Blog do Chico Maia

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Cartolagem proíbe tudo no futebol; agora, até a Rua de Fogo; não demora será proibida a presença de torcedores nos estádios

Leio que o Atlético foi informado de que a torcida  não poderá fazer a “Rua de Fogo” no Independência antes do jogo contra o Defensor do Uruguai. Um espetáculo à parte, que virou tradição nos jogos do Galo, como mostra essa foto do Hoje em Dia.

Mais tarde li no twitter oficial do Cruzeiro que @Cruzeiro: “Na tarde desta terça-feira, o Cruzeiro convidou representantes das torcidas organizadas e do Mineirão para uma reunião sobre as regras impostas pela Conmebol nos jogos da Libertadores.”

Puxa vida! Não bastam as ridículas proibições determinadas pelas incompetentes e prosaicas autoridades do estado e do futebol brasileiro?

No comunicado do Cruzeiro, fala-se também de “Rua de Fogo” e outras medidas: “…Entre as medidas vetadas está a conhecida “Rua de Fogo”. Tradicional em jogos do Cruzeiro no Mineirão, a ação consiste em receber o ônibus da equipe com sinalizadores e outros produtos pirotécnicos. A proibição é uma forma de proteger o torcedor de possíveis acidentes. Durante a reunião, também foi mencionado o impedimento do acesso de torcedores embriagados nos estádios.

Por parte do clube, o Cruzeiro também não poderá realizar shows pirotécnicos nos estádios, como de costume. Também não estão autorizadas ações com utilização de luzes e gases dentro e fora de campo.

Outras iniciativas vedadas:

– Atirar objetos no gramado;
– Bombas, apitos e guarda-chuvas;
– Rolos de papel, papel picado e laser;
– Músicas que incitam o vandalismo ou outros tipos de violência;
– Repressão aos árbitros, tanto no lado externo quanto interno dos estádios;
– Utilização de fogos de artifício no hotel das equipes adversárias;
– Bandeirões.”

Com o Mineirão “Padrão Fida” acabaram com o tradicional feijão tropeiro, na forma original com o “zuiudo”. Acabou aquela liberdade de o torcedor poder circular em todo o anel do estádio, que agora é todo separado e cercado. Já não podiam radinho de pilha, hastes de bandeiras, instrumentos das charangas. Determinados cantos na arquibancadas, nem pensar. Nada de politicamente incorreto.

Mas triste mesmo é ver que não aparece um dirigente corajoso que pelo menos encare essa cambada de dirigentes sem noção e arrogantes, que fazem o que querem, deixando-os reinar à vontade no mundo do futebol Sul-americano.


A dificuldade de avaliar os grandes nos campeonatos estaduais

Alerrandro, mais dois gols a favor do Atlético

É difícil demais avaliar os grandes clubes no início de toda temporadaa em suas disputas dos campeonaros estaduais. Os adversários normalmente são muito fracos, com times e estruturas precárias. É comum campeão de estadual cair ou brigar para não cair para a segunda divisão nacional.

Mas vencer em sequência e com time reserva, dá moral para o Atlético, que ainda vê Alerrandro se destacando com gols, tipo os dois que fez nestes 3 a 1 contra o Villa no Independência.

O Cruzeiro abriu o placar no primeiro tempo, mas cedeu o empate à URT, em Patos de Minas, no segundo.

A preocupação é a ausência do Dedé na estréia na Libertadores, na Argentina, conforme manifestação do Alberto Rodrigues, da Itatiaia‏ @maisvibrante: “Murilo para substituir Dedé contra o Huracan? Sei não, o garoto continua lento e sem o bote certeiro. Mas o Mano sabe o que faz.”

O América conseguiu virar o jogo fora de casa, em Varginha, mostrando novamente o talento de alguns jovens jogadores, e que está na briga pelo título estadual.

França. artilheiro americano contra o Boa, em entrevista ao Emerson Romano, da Itatiaia.

 


Ainda bem que a CBF não conseguiu aprovar a ideia ridícula de garantir emprego de treinadores incompetentes

Primeira vez que discordo de uma posição do Dr. Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Atlético. Advogado brilhante, um dos mais importantes nomes do restrito grupo que ajudou Alexandre Kalil tirar o Galo do atoleiro e recolocá-lo na prateleira de cima do futebol Sul-Americano. A história do departamento jurídico atleticano é bem definida: antes e a partir do Lásaro.

Mas essa de apoiar a ideia da CBF (o Atlético foi o único a apoiar) de restringir a apenas uma troca de treinador durante do Brasileiro foi uma tremenda bola fora. Felizmente não passou. Ranço do estado brasileiro querer se meter a vida do cidadão e das empresas. Problema sério que o país vive com funcionários públicos com estabilidade. Mesmo sendo o sujeito o maior “nó cego”, pilantra, preguiçoso, se mantém no cargo e ainda debocha dos superiores. As raras demissões só depois de demorados e inacreditáveis processos administrativos.

Entendo que muitas trocas de treinadores são totalmente prejudiciais ao clube, mas isso é questão de competência ou incompetência da diretoria. O Atlético é o melhor exemplo recente do futebol brasileiro. Daniel Nepomuceno errou ao não manter Levir Culpi e as sucessivas contratações e demissões comprometeram a gestão dele no Atlético. Contratou bons jogadores, mas sem comandantes bons de serviço, não deram certo. Eram amontoados, caros, comandados por técnicos fracos.

Imaginem se essa proposta da CBF, apoiada pelo Dr. Lásaro, estivesse em vigor na época? Como suportar a permanência de um Rogério Micale no cargo de treinador? Até cair para a segunda divisão?

Um clube, assim como qualquer empresa precisa ter o direito de contratar e demitir na hora que bem entender. Se erra na contratação que aguente as consequências. Se erra novamente, incompetência de quem contrata. Que troque o comando, de treinador ou de presidente ou do diretor que contratou. E fim de papo.

Pelo que li no diálogo do Dr. Lásaro com seguidores dele no twitter entendi que ele mesmo se arrependeu do apoio à ideia esdrúxula da CBF, mas não deu o braço a torcer.

Veja as twittadas dele e de dois atleticanos que apresentaram argumentos bem melhores que os dele:

Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha

  • Em a relação a proposta que limitava a demissão de técnicos na competição (discutida ontem no Conselho Técnico do campeonato BR), votou o ATLÉTICO p sua aprovação com algumas ressalvas e ajustes -caso de pedido de demissão do próprio técnico, doença ou demissão por justa causa
  • Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha
  • Considerou o ATLÉTICO q trocas de técnicos durante a competição não melhoram o futebol – há que se romper essa “cultura” de mudança de técnico como “solução” p o desempenho dos clubes…

Lásaro Cândido‏ @lasaroccunha

Entretanto, a proposta do Flamengo (aprovada pelos clubes com voto contrário do ATLÉTICO – que dá liberdade total aos clubes p mudanças de técnico sem qq regra), não contribui p evolução do futebol praticado no país…

Raphael Barbosa‏ @fael8880

Em resposta @lasaroccunha

Essas ideias são ótimas, mas vão totalmente contra o que essa e as duas gestões anteriores fizeram.

Danilo Silveira‏ @Coragi

Em resposta a @lasaroccunha

Mas Dr, não precisa de lei pra isso. Precisa de pulso. Roger/Micale/Oswaldo e Oswaldo/Larghi/Levir nos últimos dois anos. A CBF não tem nada com isso. É só incompetência e falta de planejamento do #Galo.


Na ânsia da audiência a qualquer custo a credibilidade de boa parte da imprensa segue ladeira abaixo

Claro que não são todos os veículos e nem todos os profissionais. Mas são muitos que abusam do sensacionalismo, nas tintas das manchetes escandalosas para chamar a atenção e atrair audiência, vendas, visualizações, “curtidas”, “clicks” e o etecetera e tal.

Este episódio de que um monte de clubes estaria ilegal com a documentação na disputa da Libertadores e Sul-Americana é o exemplo da vez. “Bomba: Conmebol pode protagonizar novo escândalo na Libertadores e Sul-Americana”

Na sequência, em outro lugar, li que o Atlético estava entre os 21 clubes que estariam irregulares. A primeira coisa  que pensei: “Uai, será que o Galo será eliminado da disputa?”.

Mudo de rádio aqui, leio outro site ali, uso o controle remoto para assistir outra emissora e num deles aparece lá: “Assim como na última temporada, a Libertadores de 2019 pode ser manchada com um escândalo, dessa vez em maiores proporções. Nesta quarta-feira, nove dias após a Conmebol punir o Barcelona de Guayaquil por inscrever um jogador fora do prazo, o canal argentino Tyc Sports revelou que ao menos 21 clubes cometeram o mesmo erro tanto no principal torneio do América do Sul quanto na Copa Sul-Americana…”

Pronto, fudeu!

Aí, parei de pensar como cidadão comum (apenas consumidor de informação), para raciocinar como jornalista quase cobriu até a “Santa Ceia”: uai, mas ninguém ouviu nenhum diretor da Conmebol?”. Que informação estranha é essa? Vão tirar tantos clubes dessas principais competições do continente? Tem um trem errado aí!

O presidente do Atlético, lá em Montevidéu, também surpreso, deu entrevista manifestando a sua estranheza. O clube sempre teve fama de departamento técnico perfeito, que nunca cometeu um erro de inscrição de jogador, nem da base, quanto mais no profissional e na Libertadores. Será que chegou o dia da primeira vez? Mas junto com tantos clubes? Antes de encerrar a entrevista o comandante atleticano fez uma ressalva: “Tenho certeza que enviamos a nossa lista um dia antes do encerramento do prazo, para a CBF; se houver algum problema é com ela”.

Ih, CBF? Epa! Aí tem.

E nada de alguém da CBF para esclarecer. Enquanto isso as manchetes e notícias alarmantes pipocavam cada vez mais. Audiência em alta.

Até que, finalmente a responsável pela primeira informação, a senhora  Monserrat Jimènez, subchefe da secretaria geral da Conmebol apareceu e disse: “… mandaram a lista assinada dentro do prazo estabelecido, no entanto, com atraso entre minutos e 24 horas…”

Hummm.

E continuou: “…a Conmebol tinha a segurança que os jogadores estavam sendo inscritos e estavam regulares na federação, mas, de todo modo, o regulamento fala que a aprovação também tem que se dar via COMET…”

PQP! Será que antes de promover mais um “escândalo” no futebol sul-americano grande parte da imprensa não poderia ter apurado melhor ou ouvido essa burocrata da Confederação para dar essas explicações?

A dona Jimenez (foto do Superesportes) finalizou explicando que “são três passos até a confirmação do registro: o primeiro é a inscrição no COMET, um sistema da Conmebol onde estão todos os jogadores; depois, as federações nacionais devem aceitar essa lista. A aceitação busca demonstrar que esses atletas estão devidamente inscritos na federação. Depois, por uma questão de segurança, pedimos que essa lista seja assinada tanto pela secretaria e pela presidência do clube, como pela secretaria e presidência da federação a maioria dos erros foi no segundo passo; inscreveram no COMET e nos mandaram a lista assinada dentro do prazo estabelecido…”

Como diria o saudoso Gil Costa: “Nossa Senhora da Penha; cavaco de pau é lenha”!

No frigir dos ovos, poderá gerar uma multa, e mesmo se o erro foi da CBF, os clubes pagam uma multa e vida que segue. Aliás, tanto a CBF quanto Conmebol e federações adoram uma multa, né?

Então tá bão!

Por essas e tantas outras é que concordo cada vez mais com o Paulo César Vasconcelos, grande jornalista, a quem conheci nos tempos dele no saudoso Jornal do Brasil. Em 2017, numa conversa com ele depois de um “Redação Sportv”, no camarim, disse: os jornais não estão morrendo; eles estão suicidando, ao não investir na qualidade da informação, que só pode ser produzida por bons profissionais, que entretanto, custam mais caro”.

E acrescento: os jornais e demais veículos de comunicação.


O futebol e a vida do jeito que sempre deveriam ser

Nas redes sociais, onde tanta ignorância costuma prevalecer, um grande exemplo de civilidade, proporcionado neste Defensor 0 x 2 Atlético, ontem, em Montevidéu. A @FoxSportsBrasil twittou antes do jogo essa foto e a frase: Lá no Uruguai, tem torcedora do @Cruzeiro na torcida pelo Defensor contra o @Atletico! #LibertadoresFOXSports

Direto do estádio o Rafael Araújo‏ fez outra foto e entrou na brincadeira: @faelluisTem rival na área também. A torcedora Bruna está de férias em Montevidéu e veio “secar” o Galo, segundo ela mesmo. #gegalo

E o @Claudio_Rotondo 10 retuttou a FOX, com bom humor, zoando a bela cruzeirense Bruna: Levou muito a sério a história de seguir o líder.”

Enfim, o mundo seria bem melhor se fosse sempre assim, prevalecendo o respeito, a convivência amistosa e o bom humor, mesmo tratando-se de grandes rivalidades.


Um Atlético totalmente diferente do que a torcida está acostumada. Sem sofrimentos, sem sustos, sem grandes falhas e até Patric jogando bem

Réver comemora o gol dele, primeiro do jogo, junto com Ricardo Oliveira.

No fim, já bem cansado, Patric perdeu uma bola e errou um passe, mas sem comprometer. Aos 26 do segundo tempo Levir Culpi fez o que deveria fazer: tirar Ricardo Oliveira, que com quase 39 anos, obviamente sentia o peso da idade no calor terrível que fazia em Montevidéu. O Atlético vencia por 1 a 0 e precisava dos 11 em campo para desempenhar todas as funções possíveis. Levir corrigiu um erro cometido no primeiro jogo da Libertadores, neste mesmo estádio, contra o Danúbio. Vencia por 2 a 0, o adversário apertava com tudo a que tinha direito e o Galo não defendia com todos. Voltou com um frustrate 2 a 2.

Além disso, menos de cinco minutos depois da troca de Ricardo Oliveira por Zé Welison, o treinador voltou a optar pelo ataque e velocidade com a entrada de Maicon Bolt no lugar do Chará.

Não tomar gols já foi uma conquista, criou muitas oportunidades de gol, poderia ter terminado o primeiro tempo com um placar de três a zero. Ricardo Oliveira e Luan desperdiçaram boas chances. O segundo tempo foi de equilíbrio, mas de muita pressão do Defensor até os 26 minutos, quando Levir iniciou as substituições e arrumou a casa. Jair entrou no lugar de Adilson, para acabar de fechar a defesa atleticana e garantir o placar. Luan mostrou boa condição física e mais uma vez Cazares foi o melhor em campo.


Cornetas do Galo têm menos motivos para reclamar; os do Villa Nova, assustados

De vez em quando torcedores do Galo reclamam aqui no blog do presidente Sérgio Sette Câmara. Entendo que ele errou no diretor de futebol e no treinador em seu primeiro ano de mandato, mas o “conjunto da obra” da administração dele é bom.

Mas, depois de ver aquele show de “cornetagem” do João Otávio, da torcida do Villa Nova, os “cornetas” alvinegros devem estar felizes demais que o Sette Câmara tenha vencido a eleição no Atlético em 11 de dezembro de 2017, por 266 votos a 41. O adversário da época, Fabiano Lopes Ferreira, gosta de futebol e em novembro do ano passado foi eleito vice-presidente do Villa, e luta para manter o Leão do Bonfim na primeira divisão estadual. A firma dele patrocina o Cruzeiro, o Flamengo.

A eleição no Villa Nova foi bem tranquila, como mostra a memória eletrônica do Superesportes:

* “Ex-candidato à presidência do Atlético, vice do Villa Nova fala sobre os projetos do Leão para 2019”

Fabiano Lopes exercerá mandato até 2020 no clube de Nova Lima – O novo vice-presidente do Leão do Bonfim aposta em sua experiência para montar uma equipe competitiva para o próximo ano. Redação /Superesportes  postado em 08/11/2018 12:28 (mais…)


A mídia tradicional em discussão: exemplo de João Otávio, o “corneta” de Nova Lima, confirma constatação de Gerard Piqué

Símbolo da torcida Pavilhão Vermelho, do Villa Nova, que teve o João Otávio como um dos fundadores

Todos os tradicionais veículos de comunicação estão buscando caminhos para se reposicionarem no mercado. A internet mudou tudo e obriga não só os meios impressos, mas também a TV, aberta e por assinatura. Os profissionais do setor estão no mesmo barco e quem não se atualizar está com os dias contados.
Em 2016 o zagueiro Gerard Piqué disse em entrevista que era preciso cortar a imprensa ruim pela raiz, e que para isso bastaria usar as redes sociais, pois ele e os companheiros de Barcelona tinham mais seguidores que o jornal mais lido da Espanha.
Na época Piqué reclamava que a urgência da notícia tinha mais importância que o rigor da apuração, gerando polêmicas e por consequência problemas para os envolvidos. E dava razão ao Barcelona e outros grandes clubes da Europa que decidiram blindar seus jogadores da imprensa que tinha este comportamento. E citou seu exemplo pessoal: “Eu poderia não dar mais entrevistas, e nada aconteceria. O jogador tem cada vez mais poder, e usa menos a imprensa. Alguns têm mais seguidores que o jornal esportivo mais lido na Espanha”.

O desabafo espontâneo do vilanovense João Otávio é um bom exemplo dos novos tempos que norteiam a mídia. A partir do momento em que seu vídeo viralizou ele foi visto por mais de seis milhões de pessoas, em dois dias. E tudo começou na TV Banqueta, emissora comunitária que existe há quatro anos em Nova Lima. O dono é o Fred Sarti, que já possuía jornal impresso, com o mesmo nome na cidade.

E o João já tem experiência de vídeo. Fez em 2017, voluntariamente, a TV Villa, junto com o jornalista Wagner Álvares de Freitas, tradicional e grande colaborador do Leão do Bonfim, autor do livro comemorativo dos 100 anos do clube. Aliás, o Wagner elogia a personalidade do João, a quem considera “muito inteligente e lúcido”. É estudante de Direito, tem 19 anos de idade, e caso aceite um dos muitos convites, poderá aumentar o time de comentaristas esportivos de Minas e do Brasil a qualquer momento.

E vale a pena ver de novo as verdades espontâneas do João Otávio, depois dos 5 a 1 que o Villa tomou do Tupynambás, em Nova Lima, na primeira rodada do Campeonato Mineiro:


A impunidade que norteia a irresponsabilidade e descompromisso de incontáveis dirigentes do futebol brasileiro

Jogadores do Fluminense não treinaram em protesto por falta de salários, mas o clube repatriou Ganso, uma das contratações mais caras do futebol brasileiro este ano. 

A legislação do futebol brasileiro permite o surgimento de determinados dirigentes que em países minimamente sérios jamais chegariam ao comando de alguma instituição. A certeza da impunidade faz com que este tipo de elemento apronte as maiores irresponsabilidades e tudo fica por isso mesmo.

Em novembro do ano passado, quase terminando a temporada, os jogadores do Fluminense ameaçaram entrar em greve por falta de pagamento de salários. Antes do jogo contra o América deram o ultimato ao presidente Pedro Abad e só entraram em campo porque receberam, depois do jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, no Maracanã, contra o Atlético-PR.

Escapou do rebaixamento muito provavelmente devido àquele pênalti perdido pelo Luan para o Coelho. Semanas atrás o Fluminense anunciou a contratação de Ganso, excelente jogador, enquanto estava inteiro fisicamente. Depois que operou os dois joelhos (ligamento cruzado anterior e reparar o menisco lateral,em 2007 e 2010) nunca mais foi o mesmo. Uma das contratações mais caras  do país em 2019.

Domingo na decisão da Taça Guanabara, Fluminense e Vasco poderiam ganhar um bom dinheiro, já que a previsão de público era acima de 60 mil pessoas. Mas por vaidade e picuinha puras, o senhor Pedro Abad foi pra Justiça e conseguiu que um homem de toga determinasse que o jogo fosse com portões fechados. O Vasco conseguiu que uma mulher de toga mandasse abrir os portões, durante a partida, para quase 30 mil vascaínos que adquiriram ingressos entrassem.

O jornalista Rodrigo Capelo, especialista em números escreveu no twitter dele, ontem:‏ @rodrigocapelo “Saiu o borderô da final da Taça Guanabara. Vasco e Fluminense receberam R$ 109 mil líquidos cada pela partida, justo a que minimizaria prejuízos de um campeonato esgotado e falido. Este é o resultado da tosca confusão em relação ao lado das arquibancadas. Parabéns aos envolvidos!”

Hoje à tarde a manchete dos jornais, sites, rádios e TVs eram: “Jogadores do Fluminense se recusam a treinar por causa de salários atrasados”.

Mas, este presidente pouco ou nada deve se importar. Afinal, daqui alguns dias haverá eleições no tricolor e ele cairá fora, deixando a bomba na mão do sucessor. Aliás, pleito antecipado, já que ele quase sofreu impeachment ano passado e ganhou a chance de ter uma saída menos humilhante.


Dos 20 clubes da Serie A 2019, somente seis estão com alvarás de segurança de seus alojamentos em ordem

Atlético, Internacional, São Paulo, Avaí, Bahia e Chapecoense estão em dia, de acordo com reportagem do Estadão/Revista IstoÉ:

*“Maioria dos clubes da Série A descumpre normas de segurança em seus alojamentos”

A tragédia que vitimou dez garotos em consequência do incêndio ocorrido no alojamento das categorias de base do Flamengo, há pouco mais de uma semana, no Rio de Janeiro, comoveu o Brasil por se tratarem de jovens entre 14 e 16 anos e chocou por mostrar que um dos clubes mais ricos do país alojava suas promessas em contêineres. Afinal, se no topo da pirâmide do futebol os meninos viviam em local cheio de irregularidades, o que esperar de times de estrutura mais modesta? Levantamento feito pelo Estado junto aos órgãos competentes (prefeituras e Corpos de Bombeiros) constatou que o caso flamenguista pode não ter sido a exceção à regra: na verdade, dos 20 clubes que disputarão a Série A do Campeonato Brasileiro em 2019, a maioria (14) possui alguma pendência em seus centros de treinamento.

No Cruzeiro, por exemplo, outro gigante em termos técnicos e financeiros, os dois locais utilizados para treinamentos, chamados de Toca 1 e Toca 2, ainda “se encontram em processo de regularização, sendo o clube formalmente notificado da necessidade de regularização no prazo legal de 60 dias”, diz o Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais (CBMMG). Já a prefeitura de Belo Horizonte afirma ter notificado o clube para a obtenção dos alvarás de funcionamento. O Cruzeiro não se posicionou sobre o assunto. A assessoria de comunicação afirmou que trata da questão junto aos órgãos competentes.

O Grêmio, campeão da Copa Libertadores de 2017 e outra potência no País, foi notificado na quarta-feira pela prefeitura de Eldorado do Sul por não ter licença do município para o seu alojamento da base, localizado na cidade a 50 km de Porto Alegre. (mais…)