Depois de ouvir, ver e ler tudo sobre a briga entre TVs, clubes e CBF pelos direitos de transmissão do Brasileiro, selecionei dois e-mail de leitores e uma nota publicada ontem, na Folha de S. Paulo, para dar a minha opinião.
Interessante é que ninguém, rigorosamente ninguém, sabe o que vai acontecer. Nem dirigentes de clubes, das TVs, das entidades envolvidas e muito menos jornalistas, por mais informados que sejam.
Depois da desistência da Record de participar da concorrência, ontem, em cima da hora, aí é tudo ficou nublado, pois surgiu uma nova hipótese: será que há um complô sendo armado entre as redes de televisão?
Quando há bilhõe$ envolvidos, tudo pode acontecer, principalmente quando uma Rede TV! entra como única concorrente e vence a disputa.
De sã consciência, quem acredita que a Rede TV! vencerá essa parada e transmitir o Campeonato a partir de 2012?
Empresários, executivos e grandes corporações não pensam com o coração e não fazem gracinha para ninguém. O que importa é o lucro, doa a quem doer!
Preste a atenção nos textos que selecionei antes de escrever sobre o assunto.
Um, reclama do PFC, canal pago, que também pertence à Globo, que não transmitirá ao vivo Guarani x América hoje, pelo Mineiro.
Vai mostrar mais tarde, a gravação, porque custa mais barato, obviamente!
E empresário faz conta de centavos na avaliação de custo-benefício.
E breve estará também na briga pelos direitos do Brasileiro.
Outro texto, vem de Salvador, e mostra que a preocupação é nacional, porque o futebol, ao contrário do que diz a CBF, é de alta relevância social em um país como Brasil.
E o terceiro texto mostra que a audiência da Globo está caindo de ano a ano no Campeonato Paulista, o mais endinheirado do país.
Tudo somado, mais as dúvidas a partir de ontem, nos faz concluir que somos obrigados a recorrer à célebre frase de Sócrates, o filósofo grego e não o filósofo ex-jogador: “Só sei que nada sei!”.
Aliás, sei sim, pelo menos de uma coisa, da qual tenho certeza: tem dirigente de clube querendo acabar de ficar rico, aguardando alguns milhões de euros serem depositados em suas contas bancárias em paraísos fiscais.
O clube dele recebe quase a metade do que deveria receber se negociasse em bloco, mas ele recebe uma gorda soma, por fora, e inventa uma desculpa para os torcedores, apaixonados e enganados.
E não me falem em conselhos fiscais, porque até as águas do Rio Arrudas sabem que, na maioria, esses conselhos no Brasil são controlados pelos próprios presidentes dos clubes.
Confira os textos dos leitores, a quem agradeço, e da Folha:
“Chico,
Sei que o post é sobre outro assunto, mas a gente paga um absurdo para ter o PFC e na hora H ele não transmite os jogos do Mineiro? Amanhã queria ver Guarani e América , mas o PFC mostrara somente o VT as 20:30;
Conforme o link abaixo da programação vou reclamar lá, mas gostaria que você tornasse público esse desrespieto com o consumidor.
http://pfci.globo.com/programacao
abraços
Bessas”
Bairo Ouro Preto
BH
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“Chico,
Bom dia, gostaria de saber sua opnião sobre o embrólio envolvendo o C13 e a Globo, vc não acha que esta desistencia da Record não tem cara de marmelada? Existe o risco de o mesmo acontecer na licitação para TV’s fechadas? Eu como torcedor quero ver o jogo do meu time e não me importa o canal. acredito que isto tudo não passa de um jogo politico e quem sempre acaba perdendo é o torcedor. A minha indagação é como queremos sediar uma copa do mundo se o nosso futebol ainda é amador? Porque esta briguinha dos clubes é coisa de amadorismo, pelo amor de Deus
Até quando vamos aturar isto?”
Carlos Borges
Salvador-BA
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“Futebol paulista cai 30% na Globo”
Na disputa pelos direitos de transmissão do Brasileirão 2012, a Globo amarga uma das piores audiências do futebol em São Paulo.
Em 2004, 17 partidas do Campeonato Paulista registraram na emissora média de 25,6 pontos. Em 2006, o mesmo número de partidas registrou 24,6 pontos.
Neste ano, o total de 16 partidas exibidas marcou média de 18 pontos de audiência. Uma queda de quase 30% em relação a 2004. Mesmo com a reta final do campeonato por vir, dificilmente essa média alcançará patamares muito maiores. Cada ponto corresponde a 58 mil domicílios na Grande SP.
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