Blog do Chico Maia

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Vitória convincente do Atlético, com direito as grandes exibições de Nacho e Hulk, além de muitos erros da arbitragem

Foto: @Mineirao

Anderson Daronco é um dos melhores árbitros do país, mas foi mal esta tarde, deixando o pau cantar em cima do Galo. O São Paulo é um dos candidatos ao título, ótimo elenco e muito bem comandado pelo argentino Hernán Crespo.

O Galo fez partida muito boa, consciente, atacando e defendendo com segurança. Nacho foi o maestro em campo e contou com a solidariedade dos companheiros, já que jogou de luto, pela perda da avó em Buenos Aires. Fez questão de jogar. Hulk novamente sobrou em campo. Gigante no tamanho, na vontade e na qualidade do futebol. Cercado o tempo todo, apanhou muito, sem apelar. No intervalo, desceu as escadarias para o vestiário mancando e amparado, levantando dúvidas se voltaria para o segundo tempo. Voltou e continuou utilíssimo ao time.

Jair, grande partida e o gol, aos 16 minutos do primeiro tempo.

Fred Ribeiro, do Globoesporte.com, fez observação interessante sobre esta ótima foto postada pelo twitter do Mineirão:

@fredfrm “Que imagem no duelo Atlético x São Paulo. Hulk marcado por três. Puxa de um lado, entrelaça o braço. #trmineirao”.

Próximo jogo do Galo, contra o Internacional, quarta-feira, 19 horas no Beira-Rio.


América não foi mal; o Flamengo é que tem ótimo elenco. Reação precisa começar quinta, contra o Cuiabá

Flamengo jogou sem cinco titulares e Bruno Henrique abriu o placar aos 23 do primeiro tempo.

O Coelho jogou com personalidade. Tentou jogar e obviamente deixou espaços para o Flamengo jogar. Com a diferença da qualidade dos elencos, só mesmo uma zebra para que obtivesse um resultado melhor. Como as zebras estão cada vez mais sumidas do campos de futebol, deu a lógica, sem maiores problemas para o time carioca. Aos 23 minutos de jogo, num contra ataque armado pelo Vitinho, Bruno Henrique fez 1 a 0, tirando a bola do goleiro Cavichioli que saiu bem do gol. Mas, grandes jogadores como ele, sabem tirar a bola do goleiro e acertar as redes. Ganha salário muito superior aos colegas de profissão por isso.

O segundo gol também foi de contra ataque e novamente puxado por Vitinho. Aos 21 minutos, Rodrigo Muniz recebeu pela direita e soltou uma bomba. Contou com a ajuda do Cavichioli. Um chutaço, mas plenamente defensável.

Três jogos, três, derrotas do Coelho, que tem que reagir na próxima rodada, quando pega o Cuibá, quinta-feira, no Independência.


Quatro anos depois de passar a presidência do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares continua enfrentando a ira de torcedores a cada resultado negativo do time

Foto: Cruzeiro E. Clube

O futebol virou uma loucura. O mar de dinheiro que envolve a atividade acabou com aquele ambiente de festa e confraternização, transformado em guerra, na base do “matar ou morrer”. Rivais se tornaram “inimigos”, qualquer brincadeira, numa vitória ou derrota pode acender um estopim e o pau quebrar. Com direito a tiros, bombas, facadas, porretadas e outras coisas.

O futebol foi escanteado para segundo plano. A insanidade tomou conta dos clubes. As entidades, que deveriam apenas organizar as competições, se tornaram donas do espetáculo, faturando bilhões. A parte maior do bolo, que deveria ser de quem atrai o público, fica com as federações e Confederação.

Entre os torcedores a insanidade é manifestada por meio da violência, física e verbal. Choca a qualquer pessoa normal, do bem, o que aconteceu de novo com o ex-presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, depois da eliminação do time da Copa do Brasil pelo Juazeirense. Responsável pela façanha da conquista de um bicampeonato brasileiro consecutivamente, inédita para clubes fora do eixo Rio/SP, aos 81 anos de idade, teve a casa atacada e ameaçado, junto com a família. Um absurdo!

E pior: fica por isso mesmo. A repercussão na imprensa foi pequena, o assunto morreu dois dias depois, e não se fala em apuração de responsabilidades, muito menos de punição aos criminosos autores de mais um atentado contra ele.

No dia nove de outubro de 2014, o Dr. Gilvan de Pinho Tavares foi reeleito por aclamação, sob aplausos gerais. Mas, errou feio fora de campo, ao apoiar Wagner Pires de Sá como seu sucessor. Com mais de 50 anos participando da vida do clube, ele conhecia como a palma da mão, tudo e todos dos subterrâneos azuis. Sabia quem era Wagner e os seus principais pares. Portanto, erro gravíssimo, mas daí, ser perseguido de forma violenta, como está sendo, não pode.

Com o Dr. Gilvan, os cruzeirenses viveram momentos de “contos de fada”. Com o Wagner Pires, a “carruagem virou abóbora”, e a visita ao inferno estava começando. Para lembrar essa transformação, recorri à memória eletrônica, para evitar dúvidas. O site do Cruzeiro registrava, na véspera da posse do presidente reeleito em 2014:

* “Presidente Gilvan de Pinho Tavares toma posse nesta quinta-feira” 

Filipe Magalhães

Foto: Bruno Senna

Filipe Magalhães

Eleito por aclamação para mais um triênio à frente da administração do Cruzeiro Esporte Clube, o Presidente Gilvan de Pinho Tavares tomará posse nesta quinta-feira (18), no Parque Esportivo do Barro Preto, às 19h30. A cerimônia será restrita aos conselheiros do Clube e à imprensa.

A chapa de Gilvan de Pinho Tavares terá uma nova composição. Nos próximos três anos, a vice-presidência será ocupada pelo Dr. José Francisco Lemos Filho e Márcio Rodrigues Silva, será o segundo vice-presidente.

O novo mandato tem início em janeiro de 2015 e se encerra no final de 2017. Na eleição, que aconteceu no dia 9 de outubro, Gilvan se emocionou durante o discurso e prometeu à torcida, um time forte e a continuidade do trabalho visando novos títulos.

“Quem faz o time do Cruzeiro e quem me ajuda a pagar esse time é a torcida do Cruzeiro. A torcida é fundamental para estimular os atletas a ganhar os jogos no estádio e ainda, cada Sócio do Futebol procurar trazer outros Sócios para alcançar a cota que fixei de 100 mil Sócios no meu mandato. Vamos unir forças, vamos somar forças, quanto maior for o número de Sócios, maior será a nossa receita e melhor será o nosso time”, completa o presidente.

Eleito em 2011, o presidente Gilvan de Pinho Tavares é unanimidade hoje no Clube e entre a torcida. Conseguiu em sua administração, montar um time competitivo e a manter peças importantes. O resultado veio dentro de campo. Neste mesmo período, o Cruzeiro conquistou dois campeonatos brasileiros de forma consecutiva e um campeonato estadual.

https://www.cruzeiro.com.br/noticia/show/5809/presidente-gilvan-de-pinho-tavares-toma-posse-nesta-quinta-feira

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Agora, as consequências da aposta no sucessor e a fase de terror. Destaque nos veículos de comunicação, quinta-feira, 10, aqui no jornal O Tempo:

* “Casa de Gilvan de Pinho Tavares, ex-presidente do Cruzeiro, é apedrejada”

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O ex-presidente do Cruzeiro Gilvan de Pinho Tavares, de 80 anos, foi vítima de vândalos na madrugada desta quinta-feira (10). Quatro homens foram até à porta de sua casa, localizada no bairro Barroca, região Oeste de Belo Horizonte, tacaram pedras em janelas e chutaram o portão. Veja o vídeo, gravado pelos próprios criminosos:

https://www.otempo.com.br/superfc/cruzeiro/casa-de-gilvan-de-pinho-tavares-ex-presidente-do-cruzeiro-e-apedrejada-veja-1.2497252

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Destaque nos veículos de comunicação no dia nove de outubro de 2019, aqui no Superesportes:

* “Casa de Gilvan é atacada com bomba, e ex-presidente do Cruzeiro desabafa: ‘Decepção’”

Ex-dirigente vai enviar imagens das câmeras de segurança para a Polícia Militar

A residência de Gilvan de Pinho Tavares, ex-presidente do Cruzeiro, foi atacada com bomba e pichada na madrugada desta sexta-feira. A vizinhança ficou assustada com o movimento violento. O ex-dirigente disse que vai encaminhar as imagens do sistema de segurança para a Polícia Militar.

 

“Todo mundo ficou apavorado. Jogaram bomba, quebrou telha. Agora, a vizinhança deve contratar uma vigilância para fazer a segurança. Foi tudo gravado pelas câmeras de segurança. Nós comunicamos a Polícia Militar, as imagens são muito nítidas. Isso não pode ficar impune. Estão colocando a vida de pessoas em risco”, disse o ex-presidente do Cruzeiro, ao Superesportes.

https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2020/10/09/noticia_cruzeiro,3866331/cruzeiro-casa-de-gilvan-e-atacada-com-bomba.shtml


Que situação a do Cruzeiro: comemorando o primeiro ponto na Série B, em casa, no apagar das luzes, contra o Goiás

Foto: twitter.com/Mineirao

Procópio Cardozo resumiu a situação: @procopiocardozo *“: Conseguiram montar o pior time da segunda divisão. Quem trabalhou na formação desse elenco não conhece nada de futebol. E vou parar por aqui porque quando eu fico com raiva acabo falando besteira.”

Guilherme Piu, do Uol, lembrou bem: @guilhermepiu “O antes renegado Marcinho salvou o Cruzeiro da terceira derrota na Série B de 2021. Jogador deve ganhar mais espaço com Mozart. Pressão por resultados ainda segue, já que a Raposa ainda está afundada na parte de baixo da tabela da Série B. “

O empate veio aos 42 minutos do segundo tempo. Até agora não consegui entender o que deu no Joseph, pra dar aquela peitada na bola com tanta vontade. Será que ele queria entregar ao Fábio ou jogá-la para escanteio? Num primeiro momento pensei que fosse um atacante do Goiás que tivesse se antecipado à defesa e marcado o gol. Aliás, um golaço, pena, para os cruzeirenses, que foi contra.

O trem tá feio!


Em ritmo de treino de luxo, classificação tranquila do Atlético sobre o Remo

Foto: twitter.com/Mineirao

Time prestou homenagem ao torcedor Felipe Silveira – Fiu, de 36 anos, desejando saúde e força na luta contra o câncer

Sem maiores apertos, jogo tranquilo, gols no momento certo, adversário precavido, algumas falhas repetidas que não podem ocorrer, algumas surpresas positivas e negativas.

Réver abriu o placar, de cabeça, aos nove minutos de jogo; o também zagueiro Romércio, empatou aos 45, se aproveitando de uma saída errada de bola do Keno. Hulk, de pênalti, sofrido pelo Réver, fez o gol da vitória, aos seis minutos do segundo tempo. Aos 32 o Remo desperdiçou a chance de empatar, quando Gedoz bateu pênalti, no meio do gol, e a bola bateu no joelho do Érverson.

Um minuto antes do Keno errar a saída de bola que originou o gol do Remo, Tchê Tchê, displicente, virou o jogo para a esquerda e deu um presente para o adversário. Contra um adversários mais qualificados, falhas assim costumam representar perda de pontos preciosos e títulos.

Impressionante como o Marrony vem entrando mal nos jogos. Jogava muito no Vasco, começou muito bem no Galo, nos tempos de Sampaoli, mas depois a bola dele sumiu. Missão para o Cuca resolver, com muita conversa, para saber o que está havendo com ele ou a forma como ele pode render mais. O treinador já recuperou muitos dessa forma. Sasha é outro que tem entrado mal, mas não sei se tem tanta bola assim para jogar neste time do Galo.

Por outro lado, Dodô tem atuado bem, muito acima do que eu imaginava que ele poderia render com a camisa do Atlético.

Outro pênalti batido com perfeição por Hulk, abraçado por Dodô, que fez mais uma boa partida  – Foto: twitter.com/Atletico


América, de futebol fraco, péssima cobrança de penalidades e vendo a temporada se complicar

Com 2 a 2 no tempo normal, pelo menos o América voltou a marcar gols, contra o Criciúma. O futebol foi fraco, a cobrança de penalidades, péssima, e derrota por 3 a 1. A situação do Coelho vai se apertando na temporada. Eliminado da Copa do Brasil, duas derrotas nas duas rodadas iniciais do Brasileiro e com o Flamengo como próximo adversário, domingo, no Rio.


E lá se foi o quarto treinador do Cruzeiro na “era” Sérgio Santos Rodrigues

Eliminado na cobrança de pênaltis pelo Juazeirense, o Cruzeiro demitiu Felipe Conceição, que sucedeu Felipão, que sucedeu Ney Franco, que por sua vez sucedeu Enderson Moreira, o primeiro técnico desde que o atual presidente assumiu o clube.

De Montes Claros, onde a torcida cruzeirense é também enorme, o jornalista Christiano Jilvan mandou bem: @chrisjilvan “Cruzeiro não tem quem olhe para o próprio umbigo do clube. No campo, time está vivendo de acasos. Com exceção de CAM e Coelho, não teve mais adversários da prateleira de cima e ainda assim só ganhou oito jogos em 19 disputados. Técnico paga também pela teimosia.”

Luiz Ibirité, cruzeirense, tradicional comentarista do blog, se aprofundou mais na avaliação do que está se passando no clube: “Boa noite Chico, são muitos os assuntos, uma grande troca de técnicos nos últimos dois anos (4 técnicos na era Sérgio Santos), agora vai ter de contratar e ficar com o técnico até o final da série b (mudança no regulamento) briga com uma das referências do time Rafael Sobis e sequer treinou pra jogar o jogo da eliminação. Pode trazer o Guardiola, se não contratar reforços pra vir jogar bola não vai subir mesmo, sei que não tem grana, mas gastaram muito mal o pouco que tem, buscando refugos que não eram nem reservas nos times que estavam. A situação está cada dia mais complicada e nosso presidente só aparece pra falar asneiras!
Eu não estou aproveitando do momento ruim não; o Márcio Borges outro dia tentou me alertar, eu todo otimista aqui achando que podia ser diferente, mas o filme vai se repetir este ano, infelizmente!”.

É isso. A realidade bateu à porta. O time é fraco, jogadores apenas esforçados. Elenco semelhante à maioria  dos concorrentes da Série B e dessa fase da Copa do Brasil.


Saudosistas do mundo, uni-vos! Há nove anos, Ronaldinho Gaúcho estreava no Galo, vencendo o Palmeiras em São Paulo

Em foto do Bruno Cantini, a comemoração que ficou famosa entre Jô e Ronaldinho

Ô saudade de craques de verdade como ele! De preferência no Galo, mas, para quem gosta de futebol, em qualquer time é bom também, ver um craque em campo. Bela reportagem do Henrique André, no Uol, lembrando a estreia de Ronaldinho pelo Atlético, na vitória de 1 a 0 sobre o Palmeiras, pela quarta rodada d Brasileiro, no Pacaembu. Gols de Jô, aos três minutos do segundo tempo. Os times:

Palmeiras: Bruno, Cicinho (João Vitor), Henrique, Thiago Heleno e Juninho; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Felipe (Maikon Leite) e Daniel Carvalho; Luan (Mazinho) e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari

Atlético: Giovanni, Marcos Rocha (Serginho), Réver, Rafael Marques e Junior Cesar; Pierre, Richarlyson, Bernard (Leandro Donizete) e Ronaldinho Gaúcho; Danilinho (Leonardo Silva) e Jô. Técnico: Cuca.

Foto: Bruno Cantini/Atlético

A reportagem do Henrique André:

* “Há exatos 9 anos, Ronaldinho Gaúcho estreava com vitória pelo Atlético”

O dia 9 de junho ficou para sempre marcado na história entre Ronaldinho Gaúcho e Atlético-MG. O primeiro ato do ex-meia pelo clube mineiro aconteceu há exatos nove anos, em duelo com o Palmeiras, válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro de 2012. Com a vitória fora de casa, por 1 a 0, o Galo dormiu na liderança e, de quebra, viu Jô, autor do gol, dar o primeiro de muitos abraços no Bruxo.

Vigiado de perto pelo volante Márcio Araújo, Ronaldinho fez um bom jogo, mas não conseguiu ser brilhante. Contudo, nada que ofuscasse o brilho do debute e a empolgação dos torcedores atleticanos, que viram pela televisão o primeiro triunfo com o craque no comando do meio de campo.

Pelo Atlético-MG, o gaúcho fez ao todo 88 jogos, marcando 28 gols. No mesmo 9 de junho, mas de 2013, ele completou 50 partidas sob o comando de Cuca no Alvinegro. Naquele ano, inclusive, foi um dos protagonistas da conquista do título mineiro e também da inesquecível Libertadores. Antes, em 2012, bateu na trave no Brasileirão, quando o Galo terminou com o vice-campeonato. Contratado sem custos na gestão de Alexandre Kalil, o então camisa 49 calou os críticos e teve rendimento bem superior ao que demonstrou nas quatro linhas com a camisa do Flamengo, clube que o fez retornar ao país após vários anos atuando no futebol europeu. Atualmente com 41 anos. . . (mais…)


O protesto e a ameaça mambembes do Tite e jogadores da seleção

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A Copa América serve também para desfalcar e arrebentar, no Campeonato Brasileiro, os times que investiram na contratação de bons jogadores. Serviu também para um jogo de cena estranho, como bem definiu o escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva no twitter dele: @marcelorubensEntão a questão dos jogadores da Seleção não era o risco da Covid, o descontrole da pandemia, nem a falta de férias e crítica ao calendário insano, mas implicância com o presidente da entidade? Pobreza moral…”


Depois de sucesso nas pistas do mundo, Franck Caldeira está de volta a Sete Lagoas

Em frente a Capela no alto da Serra de Santa Helena, o gente muito boa, Franck Caldeira, que voltou a morar na terra natal e agora vai se dedicar ao trabalho social, visando apoiar crianças e jovens a apostar no esporte, em suas mais diversas modalidades. E sem dúvida, o esporte e a cultura são fontes formidáveis de inserção social. Ele concedeu entrevista ao Celso Martinelli e Roberta Lanza do jornal SETE DIAS:

* “Um dos principais maratonistas brasileiros tem projetos para incentivar o atletismo local”

O sete-lagoano Franck Caldeira de Almeida, 38 anos, um dos principais maratonistas brasileiros, está de volta à sua terra natal. Agora de forma definitiva e com projetos para o esporte especializado. Morador por muito tempo do bairro Interlagos, onde passou infância e adolescência, o campeão quer tirar a criançada das ruas. “Eu vim de um bairro pobre, de classe média pra baixo e meu nome é resiliência. Quero passar toda essa experiência aos jovens, mas preciso de apoiadores, pois tenho muita coisa boa pra ensinar”, afirmou. Dentre as conquistas na carreira, Franck foi vencedor da Corrida de São Silvestre (2006), maratona masculina nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007), Corrida Iveco Fiat Aniversário de Sete Lagoas (2008), Volta Internacional da Pampulha (2003, 2006 e 2007), dentre várias outras. Confira entrevista:

Fale sobre sua ligação com Sete Lagoas.
Voltei recentemente para Sete Lagoas e agora é pra ficar, até porque estou em um período de transição de carreira. Estou muito feliz com esse momento, depois de tantos resultados expressivos retornar a Sete Lagoas, cidade que me acolheu quando criança, na iniciativa do esporte. Tenho até hoje bons amigos aqui que ainda praticam o atletismo, onde comecei. O propósito era realmente voltar às origens, pois tenho muita afinidade com a cidade, terra de onde realmente saem boas pessoas, nomes reconhecidos no mundo inteiro, e eu sou um deles, graças a Deus.

Quais os seus planos atualmente?
Foram mais de 22 anos de alto rendimento. Em 2016 foi minha última tentativa dentro do propósito de representar o Brasil em uma Olimpíada, onde já estive em duas oportunidades: uma em Pequim em 2008 e Londres em 2012. A tentativa foi frustrada por conta de uma lesão e então, como já era esperado, eu fiquei de fora dos jogos do Rio de Janeiro em 2016, por conta de 12 segundos. O tempo é pouco para os demais, mas muito para um atleta de alto rendimento, pois não trabalhamos com falhas, mas nosso corpo é humano e estamos sujeitos a essas situações.

Franck Caldeira, cruzando a linha de chegada na conquista da medalha de ouro no Pan’Rio2007. Foto: COB/Divulgação

Como você se sentiu após essa experiência?

Eu vivi um momento muito tenso e isso abalou meu psicológico como um trauma, porque eu queria estar revivendo de novo o que o Brasil pode vivenciar em 2007 no Rio com a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos. Não deu certo em 2016 nas Olimpíadas, mas continuei caminhando. Fiz um trabalho recente no CPB (Comitê Paraolímpico do Brasil), no qual eu fui guia de um deficiente visual. Agora, de volta às origens, estou tocando projetos de estudos, como a faculdade de Direito que estou cursando.

Você tem projetos para Sete Lagoas e região?
Sim, tenho um projeto que chama Maratona Fracionada em homenagem à medalha dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. O pessoal vai interagindo através das redes sociais (@frankcaldeira). A gente fez uma primeira demanda, com muitas pessoas correndo, cada uma em seus estados, todas com máscara e procedimentos que são exigidos por conta da pandemia. Eles têm 30 dias para correr 42km e, no final, o pessoal recebe um kit, uma medalha e um certificado digital assinado pelo Franck Caldeira. Também tenho outros projetos que quero fazer em Sete Lagoas que é tirar essa criançada das ruas. Eu vim de um bairro pobre, de classe média pra baixo e meu nome é resiliência. Quero passar toda essa experiência aos jovens, mas preciso de apoiadores, pois tenho muita coisa boa pra ensinar.  (mais…)