Raul Otávio da Silva Pereira disse:

O momento é difícil para o Cruzeiro e para os cruzeirenses (aqueles de verdade, não os bandidos vestidos de azul).

Mas é preciso ponderar alguns aspectos:

1 – Já passou da hora de se criar mecanismos de controle para que torcedores ensandecidos não prejudiquem os clubes, que na maior parte das vezes não tem nada a ver com o comportamento criminoso de alguns tantos. Longe de querer livrar a barra do Cruzeiro – afinal, esse é o protocolo em vigência atualmente; se os torcedores aprontaram o time é que paga o pato – não é possível que isso continue acontecendo. Eu faço merda e você paga, é assim ??? Fiquei imaginando com meus botões qual seria a solução, e a única coisa que me veio à cabeça é o cadastramento de torcedores e a utilização de catracas com reconhecimento facial e ou biométrico. Quem tá fichado não entra; simples assim.

2 – é claro que a responsabilidade pela confusão em Curitiba é desses marginais de azul, mas é preciso deixar claro que o estádio – quem já foi a Curitiba sabe, é aquele que fica na entrada da cidade para quem chega do aeroporto e vai ao centro – não oferece condições de se bloquear invasões como a que aconteceu. Além do que, o policiamento só apareceu depois que o caldo tinha entornado. Mesmo assim, nada justifica o que aconteceu. Como disse um colega do blog, onde está o estudo que mostra que a violência faz um time jogar melhor ? Além disso, o que esses bostas pretendiam quando invadiram o estádio ? Qual era o objetivo deles ?

3 – qualquer punição que seja superior àquelas que Vasco e Santos sofreram – se não me engano, foram 30 dias sem poder jogar em seus respectivos estádios – será sim uma arbitrariedade e deverá, se ocorrer, ser duramente combatida pela direção da SAF. O que aconteceu em Curitiba não fica devendo em nada, no critério selvageria, ao que ocorreu na Vila Belmiro e em São Januário, mas também não foi maior que nesses casos. Fica muito estranho uma punição “provisória” a essa altura do campeonato, quando Vasco e Cruzeiro (o Santos um pouco menos, mas ainda no bolo) estão em vias de disputar quem ficará com a quarta vaga do Z4. Já contei aqui meu rancor eterno, de quase 50 anos, com o Vasco por conta da final do Brasileiro de 1974, e não me estranharia que forças estranhas provocassem algum dano irreversível ao Cruzeiro nesse momento em que ainda luta com muita dificuldade contra o rebaixamento (estou falando de perda de pontos, como alguém comentou).

Feitas essas considerações, PARABÉNS AOS ENVOLVIDOS – parte da torcida e direção da SAF. Estão seguindo rigorosamente o manual que ensina os passos necessários para acabar com um time, para sempre. Ou alguém acha que um novo rebaixamento, com um número enorme de jogos fora de casa ou sem torcida será revertido facilmente em 2024 ?

Germano Brás disse:

Beneficiou o infrator… São torcidas que só atrapalham os times. É por isso que voltam a fazer de novo.

Silvio Torres disse:

Meu caro Chico, em todo o mundo, EQUIPES são punidas por causa do comportamento de seus torcedores. O caso mais famoso, pelo rigor da punição e pelo ótimo resultado gerado por ela, é o da Inglaterra, que teve seus times afastados das competições internacionais por CINCO anos pelo comportamento dos hooligans. Aqui no bananão estamos sempre a inventar, distorcer ou interpretar á nossa peculiar maneira os fatos, as consequências e os modos de lidar com ele. Tudo depende do “sabe com quem está falando?”. Portuguesa, América e Sport, por exemplo, já sofreram no lombo os rigores da lei com perda de pontos e, consequentemente, posicionamento nas séries do Brasileiro. Para outros, em casos muitas vezes semelhantes, as benesses e as dúvidas de regulamentos e juízes propositalmente confusos e lenientes. Na minha opinião, o correto neste caso seria despachar, sem choro nem vela, tanto o Coritiba quanto o Massa Falida para a segundona. Particularmente, acho que seria um benção para ambos os clubes que, tenho certeza, tomariam medidas drásticas para afastar definitivamente os facínoras de suas hostes. Mas isso é Brasil!