Blog do Chico Maia

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Questões éticas no futebol, ou “farinha pouca, meu pirão primeiro…”

Também pode ser aquela da “pimenta nos olhos dos outros é refresco…”. Dia 11 de outubro, returno do Brasileiro, o zagueiro Rodrigo Caio vê a bola ultrapassar a linha mas dessa vez não alertou ao árbitro que mandou o jogo seguir . O Atlético venceu o São Paulo no sufoco, apesar desse vacilo da arbitragem comandada por Heber Roberto Lopes, de Santa Catarina.

Na coluna Bola na Área, deste domingo, no Diário do Aço, de Ipatinga, o Fernando Rocha, aborda um dos temas mais falados pela imprensa em 2017: um jogador deve ou não deve ser honesto quando a arbitragem errar a favor dele e ele tem consciência do erro? Cita o caso do Jô que marcou gol com o braço contra o Vasco e fingiu de bobo. Fernando recordou o caso do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, que livrou a cara do próprio Jô, que estava tomando um cartão injusto contra ele. Aí me lembrei deste mesmo zagueiro, que no jogo contra o Atlético no Independência, viu a bola entrar e ficou caladinho, deixando o árbitro seguir o lance.

Sufoco danado e o Galo venceu por 1 a 0, de forma suadíssima.

Veja a coluna do Fernando:

* “Arbitragem polêmica”

Uma das grandes polêmicas do futebol em 2017, foi registrada no jogo em que o Corínthians, em sua Arena,  venceu o Vasco da Gama por 1 x 0, com um gol visivelmente irregular marcado por Jô com o braço, o que abriu-lhe o caminho para conquistar o título.

Estranho que o jogador um pouco antes havia elogiado o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo, por ter sido honesto e avisado o árbitro no clássico entre os dois times rivais, sobre um cartão aplicado a ele erradamente, o que fez o assoprador de apito voltar atrás na sua decisão, beneficiando o Corinthians.

Mas neste lance, do gol malfeito com o braço, Jô disse na maior cara de pau, que não notou onde a bola havia batido, antes de entrar nas redes vascaínas. Fez o discurso do mau-caratismo tradicional que reina neste país.

Desde que foi implantado pela CBF o tal “sexteto”, ou seja,  com os tais “árbitros de linha” posicionados  atrás dos gols, o que onera substancialmente as despesas de cada partida, as críticas ao trabalho da arbitragem se avolumaram mais ainda.

Outro caso de grave erro registrado ocorreu na vitória do Botafogo por 2 x 1 sobre o Macaé, no Campeonato Carioca do ano passado, onde o juiz de linha de fundo, também apelidado de “vigia” pelo ex-árbitro e hoje comentarista da Globo, Arnaldo César Coelho, estava a um  ou no máximo dois metros de distancia do lance, mas nem assim enxergou irregularidade no gol da vitória botafoguense, onde a bola havia saído pela linha de fundo antes do cruzamento para o gol ilegal de Vinicius Tanque.

Qual o sentido?

A dona CBF até hoje não anunciou precisamente quando irá utilizar os recursos eletrônicos, pelo menos nos jogos mais importantes, decisivos, de suas competições oficiais.

Estava previsto para o segundo semestre de 2017, mas nada disso aconteceu e até agora ninguém sabe ao certo, quando o sistema será posto em prática, como maneira de diminuir os erros da arbitragem, que influenciam diretamente no resultado dos jogos.

Agora, fico aqui pensando com os meus botões, enquanto tomo a uma água de côco gelada e aprecio as ondas do mar na bela  Ilha de Guriri quebrando na praia: a opção da  CBF pelos “árbitros de linha”, os tais “vigias”, atrás dos gols, teria sido por razões econômicas?

Acho que não. Afinal de contas a entidade máxima do nosso futebol, cujo presidente está praticamente banido pela Fifa em razão de denúncias de corrupção, divulgou ter arrecadado  mais de R$ 1 bilhão em 2017. O que seria então?

Enquanto isso, ficamos todos sem saber o que faz essa tal figura atrás do gol, qual a função desse personagem ali, olhando, assistindo de forma privilegiada o jogo o tempo todo atrás do gol, mas quando é preciso sua intervenção não vê nada. Fica alí olhando o quê? (mais…)


A primeira péssima notícia do ano, do inacreditável acidente que matou o músico Guima e a filha Renata

Em foto do Uai, Guima e a filha Renata, que era fotógrafa

Que tristeza logo nos primeiros dias do ano novo, com a morte de uma grande figura humana, além de grande profissional. Ouvindo ontem o Tutti Maravilha no programa dele, “Bazar”, na Inconfidência FM, tomei conhecimento da morte do músico Renato Guima, num acidente inacreditável perto de Manhuaçu.  Ele dirigia, a filha no banco de passageiro ao lado dele e a esposa no banco de trás. Pois não é que uma árvore caiu sobre o carro, acertando-o junto com a filha, Renata, de 29 anos!!!. Os dois morreram e a esposa teve ferimentos não muito graves.

Que fatalidade! À família e amigos a nossa solidariedade.

Mais detalhes no portal G1:

* “Músico Renato Guima e filha morrem em queda de árvore sobre carro na BR-262, em Manhuaçu”

A mulher dele foi hospitalizada. Outras duas pessoas ficaram feridas em outro carro que não conseguiu frear e bateu nos troncos.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/musico-renato-guima-e-filha-morrem-em-queda-de-arvore-sobre-carro-na-br-262-em-manhuacu.ghtml


O belo gesto do lateral Danilo, hoje comandado por Guardiola, de prestigiar a base do América

O jornalista Henrique André vive “garimpando” boas histórias para os leitores dele no Hoje em Dia. Como esta, do lateral Danilo, que quis dar uma força aos garotos que atualmente moram onde ele já morou no Centro de Treinamentos do Coelho, em Santa Luzia: 

* “Lateral do Man City, Danilo ofereceu dinheiro para reforma em CT da base do América”

O relógio marcava 10h34 em Madri, 7h34 no Brasil, quando o lateral-direito Danilo acionou o e-mail pessoal para entrar em contato com o então presidente do América, Alencar da Silveira Jr. Naquele 15 de fevereiro de 2016, o então jogador do Real – que se preparava para o duelo contra a Roma, pela Liga dos Campeões – estendeu as mãos ao ex-clube e ofereceu dinheiro para melhorar o CT das categorias de base, localizado em Santa Luzia, na Região Metropolitana.

Comandado atualmente por Pep Guardiola, no Manchester City, Danilo se mostrava triste com as condições do local onde chegara em 2007, quando tinha 15 anos e alimentava o sonho de ser astro no tão concorrido mundo da bola.

“Estou de Madrid sempre torcendo e acompanhando o América! Escrevo para dizer que quero doar 20 mil reais para algumas melhorias no CT de Santa Luzia! Estive lá nas últimas férias, e me senti um pouco triste pelos meninos, pois desde a minha época não teve nenhuma mudança, estando assim tudo mais velho”, escreveu o camisa 3 do time inglês.

“Bom, não quero me meter em administração, apenas dar um pequeno conforto pros meninos de lá! Não é muito dinheiro, mas acho que dá pra melhorar alguma coisa, como televisões novas por exemplo”, acrescentou.

Contratado pelo City por R$ 106 milhões, junto ao Real Madrid, o jogador rendeu cerca de R$ 1,3 milhão aos cofres do Coelho, clube formador. Antes desta negociação, realizada no meio do ano passado, ele já havia rendido valor semelhante em 2015, quando trocou o Porto pelo time madrilenho.

Desejo atendido

Surpreso, mas feliz com o gesto do prata da casa, Alencar resolveu colocar em prática aquele pedido. Apesar das dificuldades financeiras que atravessava o alviverde, agradeceu a ajuda oferecida por Danilo e, com dinheiro do próprio bolso (cerca de R$ 500 mil), deu início à transformação do CT que abriga as categorias Sub-14, 15 e 17. Investimento este ressarcido pelo clube posteriormente.

“Fizemos uma arquibancada, melhoramos a cozinha, os vestiários e a sala de jogos. A sala de televisão, inclusive, terá o nome do Danilo”, conta o ex-presidente do Conselho de Administração.

Destaque na campanha do título da Série C do Campeonato Brasileiro, em 2009, o filho ilustre de Bicas, na Zona da Mata, foi vendido ao Santos no ano seguinte. No clube paulista, fez quase 80 jogos, marcou 10 gols e conquistou uma Copa do Brasil e uma Libertadores. As grandes atuações lhe renderam o carimbo no passaporte, ao ser negociado com o Porto, de Portugal. (mais…)


Depois de Marques, Atlético poderá anunciar Éder e outros ex-jogadores para iniciar nova era na captação de jogadores

Eder e o ex-volante Edgar estão retornando ao Atlético para descobrir talentos

Alguns dos maiores nomes da história do Atlético foram descobertos e lapidados pelo próprio clube e a política de formação de jogadores é fundamental para qualquer clube, principalmente no Brasil, em que só a revelação de grandes atletas pode dar alguma chance de competividade em relação ao endinheirado futebol europeu e mundial.

A nova diretoria do Galo se apresentará junto com o elenco que está montando para 2018. Por enquanto, o que me chama mais a atenção é a guinada na formação de jogadores, com o fim da “era” André Figueiredo, como diretor da base e a aposta em ex-jogadores que se consagraram dentro das quatro linhas. O ex-atacante Marques é o novo chefe, com o ex-volante Valdir Todinho como braço direito. Foram levados pelo ex-colega de time, Alexandre Gallo. Agora estão chamando outros ex-jogadores e isso deverá ser oficializado hoje.

Há quem conteste a presença de tantos ex-jogadores, mas há quem defenda que eles é que devem assumir os principais postos do futebol dos clubes. Defendo o “muito antes pelo contrário”. Se o sujeito estiver preparado pode ocupar qualquer função. Muita gente se esquece que André Figueiredo é um ex-jogador; foi zagueiro do próprio Atlético e outros clubes, assim como vários outros que trabalharam sob comando dele até outro dia. Não jogou e nem foi famoso como os que estão chegando para o lugar dele e demais, como mostra essa reportagem do Thiago Nogueira no SuperFC:

* “Galo terá time de ex-atletas atuando na captação de talentos para base”

Neguete, Edgar, Hernani e Éder Aleixo terão funções como observadores técnicos e trabalharão com o coordenador Marques e o diretor de futebol, Alexandre Gallo

O Atlético terá uma equipe de ex-jogadores trabalhando como observadores técnicos na categoria de base a partir desta temporada. O Super FC confirmou a informações com alguns dos novos membros, que preferiram não dar detalhes até a apresentação oficial do projeto, que pode acontecer ainda nesta semana.

Os ex-zagueiros Neguete e Edgar, o ex-meia Hernani e o ex-ponta-esquerda Éder Aleixo são nomes que devem ser oficializados no time de bastidores, que já tem Marques como coordenador do futebol de base. O ex-atacante assumiu a função no lugar de André Figueiredo.

O Atlético estrutura uma espécie de rede de captação de novo talentos pelo Brasil, como informou o diretor de futebol Alexandre Gallo, que também é ex-jogador do clube.

“O Atlético tem totais condições de estar revelando atletas em qualidade, e não em quantidade. Precisamos qualificar os nossos atletas e, para isso, uma rede de captação será importante no dia a dia da base”, explicou.

A rede de captação terá o auxílio de Gustavo Cupertino, contratado como gerente de base. Ele trabalhou com Alexandre Gallo nas categorias de base da CBF.

http://www.otempo.com.br/superfc/galo-ter%C3%A1-time-de-ex-atletas-atuando-na-capta%C3%A7%C3%A3o-de-talentos-para-base-1.1558871


Na primeira coletiva oficial como diretor do Cruzeiro, Itair Machado “apaga” incêndio com gasolina

Está passando da hora dos novos comandantes do Cruzeiro baixarem a poeira e cuidar do presente e futuro do clube. Expor problemas passados a todo instante não acrescenta nada, a não ser o risco de levar as picuinhas da cartolagem para o futebol. Dr. Gilvan, Bruno Vicintim e cia. passaram, e todas as virtudes e defeitos deles foram expostos, antes, durante e depois das eleições. Aliás, foram os principais cabos eleitorais da chapa vencedora.

Não se justifica, no dia da apresentação do grupo para a temporada 2018, a continuidade de lavação de roupa suja em público, como fez o Itair Machado na entrevista coletiva de ontem. Está em toda a imprensa, desde ontem. Aqui, no portal do O Tempo, em reportagem do Felippe Drummond Neto e Gláucio Castro:

* “Itair Machado assume que Cruzeiro está com salário atrasado há 3 meses”

Segundo o dirigente, os atletas não receberam os vencimentos de novembro, dezembro e o décimo terceiro

Após a reapresentação do elenco cruzeirense para a temporada 2018, o novo vice-presidente de futebol do clube, Itair Machado, concedeu, nesta quarta-feira (3) uma coletiva de imprensa em que falou de diversos temas, entre eles o atraso de salário dos jogadores que já chegam a três meses e a dívida do time celeste com a Fifa, que gira em torno de R$ 50 milhões.

Segundo o dirigente, o mais complicado na hora de negociar as contratações, foi convencer atletas e equipes que o time irá pagar tudo nos dias combinados. “Tivemos que escutar de algumas pessoas, que o time não pagaria os valores combinados, já que estamos devendo quase R$ 50 milhões à Fifa. Além disso, nas negociações com os próprios jogadores foi falado que não pagaremos em dia, já que o salário está atrasado desde novembro”, lamentou. (mais…)


Parabéns Cruzeiro; 97 anos de engrandecimento do futebol!

Campeão da Taça Brasil em 1966 depois de jogos memoráveis contra o Santos: Neco, Pedro Paulo, William, Procópio, Piazza e Raul; Natal, Tostão, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira.

Este segundo dia do ano é muito importante para o futebol. Data de fundação do Cruzeiro Esporte Clube. Neste quase Século de vida, grandes times, grandes jogadores, grandes dirigentes, treinadores, enfim, profissionais e amadores que construíram uma instituição que entrou para a história do futebol mundial.

Cada um que curte futebol, independentemente do clube para o qual torce, tem uma lembrança de emoção que envolve a “Raposa”, seja de alegria, tristeza, raiva ou felicidade. Indiferença, jamais!

Nesta homenagem do blog, recorro a essas imagens emblemáticas, de momentos decisivos dessa bela trajetória.

A primeira, do alto, do time que colocou o Cruzeiro na “prateleira de cima” do país, que detonou com o Santos. Meados dos anos 1960, e eu tinha nascido há pouco tempo. Não tive o prazer de vê-lo, ao vivo.

Essa, de nove anos depois, o time Campeão da Libertadores de 1975, que misturava qualidade técnica com força. Um time também sensacional: Darci Menezes, Nelinho, Morais, Zé Carlos, Raul e Vanderley; massagista Guido, Roberto Batata, Eduardo, Jairzinho, Palhinha e Joãozinho.

Infelizmente o Roberto Batata morreu em acidente de carro, depois de um jogo no Peru. Chegou da viagem, pegou o carro para ver a família em Três Corações, e bateu o carro no km 182 da Rodovia Fernão Dias, em Oliveira, a 150 quilômetros de Belo Horizonte. O técnico Zezé Moreira, optou por Zé Carlos em seu lugar. O time campeão ficou assim na foto:

Vale a publicação em homenagem a estes grandes jogadores: Roberto Batata e Zé Carlos, que infelizmente não anda bem de saúde.

E aqui, uma montagem do “time de todos os tempos”, numa dessas enquetes feitas para tentar apurar qual seria a melhor formação da longa história do clube, ouvindo gerações diferentes de futebolistas e registros históricos. De todas que já vi, considero que esta formação se aproxime mais do que pensa a maioria dos cruzeirenses com quem converso. Extrai do http://paginasheroicasdigitais.com.br/blog/50891/: da esquerda para a direita: Zé Carlos, Nelinho, Procópio, Raul, Perfumo e Sorín; Tostão, Palhinha, Niginho, Dirceu Lopes e Joãozinho.

Será? Assunto bom para eterna discussão!

Parabéns Cruzeiro, parabéns cruzeirenses!


O futebol surgiu em Belo Horizonte por iniciativa de um carioca que veio estudar Direito na recém fundada cidade

Obrigado ao Horacio V. Duarte que indicou ótimas leituras sobre futebol para que compartilhemos aqui no blog. Uma sobre a história dos estádios de Belo Horizonte (http://camposinvisiveis.com/) e outra sobre a violência das torcidas no Brasil (https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/28/deportes/1514427700_914142.html).

A primeira, sobre os estádios, é leitura obrigatória para quem gosta do futebol, especialmente de Minas Gerais. Mostra a origem do Atlético, Cruzeiro, América, de outros clubes que já não existem mais e o mapa do futebol no início da cidade nos primeiros anos do Século XX. Sensacional.

Parabenizo aos autores deste trabalho e recomendo: http://camposinvisiveis.com/

* “Campos Invisíveis”

Campos Invisíveis é um projeto jornalístico sobre os antigos estádios de Belo Horizonte. Um percurso que vai dos primeiros matches disputados na capital até o surgimento dos grandes estádios. De tempos em que o futebol belo-horizontino era praticado na área central, com as mais importantes taças sendo erguidas nos limites da Avenida do Contorno.

Por mais de meio século, os clubes da cidade possuíram seus próprios estádios. Pouca gente sabe, mas o famoso 9 a 2 aconteceu em um campo na Avenida Augusto de Lima, onde hoje fica o Mercado Central. São poucos os que se lembram, então, que Tostão fez seu primeiro gol pelo Cruzeiro jogando em um estádio no Barro Preto.

Neste meio tempo, o que se perdeu foi a memória. Estes campos são, hoje, invisíveis, pois foram derrubados para a construção de empreendimentos diversos, com pouca ou quase nenhuma ligação com o futebol. Quando se fala em progresso, nada pode ser mais importante. E é justamente aí que a memória se esvai.

A nossa proposta é lançar uma lupa sobre as antigas canchas belo-horizontinas, elucidando as histórias que se passaram dentro daqueles que um dia foram os principais palcos do futebol da cidade.

O trabalho tem orientação de Carlos d’Andréa e Enderson Cunha. Este projeto só foi possível graças às contribuições de Afonso Celso Raso, André La Rocca, Benito Fantoni, Benito Fantoni Jr, Breno Sousa, Coleção Linhares/ECI – UFMG, Déa Januzzi, Divisão de Coleções Especiais/Biblioteca Universitária da UFMGGeorgino NetoHemeroteca Histórica/Biblioteca Pública Estadual Luiz de BessaMuseu Histórico Abílio Barreto e Ronaldo Inácio.

Siga o Campos Invisíveis no Twitter: @camposdebh

Você pode entrar em contato pelo camposinvisiveis@gmail.com

Os primeiros campos

Por Lucas Sousa

A história dos campos de futebol de Belo Horizonte conta como o esporte ganhou a capital mineira. Os espaços de jogo foram de pedaços de calçada desocupados a concessões com o apoio da Prefeitura. O que era apenas divertimento para os garotos da monótona cidade, em pouco tempo se transformou em assuntos tratados pelos políticos.

A prática do futebol em Belo Horizonte passou por pontos turísticos e endereços famosos. Locais como o Parque Municipal e o atual Mercado Central foram referências da cena do futebol na capital mineira em seus primeiros anos (Ver mapa). A história dos campos belo-horizontinos não foi planejada como a cidade, mas seguiu o curso que o jogo ia tomando nos seus primeiros anos de vida.

Parque Municipal: a primeira casa do futebol em Belo Horizonte

No projeto para a construção de Belo Horizonte, o engenheiro-chefe Aarão Reis delimitou mais de 550 mil metros para a construção de um parque municipal. O arquiteto e paisagista francês Paul Villon reservou para o local diversos atrativos, como coretos, uma cascata de seis metros, pequenas lagoas, milhares de árvores e arbustos. O que eles não esperavam é que alguns dos vários gramados fossem utilizados como campos improvisados para jovens correrem atrás de uma bola, dando início à história do futebol na cidade. Porém, antes de ser lugar do esporte, o espaço era o lugar da elite de Belo Horizonte.

http://camposinvisiveis.com/index.html


Novos ares farão bem a Marcos Rocha, Atlético, Roger Guedes e Palmeiras

Antes, jogador era aguardado na sede ou campo de treino do novo clube para vestir a camisa oficial. Agora, o “photoshop” resolve o problema instantaneamente. Basta o diretor de futebol anunciar que o departamento de marketing já produz a foto com a nova camisa. Pena que o recurso tecnológico não resolver também o problema da qualidade do contratado.

O Galo com pouco dinheiro para gastar opta por trocas e “negócios” de ocasião, que podem dar certo, já que o técnico Oswaldo Oliveira está à frente das indicações e com poder de veto quando um indicado não lhe agrada. Marcos Rocha prestou ótimos serviços ao Atlético, é um dos melhores laterais do país, mas, aos 29 anos, está na hora de rodar, ganhar mais dinheiro e experimentar um outro grande clube. Roger Guedes é jovem, 21 anos, despontou-se como revelação do Criciúma, foi bem em seu primeiro ano de Palmeiras, campeão ano passado, mas caiu de produção em 2017. A mudança para Minas poderá fazer muito bem a ele também.

Marcos Rocha também jogou no Uberlândia, CRB, Ponte Preta e América, por empréstimo. Roger Guedes é gaúcho de Ibirubá, mas começou no Criciúma.


Poster da Florida Cup apresenta ex-jogadores do três representantes do Brasil

Dizia Tom Jobim que “o Brasil não é para amadores”, país difícil de mexer e entender. Os organizadores da Florida Cup devem, estar com este mesmo pensamento, já que viraram motivo de gozação por causa da gafe que foram induzidos a cometer no material de divulgação da disputa: Jô, agora ex-Corinthians; Fred, ex-Galo e o meia Gustavo Scarpa, ex-Fluminense estão com as caras e camisas dos antigos clubes estampados em todos os milhões de cartazes espalhados pelos Estados Unidos.


Simpatia recíproca pelo trabalho um do outro motivou pacto entre Telê Santana e Cruyff na final do Mundial de 1992

Só li agora, e muitos aqui possivelmente nem leram, então vale a pena ler de novo.

Quando era o treinador mais falado do mundo, comandando o Barcelona, Pep Guardiola sempre exaltava a seleção brasileira de 1982, de Telê Santana, e lembrava que, 20 anos antes, o seu técnico no próprio Barcelona, Johan Cruyff sempre a citava como uma das formas modernas de se jogar futebol.

A simpatia do Telê por Cruyff era recíproca e dias atrás, por ocasião das comemorações do título mundial interclubes pelo São Paulo, importantes revelações do árbitro argentino Jucan Carlos Loustau, ajudam a explicar essa sintonia entre essas duas figuras legendárias do futebol, que infelizmente morreram, quando ainda tinham muito a contribuir com o mundo da bola.

Confira em trechos de reportagens do Uol e R7:

“Árbitro revela pacto feito por Telê e Cruyff antes do Mundial de 1992”

“Cruyff e Santana queriam ganhar, mas não de qualquer forma”, afirmou Juan Carlos Loustau, árbitro da final do Mundial de 1992. Em entrevista à agência EFE, o argentino revelou detalhes da conversa que presenciou dias antes da decisão entre São Paulo e Barcelona realizada no Japão, na qual os treinadores combinaram que tentariam realizar uma grande partida de futebol, sem artimanhas para buscar apenas a vitória.

O papo entre Telê Santana e Johan Cruyff ocorreu na madrugada do dia 11 de dezembro. Sem sono pela diferença de fuso horário entre Argentina e Japão, Loustau cruzou com Telê no hotel em que ambos os times estavam hospedados e foi convidado para participar do diálogo com o treinador do Barcelona.

“Falavam de futebol como se fosse algo sagrado. Diziam que interromper uma partida com simulações de lesões, esconder a bola ou fazer uma substituição para ganhar segundos não era válido”, lembrou o argentino.

“Estavam convencidos que perder jogando bem não era fracassar e que uma partida leal, se se respeitam os princípios, não há vencedores nem vencidos”, completou.

Loustau tirou daquela conversa a conclusão que tanto Telê quanto Cruyff nunca consideraram perder como um fracasso, apesar das icônicas derrotas da Holanda na Copa do Mundo de 1974 e do Brasil em 1982, quando Cruyff jogava e Telê treinava, respectivamente.

Entre outras coisas que o argentino presenciou estava a aversão de Telê e Cruyff a cruzamentos sem objetividade. Lousteau ainda disse que, se pudessem, os treinadores teriam conversado por horas sobre futebol, pois não cansavam de falar do assunto.

Em campo, o São Paulo de Telê Santana foi vencedor, virando o jogo contra o Barcelona por 2 a 1, no dia 13 de dezembro. Stoichkov abriu o placar para os espanhóis, mas Raí marcou duas vezes e garantiu o primeiro título mundial dos paulistas.

“ Foi Telê, quem convidou Loustau para se juntar à conversa com Cruyff, vitorioso como jogador e que já colecionava sucesso com Ajax e depois Barcelona.

Seus jogadores, tinham por onde seguir a escola do bom futebol. O São Paulo, então campeão da Libertadores, contava com Zetti; Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luis; Toninho Cerezo, Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller. Do outro lado, o Barcelona, campeão da Liga dos Campeões, tinha Zubizarreta; Ferrer, Koeman, Guardiola e Euzébio; Bakero, Amor, Witschge e Beguiristiain; Stoichkov e Laudrup. Toninho Cerezo, Bakero e Beguiristiain foram substituídos naquela partida.”