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O direito e o dever de ir ou não a qualquer velório

A jornalista Dorrit Harazim publicou no twitter dela, essa foto com essa informação: @dorritharazim

“David Beckham na fila de 12 horas no velório de sua rainha. Nossos bifeiros de 24 quilates acharam incômodo ir até Santos para se despedir do rei.”

***

Tem gente que adora um velório, principalmente daqueles em que há muitos “comes e bebes” e o evento se torna um momento de confraternização e reencontro de pessoas que há muito tempo não se vêm. Eu não gosto. Só vou quando não tem jeito de não ir, pela proximidade familiar ou importância profissional.

É muito pessoal e respeito demais quem também não gosta. Mas, há situações em que aquele velório se torna um dever institucional para alguns, que precisam cumprir com o papel, em nome de uma categoria ou da história.

Caso do Pelé, por exemplo. O futebol profissional brasileiro deve demais a ele, principalmente os grandes clubes e os poucos jogadores que tiveram o privilégio de vestir a camisa da seleção e que foram campeões do mundo.

Ainda que não fossem todos, porém, que se organizassem e nomeassem um para representa-los. Os capitães, por exemplo. Dunga, capitão do Tetra, está por aí. Foi até técnico da seleção. Cafú, o capitão do Penta, não perde nada. Fui moderador de um evento em que ele era a principal atração, promocional da Copa de 2014, em Uberlândia. Claro, que tinha um bom cachê, para os debatedores e para o moderador, né?

Eles estão sempre em contato. Sempre vão a eventos da CBF, Conmebol e principalmente FIFA. No Catar, tinha um punhado lá.

Recentemente, Kaká, o “bom mocinho”, reclamou que os ex-jogadores brasileiros não são devidamente valorizados. Concordo. Então, ele deveria ter dado o exemplo, aproveitado o velório do Pelé para dar mais eco a essa reclamação. Os mais de mil repórteres que estavam ansiosos por entrevistas no velório do Pelé, repercutiriam o protesto dele para o mundo inteiro.


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Comentários:
8
  • Luiz disse:

    Estarrecido aqui com esses terroristas, facistas e bandidos atentando contra o patrinônio publico e a democracia. Isso está se espalhando no país inteiro. É o gado bolsonarista sendo guiado e financiado por empresários nessa tentativa torpe de tomar o poder. Passou da hora da acabar com essa atitudes terroristas. Passou da hora da policia tirar esses aposentados que estão ganhando 50 reais para ficar impedindo o direito de ir e vir das pessoas. Felizmente essa tentativa de golpe não deu. certo A Democracia vai continuar , firme e forte. Se quiserem o poder, que os opositores se reorganizem e tentem ganhar nas urnas nas próximas eleições. Ditadura nunca mais. Quem pede isso de volta, certamente não viveu os anos de chumbo no Brasil.

  • Alisson Sol disse:

    Na sua própria entrevista, o David Beckham afirmou que estava na fila representando seus pais. Nem sequer citou que ali estava por ser um membro de uma das ordens reais da Grã-Bretanha. Representava aqueles que mais amou na vida e que sabe que gostariam de ali estar. Mais do que um cidadão, jogador de futebol ou famoso, mostrou ser um bom filho.

    Muitos que estão cobrando presença desta ou aquela pessoa no velório talvez não tenham ido ao velório de uma pessoa que teve muito mais importancia em suas vidas. Ir a velório de famoso para aparecer é fácil. Mais fácil ainda é ficar na internet cobrando os outros…

  • Stephen de Souza disse:

    Brasileiro, acostumado com Genocídio desda a sua descoberta, trata a morte com naturalidade das dificuldades do cotidiano.

    Não respeitamos a vida, e muito menos a morte !

  • Victor Maia disse:

    Ronaldo apenas enviou coroa de flores… Quando não tem mordomia de Infantino e da Fifa, aquela turminha do “bife de ouro” não vai mesmo.

  • Luiz disse:

    Cobrar isso é balela Chico. A gente sabe que a mentalidade de jogador de futebol é minúscula e jamais irá entender a sua importâncias no contexto do futebol. São principalmente formadores de opinião. Renegam sua própria história Um bando de imbecís que só sabem ostentar com roupas de marcas , carros de altíssimo luxo. restaurantes caríssimos ( vide o bife de ouro). Não era fã de Pelé ( talvez o Edson) pelas suas atitudes às vezes duvidosas, mas não há como negar que foi , é e será o melhor do mundo. Entendo que as desculpas esfarrapadas desse jogadores serão ditas aos quatro cantos e vamos fingir que acreditamos neles. Agora Pelé teve o merecido reconhecimento, foi carregado pelo povo, tanto nas alegrias quanto em sua despedida fúnebre e isso é tudo!

  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    Esse é um assunto delicado, Chico. Envolve parentes, opinião pública, perdas pessoais, sentimentos de gratidão e mais um monte de coisas. Mas eu concordo com você.

    Também não gosto de ir, e só vou nas mesmíssimas situações que você citou.

    Mas tem algo estranho nesse caso do Pelé. De todos os campeões mundiais vivos, apenas um (Mauro Silva) se fez presente. Nem mesmo os atletas que disputaram copas do mundo mas não foram campeões apareceram.

    Isso sugere – atenção, eu disse “sugere” – algum tipo de cisma ou stress com o Pelé. Talvez causado por ele próprio, talvez causado por alguma outra coisa que nós nem imaginamos. Mas que é muito estranho isso é.

    De todos esses, o que ficou mais “mal na fita” foi Kaká, que no Qatar encheu a boca para falar que os brasileiros não respeitam seus ídolos. E não foi ao velório. Babaca é o que ele é.