Telões em LCD ao lado de todos os bares mostram atrativos turísticos da África do Sul antes dos jogos. Durante, exibem as partidas
Acessos às tribunas de imprensa e arquibancadas
Os bares ainda fechados, pela manhã. As garrafas de cerveja são de plático, porém nas mesmas cores e formatos das de vidro. Os atendentes ficam com a tampa, também de plástico, por questões de “segurança”, como se a garrafa não fosse tão ou mais perigosa
Uma das Pick-Ups que abastecem os bares. Autoridades e figurões também podem ser levados de carro para seus camarotes, caso o elevador, que tem capacidade para 25 pessoas dê algum problema.
O estádio Soccer City é bonito por fora e pór dentro. Veja algumas imagens que fiz, com ele ainda vazio
A maioria das janelas tem vidro, outras são abertas para a ventilação
A sinalização indicativa de bares, banheiros e assentos não deixa o torcedor perdido
Essas rampas de acesso, em torno de toda área anterior às tribunas, camarotes e arquibancadaso têm a largura de uma rua, e carros oficiais trafegam com o mercadorias para abastecer os bares
Não há quem não erre!
Do mais desconnhecido ao mais famoso veículo de comunicação, não há quem não cometa erros, pequenos e graves. Nenhum profissional ou empresa está livre de um dia dar uma mancada monstro.
Por isso sempre digo que nunca fiquei e jamais ficarei constrangido em pedir desculpas por um erro de informação ou opinião fora de contexto.
Há tempos estou para mostrar essa aos senhores, mas só agora recebi a foto escaneada. É da Folha de S. Paulo, que no dia 14 de abril “arrumou” praia, com mar o tudo para a Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Não sei se os capixabas gostaram, mas nós, mineiros, que sempre invadimos as praias deles, agora estamos até no mapa, com praia e tudo.
Na época de Copa do Mundo a imprensa vai atrás de todo jogador que já disputou uma edição. Mostra seus feitos, colhe sua opinião, compara isso e a aquilo. Nos estádios tenho visto e revisto os gols espetaculares do Nelinho e Éder nas Copas de 1978 e 1982.
Prestigio
Dentro do avião que me trouxe até aqui fiquei impressionado com o prestígio daquele senhor bem idoso, que entrava com alguma dificuldade no Air Bus. Daí a pouco me emocionei ao tomar conhecimento que era o Gigghia, o carrasco brasileiro na Copa de 1950, que marcou o gol da vitória do Uruguai. Emoção ao lembrar-me das histórias que meu pai me contava desse jogo e desse Gigghia. Lá se foram 60 anos, mas o prestígio da fera continua intacto.
Só a bola
Tenho me encontrado com o Tostão nos estádios. Uma figura querida por todos, não só pelo que jogou, mas principalmente pela figura simpática que é. E tive a honra de ser colega de trabalho dele Band! Eu, saído do “Campo de Algodão”, a minha inesquecível Estação Experimental, da Embrapa, onde o meu saudosíssimo pai, Vicente, era almoxarife. Compartilhando espaço profissional com um Tostão, que o mundo do futebol sempre vai reverenciar, por causa da Copa de 1970, no México!
Eles também
Mas os astros também têm seus ídolos e emoções. Em 1994 eu estava no café do estádio Silverdome, em Detroit, ao lado do Tostão, quando um senhor bem idoso se aproximou, pediu licença e perguntou se ele era o Eduardo Gonçalves de Andrade, o “Tostao”, assim mesmo, sem o acento. Diante da afirmativa, o senhor prosseguiu: “permita-me apertar a mão de um dos maiores craques que já vi jogar”.
Tímido como sempre, Tostão agradeceu e perguntou o nome dele e de onde era. O homem respondeu: “Alfredo, nascido na Argentina, mas vivo na Espanha há muitos anos, e me chamam pelo sobrenome, Di Stéfano”.
Destino
Aí foi a vez do Tostão manifestar o seu prazer em conhecer pessoalmente outro gênio da história do futebol. Mas que o destino não quis que conquistasse uma Copa do Mundo. Disputou só a de 1962, pela Espanha.
Fim de semana
Em Johanesburgo como em Belo Horizonte, sábado de pouco movimento, mas de comércio intenso, principalmente nos Shoppings e jogos de ruby. Domingo de calma total, futebol e muita gente praticando esportes nas ruas, praças, campos e quadras espalhados por toda a cidade, muito, mas muito mais que em nossa Capital, lamentavelmente.
Nos sinais dos cruzamentos de avenidas mais movimentadas, jornaleiros vendem jornais, como em BH.
Este da foto feita pelo Eugênio Sávio é o Luckyn, que vende em média 30 exemplares do The Star.
Só pro jogo
A brasileirada que veio torcer pela seleção fica passeando por cidades famosas, como Cape Town e os belíssimos safaris. Só vem para Johanesburgo na véspera da partida, e no dia seguinte sai à procura de outros passeios.
* O Brasil entra em campo contra a Costa do Marfim da mesma forma que as demais favoritas jogaram até agora: passando aperto em determinados momentos, dominando em outros e tendo de correr muito.
Nenhuma seleção mostrou nada demais até agora. Nem Argentina e Holanda que venceram as suas duas primeiras partidas.
Só nas oitavas
A partir da próxima fase é que os jogos ficarão realmente bons de se assistir, já que obrigatoriamente uma seleção terá de sair vencedora; no tempo normal, na prorrogação ou nos pênaltis.
Como dizia o Garrincha, “um torneio mixuruca”, mas que vale dinheiro e prestígio demais, para o resto da vida dos que se destacam de algum jeito.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no Super Notícia, nas bancas!
Dunga exagerou nas medidas restritivas à imprensa e a Fifa o colocou no devido lugar. Determinou à CBF que acabasse com essa história de treinos fechados à mídia, e que ela respeite as normas, que são cumpridas por todas as seleções que disputam a Copa.
O treinador então abriu o treino de sexta-feira durante os 20 minutos mínimos exigidos pela entidade maior do futebol mundial. Não fosse pela sua literal ignorância no trato com os jornalistas, até daria alguma razão ao Dunga. É gente demais falando e perguntando as mesmas coisas aos jogadores, que passam a repetir feito papagaios as mesmas respostas e impressões sobre isso ou aquilo.
Mas tudo poderia ser resolvido com civilidade e bom senso, pois o treinador da seleção não está lidando com nenhum idiota.
Luiz Felipe Scolari impunha suas restrições, mas sempre respeitou e foi respeitado pela imprensa. Tinha a exata noção de onde começa e onde termina o direito de cada um. Dunga é ignorante na forma e no conteúdo no relacionamento com a mídia. Fala pelos cotovelos, erra dados históricos e geográficos, no tempo e no espaço, e se acha um letrado.
Na plateia de uma entrevista de qualquer jogador, dirigente ou treinador da seleção brasileira numa Copa do Mundo, há pessoas como um Tostão, Luiz Fernando Veríssimo e até um professor Pasquale Cipro Neto, como é o caso aqui na África do Sul. Ou seja: gente letrada em futebol, literatura e até português, que por mais famosa e respeitada que seja pelo notório conhecimento, mantém a humildade, discrição e respeito a quem se dirige a eles.
Respeitam até um Dunga com suas tiradas de almanaque!
Sintomaticamente o Comitê Organizador e a Fifa cancelaram a permissão que tinham dado à CBF para que a seleção fizesse um treino de reconhecimento hoje no estádio Soccer City. E ainda determinou que o ritual de todo treinador cuja equipe jogue lá no dia seguinte, fosse cumprido. Dessa forma, Dunga foi obrigado a sair do local alternativo do treino da seleção para dar a entrevista coletiva obrigatória de véspera de jogo à imprensa.
Forte
A imprensa da África do Sul é muito forte e segue a linha britânica, em termos visuais e editoriais. Tem até um Daily Sun, tablóide, quase idêntico ao inspirador The Sun, londrino, que bota lenha em todas as fogueiras, e vende muito, ao preço de 2 rands, o equivalente a R$0,50.
A maioria é no formato standard à moda antiga, bem maior que os nossos da mesma referência, até difíceis de segurar para uma leitura cômoda. Custam, de 4 a 8 rands.
As rádios e TVs da África do Sul têm programação para todos os gostos, nos mais diversos idiomas. Três rádios transmitem ao vivo os jogos da Copa: uma em inglês e duas em uma das 11 línguas deles. Nas TVs, convidados ilustres, entre ex e atuais treinadores e jogadores. A maioria africana ou de origem. O mais famoso é o Edgar Davids, nascido no Suriname, que fez fama no Ajax, seleção da Holanda e clubes da Itália e Tottenham Hotspur, da Inglaterra.
Como sempre, o sistema Globo foi quem mais enviou profissionais à Copa, entre jornalistas, técnicos e coordenadores. São tantos, com canetas e microfones à mão, que rola até uma piada: estão com dificuldades em descobrir assuntos para as pautas, e um atravessa o samba do outro.
Dessa vez os globais não têm nenhum privilégio com o técnico da seleção. Alguns colegas até aplaudem o Dunga nisso. Para mim, demonstração ridícula de poder.