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Finalmente Cuca fala abertamente sobre o caso na Suíça, e a condenação. Se arrepende de não ter falado mais, antes

Foto: @Corinthians/Rodrigo Coca

A vítima não o reconheceu como um dos estupradores, em três depoimentos. Ele foi condenado por fora julgado à revelia, pois o Grêmio, seu clube da época, não se mexeu e ele não tinha cabeça nem dinheiro para tomar as providências que deveria tomar.

Isso há 36 anos atrás. Como o assunto parecia ter morrido ele não se pronunciava sobre isso. Nem mais recentemente, quando começou ser questionado. Foi o seu grande erro, pois a desinformação geral o transformou num monstro. Afinal, foi condenado. Parece que, injustamente, mas enfrenta as consequências de não ter esclarecido e nem se defendido juridicamente, já que a condenação existiu.

Grande parte da coletiva de apresentação dele pelo Corinthians, hoje à tarde, foi sobre isso:

“Eu não sou do mal; eu não sou bandido; não sou culpado de nada. Sou inocente. Tenho minha consciência tranquila, durmo tranquilo. Eu sou uma pessoa decente, acima de tudo. Minha bandeira sempre foi a correção”

 

“Subiu uma menina para o quarto em que eu estava com mais três jogadores. Eram duas camas de casal. Essa foi minha participação. Sou totalmente inocente; tenho uma lembrança muito vaga, porque faz muito tempo. O quarto era em formato de L; você não sabe, você não vê”.

 

“O mais importante não é a palavra da vítima? Ela falou: ‘Eu não o conheço, não vi, não estava’. Foram três vezes. A palavra da mulher era que o Cuca não estava lá. Como posso ser condenado? Pelo quê?”

 

Segundo a Folha de S. Paulo, Cucaa foi “… liberado ao fim da fase de instrução no processo… voltou ao Brasil. No julgamento, teve sentença de 15 meses de prisão e pagamento de US$ 8.000, mesma pena aplicada a Henrique e Eduardo. Fernando foi considerado cúmplice e condenado a três meses de prisão, com multa de US$ 4.000… não foi à Suíça para se defender nem para cumprir a pena estipulada…”

 

“Eu era um quebrado, tinha 23 anos, não tinha dinheiro para pegar o voo. Fiquei sabendo que fui condenado, coisa de um ano depois. Se eu pudesse voltar ao passado, iria lá. Pronto. Já estou absolvido”

 

“Por que devo desculpa para a sociedade se eu não fiz nada? A vida passou quase 37 anos. Joguei aqui do lado, treinei vários times, nunca fui questionado. Nos últimos dois anos, a coisa mudou. O mundo mudou, de um jeito melhor, a mulher tem uma defesa muito maior, e sou parte disso, quero isso. Sou pai, sou marido, sou filho. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas.”

 

Ele reconhece que cometeu dois erros: não ter se defendido no processo e não ter falado mais sobre o assunto antes. Sobre o Corinthians, que vai dirigir pela primeira vez, disse:

“Estou energizado. Vou fazer um bom trabalho aqui. Tenho certeza e convicção de que vou fazer um bom trabalho aqui. Hoje, pode ter protesto, e eu vou passar por cima de tudo. Se tiver protesto, vou saber como passar por cima, mas de consciência tranquila. Isso é a maior coisa que um homem pode ter: saúde e paz. Você tendo isso, você dorme tranquilo. Eu durmo tranquilo, graças a Deus.”


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Comentários:
3
  • Edson disse:

    Na verdade, me lembro de ele falado também quando veio para o Galo e houve muito questionamento por parte da torcida (acho que em 2021), dando essas mesmas explicações sobre o mesmo assunto.

  • Raws disse:

    Tudo bem, ele deveria ter “falado” algo antes, porém como ele mesmo afirma, a sociedade nunca o puniu. Aí a nova sociedade(mais podre do que frutífera), resolve condená-lo. Se ele abrisse a boca poderia crucificar algum colega, imaginando o ocorrido, não falaria também. Diferente de casos de estupro que infelizmente acontecem de forma covarde.
    O maior fato é, Cuca é muito melhor dos que o criticam pelo tal fato.

    • SERGIO ROBERTO disse:

      Concordo plenamente. Vivemos uma era de muita hipocrisia. Muitos pseudo jornalistas, ex jogadores ( que eram drogados, bêbados, etc ) são os mais contundentes em condenar o Cuca. Como se em nosso país não houvesse um festival de bandidos ( artistas, políticos, empresários, religiosos, etc ) vivendo tranquilos como se fossem anjos. Bando de canalhas.