Adolfo disse:

Tonho, escrevi em outro post sobre as expectativas exageradas em certos jogadores, que fazem com que se tornem decepções, ainda que demonstrem algum futebol. No Galo, infelizmente, isso é recorrente com alguns jogadores oriundos da base, gerando assim, na minha opinião, uma grande confusão com o termo paciência. Para uns, há falta, para outros, excesso. É verdade que isso é comum em quase todos os clubes do País, mas vou abordar somente o Galo. Quando surge um bom jogador da base, cria-se há uma expectativa exagerada em cima do garoto, imediatamente alçado ao título de “grande promessa”. E logo na sequência quando o futebol oscila, o que é muito normal, passe-se a fase do rótulo de “foguete molhado”. E, na sequência invariável do roteiro, como se percebe no comentário do Jorge, indica-se a saída por empréstimo à outra equipe para que o jovem pegue bagagem, amadurecimento, experiência. Isso deu certo algumas vezes, casos de Mancine em 2001 e, mais recentemente, Giovani Augusto. Em outros, não se consegue tal êxito, como nos casos atuais de Marion, Rafael Miranda, Eron e, o mais “famoso” deles, Renan Oliveira. Pra mim, não há que se fazer correlação absoluta de causa-efeito no sucesso, nem tal pouco já determinar que o empréstimo será o sepultamento da carreira do jogador ao clube. Isso dependerá exclusivamente de cada jogador, do que cada um quer e busca na condução de sua carreira profissional.
E, no meu ponto de vista, Carlos e Dodô estão passando por esse período confuso do pedido de “paciência” ao torcedor. Ainda mais confuso pelo que demonstram. Ambos surgiram da necessidade imediatista, e pontual, de recomposição do elenco. E trouxeram consigo muitos defeitos que deveriam ter sido corrigidos nos juniores. E vale a ressalva de que ambos chegaram a ser reintegrados as categorias de base antes de serem firmados ao elenco profissional. Mas, como disse acima, cada um demonstra potencial diferente. Carlos foi centroavante definidor na base. No profissional, passou a ser atacante pelas pontas e a desempenhar, com relativo sucesso, funções de recomposição na marcação. Tem se esforçado taticamente, mas é cobrado pelos seus defeitos e limitações técnicas, que, penso, possam ser corrigidos. E necessita de paciência. Não vai se tornar “craque” nunca, mas pode se firmar com um jogador bom e regular, útil ao elenco. Diferentemente do Dodô, dificilmente se enquadrará na definição de bom jogador. Pra mim, é outro Renan Oliveira, outro Tchô. Lento, desinteressado, com alguns raros lampejos técnicos e frequente improdutividade tática. Perderá espaço no elenco, será emprestado, e seguirá a sina dos demais. Para isso, é questão de tempo e não adianta paciência.