. Precisava dessa oportunidade para afirmar e confirmar coisas. Começamos com experiência no Internacional, foi boa. Mas precisava desta agora para confirmar algumas coisas. Ter essa responsabilidade como treinador do Atlético, poder marcar alguma coisa na história, poder ficar aqui por muito tempo.
Sobre o elenco
Essa resposta prefiro responder depois de domingo, não quero tirar a atenção de ninguém, nem falar coisas que possam fazer mal. Agora estamos torcendo para o time ser vice-campeão. Depois, vamos reunir com o presidente, pensar e ver com o presidente sobre os reforços. Sobre a concentração, ainda não tenho decisão. Tenho poucas horas no clube. Prefiro não falar isso.
Estilo de jogo
Me agrada muito como joga o Atlético. Temos que ser inteligentes e pegar o de melhor. O que tem de bom, vamos pegar, e o que puder somar, vamos fazer. Seguramente, será vice-campeão no domingo. Muito respeito a eles. Depois, somar nossas ideias. Não dá para mudar o que está bem.
Libertadores pesou na decisão?
Tive a sorte de ganhar a Libertadores. É o máximo que podemos ganhar como esportista. Fomos terceiros com o Inter, o segundo com Santos. Agora é chance de ir mais acima.
Sobre o Cruzeiro
Não é importante falar de outros clubes. O importante é que estou no Atlético e feliz. Foi uma decisão muito rápida, que tomei com o coração. Tenho a convicção que farei algo bom. Domingo não estarei no comando. Eles tem uma final para serem vice-campeões. Só aproveitei o tempo para conhecer a gente e depois começar a jornada. Domingo devo estar no estádio, mas sem contato com os jogadores. Isso não é bom.
Críticas a estrangeiros
Não poderia para falar na minha primeira experiência. É um reconhecimento, ter a segunda chance. Se estamos aqui é uma coisa boa. Estão falando bem de nosso trabalho. Precisamos continuar para ter sucesso no Brasil e ganhar algo importante. Falei coisas boas e falta complementar com um grande título, nada melhor que no Atlético.
Sobre a estrutura
É uma das melhores do mundo. Fiquei surpreso. O treinador não tem desculpa nenhuma para não trabalhar, falar que não tem coisas para falar com os jogadores. É uma estrutura espetacular, de alto nível. Será um prazer trabalhar aqui no dia a dia. Todos aqui estão para somar para alcançar os objetivos dentro de campo. Trabalhei em outros clubes e não senti uma estrutura profissional e boa para trabalhar.
Sobre o preparo físico.
Tentamos fazer o nosso melhor trabalho. Às vezes, temos que aceitar as críticas. Quando o Inter foi semifinalista não teve crítica, era o melhor do Brasileirão. Quando ganhou do Grêmio, falaram de nossa metodologia. Depois, tiveram críticas injustas nesse aspecto. Nossa comissão técnica é de alto nível, um preparador físico excelente, durante o jogo será um time forte. Temos que deixar atrás as críticas. Já não é nosso primeiro ano no Atlético. Temos a experiência de conhecer a competição. Muitas coisas boas vão acontecer. Temos muita confiança de estar em um bom caminho para ter um bom ano. Ainda é muito cedo para falar disso. Por sorte teremos um mês para o começo da temporada. Prefiro ainda não falar isso.
Recebeu outras propostas?
“É verdade que tive propostas e possibilidade de clubes importantes. Mas nenhuma senti a decisão do presidente e a convicção que me transmitiu. Acho que estou pegando um time que vem trabalhando junto, com muitas coisas boas para dar. Quando falei na Libertadores que era um time espetacular, acredito que teremos possibilidades de ter um bom ano. O principal foi a convicção com o presidente. Um acordo rápido”
Sobre reforços e a base
“Nós conversamos muito disso com o presidente. Primeira coisa é valorizar o elenco que temos que é muito bom. Gosto de dar oportunidade para os jovens. Falamos para ter um reforço necessário. Tudo isso é dentro do trabalho de agora para frente. Com certeza, teremos reforços e atletas da base”
Sobre o rodízio
“O rodízio é uma palavra que no espanhol não existe. O que fiz foi priorizar a Libertadores. E aproveitar os jogos que não são decisivos para dar oportunidades a jogadores que depois foram importantes. São coisas planejadas com a comissão técnica. O Atlético tem uma base, isso é uma vantagem. Claro que temos que trabalhar juntos, aproveitar o grande elenco que temos. Na medida do possível, queremos ter jogadores jovens, procurar os momentos precisos para dar oportunidade a esses jogadores”.
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