Esta é a pior época do ano para quem gosta de futebol. A bola fica de lado, trocada por treinos físicos, exames médicos e especulações de treinadores e jogadores que vão e que vêm. Os que chegam são cercados de bajulações por grande parte da imprensa e torcedores mais apaixonados. Os mais céticos ficam na expectativa, aguardando quantidade de jogos e qualidade dos adversários para aferir se os contratados chegaram para reforçar ou apenas para cumprir contratos e levarem o dinheiro do contratante.
O Cruzeiro anunciou a contratação de maior vulto. Thiago Neves, que jogou muito futebol pelo Fluminense e depois foi rodar pela Europa e mundo árabe. A maior aquisição anunciada pelo Atlético até agora foi o zagueiro Felipe Santana, que fez sucesso no Borussia Dortmund e depois desceu a ladeira europeia no Schalke 04, também da Alemanha, Olympiacos, da Grécia, e Kuban Krasnodar, da Rússia. Há dúvidas quanto à condição física dele, assim como havia essa mesma dúvida quando o Galo contratou Leonardo Silva, que o Cruzeiro deixou sair.
A realidade é que todo jogador que volta da Europa pode ser comparado com uma laranja chupada. Uns ainda dão algum ou muito caldo, outros retornam bagaços, de que quase nada se aproveita.
Outra verdade é que Atlético e Cruzeiro não precisam contratar tanta gente, já que terminaram 2016 com elencos bem formados. Precisam das famosas aquisições “pontuais”, para determinadas posições. Nas demais, os treinadores têm na cabeça o que fazer, ou acham que têm e bola pra frente.
Este será um ano marcado por intensa renovação de treinadores. Começando pelo voleibol, onde o vitorioso e inovador Bernardinho sai de cena do comando da seleção masculina e dá lugar ao ex-grande jogador Renan. Como dizia o enigmático presidente da Associação de Futebol Argentina – AFA, Julio Grodona, “tudo passa”. Ou, como diz o ditado popular, “não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe”.
Bernardinho foi ótimo, contribuiu muito para o esporte brasileiro, mas passou. Assim como passaram grandes treinadores de futebol, agora sucedidos por Rogério Ceni no São Paulo, Roger Machado no Atlético, Eduardo Baptista no Palmeiras, Jair Ventura no Botafogo e o próprio Zé Ricardo que fez sucesso, inicialmente como interino no Flamengo, e que este ano monta o seu próprio grupo e impõe seus métodos desde o início.
Todos são grandes incógnitas e serão observados muito de perto pela imprensa e torcedores de todos os times. Rogério Ceni será o que terá mais holofotes sobre si. Por iniciar a carreira em um dos maiores clubes do país e se cercar de estrangeiros na comissão técnica, com fama de competentes em suas funções.
Como diria o Adilson Batista, que aliás, concluiu seu curso de treinador em dezembro do ano passado: “vamos aguardar”.
Ainda bem que a Libertadores da América começa daqui algumas semanas, mas somente os torcedores dos clubes que estão nela se ligam pra valer. Nos quatro primeiros meses do ano temos que suportar os campeonatos estaduais, todos ridículos, em todos os aspectos. Deveriam existir em outro formato, mas seguem do jeito que são por capricho e interesses nem sempre lícitos da maioria dos dirigentes. Jogos ruins, nível baixíssimo, títulos que pouco ou nada acrescentam aos maiores clubes e fontes de enormes desgastes. Que preguiça!
Pra completar, somos obrigados a tolerar também as grandes redes de TV falando quase que 100% só de cariocas e paulistas, sobrando alguns segundos para os clubes fora do “eixo”, com informações e comentários desinformados e equivocados. Ufa! Vida que segue! Quem sabe muda algum dia!?