O ex-meia Pedrinho, Deivid e o preparador físico Alexandre Lopes. Nova safra, que recebe uma grande oportunidade do Cruzeiro
A efetivação de Deivid como técnico é uma aposta, dessas cada vez mais raras que os grandes clubes fazem. Decisão corajosa do presidente Gilvan de Pinho Tavares, que certamente deve ter ouvido seus pares de comando e avaliado o potencial do ex-artilheiro e riscos da empreitada. O pensamento da diretoria tem uma lógica: o começo da temporada é propício a uma experiência desse tipo, já que o Campeonato Mineiro raramente tem finalistas diferentes dos de sempre.
Neste período será possível notar se o time está evoluindo, independentemente de ser campeão ou não. O Grêmio apostou em Roger Machado e se deu bem. Ele arrumou o time que pegou desarrumado do Felipão e chegou em terceiro no Brasileiro. Há uma pequena diferença nesta comparação. Com 40 de idade, apenas quatro anos mais velho que Deivid, Roger teve mais experiências que ele antes de assumir um dos grandes do país. Dirigira o Juventude e o Novo Hamburgo, neste último, quase eliminou o próprio Grêmio, nas semifinais do Gauchão deste ano. Caiu nos pênaltis.
Em comum, ambos têm o respeito e a amizade dos jogadores, o que é fundamental para um bom ambiente. Como principais companheiros de comissão técnica, Deivid terá também dois jovens que querem fazer história no futebol: o preparador físico Alexandre Lopes, cria do próprio Cruzeiro, e o auxiliar técnico Pedrinho, que fez fama como bom meio campista principalmente do Vasco, colega dele no curso de treinadores da CBF. Trata-se de uma oportunidade de ouro e certamente o trio vai abraçar da melhor forma para darem sequência a uma carreira vitoriosa nos clubes da prateleira de cima do país.
Para que tenham uma idéia da importância de uma chance dessas, vejam o que disse o Roger Machado, numa entrevista ao Globo.com ao ser perguntado sobre qual a principal dificuldade para aparecer no mercado:
* “Receber a oportunidade. Vejo como um ciclo. É um processo, de períodos em períodos. Foi assim com os treinadores na década de 70, que hoje são renomados. Acontece de tempos em tempos, há uma janela no processo, e neste momento, estamos dividindo este espaço com treinadores que têm uma história e um trabalho oferecido de grande valia, e uma geração entrando. É o processo natural. Aos poucos, isso vai acontecendo. O que nós treinadores mais jovens temos que fazer é continuar nos capacitando, para que, quando as oportunidades apareçam, a gente consiga aproveitá-las para ganhar espaço neste restrito mundo. O universo do futebol é restrito. São 20 times da Série A, 20 na Série B, 20 na Série C, 40 na D, talvez. São 100 profissionais para disputar vaga no mercado. É apertado o funil. Mais do que para jogador, que cada time tem 30, 35 no grupo.”
Ex-lateral Roger, testado e aprovado como técnico do Grêmio.
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