Blog do Chico Maia

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“O banqueiro e os políticos” ou tudo farinha do mesmo saco!?

Ilustração: w.gasperi.blog.uol

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Para cada escândalo político/financeiro que estoura cotidianamente no Brasil, me lembro de algum trecho da trilogia do jornalista Laurentino Gomes, “1808”, “1822” e “1889”, em que ele relata momentos importantes da fuga de D. João VI e a família real portuguesa, da Independência declarada por D. Pedro I e da proclamação da república pelos militares. Só depois da leitura destes excelentes livros passei a entender melhor o nosso país e dar razão ao saudoso Maestro Tom Jobim que um dia disse que “o Brasil não é para amadores”.

Só assim, a gente compreende porque uma mineradora cheia de dinheiro faz o que quer, atropela procedimentos de implantação, operação, principalmente de segurança, expulsa moradores, mata gente, arrasa com rios, com o mar e fica por isso mesmo, até que uma outra apronte em algum outro canto de Minas e do Brasil.

Para resumir tudo, leiam esta coluna de ontem, na Folha, do Bernardo Mello Franco, que foi correspondente do jornal paulista em Londres. Revela histórias interessantes e misteriosas de dois dos principais líderes do país, da situação e oposição, que fazem seus seguidores brigarem nas redes sociais e até fisicamente. Como personagens dos livros do Laurentino nos séculos passados: 

* “O banqueiro e os políticos”

“BRASÍLIA – Estalando de nova, a Mercedes S 350 chamava a atenção na porta do hotel The May Fair, um dos mais caros de Londres. Na janela, uma folha exibia o logotipo do banco BTG Pactual e o sobrenome do passageiro ilustre: “Mr. da Silva”.

O ex-presidente Lula visitava a capital britânica a convite do banqueiro André Esteves, em abril de 2013. Ele fez mais duas viagens ao exterior com despesas pagas pelo financista, que o contratou para dar palestras.

O petista não foi o único político patrocinado pelo BTG. Seis meses depois, o senador Aécio Neves se hospedou com a mulher no luxuoso Waldorf Astoria, em Nova York, com diárias bancadas pelo banco. O gabinete do tucano diz que ele também foi convidado para falar a investidores. (mais…)


Levir se antecipou. O Atlético só conversaria com ele depois que tivesse a resposta de Muricy e Sabella

Emoção do Levir em registro do Super FC

Foi muito legal a entrevista de despedida do Levir Culpi agora há pouco na Cidade de Galo, com lágrimas sinceras interrompendo por três vezes a fala dele. Agradeceu a tudo e a todos por ter passado grande parte da sua vida pessoal e profissional em Minas, em suas idas e vindas para o Galo e para o Cruzeiro. Pediu desculpas pelos eventuais erros e destemperos dentro e fora das quatro linhas, inclusive com a torcida e imprensa.

No fim, disse um “até breve”, já que sabe que todas as portas de Minas, especialmente Belo Horizonte, estarão sempre escancaradas para ele, excelente treinador e caráter. Uma figura especial do futebol.

Ele se irritou porque ficou sabendo que o Atlético estava aguardando a resposta de um outro treinador para aí então conversar com ele sobre a renovação ou não. Antecipou a saída, o que é bom para ele e para o próprio Galo, pois assim cada uma resolve logo a sua vida, já que o tempo urge.

O Atlético aguardava a resposta de Muricy Ramalho e do argentino Alejandro Sabella, que ficou amigo do presidente Daniel Nepomuceno, quando ele ainda era vice do Alexandre Kalil, durante a permanência da Argentina na Cidade do Galo, no período preparatório da Copa do Mundo.

O primeiro que dissesse “sim” seria contratado pelo Galo, Caso os dois dissessem não, aí sim haverá uma conversa com o Levir, que teria que aceitar duas exigências da diretoria: a troca do preparador físico e aceitar, sem reclamar, que o clube faça investimentos maiores na contratação de jogadores para o ano que vem, já que os assuntos administrativos/financeiros são da competência da diretoria.

Já que na reunião de ontem a diretoria atleticana abriu o jogo com ele é porque já tem a resposta do Muricy e do Sabella. Vamos ver quem será o novo comandante do time do Galo.

O técnico Diogo Giacomini, do junior, deverá comandar o time nos jogos contra o Grêmio e Chapecoense.

LEVIREM

Sequência do Superesportes mostra momento de mais emoção do agora ex-treinador do Atlético


Levir, Muricy, Zezé Moreira, Minelli, passado e presente; treinador: uma decisão difícil de se tomar

Quando Felício Brandi contratou Zezé Moreira nove em 10 torcedores e seis em 10 jornalistas foram contra e diziam que o presidente do Cruzeiro estava cometendo um erro absurdo, que poderia custar muito caro. O veterano treinador estava com 68 anos de idade, já tinha comandado inúmeros clubes, dirigiu a seleção brasileira de 1952 a 1955, e se preparava para aposentar. “Decadente” era a palavra que mais se ouvia para se referir a ele. Pois o “velho” chegou, foi campeão mineiro, vice-brasileiro naquele ano e conduziu a Raposa ao primeiro título da Libertadores da América em 1976. Ranzinza, temperamento difícil, linha dura, mas profundo conhecedor de futebol. Soube cativar quem precisava: os jogadores, numa época de transição, em que jovens como Joãozinho e Palhinha surgiam, numa mistura que deu certo com gigantes da bola e em caráter, como Piazza, Dirceu Lopes, Nelinho, Raul, Zé Carlos e Jairzinho o “Furacão” da Copa de 1970, perto de encerrar a carreira, mas estratégico para o esquema de Zezé Moreira naquela temporada.

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Zezé Moreira comanda treino na Toca da Raposa – foto do site http://www.paixaocruzeirense.com.br/

Felício Brandi e seus pares de comando calaram a todos, mas não ouviram nenhum torcedor ou comentarista dar a mão à palmatória.

Técnico não entra em campo, mas ganha e perde jogos, dependendo da competência ou não para montar um grupo, treinar a equipe no dia a dia, escalar os 11 e os suplentes a cada jogo, estudar os adversários, conhecer e dominar os ambientes interno e externo, além das estratégias antes, durante e após os jogos. A escolha de uma diretoria do nome certo é vital. Decisões como essas não são fáceis e há histórias mil no futebol, de grandes acertos e verdadeiras catástrofes para um time. O interesse pela sequência do campeonato ainda não acabou para o Atlético, que luta pelo vice-campeonato que lhe renderá R$ 2 milhões a mais de premiação. Porém o assunto dominante, há quase um mês, é se Levir Culpi fica ou não fica. De alguns dias para cá se Muricy Ramalho ou o argentino Alejandro Sabella será o substituto dele em 2016.

Este é um momento extremamente delicado para o clube, especialmente para o presidente Daniel Nepomuceno, que vem cumprindo muito bom mandato neste primeiro ano como sucessor de Alexandre Kalil. A decisão dele quanto ao treinador da próxima temporada será um passo decisivo para o futuro próximo do Galo e da própria imagem dele perante a torcida e ao futebol brasileiro como mandatário maior atleticano.

Vem aí uma temporada cheia, com Torneio na Flórida, Copa Sul/Minas/Rio, Mineiro, Libertadores, Copa do Brasil e Libertadores. Clube grande, de massa, quando começa mal, dificilmente se arruma na sequência. É muita onda, muita pressão! O treinador é o chefe da comissão técnica. O presidente manda no clube, mas no departamento de futebol e time quem manda é ele. O presidente contrata e demite, mas o detentor do cargo tem o poder pleno, enquanto está lá. Demitir no meio do caminho é outro problemão.

Levir é ótimo treinador e não merece tantas e tão pesadas críticas, principalmente nestes momentos que podem ser os seus últimos no Atlético, depois de mais uma período de grande sucesso comandando o time. A soma de acertos é infinitamente superior à dos erros. O clima geral entre diretoria e torcida com ele não está mais legal como antes por uma série de fatores, mas caso ele saia realmente, tem que ser com todas as honras que merece. Pela porta da frente e com homenagens, por tudo que ele e o Galo viveram juntos e fizeram um pelo outro.

O futebol é assim. Muricy nem foi confirmado, e já recebo comentários em meu blog do tipo: “está decadente”, “é rico, já ganhou tudo e não tem mais motivação”, “está doente e não tem mais fôlego”. Bobagens ao vento, mas que se tornarão verdades caso ele assuma e o time não comece logo a ganhar os seus jogos.

MINELLI

Em 1984 Rubens Francisco Minelli (foto) era o que o Tite é hoje: unanimidade, o nome certo para a seleção brasileira. Curiculum invejável: bi-campeão consecutivo com o Internacional (1975/1976) e no ano seguinte, tri, com o São Paulo. Contratado pelo Atlético, que tinha, reconhecidamente pela imprensa nacional, o melhor elenco do Brasil, chegou botando banca, dizendo que queria ver o time treinar para depois opinar sobre a qualidade do grupo. É claro que João Leite, Nelinho, Luizinho, Valença, Heleno, Reinaldo, Éder e demais colegas não gostaram de ouvir aquilo. Além do mais, Minelli gostava de um carteado e se entusiasmou com as ótimas rodas de jogo de Belo Horizonte. O time, que voava em campo, empacou e só voltou a correr e ganhar os jogos depois que o treinador foi demitido menos de três meses depois de chegar. Aliás, o carteado continua forte em Beagá, e derrubando treinadores, já que anos depois a história se repetiu com gente igualmente famosa e pouco habilidosa com as palavras. Inclusive este ano.


Pausa para melhorias e manutenção

Amigos e amigas do blog, perdoem pelo sumiço ontem e hoje, mas estávamos em manutenção e trabalho de melhorias neste espaço que serão brevemente sentidos pelos senhores. Estamos de volta.

Obrigado.

Chico Maia


Givanildo vai se tornar Cidadão de Beagá e jornalista americano diz que Galo terá que mandar jogos na Arena do Jacaré

Por indicação do vereador Preto, depois de uma troca de ideias com o deputado Alencar da Silva Jr. (um dos presidentes do América), o técnico Givanildo Oliveira vai se tornar Cidadão Honorário de Belo Horizonte, com toda justiça. Afinal, pela segunda vez conduz o Coelho à Série A do futebol brasileiro.

Estive com o vereador Preto hoje à tarde na Câmara Municipal de Belo Horizonte, junto com os também vereadores Heleno (ex-volante do Atlético), Bocão, Adriano e Altair, na sala do presidente da casa, Wellington Magalhães, onde o assunto era o Seminário BH Melhor para Viver, que vai discutir o futuro da nossa Capital, amanhã, no Hotel Ouro Minas, realizado em parceria com os jornais O Tempo e Super Notícia.

Preto lembrou que é americano “desde criança”, já que o seu irmão, Batata, foi lateral direito do Coelho. Wellington Magalhães, que é cruzeirense, se disse surpreso com a quantidade de americanos que estão aparecendo e que ninguém sabia para que time torciam. Inclusive eles eram maioria naquele momento na sala da presidência: o jornalista Márcio Fagundes, vereador Altair e o Preto. Bocão é cruzeirense e o Heleno, Galo.

Márcio Fagundes não perdeu tempo e foi logo dizendo que “a Arena do Jacaré voltará a ser a casa do Atlético ano que vem, já que o Independência é do América e o Mineirão já é usado pelo Cruzeiro”.

Zoações à parte, Minas Gerais está feliz com o retorno do América para onde ele nunca deveria ter saido.

GIVARINDO

Givanildo sorria com mais facilidade nos tempos em que jogava no Santa Cruz.


A semana começa com essa imagem assustadora

Até chegar ao mar, imagine o tamanho do estrago feito pelo caminho por essa lama de minério e produtos químicos!

E o Ministério Público denunciando que a Samarco/Vale/BHP, manobra firme nos bastidores, em todas as frentes possíveis, para diminuir a responsabilidade dela.


Clima de fim de festa e futebol muito abaixo do esperado

Lucas Pratto, dos poucos que não se entregam nunca em nenhum jogo.

O fim de semana do nosso futebol foi salvo pela ascensão do América, que fez a parte dele, sábado à tarde no Independência, conquistando o ponto que faltava para retornar à Série A, mesmo jogando abaixo do que joga. Mais tarde o Cruzeiro também frustrou a torcida azul ao empatar com os reservas do Palmeiras, quando se esperava até uma goleada, ainda na luta por uma vaga na Libertadores do ano que vem.

O Atlético também não correspondeu ao apoio da torcida e mostrou preguiça semelhante ao jogo do turno contra o Goiás, quando começou a perder a liderança e o campeonato para o Corinthians. Victor que falhou na goleada para o São Paulo na quinta-feira, voltou a falhar hoje, porém tem uma virtude fundamental: assume os próprios erros e não transfere a culpa para companheiros. O clima é de fim de festa, e a impressão que se tem é que os jogadores estão loucos para entrar em férias. A conquista antecipada do Corinthians gerou uma certa preguiça, ainda que involuntária.

Preguiça no Horto que não houve no campeão antecipado. Enquanto o Atlético passava aperto com o quase rebaixado Goiás, o Corinthians atropelava o São Paulo, em um clássico no qual o tricolor precisava vencer em sua pretensão de vaga na Libertadores da América. Ficou evidente mais uma vez o espírito vencedor desse time comandado por Tite.


A coisa está feia na grande mídia: até a Playboy vai parar de circular

Da revista Meio&Mensagem:

* “Editora Abril deixará de publicar a Playboy a partir de 2016”

A empresa também abre mão dos títulos Men’s Health e Women’s Health alegando continuidade a seu processo de reestruturação

A Editora Abril confirmou que deixará de publicar, a partir de 2016, as versões brasileiras das revistas Playboy, Men’s Health e Women’s Health. O principal argumento da empresa para o fim dos títulos é “a revisão do portfólio de produtos e a readequação das ofertas da Abril à sua audiência, aos seus anunciantes e agências”. A reestuturação na editora foi iniciada há um ano. (mais…)


Os cabeceadores e os riscos das pancadas na cabeça

Senhoras e senhores, é para refletir. Vejam que interessante essa coluna do Ruy Castro na Folha de S. Paulo de sexta-feira:

* “Cabeça na bola”

É o começo do fim para nós, brasileiros, ex-praticantes do melhor futebol do mundo. Os EUA proibiram que suas crianças de 11 a 13 anos cabeceiem bolas em jogos e treinos, para evitar os traumas que seus médicos têm identificado nos jogadores profissionais. Com isso, os meninos e meninas americanos irão se aperfeiçoar ainda mais na troca de passes com a bola rente à grama, até a invasão da área e o chute a gol.

Nós, ao contrário, continuaremos adeptos daquilo que, no passado, nos fazia zombar dos europeus: o chuveirinho, o centro despretensioso sobre a área, à espera de que um dos nossos meta a testa na bola antes do adversário, que está absoluto, de frente para o lance. Talvez fosse o caso de os médicos proibirem que se cabeceiem bolas também por aqui.

O argumento dos americanos é que, sendo os jogadores de hoje mais altos e atléticos, mais bolas são disputadas pelo alto, o que aumentou o risco de encontros violentos de cabeça. Pode ser verdade. Nunca se viram tantos choques como ultimamente. Nas crianças, com suas estruturas ósseas e nervosas incompletas, isso seria ainda mais perigoso.

Sem falar nos contatos entre a cabeça e a bola –as cabeçadas propriamente ditas–, responsáveis, segundo os médicos, por concussões na massa cerebral causadoras de ETC (encefalopatia traumática crônica) ou “síndrome do pugilista”. Bellini, zagueiro e capitão do Vasco, da seleção brasileira e do São Paulo entre 1958 e 1966, morto em 2014 depois de anos com sintomas semelhantes aos do Alzheimer, pode ter sido uma das vítimas.

Dos 5 aos 15 anos, joguei milhares de peladas. Como era péssimo com a bola nos pés, esforçava-me no jogo aéreo –talvez cabeceasse umas 15 bolas por pelada. A bola de então pesava o dobro da atual. Não sei como, aqui estou, com a massa que me restou.

BOLACRU

O impacto cada vez maior provocado pelas disputas aéreas é motivo de estudos.


Nessa correria do dia a dia só agora li esta notícia, muito boa por sinal: Del Nero pode ser “enjaulado” a qualquer hora

O da direita (Marin) já foi; o sucessor está na fila!

No O Globo de quinta-feira:

* “STF nega pedido de Del Nero para não ser preso em depoimento à CPI do Futebol”

O ministro Gilmar Mendes negou, nesta quarta-feira, o pedido do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, para que ele não fosse preso durante depoimento à CPI do Futebol. O habeas corpus impetrado no STF (Supremo Tribunal Federal) solicitava medida liminar que garantisse ao cartola o direito de falar com seus advogados, de invocar o direito de permanecer calado e de não assinar um termo de compromisso onde se comprometeria a falar a verdade.

Presidente da CPI, o senador Romário, representado pela Advocacia Geral do Senado, afirmou ao tribunal que “todos os convocados tiveram o direito de se apresentar acompanhados de seus advogados quando assim desejaram”.

Ele também destacou que ainda não houve apreciação de qualquer requerimento de convocação a Del Nero.

– Está claro que o Del Nero está com medo que a lei seja cumprida. A comissão de inquérito não trabalha na ilegalidade e seus membros têm atuado estritamente dentro da lei. Questionar isso é desrespeitoso com os senadores que estão empenhados em contribuir com o futebol brasileiro, afastando do esporte aqueles que praticaram malfeitos e insistem em continuar praticando – afirmou Romário.

Na decisão que negou habeas corpus a Marco Polo Del Nero, Gilmar Mendes entendeu que inexiste, no momento, constrangimento ilegal a ser sanado. “Apesar da existência de atos investigatórios em desfavor do ora paciente efetivados pela CPI, o risco a sua liberdade de locomoção não se configura, por ora, tampouco se detecta qualquer ameaça aos demais direitos e garantias fundamentais.”

O ministro lembrou, porém, que o Supremo tem assegurado a quem presta depoimento na CPI o direito de não se incriminar. Mas frisou que “a mera possibilidade de ser convocado ou convidado, futuramente, para prestar depoimento em sessão da CPI, por si só, não tem o condão de gerar constrangimento ilegal sanável.” Em razão disso, Gilmar Mendes disse que não estavam presentes os requisitos do habeas corpus.