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Pragmático para uns, retranqueiro para outros. Começa a era Zé Ricardo no Cruzeiro

Minha coluna no BHAZ:

Zé Ricardo, novo técnico do Cruzeiro sob a ótica de quem o conhece

Entendo que o momento da mudança, meio do campeonato, é que não é o mais oportuno, porque em termos de capacidade, Pepa por Zé Ricardo me parece uma troca de seis por meia dúzia.

Liguei para quatro amigos que conhecem bem de perto o trabalho dele, pois seus times já foram treinador por ele. Um vascaíno, dois flamenguistas e um botafoguense.

O botafoguense é de análise mais fria, já que se trata do jornalista Régis Souto, um dos melhores comentaristas que conheço. Diz ele:

“Muito mediano para a situação que o Cruzeiro precisa reverter. Tirando um bom início de carreira no Flamengo montado pelo Muricy e depois no Vasco, não fez mais nenhum trabalho vitorioso. Acompanhei quando ele treinou o Fogão e não vi nada que alterasse a cotação do dólar. Acho que o erro do Cruzeiro foi contratar o Pepa, especialista de segunda divisão do campeonato português.”

As opiniões mais incisivas vieram de um vascaíno, cujo time se encaixa em perfil semelhante ao do Cruzeiro atual, e de um flamenguista que tem sérias restrições ao trabalho dele.

O flamenguista, que acompanha o noticiário até de treinos do time é o Waldívio Marcos de Almeida, de Diamantina, que desce o bambu no Zé Ricardo: “É um retranqueiro, desses que quando o time dele faz um gol recua todo mundo para segurar o resultado. Um bom exemplo dele no Flamengo é que ele pegou o volante Cuéllar, titular da seleção colombiana e o deixou na reserva do Márcio Aráujo durante um ano inteiro, o que fez com que ele perdesse a titularidade na Colômbia. Precisa dizer mais alguma coisa?

Trata-se de um zero à esquerda. Se dirigisse a seleção brasileira não conseguiria classificá-la para a Copa do Mundo. Acredito que o Cruzeiro não passará de seis meses com ele e vai se arrepender de ter contratado.

Já o vascaíno Dr. Antônio de Pádua “Padinha”, de Teixeiras (perto de Viçosa), é só elogios ao Zé Ricardo: “Foram duas passagens boas dele no Vasco, muito boas: a primeira inclusive, ele pegou o time quase na zona de rebaixamento e ainda classificou para a Libertadores. Na segunda passagem fez a pontuação que subiu o Vasco! E só saiu porque o clube ia virar SAF e ele não tinha garantias se o contrato seria renovado. Preferiu aceitar proposta do Japão, e o fez bem.

É um cara pragmático, não é do futebol bonito, tipo Fernando Diniz. Primeiro ele foca bem a defesa, acaba com os espaços, faz o time jogar, com as linhas bem juntinhas, pensando sempre em pontuar.

É chamado de “pontuador”, um ponto aqui, três ali e o time atinge o objetivo. É o cara certo para o momento que vive o Cruzeiro.  

É um cara que trabalha bem a base, foi campeão da copinha pelo Flamengo. Foi o primeiro a dar oportunidade para Vinícius Junior e Paquetá. Também para o Andrey no Vasco, que foi vendido para o Chelsea.

No Flamengo era criticado por manter o Márcio Araújo como titular, mas todo treinador que passou por lá o mantinha, não apenas o Zé Ricardo.”

O outro flamenguista, de Guanhães, professor Walmisson Regis, vê o Zé Ricardo como comum:

“Fala, Chico!!!
… não tenho uma opinião formada. Mas na prática, ele não tem nenhum trabalho digno de grandes louros. Ele subiu com o Vasco, mas me lembro que num sofrimento danado. O último jogo contra o Ituano eu assisti, foi inclusive um resultado duvidoso. Parece que ele sempre começa até bem e depois despenca. O Cruzeiro nesse momento tem que entender que é um time fraco, que tem que jogar como pequeno para não rebaixar.”

Pelo visto, para segurar o Cruzeiro na Série A, vai dar certo. E de repente, pode até surpreender e chegar mais em cima na classificação, com vaga na Sul-americana e até Libertadores

https://bhaz.com.br/colunas/gosta-de-trabalhar-com-a-base-lancou-jovens-no-flamengo-e-no-vasco/

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