Goleiro no time da Escolinha do América de Paraopeba. Mas ele se orgulha mesmo é de dizer que é de Araçaí, vizinha de Paraopeba, também integrante da “Grande Sete Lagoas”. Samuel Venâncio, grande repórter de uma das maiores emissoras de rádio do país. E acima de tudo uma figura humana sensacional. Vale a pena ler esta entrevista feita com ele pelo Renato Alexandre, para o jornal SETE DIAS:
* “Foi uma chance que agarrei com unhas e dentes pra nunca mais soltar”
Por Renato Alexandre
Samuel Venâncio não esconde o orgulho de ter sido criado em Araçaí. Natural de BH, ele foi com a família para a cidade quanto criança e lá viveu até os 18 anos. Depois de tentativas frustradas de ser jogador de futebol decidiu apostar nos estudos para ficar mais próximo do mundo da bola. A aposta deu muito certo. Formado em jornalismo começou na Rádio Itatiaia como estagiário e depois de “testar a paciência de muita gente na emissora” conseguiu um lugar ao sol. Samuel Venâncio é um dos repórteres mais atuantes da Itatiaia atualmente e como setorista do Cruzeiro vive o clube 24 horas por dia.
Quais suas principais lembranças, de maneira geral, de Araçaí?
Samuel Venâncio – As melhores. Era o tempo em que não me preocupava com nada. Aliás, me preocupava com uma coisa: sair sempre com a Turma dos Panelas. Jogava bola descalço no asfalto, fazia farra com os amigos praticamente sete dias por semana, participava de grupo de jovens na igreja e assim foi passando o tempo durante meus 18 anos em Araçaí. Fiz grandes amigos que tenho até hoje. Alguns são como irmãos, cito os gêmeos Arlon e Armando com quem mantenho contato sempre.
De alguma forma, Sete Lagoas fez parte de sua fase de criança e adolescência?
Samuel Venâncio – Claro que fez. Em Sete Lagoas dei alguns passos tentando ser jogador de futebol. Era goleiro no Paraíso de Araçaí e fui chamado pelo Serginho e pelo Sr. Tote pra jogar o Campeonato Mineiro Júnior pelo América. Éramos eu e o Thiago de Araçaí no time. Nos treinos até fui titular, mas no jogo de estreia outro goleiro foi contratado e acabei perdendo a posição. Até hoje brinco com o Serginho e com o Tote que eles encerraram a minha carreira (risos). Depois disso o Imbé me levou pro Ideal, fiz alguns jogos e como vi que não ia dar em nada na bola era a hora de estudar, né? (risos). E ainda voltei em Sete Lagoas depois pra jogar uma Copa Eldorado pelo Nova Geração. Na época acho que chegamos as quartas de final. Bons tempos. Se não me engano o ano era 2004.
Como surgiu o interesse em trabalhar em comunicação?
Samuel Venâncio – Eu sempre gostei de rádio. Minha infância toda foi ouvindo os jogos na Rádio Itatiaia. E a gente que ama futebol tem dois sonhos: o primeiro de ser jogador (não deu). O segundo estava mais fácil: trabalhar com o futebol de alguma forma e vi essa chance no Jornalismo Esportivo.
Como foi o início de sua carreira profissional?
Samuel Venâncio – Eu comecei aos 21 anos como estagiário na própria Rádio Itatiaia. E aí fazia de tudo – produção, algumas reportagens e por aí vai. Até começar o meu estágio, testei a paciência de muita gente. Do Júnior Brasil, que era coordenador na época, do João Vitor Xavier porque toda sexta pedia pra acompanhar o programa no estúdio até o dia que surgiu a oportunidade.
Você já trabalhou em TV e agora é um dos repórteres de destaque da Itatiaia. Porque decidiu escolher o rádio?
Samuel Venâncio – Sempre me vi trabalhando no rádio. Sempre sonhei trabalhar na Itatiaia e tive esse privilégio até bem antes do que eu sonhava. Quando tive a chance de trabalhar na Alterosa vi como uma oportunidade de crescimento, mas no fundo eu sabia que um dia voltaria pra casa. Sou grato demais também à TV Alterosa por ter me proporcionado tanta coisa no jornalismo. Quando os times mineiros brilharam nas temporadas 2013 e 2014 fui, praticamente, em todos os jogos. Viajava toda semana com os clubes. Mas quando recebi o convite da Úrsula Nogueira, hoje nossa Diretora de Esportes, não pensei duas vezes. Voltei pra fazer o que eu fazia anteriormente, mas com a mesma vontade de sempre. E seis meses depois veio a chance que eu sempre sonhei, mas jamais imaginava alcançar assim. Me tornei setorista do Cruzeiro. Agradeço demais à Úrsula Nogueira, ao Emanuel Carneiro pela oportunidade na emissora. Foi uma chance que agarrei com unhas e dentes pra nunca mais soltar.
Existe alguma referência, um nome que você considera um ídolo em sua profissão?
Samuel Venâncio – Hoje como setorista me inspiro no que foi o saudoso Carlos César Pinguim. Não tive a oportunidade de trabalhar com ele, mas o que ouço sempre e o que ouvia durante a infância em Araçaí são as melhores referências que um setorista do Cruzeiro pode ter. Ele foi e sempre será inigualável!
Ser setorista do Cruzeiro, um dos clubes de maior torcida no Brasil, exige muita aplicação principalmente na busca pelo furo de reportagem. Como você convive com este tipo de pressão?
Samuel Venâncio – Hoje eu vivo o Cruzeiro 24 horas por dia. Claro que existe a pressão, mas mais do que isso eu me preocupo primeiramente em informar com credibilidade. Apurar bem uma notícia é a primeira coisa que busco. A gente mexe com a paixão de milhões e não dá pra jogar qualquer informação no ar sem ter certeza. Dou um pouco de sorte, ou seria competência, porque consigo apurar algumas coisas em primeira mão. E isso claro que faz uma diferença no meu dia a dia.
Em Marrakesh durante o Mundial de Clubes de 2013 pela TV Alterosa
Durante sua carreira no rádio qual notícia você considera a de maior repercussão e que, obviamente, marcou a sua vida?
Samuel Venâncio – Sinceramente não me recordo de algo assim marcante. Foram várias as situações. Uma que teve foi com a primeira vinda do técnico Mano Menezes. Eu liguei pro Mano antes mesmo da diretoria do Cruzeiro. E na primeira fala dele: “como você conseguiu meu telefone?”. Claro que um jornalista não ia falar como, né? (risos). E depois desse contato, veio a proposta do Cruzeiro. Tentei ligar novamente e o Mano Menezes enviou apenas uma mensagem: “Samuel, a partir de agora existe uma negociação com o Cruzeiro. Não podemos nos falar mais”. Ali a informação caiu no meu colo em primeira mão.
Sua conta no Twitter é muito movimentada e sempre traz informações em primeira mão. Como você avalia este poder das redes sociais na comunicação atualmente?
Samuel Venâncio – Quem não se adaptar a este poder das redes sociais vai ficar pra trás. Eu fico até impressionado com a força do twitter. E acaba que ali faço amizades. Gosto muito do twitter e sempre que posso tento responder a todos.
Trabalhar na maior rádio de Minas com futebol, uma paixão dos mineiros, provoca algum contratempo, tipo perseguição ou críticas de torcedores?
Samuel Venâncio – Até que não tenho esse problema. Acho que no geral o pessoal gosta do meu trabalho. Claro que tem hora que aparece algo nas redes sociais, mas faz parte.
Como você mata a saudade dos amigos e familiares que estão em Araçaí?
Samuel Venâncio – Como setorista, acaba faltando tempo. Mas sempre que posso vou a Araçaí até porque meu pai mora lá. Participo de grupos de whatsapp da cidade pra me manter informado e assim a vida segue. Claro que queria ir lá com mais frequência. Araçaí é minha vida e sempre que dá gosto de exaltar isso na Rádio Itatiaia.
Junto com a família: Flávio, Nathan (sobrinho), João Venâncio, Giovanni e Samuel
Quem é Samuel Venâncio:
Nasceu em Belo Horizonte, mas desde criança morou em Araçaí onde vivia grande parte de sua família. É filho de João Venâncio e de Ângela (falecida em 1992), irmão de Flávio e Giovanni. Tem 32 anos. Fez o Ensino Fundamental na Escola Maria da Conceição Silva, em Araçaí, e o Ensino Médio no CNEC de Caetanópolis. Jornalista formado pela Universidade Salgado de Oliveira de BH. Começou seu estágio na Rádio Itatiaia aos 21 de idade e, após uma passagem pela TV Alterosa, retornou a emissora de maior audiência de Minas Gerais na equipe de ponta. Atualmente é o setorista que cobre a rotina diária do Cruzeiro. É casado com a também jornalista Bárbara Vasconcelos.
Escola Maria da Conceição Silva em Araçaí
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