Senhoras e senhoras,
o ritmo é de férias e fim de ano baixa “espírito natalino”, “confraternização universal” e essas coisas que fazem o comércio faturar, a economia fluir e todos nós relaxarmos e nos divertirmos um pouco.
Estou em Vila Velha-ES, praia de Itaparica, sol rachando; uma beleza danada.
Mais tarde ou amanhã vou postar mais fatos e contar o resto da viagem de trem de Beagá a Vitória, pela “Vitória a Minas”.
Agradeço demais aos senhores que escreveram sobre essa viagem, dando dicas ou perguntando alguma coisa.
Sobre a poeira, é o seguinte: na classe executiva, as janelas ficam fechadas por causa do ar condicionado, e os passageiros quase não são atingidos.
Na classe econômica é que o bicho pega, já que as janelas ficam abertas, por causa do calor infernal. Dei uma descida na cidade de Conselheiro Pena, em homenagem aos meus amigos Geraldo Celso Abreu e Valdívio Marcos de Almeida, que já foram bancários lá, nos anos 1960, e contam histórias sensacionais do lugar. Fiz questão de pisar naquele chão para contar a eles. Menos de dois minutos e parecia que estava em outro planeta, de tanto calor.
Sobre a não venda de cerveja ou qualquer bebida alcóolica: era liberado, porém, quem não sabe se comportar sob os efeitos do álcool acabou com este prazer de tanta gente. Costumava haver tumulto, brigas e a dona da ferrovia resolveu acabar com a festa.
O Juliano Coelho reclamou: “Somente faltou foto de minha cidade “Governador Valadares””
Calma, meu caro. Só postei fotos da primeira metade da viagem. Tenho uma de “Goval” e depois mostrarei.
Aliás, estou aqui para me encontrar com uma turma ótima da sua bela terra, para comemorarmos o aniversário do dentista Marcelo Godinho e do filho Marcelinho.
Hoje cedo assisti uma ótima aula de jornalismo no Bom “Dia Espirito Santo”, da Globo.
O prefeito de Vitória, João Coser, está começando a se despedir da população, já que dia 31 encerra o seu segundo mandato consecutivo.
Foi convidado pelo telejornal para falar do livro que ele está lançando hoje, sobre os oito anos à frente da prefeitura.
Muito elegante, terno alinhado, tem semelhança física com o Carlos Arthur Nuzman, dono do COB.
Pensei em mudar de canal porque achei que seria uma entrevista tipo “ação entre amigos”, mas a conversa foi ficando interessante.
O apresentador, Vinícius, muito sorridente e gentil, passou a bola para uma repórter que estava numa praça com moradores da cidade que tinham perguntas ao prefeito.
A primeira já foi na canela, sobre promessas não cumpridas. O prefeito manteve a postura e explicou que “infelizmente” é impossível fazer tudo em “apenas” oito anos.
Daí a pouco o próprio apresentador do telejornal perguntou ao senhor João Coser, porque ele não cumpriu a principal promessa de campanha do primeiro mandato que foi o Metrô de Vitória.
O homem culpou o ex-governador Paulo Hartung, o governo federal e saiu pela tangente, dizendo que eles optaram pelo BRT, que ficou “bom também”.
O apresentador voltou à carga e disse:
__ Mas era a sua principal promessa, inclusive com uma imagem exibida na campanha eleitoral, que mostrava como a cidade ficaria.
E o prefeito escorregou de novo, já meio desconcertado.
Aí entra novamente a repórter direto da praça com outro morador, que espinafrou com o prefeito por causa de mais uma promessa não cumprida.
E mais desculpas e justificativas.
E o apresentador Vinícius, sempre sorridente, emendou do estúdio:
__ O senhor não conseguiu eleger a sua sucessora, fulana de tal. Acha que foi uma forma de protesto da população?
E o prefeito já sem a empáfia do início da entrevista, pôs culpa na candidata, na campanha dela, no programa de governo apresentado por ela e bla, bla, bla…
O apresentador voltou à carga:
__Mas ela não ficou nem em segundo lugar, senhor prefeito!
E ele arrumou mais desculpas, disse que defende a “alternância de poder” e etecetera e tal.
Para concluir, mais um cidadão de Vitória, que queria se “despedir” do prefeito João Coser.
__E aí? O senhor é muito vaselina e não respondeu nenhuma das perguntas que foram feitas por nós, inclusive da praça que o senhor prometeu arrumar, tirar os mendigos e torná-la segura.
João Coser, que continuava com o seu livro não mão, mas não conseguiu mostrar nem a capa, disse que aquele sujeito era oposicionista, que não gostava dele de jeito nenhum, e que já havia explicado que a obra foi feita sim e que os mendigos são protegidos pela legislação que impede que a prefeitura os remova e bla, bla, bla…
Ou seja; saiu moído do telejornal e por mais que tentasse embromar, como quase todo político, foi questionado por jornalistas e populares, até que a máscara caiu.
Há muito tempo não vejo isso em nossas Gerais.