Blog do Chico Maia

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Negócios

A criação de oportunidades de negócios paralelos à Copa são intermináveis no país anfitrião, antes, durante e depois da disputa. Em conversas com donos de restaurantes e meios de hospedagem aqui, eles informam que até a Cidade do Cabo, Meca do turismo da África do Sul, teve um aumento considerável em seu movimento.

E trata-se de uma cidade comparável às mais procuradas por turistas do mundo todo, com excelente infraestrutura.


Diversidade

As oportunidades brotam em várias vertentes. Nas artes, por exemplo, que pouca gente imagina ter alguma a coisa a ver com um Mundial desse tipo. Bem no centro da Cidade do Cabo, na Loop Street, existe um tradicional circuito de galerias de arte, que recebeu uma grande injeção graças à Copa. Além de um volume anormal de apreciadores, está recebendo artistas e obras diferentes, de várias partes do mundo, com o futebol como tema, ou não.


Só a bola

Chama a atenção, por exemplo, o trabalho da fotógrafa belga, Jessica Hilltout que mostra exposição com imagens produzidas durante uma viagem de 15 mil km, num velho fusca por dez países africanos captando cenas de futebol rural. São imagens impressionantes, que mostram o quanto este esporte extrapola a compreensão de qualquer um de nós. Em cenários de extrema pobreza, a alegria no rosto de crianças de adultos em função de uma bola de futebol.

Foto: Eugênio SávioIMG_5002x


Gratidão

O grande craque do Real Madri dos anos 1950/60, Di Stéfano, ergueu um monumento em sua casa, com uma bola como destaque. E uma placa: “A ti velha, devo tudo!”. Jessica Hilltout nem dever saber quem é Di Stéfano, e nunca deve ter ouvido essa história, porém, recolheu cada bola das fotos que fez, dando em troca uma oficial. Em agradecimento, os peladeiros diziam “Amen”, que virou o nome da exposição, que pode ser conferida no http://www.jessicahilltout.com

Foto: Eugênio SávioIMG_5007x


Vivas aos chutadores e à Jabulani

O que é pior para um goleiro? Uma bola chutada de 36 metros de distância a 109 km/h ou uma de 28 metros a 98 Km/h? Se perguntarmos aos goleiros Muslera, do Uruguai e Stekelenburg, da Holanda, eles dirão que ambas são impossíveis de pegar, principalmente quando talentosos como o lateral Van Bronckhorst e o atacante Forlan acertam chutes como os do primeiro tempo.

No gol de empate uruguaio, além da trajetória traiçoeira da Jabulani, o zagueiro Heitinga pipocou e tirou o rosto da bola, liquidando com o seu goleiro. Aliás, precisamos tirar o chapéu para o inventor dessa Jabulani, pois se a Fifa resiste em mudar as regras para que o jogo fique mais emocionante, essa bola está colaborando e muito para que haja mais emoções em quase todas as partidas. É óbvio que a tendência seja de qualquer jogo ficar bom quando sai um gol e a Copa teve algumas ótimas partidas graças à necessidade das seleções em desvantagem mudarem seu sistema tático para sair da desvantagem.


Homenagem de despedida

Holanda e Uruguai fizeram uma ótima partida, como se fosse uma homenagem de despedida à Cidade do Cabo, que ontem terminou a sua participação neste Mundial. Uma sede elogiada por todos que passaram por ela.

A exemplo do que vem fazendo nestes seus 100% de aproveitamento na Copa, a Holanda voltou mais articulada no segundo tempo e garantiu a sua chegada a mais uma final até com certa tranquilidade.

E tudo indica que teremos a repetição de 1974, quando a seleção laranja decidiu com a Alemanha, que amanhã enfrenta a Espanha. Se prevalecer o futebol que vêm jogando, os alemães deverão chegar a mais uma decisão, na semifinal de amanhã.


Estranho no ninho

É uma sensação diferente trabalhar numa semifinal de Copa do Mundo sem a seleção brasileira em campo. No centro de imprensa do estádio, poucos colegas brasileiros. Na tribuna, quase só estrangeiros por perto, e por incrível que pareça, lugares vazios, coisa que nunca acontece em jogos do Brasil.

Mas Dunga e seus comandados não fizeram por onde estar em campo hoje na Cidade do Cabo, e que a lição seja aprendida para que não seja pior em 2014.


Show de cidade

Entre jornalistas do mundo inteiro que estão aqui, uma quase unanimidade: a Cidade do Cabo foi, disparado, a melhor sede da Copa. Principal centro turístico do país, com oferta de vagas em hotéis, pousadas e albergues para quem quis, e por excelentes preços, para todos os bolsos.

O aumento nas tarifas foi tão pequeno que nem provocou reclamações. Aliado a tudo isso, excelentes restaurantes, atendimento eficiente e total sensação de segurança.


Show de estádio

Com capacidade para 66 mil pessoas estádio foi construído especialmente para a Copa, e fica no coração do turismo da Cidade do Cabo, ao lado do porto, o Waterfront e de um famoso campo de golfe, bem na região central. Além de bonito e confortável, o acesso é incrivelmente fácil, sem tumulto e congestionamentos.

Para isso, a engenharia de tráfego da cidade criou um sistema de ônibus especial que incentiva as pessoas a deixar o carro em casa.


Herança pós-Copa

Este é o principal legado que a Copa deixará para a população da Cidade do Cabo. Obrigada a se utilizar de vans, perigosas e irregulares, há uma felicidade geral com a recente implantação das linhas de ônibus, que não existem como transporte público no país. A Cidade do Cabo está sendo pioneira em enfrentar o bem articulado Sindicato das vans, que peitou as autoridades das outras cidades sedes, impedindo mudanças no transporte público.