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E lá se foi o Jamil Salomão, representante da última safra de grandes dirigentes reveladores de craques do Atlético

Em 1980 Jamil Salomão virou figurinha concorrida do álbum do Atlético, criado pelo Adelchi Ziller

Nunca é tarde para se homenagear a quem merece.

Na quinta-feira, 23, o primeiro a deixar uma mensagem com a triste notícia foi  o Marco Antônio Bruck, famoso e histórico “plantão” da Itatiaia, atualmente aposentado, grande companheiro dos meus tempos de Rádio Capital. Ele e o Jamil se tratavam como “primo” e eram muito amigos.

Mais tarde o Conselho Deliberativo do Atlético emitiu um comunicado oficial:

“Com enorme pesar comunicamos o falecimento do nosso Conselheiro Nato, Sr. Jamil Geraldo Salomão.

Nascido no dia 15/08/1930, em sua passagem, foi o primeiro Diretor da categoria Dente de Leite, cargo esse que ocupou por mais de 20 anos, contribuindo assim para formação de craques que escreveram a história do Clube e um deles, em especial, encantou o Brasil e o mundo, o genial Reinaldo. Sempre atuante nas reuniões do Conselho Deliberativo, participou de importantes pautas que engrandeceram ainda mais a nossa instituição.

O velório será realizado hoje, dia 23/02, das 13h às 16h30min, no Cemitério do Bonfim (Rua Bonfim, 1120 – Bonfim – Belo Horizonte)

Aos familiares e amigos, nossos sinceros sentimentos…”

Daí a pouco o Globoesporte.com divulgou e o Fred Ribeiro twittou:

“Faleceu Jamil Salomão, conselheiro e ex-diretor das categorias de base do Atlético. Seu filho, Eugênio Salomão (o Baiano) também tem anos de serviços na base do Galo, e cuida da Aexcam, associação dos ex-atletas do clube.”

Pela idade dele, 92 anos, e pelo nome citado, dentre os jogadores “garimpados” pela base do Atlético nos tempos em que ele diretor, vocês já sentiram o tamanho da importância dele no futebol, em especial no Galo, por quem ele era apaixonado, não é?

Acima de tudo, era uma figura humana fantástica, sempre disposto a ajudar a quem o procurava. Sempre de bom humor, sorriso permanente. Dirigente de uma era romântica do futebol, que ao invés de receber excelentes salários, como é atualmente, muito pelo contrário, punha dinheiro do bolso, ajudando a bancar a estrutura do clube.

O futebol mudou demais, virou um grande negócio, e piorou em muitos aspectos. Nas categorias de base, por exemplo. Mistério total, em que os interesses do clube muitas vezes são deixados de lado, em prol dos interesses particulares dos dirigentes e seus sócios ocultos, empresários e agentes.

Jamil pertencia à última geração romântica e transparente dessa área no país. Pai do Eugênio Salomão (Baiano) e do Branco, que tentaram se tornar jogadores profissionais, mas não conseguiram chegar ao estrelato, porque a concorrência era gigante e o pai era honesto, e não passava dos limites para dar força aos filhos. Baiano se tornou um treinador de sucesso, principalmente na revelação de jogadores e em clubes do interior; Branco seguiu a trajetória do Jamil, porém, como empresário do ramo de material elétrico.

Sempre apoiados pela mãe, D. Vilma, a patroa do Jamil, outra figura sensacional, a quem mando meu abraço, e aos filhos e tanta gente mais que admirava o “mestre”.

Aqui, o convite para a missa de sétimo dia, que será na próxima terça-feira:

Saudades do Jamil Salomão. Que descanse em paz, e até um dia.


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Comentários:
1
  • Solange Maria Simões disse:

    Tio Jamil, meu padrinho, meu tio, mto querido por todos na família, conversava sobre qualquer tipo de assunto, gentil, carinhoso, pessoa ímpar, agora ficou só a saudade, até breve tio- padrinho.