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Fim da linha para a seleção feminina na primeira fase da Copa. Fim do “oba-oba” e do “futebol comercial”

Foto: twitter.com/FIFAWWC

A Jamaica fez “vaquinha” para conseguir mandar sua seleção para a Copa da Austrália/Nova Zelândia. Venceu a França e eliminou o Brasil

Com todas as dificuldades de estrutura e dinheiro, o hoje saudoso técnico Vadão conseguiu levar a seleção feminina às oitavas da Copa da França em 2019. Foi eliminada na prorrogação, pela França, fortíssima, que jogava em casa. Na fase de grupos, venceu a Jamaica por 3 a 0,  perdeu de 3 a 2 para a Austrália e venceu a Itália por  1 a 0.

Nesta Copa da Austrália/Nova Zelândia, nunca se investiu tanto dinheiro numa seleção feminina, antes e durante a competição. Começando pela treinadora, uma “estrangeira”, que iria “revolucionar” a seleção, a sueca Pia Sundhage. A delegação que viajou para a Copa, gigante, 60 pessoas, a maior da história da CBF, e viajou dia 3 de julho, muito antes da estreia, dia 24, para se “adaptar”.

Adaptar a o quê: o clima tropical (igual ao nosso) da Austrália? A altitude? Mesmo nível do mar?

Na verdade, a imprensa, leia-se Globo (o resto vai a reboque) criou um clima em torno dessa seleção como se ela fosse uma das favoritas ao título. Mesmo tratamento dado à seleção masculina antes de qualquer Copa. Tudo em nome da audiência e interesses comerciais.

Aí, a bola rola, a realidade bate à porta e vem a eliminação na fase de grupos.

Vida que segue!

***

Comentário do Bernardo Montalvão, aqui no blog:

“Mais um produto enganoso nos enfiado goela a baixo pela mídia capitalista, a seleção brasileira de futebol feminino. Antes da Copa: Brasil, vamos colocar uma estrelinha no peito, na verdade, uma piores seleções da Copa. Não tem coletividade, jogam em ritmo de pelada, correm muito com a bola, muitos lançamentos e passes a esmo. Por outro lado a técnica tem cara de derrotada, não mexe no time, precisando vencer e não coloca atacantes, é uma pedra de gelo na beira do campo, não motiva as atletas, enfim; um fracasso total numa chave relativamente fácil. Até a próxima copa, já que no Brasil tudo só piora, a mídia com o mesmo sensacionalismo $$$ de sempre e o brasileiro que esquece de tudo de um dia para o outro.”


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Comentários:
8
  • Marlon Brant disse:

    Chico, boa tarde. Fim de feira, a Globo tentou de todas as formas fazer da Seleção Feminina a mesma coisa que fez com a Masculina e deram com os burros n”agua. Muita dancinha, minhas amizades, muitos “novos casais, muita exposição das vidas intimas, mas futebol de verdade nadinha de nada !!! Vergonha sair da Copa do Mundo pelos pês da Jamaica……enfim mais uma sonhos das seleções jogado fora !!!!!

  • Márcio Luiz disse:

    E lá se foi a “lacração brasileira” da Globo.
    Quá quá quá!!!

  • Mauro Lopes disse:

    O futebol feminino brasileiro avançou muito nos últimos dez anos, especialmente a seleção, que chegou no nível das principais do mundo. Na minha opinião, o que tá faltando é a CBF botar um técnico de primeiro linha para comandar as meninas. O trabalho da Pia foi fundamental, mas bateu no limite principalmente porque até hoje ela não consegue falar português. Já que o Fernando Diniz vai dar lugar para o Ancelotti daqui a pouco, porque não colocá-lo na seleção feminina? Esse é o próximo passo, um técnico da prateleira de cima á frente da seleção feminina. Aproveita a saída da Martha e faz uma mudança total na comissão técnica.

  • João Carlos disse:

    Futebol feminino é um sub-esporte que pode ser comparado a pebolim (totó, em algumas regiões); cuspe à distância; jogos de tabuleiros (damas, ludo, xadrez); queimada, rouba-bandeira… Só embarca nessa quem tem algum tipo de interesse, o que é legítimo, mas como esporte de competição, é um zero à esquerda e muitos zeros à direita (depois da vírgula).

  • STEFANO disse:

    Todo esse clima criado pela Globo que de uns tempos para cá começou a misturar um monte de coisas com futebol, não que algumas não sejam necessária, como racismo, preconceito sexual e outras coisa abomináveis, mas aí vem a Globo equiparar futebol feminino e masculino, discutir diferença salariais, feminismo. Você que é de Sete Lagoas, Chico, lembra das meninas jogando futebol na Praça de Esportes, nunca houve impedimento para isso. Agora, querer que o futebol feminino tenha as mesmas verbas publicitárias e adesão do torcedor, com um nível técnico muito menor? A Globo forçou e o clima de velório veio. Eu nem sabia que teríamos Copa feminina esse ano, não vi nenhum jogo, e ainda queriam ponto facultativo em dia de jogo,ora, tenho mais o que fazer, fui no SAEE resolver um problema de um cliente estava fechado por conta de jogo. Nunca seremos um país rico, nossa pobreza vem de mentalidade.

  • Fred disse:

    É bem isso, Chico! Ótima análise. Acompanho o futebol feminino há tempos, houve uma evolução no Brasil, especialmente com a criação de uma liga feminina (e campeonatos menores, acompanhando). Saímos do futebol “pebolim” para partidas com clara evolução técnica e tática. Ocorre que no mundo todo o futebol feminino também evoluiu. E o Brasil é coadjuvante no esporte. A conversa de “país do futebol” não se aplica ao Brasil, por mais que doa a esse ufanismo na hora errada.

    A própria partida contra a Jamaica comprova isso. A seleção jamaicana se dispôs a não levar gol, sabendo que passaria de fase com isso. E o Brasil não soube reverter a situação. Entrou no oba-oba de que era favorito, forçou a barra com uma ex-jogadora (claramente a TV mandou Pia escalar a Marta), e não teve qualidade técnica pra fazer sequer uma bola entrar. Alguém tem dúvidas que EUA, França ou Alemanha teriam goleado a Jamaica em situação semelhante?

    No mais, torço pra que a próxima geração de atletas, já formada na base, consiga promover a seleção feminina realmente a uma equipe com qualidade pra disputar as posições de cima nos campeonatos internacionais.

  • Jerônimo disse:

    Falta ao futebol feminino Brasileiro uma coisa básica em qualquer esporte: fundamentos e formação de base.

    O gol da vitória da França, de escanteio, mostra um erro infantil. Todas as jogadoras estão marcando a bola e não as jogadoras da França, logo elas não percebem a infiltração da jogadora francesa que correu sozinha e marcou o gol de cabeça. Fundamento básico de marcação que se aprende, logo cedo, no futebol.

    Como as jogadoras brasileiras não passam por escolinhas, não disputam competições juvenis e não tem divisão base elas tem falhas pueris como essa. Todas as outras grandes equipes de futebol feminino têm o futebol inserido nas escolas, times profissionais e ligas competitivas de futebol feminino.

    Uma confirmação disso é o voleibol, que no Brasil é muito difundido nas escolas e nos clubes sociais, consegue formar atletas e tem competições e ligas fortes. Resultado: a seleção de vôlei feminino conquistou vários títulos e medalhas.

    Não há esperança alguma, de no curto prazo, o futebol feminino do Brasil produzir algum resultado.

    • Fred disse:

      Quando a França fez aquele gol bobo no escanteio, eu pensei “olha o Brasil saindo da Copa”… Porque estava claro que a Jamaica brigaria pra não perder, segurando a segunda colocação, deixando pra Brasil e França brigarem pela liderança.

      E o caminho é esse mesmo, a base. Penso que essa seleção é a da transição: jogadoras ainda semiamadoras, profissionalizadas com a criação das equipes femininas no país. Mas as escolinhas estão surgindo, devagar, mas estão. Espero que em uma década as meninas de hoje cheguem aos clubes e Seleção, pra aí sim disputarmos títulos.