Estou sendo bem realista em relação ao que está acontecendo aqui em termos de segurança, mas é preciso ressaltar que cada país anfitrião de um grande evento tem as suas características próprias na geopolítica mundial. Assim como o Brasil a África do Sul não tem querelas que suscitem risco de atentados e coisas tais. Ainda mais no pós-Apartheid, como é o caso aqui.
É difícil imaginar motivação para um atentado terrorista em países como estes.
Por essas e outras os justificados sorrisos e otimismo das principais cabeças pensantes envolvidas com a nossa Copa em 2014. Presentes aqui, Tadeu Barreto, pelo Estado, e Tiago Lacerda, por Belo Horizonte, voltarão mais animados ainda para o Brasil. Com tudo que estão vendo, têm constatado que poderemos ter retorno maior que o previsto, e que os mineiros estão em posição bastante superior a demais brasileiros, no que se refere à herança, pós-2014.
Os telões nos estádios aqui mostram tudo que a Fifa dizia que era proibido. Lances polêmicos, por exemplo. O segundo gol do Luiz Fabiano foi repetido um monte de vezes, com close na bola rolando pelo braço dele, depois de ajeitada para que ela não saísse do seu controle. O público, que não viu este detalhe no momento do gol, explodiu num “Ohhhhhh!!!!” e depois numa grande vaia.
Contra
A Fifa não permite a repetição de lances polêmicos exatamente para que as imagens não joguem o público contra o árbitro e ele fique mais pressionado ainda na sequência do jogo. Mas na Copa da África está podendo tudo, em todos os estádios.
A propósito, que juiz ruim de serviço esse francês, hein!? A expulsão do Kaká foi uma sacanagem! O nome do soprador de apito é Stephane Lanncy.
Contra
Os sul-africanos são solidários a todas as seleções da África que disputam a Copa, ainda mais agora que a deles está praticamente fora da próxima fase. Hoje não foi diferente no Soccer City lotado. A torcida para a Costa do Marfim era enorme.
Grama
As seleções da prateleira de baixo continuam comendo grama para ocupar um lugar ao sol. A Itália, atual campeã, sempre apontada como uma das favoritas, está a perigo, depois do segundo 1 x 1, agora com a Nova Zelândia. A Inglaterra está perdendo a máscara, depois de mais 1 x 1 também, agora com a Argélia. E França? Papelão!
Com ressalvas
Brasil, Argentina e Holanda foram as consideradas favoritas que cumpriram com o dever de casa nas duas primeiras rodadas, com ressalvas: o Brasil teve muitas dificuldades contra a Coreia do Norte, e a Holanda venceu a Dinamarca e o Japão sem convencer.
Caçada
A polícia da África do Sul está de marcação cerrada sobre os cambistas, mas eles estão agindo em todos os estádios. Os jornais mostram fotos deles vendendo ingressos abertamente.
Vai repor
Quatro jornalistas da Folha de S. Paulo, inclusive o Juca Kfouri, tiveram seus cofres arrombados dentro do apartamento do hotel em Johanesburgo. Dançaram em 1.800 dólares, mas o hotel diz que descobriu o sujeito, um funcionário que já foi demitido, e amanhã vai repor a grana furtada dos colegas, segundo me disse o Juca, hoje, no Soccer City.
Diferença
Nas lojas de material esportivo uma camisa oficial da seleção brasileira custa em Johanesburgo 699 rands (R$ 175); da Costa do Marfim, custa 399 rands (R$ 99).
As similares piratas são vendidas pela metade. Umas iguaizinhas, outras não conseguem enganar a ninguém.
Caixa
Dentro do estádio o barulho das vuvuzelas faz lembrar uma gigantesca caixa de abelhas. Para mim não incomodam tanto, mas a maioria dos colegas abomina a zueira. Tem de todo tipo e como elas ficaram famosas no mundo todo, os fabricantes passaram a fazer modelos para turistas, com as cores das 32 seleções que disputam a Copa e em vários formatos e modelos.
Os preços variam de 30 a 100 rands (R$ 8 a R$ 100).
* Estas e outras notas estarão em minha coluna no Super Notícia, nas bancas!
Thiago Reis, da Itatiaia, entre atleticanos e cruzeirenses agora há pouco no palco de Brasil x Costa do Marfim
Foto: Eugênio Sávio
O Eugênio Sávio fotografou agora há pouco este representante da torcida do América, que ostenta a camisa e a bandeira do Coelho o tempo todo aqui em Johanesburgo. Não sei o nome dele, mas tenho certeza que já já algum amigo americano manda pra gente
Falei da patrocinadora oficial da Fifa, que é a única opção de quem quer beber nos estádios da Copa, mas cerveja mesmo é Falke Bier, que para a nossa honra é mineira, produzida no Vale do Ouro, na BR-040, entre Belo Horizonte e Sete Lagoas. Quem ainda não conhece e quiser comprovar o que estou dizendo é só dar uma chegada em uma das casas que a comercializam, cuja lista está no site da Falke, à direita, no alto do blog.
Os idealizadores e produtores são os irmãos Marco Antônio Falcone (esquerda), Ronaldo (direita) e a Juliana, que não está na foto. O do meio é o gente boa Cristiano Lamego, Secretário Executivo do Sindbebidas, em dia de visita e degustação na fábrica, uns dias antes da minha viagem para cá.
O Marco é um amigo dos tempos de Colégio Roma, “em 1800 e alguma coisa, quando Dom João VI foi para o Rio de Janeiro e eu para Belo Horizonte…”. Se a Folha de S.Paulo põe Belo Horizonte no mar, posso brincar aqui também, né não!?
As câmeras sendo posicionadas para a transmissão e os espaços onde ficam jornalistas e radialistas
Neste horário o estádio está quase lotado, mas esta é uma panorâmica dele vazio
Imagem do banheiro feminino
Vários postos médicos espalhados por todo o estádio
Mesmo com o frio todo que faz aqui nessa época, sorvete e picolé não faltam
As caixas de Budweiser também não faltam e certamente quem for ao Mineirão em 2014 vai ter que tomar só ela, patrocinadora oficial da Fifa
Os banheiros do estádio são excelentes e todos têm pacotes de camisinha á disposição. Não fica ninguém distribuindo. É só pegar, quantas quiser
Os banheiros são muitos e muito bem acabados
Telões em LCD ao lado de todos os bares mostram atrativos turísticos da África do Sul antes dos jogos. Durante, exibem as partidas
Acessos às tribunas de imprensa e arquibancadas
Os bares ainda fechados, pela manhã. As garrafas de cerveja são de plático, porém nas mesmas cores e formatos das de vidro. Os atendentes ficam com a tampa, também de plástico, por questões de “segurança”, como se a garrafa não fosse tão ou mais perigosa
Uma das Pick-Ups que abastecem os bares. Autoridades e figurões também podem ser levados de carro para seus camarotes, caso o elevador, que tem capacidade para 25 pessoas dê algum problema.
