Mesmo morando mais no Rio do que em Minas, Aécio tentava controlar a política mineira
As fotos postadas para ilustrar este texto foram escolhidas por mim.
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Meus caros amigos e amigas do blog. Há muito tempo eu não lia uma avaliação do quadro político de Minas Gerais tão bem escrita. Desprendida de paixões, sem ranços e com muita informação. Não conheço pessoalmente o autor. É a primeira vez que leio algo dele. Bom demais: professor Enrique Natalino, de Ciências Políticas da PUC/MG.
O texto é longo, mas vale a pena, principalmente se você é mineiro e gosta de fazer projeções dos caminhos da nossa política e dos nossos políticos que, no frigir dos ovos, mexem com o nosso destino como cidadãos:
“Tudo em política tem começo, meio e fim.”
As sementes da aridez política que Minas Gerais e Belo Horizonte vivem hoje foram plantadas ao longo vários anos.
Minas Gerais, eternamente dependente do empreguismo público, das exportações minerais, da agricultura e de uma modesta indústria, viveu bons momentos de prosperidade e ascendeu no ranking econômico e social nos anos 2000 enquanto conseguiu alinhar a sua diversidade populacional e as suas imensas complexidades políticas com um projeto de liderança e de modernização coerentes.
Com o racha do grupo político do ex-governador Itamar Franco, Aecio Neves, oriundo de tradicional família política do Estado, então presidente da Câmara dos Deputados no último biênio do governo Fernando Henrique, foi ungido pelo ex-governador como seu candidato à sucessão ao Palácio da Liberdade. Venceu a disputa, derrotando o ex-governador Newton Cardoso e o candidato de Lula, Nilmario Miranda.
Aécio Neves foi em Minas na década passada o que Lula foi no Brasil: um líder com grande força aglutinadora. (mais…)