Jogo de poderosos 

Com cinco mandatos consecutivos Fábio Koff quer mais um à frente do Clube dos 13. O ex-presidente do Grêmio se encastelou no poder e ganhou fôlego com a entrada de Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo, na disputa. A candidatura Koff não é a ideal, mas a de Kléber é considerada pior, pelo fato de pertencer ao bolso do colete do comandante da CBF, Ricardo Texeira, e da Rede Globo de televisão.

A força do Clube dos 13 está nas negociações dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, além de ser a única instituição do nosso futebol que ainda mantém uma certa independência em relação à CBF. A Globo, que paga atualmente R$ 660 milhões pelos direitos de transmissão (triênio 2009/2011), sabe que o atual grupo dirigente do Clube dos 13 vai querer R$ 1,5 na renovação, cujo acordo termina no fim de 2011. Por isso o apoio ao oposicionista Kléber Leite, um antigo aliado.

O pacote envolve a transmissão em TV aberta e os canais Globosat. Segundo as contas de quem conhece os 20 eleitores, Fábio Koff tem hoje, o apoio de: Atlético, São Paulo, Flamengo, Internacional, Grêmio, Palmeiras, Santos, Atlético-PR, Guarani, Fluminense, Portuguesa, Bahia e Sport. Com Kléber estão: Cruzeiro, Corinthians, Botafogo, Goiás, Coritiba, Vasco e Vitória. 

Campanha I 

Pode até ser que Ricardo Teixeira tenha se aproximado de Alexandre Kalil pensando em pedir seu voto para Kléber Leite, mas o presidente do Atlético não deu a ele essa oportunidade. O encontro entre eles foi dia 22 de março, à tarde, na sede da CBF, mas o presidente do Atlético almoçou com o próprio Kléber Leite no mesmo dia, antes da conversa com Teixeira. 

Campanha II 

Apesar da conversa amistosa com Kléber Leite, diante do seu pedido de voto, Kalil disse a ele que estava com Fábio Koff, e que se o gaúcho tivesse apenas “um voto”, seria o do Atlético. Interessante é que no dia seguinte jornais de São Paulo e Rio registraram esse diálogo, mas em Minas, semana passada, teve colega escrevendo que este voto estaria sendo “negociado”. 

Campanha III 

Quando Kalil chegou à CBF, Ricardo Teixeira já deveria estar sabendo da conversa dele com Kléber Leite, pois falaram do futebol brasileiro, do Atlético, da seleção, de Belo Horizonte, Copa do Mundo, e nem uma palavra sequer sobre a eleição do Clube dos 13. Teixeira ganhou uma camisa do Galo e presenteou Kalil com uma da seleção. 

Campanha IV 

A amizade entre Zezé Perrella e Kléber Leite é antiga, por isso o voto do Cruzeiro é do oposicionista, que está irritado com a antecipação da eleição para o dia 12, próxima segunda feira. Seria em novembro. Sem tempo para tantas manobras e mudanças de lado, Kléber entretanto conta com o voto aberto, o que pode tirar eleitores de Koff, comprometidos com a CBF e a Globo.

Os americanos estão revoltados com a arbitragem e os atleticanos preocupados com o rendimento do time nesse 2 a 2 que classificou o Atlético. O América se agigantou nos dois jogos e fez as suas melhores partidas no Campeonato. Pena que só joga desse jeito nos clássicos.

Em Uberaba 3 x 0 para o Cruzeiro que mostrou que quando precisa joga o suficiente para atingir os seus objetivos. Tornou o jogo fácil, passeou em campo, mas a arbitragem também não escapou de todo tipo de impropérios e até ameaças de um diretor do Uberaba, que resultou em queixa policial.

E absolve também o zagueiro Rodrigo, da Chapecoense. Está no blog do treinador http://luxemburgo.blog.uol.com.br/

Punição injusta

Punição injusta

O lance que ocasionou a séria contusão do atacante Obina foi um lance de jogo. Na minha observação e na dos meus jogadores em campo, o zagueiro da Chapecoense entrou duro na jogada, mas sem maldade. Foi um lance que acontece e muito no futebol.

Por isso acredito ser injusta a execração do atleta e a punição do árbitro da partida. O prejuízo foi nosso e do Obina, que pela fatalidade foi operado e ficará tres meses sem jogar.

Duas notas interessantes sobre futebolistas na coluna do Ancelmo Gois, no O Globo, de hoje: 

Dupla cidadania

Ramires, o meia do Benfica, figura certa na lista de Dunga para a Copa, terá um filho luso-brasileiro por causa da convocação.
É que seu primogênito nasce dia 15, e o jogador não conseguiria vê-lo. Como recém-nascidos não podem viajar de avião, Ramires e a mulher decidiram que o parto será em Lisboa.

Fica, Pet

A queda de braço entre Petkovic e o Flamengo virou tema na reunião do Conselho Deliberativo do clube. Segunda, no temporal, os conselheiros discutiram o acordo do Maracanã de dinheiro (R$ 10 milhões) que o Fla deve ao craque e numa possível responsabilização do ex-presidente Delair Dumbrosck.
Falou-se na criação de uma comissão sobre o assunto, que nada tem a ver com a renovação do atual contrato do jogador.

Lamentáveis as quedas do Valeriodoce e Araxá para a terceira divisão mineira de 2010.

Domingos Sávio Baião resumiu, em sua coluna de ontem no O Tempo, a situação da disputa da segundona mineira: 

“Funorte garante vaga no Módulo II”

Com o Formiga, o Itaúna, a Tombense e o Guarani classificados na chave B para o hexagonal final, já na rodada anterior, continua a luta acirrada na chave A para conhecermos os outros times que avançam no torneio.

Na penúltima rodada, o Funorte garantiu a classificação. Ele chegou aos 17 pontos, deixando o Poços de Caldas com 14, Tricordiano e Mamoré têm 12 e URT, 11, lutando pelas três últimas vagas da chave A.

A penúltima rodada serviu também para confirmar o rebaixamento do Araxá, na chave A. O Valério já havia caído na chave B. Na rodada final, a missão mais difícil é a do Tricordiano, que visita o Funorte e precisa vencer para garantir a classificação, sem depender de outros resultados. O Mamoré visita o já rebaixado Araxá e a URT tem um confronto direto com o Poços de Caldas, jogo em Patos de Minas.

O Poços de Caldas, com 14 pontos e dois gols de saldo, está muito tranquilo quanto à classificação, pois só perde a vaga se for goleado para a URT por um placar superior a três gols, o Tricordiano ganhar do Funorte e o Mamoré vencer o Araxá. Penso que o Poços de Caldas e o Mamoré devem garantir vagas, enquanto o Tricordiano e a URT vão lutar pela última vaga.

Quem for eliminado do Campeonato nessa rodada vai chorar, reclamar e atacar a arbitragem e dizer que há esquema para favorecer A, B ou C. É o futebol, onde a paixão e interesses substituem a razão em muitas situações, como as de hoje. Mas o mais importante é que teremos muitas emoções e partidas da melhor qualidade, como no fim de semana passado, possivelmente de novo com muitos gols. Os ataques serão intensos também dentro de campo.

Imprevisível

Prever quem passará à próxima fase é arriscar demais. Apontar quem serão os vitoriosos é coisa para “Mãe Dinah”, que não se importa de cair no ridículo com seus chutes quase tão potentes quanto aos do Nelinho e Éder. O que dá para dizer é que os que entram em desvantagem terão que tomar a iniciativa buscando o gol, correndo o risco de abrir a guarda e tomar gol de contra-ataque.

Prato cheio

O empate não serve a América e Uberaba e terão que se arriscar, num tipo de jogo que é prato cheio para Vanderlei Luxemburgo e Adilson Batista. Ambos gostam de explorar a velocidade de seus jogadores nos contra-ataques.

Empolgação

Tenho visto muitos colegas enchendo a bola do Campeonato por causa da rodada passada. Uma empolgação artificial, especialmente porque fazem questão de esquecer que a primeira fase foi ridicula, neste regulamento que prevê a classificação de oito entre 12 participantes.

Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no Super Notícia, nas bancas!

O torcedor não se liga muito em eleições de clubes e entidades do futebol, mas deveria. A melhoria ou piora do futebol tem tudo a ver com os eleitos. O Clube dos 13 é a única instância onde o Ricardo Teixeira ainda não pôs as mãos e agora ele faz de tudo para chegar lá, elegendo o seu candidato, Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo. É briga boa, porque Fábio Koff, ex-presidente do Grêmio, também é cobra criada. Não tem santo nessa história. Como diz o Ísio Duflles, ex-presidente do Ginástico, “não tem virgem em puteiro”. As eleições estavam previstas para novembro, mas a situação a antecipou para dia 12 próximo, tentando evitar mudanças de lado. É muito dinheiro em jogo e o clima está esquentando. O favorito é o Koff, mas o Kléber tem o apoio da CBF e da Globo.

Um colega nosso escreveu semana passada que o Ricardo Teixeira pediu ao Alexandre Kalil o voto para o Kléber Leite. Equivocou-se redondamente: antes de se encontrar com o presidente da CBF, Kalil almoçou com o ex-presidente do Flamengo, e disse a ele que se o Fábio Koff tiver somente um voto, será o dele.

Mais tarde, na conversa com o Teixeira, nem saiu o assunto do Clube dos 13, porque certamente este já havia sido informado da posição do presidente do Atlético.

Zezé Perrella vota na chapa do Kléber Leite. Não pelo Ricardo Teixeira, mas pela amizade que os une há muitos anos.

Está na coluna do Diogo Olivier, do site do jornal Zero Hora, de Porto Alegre:

* Até agora, nos microfones, só elegância e afagos. Todos pareciam lordes ingleses antes de deixar o castelo para a caçada que precede o chá das cinco.

Mas hoje vai esquentar a eleição para a presidência do Clube dos 13 entre Fábio Koff e Kléber Leite.

No escritório paulista da entidade — a sede é em Porto Alegre, ali na Avenida Mostardeiro —, comandada pelo gaúcho há cinco mandatos, uma reunião fechada ratificará a antecipação da hora do voto.

Em vez de novembro, tudo será decidido no dia 12 de abril, com voto aberto. De oito meses, a campanha passou para uma semana, a rigor.

O edital de convocação da assembléia extraordinária já está no site do Clube dos 13. Nada de voto secreto, como chegou a circular na guerra de versões.

A bomba virá logo a seguir da reunião. Koff romperá o silêncio. Promete ir ao ataque. Seus aliados passaram o dia estudando, em São Paulo, a possibilidade de denunciar tentativas de aliciamento por parte da oposição em entrevista coletiva. É o que deverá ocorrer hoje.

A campanha relâmpago favorece Koff, pois diminui o tempo de ação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, principal cabo eleitoral do ex-mandachuva do Flamengo.

Alguns exemplos dos instrumentos variados que uma entidade como a CBF dispõe na luta por votos no colégio eleitoral de 20 clubes votantes. O São Paulo, aliado de Koff, estaria sendo pressionado a mudar de lado como condição para o Morumbi sediar a abertura da Copa de 2014.

O Flamengo, cuja presidenta Patrícia Amorim faz parte da chapa de Koff, pode ganhar como afago a oficialização do título brasileiro de 1987, negado pela CBF justamente por ser fruto da Copa União, embrião do Clube dos 13.

O hexa carioca ganharia chancela irrevogável, para desespero do Sport. E do São Paulo, que se proclama o único com seis taças. Fala-se, também, no perdão de uma dívida antiga de R$ 20 milhões do Flamengo com a CBF.

A candidatura de Kleber Leite chama de golpe a antecipação da eleição. Acusa pouco tempo para debater ideias como o reforço na relação com a Conmebol de modo a aumentar as cotas dos brasileiros na Libertadores, hoje de apenas US$ 15 mil.

Também fala em criar uma Liga para organizar o Brasileirão, incluindo até as escalas de arbitragem. Kleber promete não retaliar Inter e Grêmio caso vença, já que os dois apoiam Koff.

O novo presidente terá como primeira missão renegociar os direitos de TV do Brasileirão. O contrato atual, com duração de três anos, é de R$ 600 milhões e se encerra este ano. Fala-se em renovação em torno de R$ 1 bilhão. A Copa de 2014 no Brasil vem aí, com investimentos fartos. Não é pouco o que está em jogo.

Por isso o clima vai esquentar, a partir de hoje.

* http://www.clicrbs.com.br/esportes/rs/noticias/default,2862995,Koff-parte-para-o-ataque-na-eleicao-do-Clube-dos-13.html

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