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Treinador e jogadores do Galo não foram bem contra o Santos, mas Ricardo Oliveira foi péssimo

Cinco horas de diferença da França para o Brasil. Já madrugada de segunda feira, morto de sono, fiquei ouvindo no hotel em Grenoble a transmissão da Itatiaia e o Caixa tentando empurrar o time. Pelo que ouvi, vitória santista justa.

Era esperado que partisse com tudo pra cima do Atlético. Questão de honra e manutenção de emprego para jogadores e comissão técnica “peixeiros”. Mas o Galo foi muito abaixo do que se pensava que seria. Mistura de mau futebol da maioria que esteve em campo com opções táticas e técnicas do Rodrigo Santana. Derrota coletiva.

Uma das opções equivocadas do treinador é manter o Ricardo Oliveira como titular. Quando saiu aquele “balão de ensaio” dizendo que o Santos estava levando este senhor, torci muito para que isso ocorresse. Mas, imediatamente, me lembrei que os muitos anos de futebol ensinaram que sempre temos que desconfiar de muita coisa na vida e na principalmente na bola. Procuradores de jogadores são espertos e sabem plantar notícias. Garantem seus clientes na mídia e forçam a barra para renovações de contrato e transferências.

Infelizmente, Ricardo Oliveira, muito bom de papo e de pregações, ficou na Cidade do Galo. E somos obrigados a ver cenas como essa na derrota para o Santos, fazendo birra e dando chilique ao ser substituído pelo Alerrandro, que deveria ser o titular absoluto.

Papelão desse veterano que, com quase 40 anos de idade, deveria contribuir para unir o grupo e dar bons exemplos.


Seleção feminina estreia bem na Copa, na cidade do acidente do Schumacher e dos Jogos Olímpicos de Inverno

Grenoble é uma belíssima cidade dos Alpes, a 575 quilômetros de Paris, ao sul, na divisa com a Itália. Ficou mundialmente famosa ao receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 1968. Tem um dos maiores e mais procurados complexos de esqui do mundo, e lamentavelmente foi aqui, mais precisamente nas montanhas de Méribel, a 17 quilômetros, que Michael Schumacher, bateu a cabeça numa pedra, no dia 29 de dezembro de 2013 e se acabou para a vida normal. Cidade turística e universitária (entre 50 e 60 mil estudantes), 175 mil habitantes, recebeu a seleção brasileira em sua estreia na Copa do Mundo feminina.
Uma vitória de 3 a 0 na largada anima qualquer ambiente. Vale principalmente para a seleção comandada pelo Vadão, que chegou completamente desacreditada para esta disputa na França. A Jamaica não é adversária de peso, mas o time brasileiro vinha de péssimos resultados nos amistosos preparatórios. Marta sempre fará falta, mas Cristiane estava inspirada e retornou à seleção exatamente para ajudar levantar o astral do grupo. Ela é uma jogadora de personalidade, que fala o que pensa e enfrenta as consequências. Desde o início de 2018 tinha decidido não jogar mais na seleção.

Candidata a primeiro lugar deste Grupo C, na fase de classificação, a Itália está em segundo, já que venceu a Austrália por 2 a 1, perdendo no saldo de gols. Aliás, as australianas treinaram muito e querem se classificar. Serão as próximas adversárias do Brasil, dia 13, quinta-feira, 13 horas em Montpellier.


Seleção feminina tenta superar problemas para fazer bonito na Copa da França

Foto: CBF

Nenhum clima de euforia pela estreia da seleção brasileira na Copa feminina da França. Muito pelo contrário: o time perdeu os nove últimos amistosos preparatórios e não fez nenhum amistoso desde a última derrota, em oito de maio para a Escócia. Para complicar mais ainda, o técnico Vadão não poderá contar com Marta, a melhor jogadora do time e do mundo, nesta primeira partida contra a Jamaica, às 10h30, horário brasileiro. Um problema muscular na coxa esquerda pode comprometer a qualidade do futebol dela neste mundial.

Esta é a oitava Copa feminina, e o Brasil participou de todas até agora. A melhor campanha foi na quinta edição, em 2007, disputada na China, quando Marta e cia. ficaram com a taça de vice. Até então a melhor colocação tinha sido o terceiro lugar, em 1999, nos Estados Unidos. Na primeira Copa, em 1991 (na China) e na segunda (na Suécia), a seleção brasileira não passou da primeira fase. Em 2003 (novamente nos Estados Unidos) e em 2011 (na Alemanha), foi eliminada nas quartas de final. Em 2015, no Canadá, foi eliminada nas oitavas.

Ontem uma das principais favoritas ao título, a Alemanha, estreou vencendo a China por 1 a 0. A Espanha fez 3 a 1 na África do Sul e a Noruega venceu a Nigéria, 3 a 0.

Às 13 horas de hoje tem Inglaterra x Escócia.


Empate do Cruzeiro, reação americana e novamente Galo x Santos

Foto: twitter.com/Cruzeiro

Conferindo o sábado futebolístico no Brasil, li que o Cruzeiro empatou com o Corinthians e o América surpreendeu e conseguiu a primeira vitória na Série B, vencendo o CRB em Maceió por 3 a 1. Que o Coelhão continue nessa toda.
André Rizek‏ não gostou do que viu na Série A: @andrizek “Que noite de sábado desgraçada, a minha. Assisti a Cruzeiro 0 x 0 Corinthians, depois Avaí 0 x 0 São Paulo, na sequência. 180 minutos de um grande nada. Só me resta beber”
Já o Victor Martins foi mais ameno: @victmartins: “Avaí x São Paulo faz parecer que Cruzeiro x Corinthians nem foi tão ruim.”
O Galo joga às 19 horas, de novo contra o Santos, na casa deles. Parada será mais dura já que a derrota santista pela Copa do Brasil na quinta-feira continua doendo no lombo do Sampaoli.


Dica para o sábado: Festival de cervejas artesanais na Serra do Cipó com Tianastácia

Certamente eu estaria lá, caso não estivesse cobrindo a Copa do Mundo feminina, na França, mas sugiro muito, neste fim de semana, o Cipó Beer, Festival de Cervejas Artesanais da Serra do Cipó, com a banda Tianastácia como principal atração musical. As melhores cervejas produzidas em Minas, inclusive as novidades do Cipó, como essa, que ganhei semana passada, em Conceição do Mato Dentro, do Rafael, do Bar Distrito:

Mais informações: www.vemprocipo.com.br/eventos/ –  ou 31 3718.7040 ou www.chaodaserra.com.br/


Um estádio muitíssimo parecido com o Mineirão

Por fora e por dentro o Parque dos Príncipes faz lembrar o Mineirão. Pertence à prefeitura de Paris, mas administrado em parceria com o Paris Saint-Germain (PSG, que manda nele os seus jogos. Tive o prazer de assistir aqui exibições de mineiros que, que pela competência, extrapolaram as montanhas de Minas e brasileiras: Skank e Alexandre Pires (Só Pra Contrariar), durante a Copa de 1998. Foi um festival organizado pelo Raí, que tinha parado com a bola e continuava ídolo do PSG.

Também assisti aqui o Brasil goleando o Chile, 4 a 1, pelas Oitavas de 1998. O estádio fica bem perto do centro da capital francesa e é servido por três linhas de metrô cujas estações ficam a menos de 500 metros dos portões de entrada: Porte de Saint-Cloud, Porte de Saint-Cloud e Michel-Ange Molitor.


Torcida diferente na Copa feminina: famílias inteiras presentes no estádio

Foto FIFAMediaChannel

O público presente nos jogos desta Copa é bem diferente do futebol masculino. Predominam famílias inteiras, com avôs, avós, pais, mães e a criançada, que é a turma que faz o barulho. Um ambiente agradabilíssimo, de total descontração, nos arredores do estádio antes,  e dentro, no intervalo de França e Coreia do Sul. Mesmo assim a preocupação com a segurança é impressionante. O aparato policial ostensivo é dos maiores que já vi em qualquer evento.

A expectativa da FIFA é que tenhamos nesta Copa um recorde de público pagante que tende a ser batido a cada edição do mundial feminino, disputado também de quatro em quatro anos.

O jogos deste sábado: Noruega x Nigéria, 16:00 (Reims); Alemanha x China 10:00 (Rennes); Espanha x África do Sul 13:00 (Le Havre).


Festa bonita dentro do estádio, frieza lá fora e o rolo compressor Francês, que não é o maior favorito

Certamente esta Copa do Mundo feminina é o evento futebolístico mais comportado que já cobri. Nem parece que é futebol. Momentos antes do jogo de abertura torcidas silenciosas batiam papo nos bares e bilheterias do estádio.

Sem aquela farra característica de qualquer partida de futebol, principalmente numa Copa. Um menos avisado poderia pensar que estava chegando numa das quadras de Roland Garros, cujo torneio está começando e tudo nessa região de Paris.

O show de abertura foi simples, sem pompas, mas bonito.

O estádio com os seus quase 48 mil lugares ocupados. O momento mais emocionante, na hora da execução do hino francês, possivelmente o mais bonito do mundo.

Com a bola rolando o clima da torcida foi de futebol pra valer, assim como a movimentação dos dois times. As mulheres evoluíram demais na qualidade do jogo. Não é mais aquela coisa desengonçada, sem posicionamento tático em que todas corriam atrás da bola ao mesmo tempo. A seleção francesa foi este rolo compressor pra cima da Coreia do Norte, porém não é a maior favorita ao título (Estados Unidos e Alemanha à frente), mas tem um ótimo time e conta com o apoio maciço da torcida.


A FIFA não deve ter exigido muita coisa da França para receber a Copa do Mundo feminina

Se exigiu, os franceses deram de ombros, já que o clima de frieza predomina em quase toda Paris em relação à competição. Nas ruas e na imprensa, pouco ou nada se vê ou se fala.

Nada de estandartes espalhados pela cidade, nada de voluntários em aeroportos, nos arredores do estádio e hotéis para dar apoio a visitantes ou imprensa.

Por falar em imprensa, a estrutura preparada foi a mínima. No estádio da abertura, filas enormes e em passo de tartaruga para entrar no Parque dos Príncipes. Apenas um aparelho de raio x e uma equipe de segurança para conferir mochilas, notebooks, câmeras, gravadores e essas coisas.

A fila ao relento, na porta do estádio, tomando sol, chuva e um vento gelado que faria Napoleão Bonaparte mandar fuzilar todos os responsáveis por fazer essa sacanagem com a mídia. (Se é que ele gostaria da imprensa se existisse no tempo dele. De repente, fuzilaria era todos nós, hehehe). Ao lado da entrada dos figurões da FIFA e federações mundiais. Para esses aí a estrutura nota 10 não falta.

Dentro do estádio o Centro de Imprensa faz lembrar uma lata de sardinha. Área de trabalho minúscula para centenas de jornalistas do mundo inteiro. Muito menos que na Rússia em 2018, mas muito mais gente para o que foi preparado pela organização da França.


A virada do Galo sobre o Santos e a “metamorfose” de Chará e outros jogadores

O colombiano Chará e o equatoriano Cazares contribuindo muito para a alegria da massa alvinegra

Com que satisfação abro o primeira site brasileiro possível e leio que o Atlético passou pelo Santos no Pacaembu, onde nunca tinha vencido o Peixe, dirigido pelo técnico mais badalado do Brasil no momento, Jorge Sampaoli. Dá-lhe Rodrigo Santana.

Agradeço ao Tonico Dias, o primeiro a comentar aqui no blog, aliás um ótimo comentário sobre essa vitória, que os senhores e senhoras poderão conferir a seguir. Antes, volto ao tema “treinador de futebol”, que pode não ganhar jogo, mas seguramente sabe fazer como perder. Com Levir Culpi, Chará, Elias e outros jogadores não rendiam nada, ou quase nada. Posicionamento em campo? Ambiente ruim? Não sei, mas com Rodrigo Santana eles são outros jogadores, absolutamente produtivos.

Vamos ao comentário do Tonico Dias:

“Galo tomou um susto com 5min de jogo. O Zé Welison estava marcando o zagueiro Gustavo Henrique (de 1,95m) na cobrança de um escanteio. Aí, não deu outra: 1×0. Parecia que o Galo estava perdido em campo, mas é a forma como o Santos joga: correria absurda no começo do jogo, que vai dando lugar à falta de gás na sequência. Já havia sido assim no Horto. A diferença é que ontem conseguiram fazer um gol. Mas o Galo foi controlando o entusiasmo deles e passou a dominar a partida. Cazares fez um lançamento sensacional, no “ponto futuro”, para o Chará. Aliás, Chará foi o nome do jogo e mantém o crescimento partida após partida. No segundo tempo ele fez o gol da virada, mas poderia ter feito outros dois caso Luan, quando o jogo ainda estava 1×1, e Geuvânio, quando já havíamos virado, tivessem feito o simples e dado o passe para ele. Também contribuiu muito na recomposição. Está voando fisicamente. Todo mundo participou positivamente do jogo. Ninguém foi destaque negativo. Diria que nem o Ricardo Oliveira, que muitos criticaram. Dentro do contexto (tático, técnico, emocional, grupo, etc), ele ajudou bastante. Claro que o Alerrandro vem em fase muito melhor e vai acabar ficando com a vaga, mas apenas para destacar que o veterano atacante também ajuda. Com os reforços que chegarão na intertemporada, o segundo semestre pode reservar alguma surpresa. Hora de virar a chave e fazer mais 6 pontos no Brasileirão para ter tranquilidade.”