Com as senhoras e senhores, a coluna do Fernando Rocha, no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “Balanço negativo”
A temporada do futebol brasileiro terminou e o balanço não foi bom se comparado ao biênio 2013/14 quando o Atlético conquistou a Libertadores, Recopa, Copa do Brasil, e o Cruzeiro sagrou-se campeão nacional por duas vezes consecutivas.015 às 20:12
Na última rodada do Brasileiro, o Galo lutou simplesmente pelo vice-campeonato e alguns milhões a mais da premiação destinada pela CBF; já o Cruzeiro, depois de se ver ameaçado pelo rebaixamento, embora tenha reagido e terminado em 8º lugar, foi apenas um coadjuvante na reta final, o que para os padrões celestes não significa nada.
Mas, se serve de consolo, – e como reza o seu horroroso hino-, “Deus salve o América” da capital, que superou todos os obstáculos e se classificou (Aleluia!) para voltar à Série A, além do Tupi de Juiz de Fora, que conseguiu brilhantemente o acesso à Série B, de onde o cigano Boa Esporte despencou para a C.
Outro do interior que merece destaque é a Caldense, vice-campeã estadual, que fez uma excelente campanha na Série D, e mesmo com os poucos recursos, quase subiu à Série C.
Por suas grandezas, potencial econômico, etc, coisa e tal, Atlético e Cruzeiro terminaram a temporada em débito com suas torcidas, sobretudo o clube celeste, que desmantelou-se no início da temporada e como conseqüência foi mal e perdeu o Mineiro para o grande rival, fez uma aposta errada em Luxemburgo e quase foi rebaixado no Brasileiro, sendo ainda duplamente eliminado na Copa do Brasil e Libertadores, se salvando de um vexame ainda maior a partir da metade do Brasileiro com a chegada de Mano Menezes.
Ao apaixonado torcedor atleticano, que só pode comemorar o título estadual em 2015; sofreu também com a eliminação na Libertadores pelo Inter, na Copa do Brasil pelo fraco Figueirense, vice outra vez do Brasileiro, o que significa a continuidade na fila que atingiu 45 anos de espera pela conquista do título nacional de maior expressão; só resta aguardar um ano melhor, agora com a novidade de ter um estrangeiro no comando da equipe. “No futebol tudo pode acontecer, inclusive nada”. Juca Kfouri.
Não é fácil a vida do presidente Daniel Nepomuceno pelo fato de ter substituído Alexandre Kalil, o maior dirigente na história recente do clube. Sua administração é motivo de comparações com a do antecessor a todo instante quando as decisões não agradam a torcida, embora os principais cargos de diretores sejam ocupados pelos mesmos assessores da época de seu antecessor.
Nessa do tudo ou nada, Nepomuceno resolveu bancar sozinho e arriscar a troca de um técnico conhecido, Levir Culpi, por um estrangeiro de métodos nada ortodoxos, o uruguaio Diego Aguirre, já testado e até certo ponto reprovado no Internacional. Torço para que dê certo, mas como no futebol não existe certeza de nada, as chances de dar errado são grandes. Tudo vai depender deste início de trabalho, da remontagem do elenco e do tamanho das perdas se perder um ou outro titular importante.
Com uma folha salarial inflacionada, a diretoria do Cruzeiro radicalizou nos cortes, a começar pela efetivação do auxiliar Deivid, no lugar do técnico-medalhão, Mano Menezes, que não resistiu ao caminhão de dólares oferecido pelos chineses e deixou o clube na mão. Se vai dar certo só o tempo poderá dizer, pois se defender dos reforços medianos que estão sendo anunciados, Deivid terá que se virar com o que tem e do jeito que puder.
Esta é a última coluna do ano, então gostaria de agradecer a todos vocês nossos fiéis leitores, por mais este período de convivência agradável aqui no “Diário do Aço”. À direção do jornal, através dos amigos Waldecy de Castro e Valter Oliveira, pelo apoio incondicional, e aos demais funcionários, colegas da redação, pela paciência e boa vontade. Aos nossos parceiros e anunciantes, nossos agradecimentos pela confiança nos resultados. E dizer que apesar de todas as dificuldades, vislumbramos um ano de 2016 bem melhor, na certeza de que estaremos juntos novamente.“Viver é um descuido prosseguido” (João Guimarães Rosa). (Fecha o pano!)