Blog do Chico Maia

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Estranho no ninho

É uma sensação diferente trabalhar numa semifinal de Copa do Mundo sem a seleção brasileira em campo. No centro de imprensa do estádio, poucos colegas brasileiros. Na tribuna, quase só estrangeiros por perto, e por incrível que pareça, lugares vazios, coisa que nunca acontece em jogos do Brasil.

Mas Dunga e seus comandados não fizeram por onde estar em campo hoje na Cidade do Cabo, e que a lição seja aprendida para que não seja pior em 2014.


Show de cidade

Entre jornalistas do mundo inteiro que estão aqui, uma quase unanimidade: a Cidade do Cabo foi, disparado, a melhor sede da Copa. Principal centro turístico do país, com oferta de vagas em hotéis, pousadas e albergues para quem quis, e por excelentes preços, para todos os bolsos.

O aumento nas tarifas foi tão pequeno que nem provocou reclamações. Aliado a tudo isso, excelentes restaurantes, atendimento eficiente e total sensação de segurança.


Show de estádio

Com capacidade para 66 mil pessoas estádio foi construído especialmente para a Copa, e fica no coração do turismo da Cidade do Cabo, ao lado do porto, o Waterfront e de um famoso campo de golfe, bem na região central. Além de bonito e confortável, o acesso é incrivelmente fácil, sem tumulto e congestionamentos.

Para isso, a engenharia de tráfego da cidade criou um sistema de ônibus especial que incentiva as pessoas a deixar o carro em casa.


Herança pós-Copa

Este é o principal legado que a Copa deixará para a população da Cidade do Cabo. Obrigada a se utilizar de vans, perigosas e irregulares, há uma felicidade geral com a recente implantação das linhas de ônibus, que não existem como transporte público no país. A Cidade do Cabo está sendo pioneira em enfrentar o bem articulado Sindicato das vans, que peitou as autoridades das outras cidades sedes, impedindo mudanças no transporte público.


Otimismo uruguaio

* Como estou usando um noteboock do centro de imprensa, o teclado eh estranho ao meu habitual e faltam os acentos da lingua portuguesa. Como nao vou ficar aqui quebrando cabeca ate ajustar as coisas, peco aos senhores que consertem as palavras e acentuem tudo em vossas privilegiadas cabecas, perdoando-me pela ignorancia neste teclado.

Mais tarde estarei com o meu proprio noteboock e tudo voltara ao normal.

 

Nas ruas da Cidade do Cabo, milhares de holandeses, uruguaios, brasileiros, franceses, alemaes e gente de todas as nacionalidades. O estadio, uma beleza, e foi construido no local onde era o antigo Green Point Stadium, com capacidade para 12 mil pessoas, demolido para dar lugar a este atual, espetacular. Ainda resta um pouco das antigas arquibancadas do velho Green Point, e os banheiros tambem foram aproveitados para serem utilizados no centros de imprensa. Depois da Copa, vao virar estacionamento.

O estadio fica na regiao mais valorizada da cidade, ao lado do Waterfront, antigo porto, onde ingleses e holandeses trocaram muitos tiros e facadas para ver com quem isso ficaria. Ganharam os suditos da Rainha Vitoria, que expulsaram os holandeses para o Norte do pais. Quando os ingleses ficaram sabendo que os laranjas descobriram ouro na regiao de Bloonfontein e Johanesburgo, foram atras e novas escaramucas comecaram. Mas, naquela regiao, havia os nativos, bravos e organizados guerreiros zulus e outras tribos, que puseram os brancos europeus para correr. Ai deles!

Ingleses e holandeses se juntaram e ganharam a guerra, dividindo o pais entre eles.

Voltaram a trocar tiros entre si, ate final do Seculo XIX, inicio dos Seculo XX, quando fizeram um acordo e passaram a partilhar o poder, tornando os negros, donos originais da terra, servicais deles, ate os dias atuais.

Mais tarde jogam aqui Uruguai e Holanda, com otimismo danado dos uruguaios, que entretando entram com a raca e os holandeses com futebol.

Vamos ver o que vai dar.

Neste notebook que estou usando, um exemplo do otimismo uruguaio: achei esta foto, possivelmente deixada por um colega jornalista celeste que o usou por ultimo. Com o devido pedido publico de permissao, publico:

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Pela história e mais constrastes sul-africanos

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Lamento sempre que seleções como Holanda e Espanha nunca tenham ganhado uma Copa. Apaixonados por futebol, de grandes times na história, mas cujo destino nunca quis que levantassem a Taça. A Holanda, principalmente, pelos times encantadores de 1974 e 1978.

Também lamento muito que o Uruguai tenha entrado em tanta decadência e sempre apenas figura nas Copas, depois de 1950, à exceção de 1970, quando tinha um grande time.

Outro lamento é que em 2006, dentro de casa, com organização que beirou a perfeição, a Alemanha tenha se despedido antes da final. Pois essas quatro seleções começam o caminho de uma nova história amanhã, com Uruguai e Holanda. Entendo que as duas merecem chegar à final, e que vença a melhor. Para amanhã, se houvesse lógica no futebol, eu diria que a Alemanha não terá maiores dificuldades de passar pela Espanha, mas é um clássico europeu, e tudo pode acontecer.

A Cidade do Cabo é onde o futebol começou na África do Sul, incentivado pelos colonizadores ingleses. Com quase quatro milhões de habitantes, apresentou os melhores índices gerais da Copa, em comparação com as outras cidades sedes: melhor média de público, melhor nível de satisfação dos visitantes, maior número de turistas, enfim, é a cidade do futebol no país anfitrião.

E é belíssima, de gente bem humorada e aberta as todas as raças, crenças religiosas e políticas. Também tem os acentuados contrastes sul-africanos, onde os negros, apaixonados por futebol, jogam peladas nas favelas desde criança, ao lado de campos de golfe inacreditavelmente enormes e bem equipados, frequentados apenas por brancos.


Estado Maior único

Nas postagens de ontem faltou dizer que o Coronel João Carlos Trindade Lopes, Comandante Geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, informou que haverá um Estado Maior das polícias militares de todo o Brasil, visando a Copa de 2014. Dessa forma as ações serão unificadas e seguirão as mesmas diretrizes em todo o território nacional, para que a linguagem seja a mesma em todos os estados.

A montagem do grupo começa a ser feita em setembro, em Maceió.


Melhores e piores

Jornal italiano elegeu as seleções dos melhores e da decepções. Decepções: Julio Cesar, Sagna (França), Terry (Inglaterra), Cannavaro (Itália) e Evra (França); Felipe Melo, De Rossi (Itália) e Kaká; Messi (Argentina), Cristiano Ronaldo (Portugal) e Rooney (Inglaterra). Dos melhores: Muslera (Uruguai), Lahm (Alemanha), Lugano (Uruguai), Friedrich (Alemanha) e Fucile (Uruguai); Müller (Alemanha), Schweinsteiger (Alemanha), Sneijder (Holanda) e Robben (Holanda); Klose (Alemanha) e Villa (Espanha).


Doze sedes para 2014: para encher os bolsos de muita gente

Esta charge do Duke, hoje, no Super Notícia, retrata bem o que vai acontecer a partir de agora, nos preparativos do Brasil para a Copa de 2014. É gente demais que vai molhar a mão e ficar rica indevidamente, com dinheiro gasto à toa ou obras superfaturadas, como foi no Pan-Americano do Rio em 2007, e ninguém foi responsabilizado até hoje.

Os Estados Unidos, de maior extensão territorial e mais rico que o nosso, em 1994, fizeram a Copa em nove sedes. A África do Sul, que já tinha estrutura rodoviária muito melhor que a nossa, também em nove.

Mas em 2014 serão 12 sedes, e toma verba pública, dos nossos impostos!

DUKESUPERFATURADO


Boa demais da conta

Depois da derrota da seleção para a Holanda, tentei antecipar minha volta, mas está difícil, pois não há lugar nos voos da South Africa, antes do dia 16.

“Bão tamém!”, como diriam os gordinhos bons de serviço César Menotti e Fabiano.

De Porth Elizabeth desci para a Cidade do Cabo, com uma parada antes em Knysna, onde ficaram as seleções da França e Dinamarca. Agora estou na Cidade do Cabo, que realmente é tudo aquilo que falam a respeito dela: boa demais da conta!

Amanhã vou ao estádio assistir Uruguai e Holanda e continuo por aqui até quinta feira, quando retorno a Johanesburgo, onde o presidente Lula vai participar da solenidade oficial de lançamento da Copa de 2014.