Pela situação dos dois times, era de se imaginar um jogo de muitos gols. Mas a eficiência tática de ambos e oportunidades desperdiçadas dos dois lados, também, fizeram o grande clássico terminar em 1 a 1. Até o gol do Atlético, aos 31 do primeiro tempo, era uma partida “banho maria”, lenta, respeito natural de um pelo outro, principalmente porque os dois precisavam da vitória. Com defesas bem postadas e com falhas corrigíveis, só alguma jogada de craque ou um lance pelas pontas para que saísse gol. E foi no cruzamento do Fábio Santos que o Cleyton se antecipou à zaga cruzeirense e fez 1 a 0.
Jogo incendiado, Cruzeiro buscando o empate, Ábila, que não costuma errar, errou, na melhor oportunidade que o time teve, aos 42. E o primeiro chute a gol da Raposa foi aos 27, com o Rafael Sóbis, nas mãos do Victor.
O segundo tempo foi bem melhor, e o Junior Urso, aos oito minutos, na cara do Rafael, não fez o gol que poderia garantir a vitória. Com uma bola na trave para cada lado, Robinho no primeiro tempo para o Galo, e Ábila, no segundo, para o Cruzeiro, o empate ficou de bom tamanho. Mas, ruim para os dois.
Mano acertou
Menos mal para o Cruzeiro que conseguiu empatar num momento em que o Atlético controlava a partida e tem melhores valores individuais. Vi o jogo em meio a mais cruzeirenses que atleticanos, no camarote da Bhrama. Criticaram o Mano Menezes por tirar o Rafael Sóbis; achavam que o Robinho quem deveria ter saído. Discordo deles. Para mim, Mano acertou.
Mexidas
Em condições normais de “temperatura e pressão”, não se tira Fred e Robinho para colocar quem quer que seja, principalmente em um clássico. Os dois ou, um ou outro, costuma ser decisivo. O Cruzeiro cresceu com essas substituições feitas pelo Marcelo Oliveira. O empate cruzeirense foi de jogada ensaiada, belíssimo. Com Élber cruzando para Robinho, o que a torcida queria que saísse, empatar.
Para endinheirados
Antes, a pobreza ia aos estádios, lotava, principalmente a geral, e arquibancadas, enquanto quem tinha mais dinheiro assistia pela TV. Agora, na chegada ao estádio, quem presta atenção nota a mudança colossal: estádio é para quem tem dinheiro e isso é visto nos rostos, nas roupas e no estilo, de homens e mulheres, jovens e maduros.
Nem por isso
Há quem diga que as brigas e confusões nos estádios diminuíram porque a pobreza foi afastada, que o “nível de gente” que frequenta, melhorou. Grossa mentira, e neste clássico testemunhei, mais uma vez, cenas inacreditáveis de selvageria de gente “acima de qualquer suspeita”, da elite da capital de Minas Gerais. Como dizia Paulo Francisco, “A ignorância é a maior multinacional do mundo”.
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