A inimizade de Mario Celso Petraglia com a Globo é usada para dividir os clubes mais uma vez e tentar inviabilizar a Liga
Com a saída do Cruzeiro da Primeira Liga morre uma das últimas esperanças que eu tinha de ver o futebol brasileiro gerido de forma séria, comandado por quem realmente tinha que comandar, que são os clubes, razão de ser de tudo. Não posso chegar ao extremo de dizer que não tenho mais esperança nenhuma porque dizem que ela é a última que morre, não é?
O inimigo comum do futebol é a cartolagem de entidades como CBF e FIFA, que são ricas, às custas dos clubes, e seus comandantes mais ricos ainda. Além de salários vultuosos ganham muito mais por fora, como está sendo mostrado ao mundo pelo FBI e outras instâncias investigativas. Eles estão fragilizados e a hora seria esta para que os clubes os detonassem e assumissem de vez as rédeas.
Mas a vaidade e interesses pessoais impedem que haja união e divididos os clubes não vão a lugar nenhum. Os clubes no Brasil são administrados como se fossem propriedade do presidente do momento. Se fossem empresas, prevaleceria o interesse da empresa, acima das vaidades, mas do jeito que é, não tem jeito. Depende do humor do dono da cadeira. Neste caso específico da saída do Dr. Gilvan, de todas as justificativas dadas, a razão de tudo é a entrada em cena do Mário Celso Petráglia, cartola do Atlético-PR, inimigo número 1 da Rede Globo. Aí, danou tudo!
Mas o inimigo fatal dos clubes é a CBF, que entretanto, mesmo fragilizada, tem poder para jogar uns contra os outros, usando ingredientes como este: onde o Petráglia entra a Globo não pisa, e o dinheiro dos direitos de TV estão com ela, dona da maior audiência e dos maiores patrocinadores.
Situação parecida quando o Clube dos 13 resolveu peitar a própria Globo pelos valores e divisão dos direitos. Na época, Ricardo Teixeira queria detonar a Copa Sul/Minas e o poder do gaúcho Fábio Koff, então presidente do Clube dos 13. Contou com o melhor amigo da época, entre os presidentes dos clubes, Zezé Perrella, para ajudar no serviço.
Com isso, espero responder de certa forma ao Alex Souza que fez este ótimo comentário no blog, ontem:
* “Olá Chico Maia,
sobre esta saída do Cruzeiro e possivelmente de Flamengo e Fluminense da 1ª Liga espero que o blog apure esta questão. A cada momento surge um fato novo e conto contigo em mais esta. Já li algumas coisas:
– O Superesportes fala em Insatisfação do Cruzeiro com designação de Mario César Petraglia para ser co-presidente, bem como em insatisfação do Cruzeiro com a falta de patrocínio de tv para o torneio;
– O Juca kfouri já escreveu em seu blog sobre afastamento de Gilvan da presidência da Liga por ter “feito visita a Marco Polo Del Nero na CBF” e causando “desconforto na Liga” e a saída do Cruzeiro seria para retaliar diante do afastamento.
– O UOL Esportes alega ter apurado que o motivo seriam “divergências com Alexandre Kalil, CEO da Primeira Liga, em reunião realizada nas Laranjeiras” em face de “tentativa do ex-mandatário do Atlético-MG em colocar Mário Celso Petraglia, seu amigo pessoal e membro da cúpula do Atlético-PR, como co-presidente”, o que “incomodou o dirigente cruzeirense”.
Como sempre, as coisas vão se avolumando, as torcidas tomando partido… Prefiro esperar e não creio que seja um desacordo mineiro. Em momento algum ouvi do ex-Presidente da Liga e do CEO, Gilvan e Kalil, respectivamente, que haja desavença entre eles. Tampouco do Presidente Nepomuceno, do Atlético, que haja algum tipo de disputa com o Cruzeiro por algum interesse divergente na Liga.”
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