Uma amiga de Belo Horizonte acabava de chegar a Johanesburgo para a sua primeira Copa do Mundo no país anfitrião. Comentou que achou interessantíssimo que os comissários de bordo da companhia Aérea South African, todos, usavam a camisa amarela e verde da seleção deles, e depois reclamou: “Não estou sentindo clima de Copa!”. Perguntei o que ela esperava e ela pensou, pensou e não soube responder. Estávamos na Mandela Square, ponto alto da confraternização de estrangeiros e sul-africanos aqui. Restaurantes e lojas lotadíssimos, decorados com temas da Copa, ruas embandeiradas e música para todos os gostos, em alto volume.
Perguntei também se ela tinha observado a estrada que liga o aeroporto internacional ao centro da cidade. Disse que sim e que gostou demais das bandeiras de todos os países que disputam a Copa, em formas de enormes estandartes, pendurados em todos os postes, nas laterais e canteiros centrais das pistas. Em seguida perguntei se ela achava que tudo isso que estava presenciando era normal no dia a dia de Johanesburgo, dos sul-africanos ou de qualquer país em época normal. Pensou, pensou e concluiu com ar de vitória: “Ué, é mesmo! Isso tudo é por causa da Copa, né!?”.
Pois é! Muita gente acha que “Clima de Copa” é um carnaval 24 horas, em todos os cantos do país que a promove. Nada a ver. O ritmo de carnaval acontece realmente, mas nas imediações dos estádios em dias de jogos e determinados pontos de encontro espalhados pelas cidades sedes e vários outros locais.
O ritmo muda muito, mas nem tanto, pois a vida continua e tudo tem que continuar funcionando.