O Cruzeiro está certo em brigar pelos seus direitos e o Consórcio Minas Arena, idem, pelos direitos dele
Na doutrina jurídica “Jus sperniandi”, é o direito de recorrer, mesmo quando a situação está perdida ou quase perdida para a parte que recorre. No popular, é o “direito de espernear”.
Ronaldo está sabendo se utilizar bem das torcidas organizadas, que ele mesmo atacou recentemente nas redes sociais dele, quando foram protestar na Toca da Raposa, pedindo um time à altura das tradições do Cruzeiro.
Mas, recorrendo também a uma frase, da sabedoria popular, da roça, “se grito resolvesse, porco não morria”.
O Consórcio Minas Arena está amparado em contrato de Parceria Público Privada – PPP -, com o Estado, muito bem redigido, fruto do edital de licitação para a reforma do Mineirão, visando a Copa do Mundo de 2014. Por ironia do destino, ideia de um grande cruzeirense, o então governador Aécio Neves, que prometia entregar o estádio para o Cruzeiro e o Atlético depois do Mundial. Na hora agá, quando foi publicado o edital, os clubes ficaram sabendo que não teriam direito de nem sequer participar da licitação.
E deu no que deu.
Para romper este contrato, que vai até 2037, é só indenizar às três empreiteiras que formam o Consórcio Minas Arena, com as devidas penalidades previstas no contrato, que depois de devidamente calculadas devem chegar a alguns bilhões, ou nem tanto.
Porém, movimentos como os que estão sendo feitos, trarão algum efeito positivo sim. Na audiência pública de ontem na Assembleia Legislativa, lendo o mesmo contrato (coisa que o Cruzeiro não deve ter feito quando assinou a parceria com o Minas Arena), o representante do governo do estado lembrou que o estádio tem obrigação de receber até 66 jogos de futebol por ano. Daí, fica escancarada a possibilidade de um acordo entre as partes, já que o Cruzeiro pode se amparar neste item contratual, bem utilizado pelo Atlético em 2013, quando ele jogou sem pagar aluguel, a final da Libertadores da América contra o Olímpia. E, para o bem do futebol mineiro, ganhou, não é!?
Que se chegue a um acordo e a torcida cruzeirense possa continuar lotando o Mineirão, como fez nos últimos anos, mesmo disputando a Série B do Brasileiro.
Foto: twitter.com/Mineirao
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