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A morte de um colega norte-americano no Catar e o sucesso da cirurgia do Lélio Gustavo em Belo Horizonte

Grant Whal era muito conhecido nos Estados Unidos e tinha mais de 800 mil seguidores no twitter

Enquanto éramos informados que o comentarista Lélio Gustavo (Rádio Super), já está em casa, depois do sucesso da cirurgia para implantação de três pontes de safena, no Hospital Vera Cruz, fomos surpreendidos com uma péssima notícia, daqui: morreu na madrugada deste sábado, o jornalista Grant Wahl, 48 anos, de Nova Iorque. Um comunicado do presidente da FIFA, Gianni Infantino, e mensagem de pêsames à esposa e amigos, do colega, que passou mal na tribuna de imprensa do estádio Lusail, ontem, durante Argentina 2 x 2 Holanda. Ele caiu, sentindo dores no peito, foi socorrido no local, levado a um hospital, mas não resistiu. A princípio, fala-se em infarto, mas também há suspeitas de ter sido consequência da COVID.

Segunda-feira, dia 5, Grant Whal recorreu aos serviços do posto médico do Centro de Imprensa de Doha, e registrou no twitter:

“Meu corpo quebrou. Três semanas de pouco sono, muito estresse e muito trabalho podem fazer isso com você”, escreveu Wahl. “O que tinha sido um resfriado nos últimos 10 dias se transformou em algo mais severo na noite do jogo EUA x Holanda. Eu senti pressão e desconforto no peito. Eu não tinha Covid (faço exames regularmente aqui), mas fui à clínica médica do principal centro de mídia e disseram que provavelmente tenho bronquite. Eles me deram antibióticos e um xarope para tosse forte”.

Grant Whal é aquele jornalista que teve problemas com a polícia do Catar na primeira rodada da Copa, por usar uma camisa de apoio ao movimento LGBTQ, que na sequência passou a ser permitida pelas autoridades locais. Sobre isso, ele twittou, no dia: “fui “brevemente” detido por usar camisa com as cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBTQ em um país onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais.”

 

Entre chocados e assustados, colegas comentam que, aqui, não se fala nada sobre Covid durante a Copa no Catar. Nem parece que o mundo passou por este enorme problema recentemente. Todas as exigências de prevenção, previstas pelo país e pela FIFA, para quem quisesse vir à Copa, caíram poucos dias antes de o evento começar. E não se falou mais no assunto.

Pouca gente usa máscara, apesar das recomendações por meio de pequenas placas nas estações de metrô.

Dentro dos ônibus que nos transportam por aqui, muita gente tossindo e raras máscaras podem ser vistas protegendo alguém. Ou seja, estamos às “escuras” neste assunto.

Ontem, o companheiro Sérgio Utsch, de Belo Horizonte, correspondente do SBT na Europa, apresentou sintomas, mas fez o teste e deu negativo. Era gripe e está bem melhor hoje.


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Comentários:
1
  • Ives Teixeira disse:

    Nossa, Chico.

    O impacto do falecimento de alguém em condição tão próxima, em uma tribuna de imprensa, escancara as nossas vulnerabilidades.

    Pode ter sido um acontecimento inevitável, feito o do Bussunda em 2006, ou ter sido uma Covid-19 não identificada.

    As especulações não cessam.

    Até ameaças de morte ao Grant Whal estão em discussão.

    Será que é possível confiar nos testes de Covid-19 disponíveis/realizados no Catar?

    Os médicos daí podem agir feito vários aqui no Brasil, com desdém a doenças e receitando xaropes milagrosos e cloroquinas da vida?

    A negação pela ausência de evidência produzida sobre tudo que possa desagradar quem manda parece ser banal por aí.

    O que é inominado não existe, ninguém sabe, ninguém viu.

    A estratégia catarense é muito além da evidente artificialidade assustadora.

    O desejo que os jornalistas brasileiros e todos os outros profissionais que aí estão voltem logo, em segurança, com a devida saúde.

    O Brasil do futuro receberá a todos com aquele abraço.

    Obs.: que o Metralha tenha uma pronta recuperação, sem mais sustos pelo longo caminho ainda a seguir.

    Abraços, Chico e leitores.