Blog do Chico Maia

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A responsabilidade do Rio em sediar os próximos Jogos

O Rio de Janeiro tem realmente uma responsabilidade gigante pela frente:

– Vai abrigar a primeira Olimpíada da América do Sul.

– A imagem do Brasil que melhorou bastante no exterior nos últimos anos, precisa se consolidar.

– O mundo inteiro fica de olho

– Um fracasso, tipo Atenas, por exemplo, queimaria geral o filme nacional.

– Já estou em Paris e vi o encerramento de Londres’2022 em um telão gigante, em frente à prefeitura, onde tradicionalmente os grandes eventos nacionais e internacionais são exibidos aos parisienses.

– Em todos os bares e restaurantes as Tvs ligadas no encerramento.

Vejam o interesse do público, nessas fotos:

RIO1

Praça lotada

RIO2

Atenção aos detalhes

RIO3

Gente de todas as idades

RIO4

Hoje cedo as TVs francesas já mostravam imagens das obras no Rio de Janeiro, através de seus correspondentes no Brasil


Seriedade dentro de campo e sabedoria do Galo para escapar de cascas de banana

Uma pena que o América não conseguiu reagir e perdeu mais uma, dentro de casa, para o Vitória.

O fim de semana teria sido ótimo para o futebol mineiro, com as vitórias do Cruzeiro sobre o Bahia, fora de casa, e o Galo sobre o Vasco, ampliando a liderança.

Vi o reprise do jogo quase todo pela Globo, no portal Globo.com

Aliás, ótima transmissão do Luiz Roberto, Júnior e Renato Marsiglia. Comentários imparciais, honestos como deveria ser sempre.

A arbitragem para mim foi boa, com lances difíceis de apitar de ambos os lados. Se foi pênalti ou não foi, tanto a favor do Galo, no Bernard, quanto a favor do Vasco, do Rever, nem a repetição do lance dá certeza de nada; portanto, a “olho nu”, mais difícil ainda para o árbitro, que, quando bem intencionado, age como um Juiz de Direito, obedecendo o código penal: “in dubio pro reo”, dentro dos princípios da presunção de inocência.

Jogo muito bom, de lances perigosos de lado a lado, com superioridade do Atlético, mas que foi resolvido em um lance que os craques costumam resolver: o drible do Ronaldinho Gaúcho pela esquerda, foi desconcertante, e matou goleiro e demais defensores do Vasco que só tiveram tempo de assistir o Jô aproveitar o rebote.

Aliás, deve ter sido o melhor jogo do Ronaldinho. Fez de tudo!

Talvez para espantar a onda que surgiu através de um jornal carioca que atua em Belo Horizonte.

Tentativa impressionante de criar uma crise no Atlético. Há colegas que trabalham em Belo Horizonte que sonham trabalhar no Rio e são capazes de qualquer coisa para cavar um lugarzinho lá; seja onde for.

E isso não é só em relação ao Atlético, não. O Cruzeiro já foi vítima muitas vezes também desse tipo de comportamento, em momentos delicados, quando qualquer boato pode bagunçar um ambiente.

Mas, é do jogo, e o Galo é que vire, com muita sabedoria para escapar dessas cascas de banana que vão continuar surgindo.

Diretoria, jogadores e a torcida precisam ficar ligados.

CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
1 Atlético-MG 38 15 12 2 1 27 8 19 84.4
2 Fluminense 35 16 10 5 1 27 9 18 72.9
3 Vasco 34 16 10 4 2 22 12 10 70.8
4 Grêmio 31 16 10 1 5 23 14 9 64.6
5 Internacional 30 16 8 6 2 21 12 9 62.5
6 Cruzeiro 26 16 8 2 6 21 20 1 54.2
7 São Paulo 25 16 8 1 7 24 20 4 52.1
8 Botafogo 24 16 7 3 6 26 21 5 50
9 Flamengo 22 15 6 4 5 20 21 -1 48.9
10 Corinthians 21 16 5 6 5 16 15 1 43.8
11 Ponte Preta 20 16 5 5 6 19 20 -1 41.7
12 Portuguesa 18 16 4 6 6 13 17 -4 37.5
13 Náutico 17 16 5 2 9 20 29 -9 35.4
14 Santos 17 16 3 8 5 15 19 -4 35.4
15 Coritiba 15 16 4 3 9 24 32 -8 31.2
16 Sport 14 16 3 5 8 13 23 -10 29.2
17 Palmeiras 13 16 3 4 9 15 19 -4 27.1
18 Bahia 13 16 2 7 7 12 22 -10 27.1
19 Figueirense 11 16 2 5 9 14 25 -11 22.9
20 Atlético-GO 11 16 2 5 9 16 30 -14 22.9

* Globoesporte.com


Parabéns e obrigado, Londres!

THANKYOU

* Momento de despedida de Londres e depois de 20 dias cobrindo os Jogos Olímpicos a opinião que tenho é totalmente positiva quanto ao sucesso da organização inglesa, em todos os aspectos. Não foram perfeitos, porque a perfeição não existe em uma empreitada como esta. O único ponto que deixou a desejar foi em relação aos ingressos; um problema que afeta cada vez mais, grandes eventos esportivos, seja Olimpíada, Copa do Mundo ou jogos isolados de campeonatos, de futebol, vôlei e demais modalidades.

Problema mundial 

Belo Horizonte vive isso constantemente. Quando o interesse do público é muito grande, sempre haverá gargalos, em função dos estádios com espaços cada vez mais limitados, o público crescente e normas criadas, visando coibir a ação dos cambistas, que acabam provocando o quadro que vimos em Londres: sobra de lugares nas arenas de competição e milhares de pessoas querendo e não conseguindo adquirir os ingressos.

Só com os donos 

Grande parte desses ingressos já estava vendida pela internet, mas quem perdeu o interesse em alguma disputa não podia ser revendê-los; nem pelo mesmo preço, por quem tentava agir de boa fé, pois a polícia não permitia. Chegou a deter pessoas que tentavam, nas enormes filas das bilheterias oficiais.

A presença de estrangeiros é que ficou muito abaixo da expectativa dos organizadores. Esperavam em torno de um milhão, mas segundo informações dos órgãos privados de turismo de Londres, vieram estimados 100 mil, de todas as partes do mundo.

Bons de serviço 

Em relação à estrutura, nada deixou a desejar, para o público, delegações, atletas, imprensa e demais envolvidos; todos com as melhores condições de executar as suas tarefas. Gentileza e competência impares dos voluntários, funcionários dos diversos órgãos participantes e autoridades. A grande preocupação com a segurança também foi superada, através de milhares de agentes, ostensivos e secretos, bem treinados e equipados com o que há de mais moderno em tecnologia.

Falta muito 

Com 16 medalhas, a participação brasileira superou o maior número de medalhas da história das delegações olímpicas brasileiras, mas muito aquém da evolução que se esperava. Desde Atenas’2004 o governo federal vem despejando milhões no esporte, diretamente e através de renúncia fiscal, visando a formação de atletas. Porém, gasta errado, já que o dinheiro não chega, como deveria, a clubes formadores e aos atletas. Vai para ONGs ligadas a políticos e para as confederações, que não repassam a quem de direito com a transparência que se deseja.

Pisadas na bola e superação

O futebol decepcionou outra vez; o vôlei masculino se descontrolou emocionalmente na hora em que não podia, e o feminino superou uma crise que parecia que eliminaria o time na primeira fase. Mas estes esportes já são consolidados no Brasil, como sempre candidatos a medalhas.

Agradeço aos senhores por este prazeroso contato diário, especialmente àqueles que enviaram mensagens, ajudando-me a escrever a coluna com críticas e reparos, todos muito bem vindos.

Como o Antônio Carlos Inácio Moreira, de Belo Horizonte, que corrigiu-me: o Atlético disputou o Torneio de Manchester, em 1987, foi no estádio do “City, em Main Road”, e não no Old Trafford, como escrevi.

Não são os ingleses 

Outro pedido de desculpas, tenho que fazer aos ingleses. Escrevi que eles

usam muito o telefone celular, falando alto e em qualquer ambiente. Pois não são eles. A maioria absoluta dos que fazem isso são os poloneses, que representam uma boa parte da população de Londres.

Que aliás, acolhe cidadãos de todos os continentes, de todas as esferas étnicas, sociais e religiosas, que ocupam todo tipo de postos de trabalho, escolas e espaço no cotidiano da cidade.

A partir desta semana a coluna volta à sua normalidade de segundas e quartas no Super Notícia e segundas e quintas-feiras no O Tempo.

* Coluna que vai circular amanhã nos jornais O Tempo e Super Notícia

SEGURANÇA

Segurança foi impecável nos Jogos, com eficiência e simpatia

DIVERSIDADE

A diversidade de culturas e etnias é uma das características marcantes de Londres

VOLUNTARIOS

Voluntários gentis e bem informados foram fundamentais para o sucesso dos Jogos

ESTRUTURAA estrutura para atletas, imprensa, público e demais envolvidos funcionou com perfeição


Salto alto e oba-oba que se repetem

O mais interessante nesse novo fracasso do futebol brasileiro nos Jogos Olímpicos é que depois das duas fases preliminares contra adversários de baixíssima qualidade, o oba-oba já tinha começado e o habitual “já ganhou”, baixou na turma do Mano Menezes também.

Agora é aguardar a decisão do presidente da CBF, José Maria Marin: mantém o treinador ou cumpre a promessa de dispensá-lo e escalar o Muricy Ramalho para a missão de montar um time para 2014.

Cabeças a prêmio

Marin, que deu as maiores mordomias aos seus aliados das federações aqui em Londres.

A essa altura até a cabeça do comandante do futebol, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanches, está a prêmio, já que seu padrinho era o Ricardo Teixeira, e a atual cúpula da CBF não morre de amores por ele.

Se der Muricy ramalho, como novo técnico, ficará de bom tamanho, pois é um dos melhores do país e de competência reconhecida para montar times. Ainda mais podendo escolher os melhores jogadores.

País rico

Na sequência do que escrevi ontem sobre a Rio’2016, passaremos a impressão de que somos um país rico, sem problemas sociais e que os nossos governantes são exemplares.

E quem vê tantos brasileiros passeando pelo mundo terá “certeza” disso. Em Londres é impressionante. Numa coluna anterior, disse que não chegava a ser como em Buenos Aires, mas estou revendo essa opinião. Impressionante.

Aqui, instalam placas nos dois lados das rodovias nas entradas das cidades, para diminuir o impacto nas casas vizinhas.

Virando moda

No Rio essas placas também têm sido instaladas, porém para evitar que os estrangeiros vejam as favelas ou que os bandidos façam arrastão nas famosas vias de acesso deles.

E tudo que o Rio lança vira moda, não é? Já já, possivelmente, teremos isso em BH também. Mais fácil esconder os problemas do que resolvê-los.

História parecida com as de tantas proibições de práticas salutares e tradicionais em nossos estádios, como, duas torcidas em um clássico, levar bandeiras e até o radinho de pilha. 

Mineiros pelo mundo

Além de turistas, há também grande número de brasileiros que moram em Londres, para trabalhar e estudar; muitos mineiros, inclusive. E muitos são identificados facilmente porque usam os “mantos sagrados” dos seus times. Caso do Valdésio Gonçalves de Oliveira, de Teófilo Otoni, onde é conhecido como “Deda”, há 21 anos morando na Europa, 12 em Londres. O conheci porque ele usava uma antiga camisa do Atlético, carregando uma escada em seu trabalho dentro do Parque Olímpico.

De longe, foi só gritar Galo!!!, que a conversa começou.

É Caixa!

Deda, em Teófilo Otoni, “Vavá”! em Londres, ele foi lateral direito do América “Dragão” e trabalha numa empresa de manutenção aqui. Há sete anos não vai a Minas, mas se mantém informado diariamente pelos nossos jornais e rádios na internet. Tem um filho inglês, de cinco anos, Daniel, de seu segundo casamento, aqui, com uma goiana. O menino pouco fala português, não conhece o Brasil, mas quando ouve a narração de gol um, seja de quem for, grita: “Caixa, Caixa…”, por ouvir com o pai as transmissões do Mário Henrique, pela Itatiaia.

Wembley é investimento

O administrador de empresas Bruno Gonçalves Ferreira Santos é de Belo Horizonte, vive em São Paulo e está estudando e trabalhando em Londres.

Tem várias camisas atuais do Cruzeiro e usa-as nos fins de semanas e em eventos, como ontem, no jogo do Brasil contra o México. Pagou £160 (R$ 600) para ver a derrota, mas não reclama: “assistir um jogo em Wembley, vale qualquer preço!”, disse.

Também encontrei-me aqui com o Maurício Marques, que ficou famoso no futsal brasileiro, como “Chopinho”. Hoje é instrutor FIFA e veio com a esposa Raquel, curtir a Olimpíada.

VAVA

Deda, de Teófilo Otoni, entre o baiano Antonílton, que também mora em Londres e o inglês Tom.

BRUNO

O administrador de empresas Bruno Gonçalves Santos entre o paulista Henrique (esq.) e o também belorizontino Diego Lanza.

MINEIROSEMLONDRES

Chopinho com a esposa Raquel, entre o casal australiano Alister e Margareth e o belorizontino Ricardo Machado.


Na reta final, ouro à vista!

Expectativa positiva de medalhas de ouro nessa reta final dos Jogos de Londres, com o futebol, vôlei feminino, boxe e vôlei masculino.

No futebol, todo cuidado é pouco, porque grandes times enviados pelo Brasil nas edições anteriores já chegaram perto e não conseguiram, como este, por exemplo, comandado por Carlos Alberto Silva.

O massagista, à direita, é o Teotônio, na época, do Cruzeiro.

O centro avante Careca, na foto, à esquerda do Neto, também era do Cruzeiro.

BRA88

A ficha desse jogo em Seul, em 1988, do site http://sosumulas.blogspot.fr/2008/07/finais-olmpicas.html

UNIÃO SOVIÉTICA 2 x 1 BRASIL
Data:
01/10/1988
Olimpíadas / Seul 1988 / Final
Local:
Estádio Olímpico / Seul (CSU)
Público:
73 mil
Árbitro: Gerard Biguet (FRA)
Gols: Romário 30/1º, Dobrovolski 17/2º de pênalti) e Savichev 14/1º da prorrogação
UNIÃO SOVIÉTICA : Kharine; Ketashvili, Yarovenko, Gorlukovich e Losev; Kuznetsov, Dobrovolski, Mikhailichenko e Tatarchuk; Liuty (Skliyarov) e Narbekovas (Savichev)
BRASIL:
Taffarel; Luís Carlos Winck, André Cruz, Aloísio e Jorginho; Andrade, Milton e Neto (Edmar); Careca, Bebeto (João Paulo) e Romário
Cartões vermelhos: Tatarchuk (5/2º da prorrogação) e Edmar (13/2º da prorrogação)


Agora será com o Rio e o mundo já está de olho!

A partir do encerramento de Londres’2012, amanhã, a bola passa para o Rio’2016. O prefeito Eduardo Paes está aqui, entre empolgado e apreensivo. Na entrevista coletiva que concedeu ontem afirmou que veio, viu e aprendeu “muita coisa”, mas na verdade já sabe de tudo, a muito tempo, inclusive do maior problema em se realizar um evento desses no Brasil: a falta de controle dos gastos, premeditada na maioria dos casos, para camuflar a corrupção.

Envolve pessoas dos vários setores, direta e indiretamente ligados, e no fim de tudo os cofres públicos ficam mais vazios sem o devido retorno que os investimentos deveriam gerar para a população. Os Jogos Pan-Americanos de 2007 estão ainda aí, vivos na memória de todos nós e as contas, não aprovadas, paradas no Tribunal de Contas da União. A Copa do Mundo de 2014 tem sido um “sorvedouro” de dinheiro público e muita gente se beneficiando ilicitamente.

Nosso bolso

Quem paga a conta é o cidadão, chamado de “contribuinte”, mas que deveria ser chamado de “extorquido”, pois paga caro e não tem os serviços para os quais este dinheiro seria destinado. E o que mais dói é a impunidade.

Quando algum gatuno, político ou da iniciativa privada, é pego com a mão na massa, a única punição que sofre é a imposta pela imprensa, quando divulga seus nomes e suas fotos. Mas mesmo assim inventaram o tal “segredo de justiça”, para dificultar a aplicação dessa “pena”. Sem falar que um no Brasil um escândalo encobre o outro alguns dias depois e daí a alguns dias ninguém se lembra do penúltimo.

No fim, tudo certo

É claro que o Brasil não tem como se comparar com a Inglaterra na organização de uma Olimpíada, porém, temos algumas características sociais que, tenho certeza, vão marcar positivamente, tanto em 2014 como em 2016: a receptividade. Não em termos de infraestrutura, mas no cotidiano do brasileiro. Em Londres, a partir da meia noite os garçons já começam a alertar a clientela que está na hora de ir embora. Quando chega perto de uma da manhã, quase expulsam quem ainda não pagou a conta.

Povo de festa

Bem sambemos que no Brasil inteiro é totalmente diferente na maioria dos bares e restaurantes.

Turista de grandes eventos esportivos vai para se divertir e certamente quem for ao Brasil ano que vem na Copa das Confederações, em 2014 e 2016, vai gostar de tudo. Havendo hotéis, e isso vai haver, o resto se resolve e os gringos passam por cima. Sabem que vão encontrar um país com sérias dificuldades de transporte aéreo, rodoviário e marítimo e por isso vão se programar devidamente. Já fazem isso normalmente e quando vão para uma terra como a nossa, aí que se programam mesmo.

Números de guerra

Nosso maior problema com esses turistas será convencê-los a passar por cima do medo da violência. Quando a imprensa mundial, britânica principalmente, começar divulgar dados que poucos divulgados no Brasil, vai acender luzes amarelas e vermelhas nas cabeças deles, pois não estão acostumados com determinadas coisas. Por exemplo, que morrem, em média, 150 pessoas no país, diariamente, assassinadas ou no trânsito. Ora, isso é número maior do que muitos países em guerra. E o brasileiro de modo geral nem dá bola para isso, como se fosse normal.

É só ligar o rádio

Não precisamos ir longe. Quem duvidar de informações como essa, da nossa realidade, faça um teste. Ouça na segunda feira na por volta das sete horas na rádio Itatiaia, que ouvirá que houve entre 30 e 40 assassinatos só na Grande BH, com destaque para Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia.

Mas estrangeiro que for ao Brasil dificilmente passará por este problema, já que além dos bandidos também gostarem de festa, os governos vão encher os principais pontos turísticos de polícia, câmeras e essas coisas. 

País rico

Passaremos a impressão de que somos um país sem problemas sociais e que os nossos governantes são exemplares.

Aqui, instalam placas nos dois lados das rodovias nas entradas das cidades, para diminuir o impacto nas casas da vizinhança. No Rio essas placas também têm sido instaladas, porém para evitar que os gringos vejam as favelas ou que os bandidos façam arrastão nas famosas vias de acesso deles.

E tudo que o Rio lança vira moda, não é? Já já teremos isso em BH também.

Mais fácil esconder o problema do que resolvê-lo.

AMBULANTE

Vendedores ambulantes sendo multados na London Bridge já que a atividade é ilegal aqui

CICLISTAS

Ciclista dá sinal com a mão, faz a manobra e é respeitado por todo tipo de motorista

Só assim mesmo!

Finalmente a imprensa do Rio está reconhecendo o valor do Ronaldinho Gaúcho.

Manchete do Globoesporte.com de hoje:

“Pelos pés de R49, Galo faz 1 a 0 no Coxa e se mantém líder do Brasileiro” 

Em seguida o comentário:

“nome do jogo”

Ronaldinho

O meia, até o fim do 1º tempo, rivalizou com Vanderlei como destaque. Mas com boa cobrança de escanteio, pôs a bola na cabeça de Réver, que estufou.

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E a foto do Leonardo Silva, sangrando, mostra o espírito desse time.

GAUCHOFoto do Superesportes


Galvão Bueno, quem diria, está pagando seus pecados em Londres.

Vida de “sem credencial” não é fácil.

Da coluna “Outro Canal”, da Folha de S. Paulo:

* “Vídeo mostra Galvão sendo barrado na Olimpíada de Londres”

Um vídeo postado na manhã de quinta-feira (9), no portal YouTube mostra o clima nada amistoso entre Record e Sportv na transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres.

O vídeo, batizado de “Galvão”, traz o narrador Galvão Bueno sendo barrado na passagem dos profissionais credenciados para acompanharem a final da competição de tênis, no domingo (5).

O vídeo é curto, gravado provavelmente via telefone celular, mas exibe com precisão Galvão argumentando com os seguranças e organizadores do evento enquanto uma fila de pessoas credenciadas passa em sua frente.

O narrador da Globo foi aos Jogos Olímpicos como estrela da cobertura da Sportv, mas só como convidado. Não foi credenciado para as transmissões. O canal pago recebeu apenas 36 credenciais para o evento.

Dona dos direitos de transmissão, a Record não anda facilitando as coisas para o Sportv, que comprou dela o evento. Não é difícil um profissional da Record ter feito o tal vídeo de Galvão barrado.

Acostumado a ter tapete vermelho nas principais transmissões esportivas na Globo, Galvão não anda nada feliz com essa situação de “primo pobre” do canal pago na Olimpíada de Londres.

Procurado, o Sportv diz que Galvão acabou assistindo ao jogo, mas como espectador, com ingresso. Sem credencial. E que ele foi barrado na saída, quando tentava pegar o seu carro. Não foi na entrada do jogo.

Confira o vídeo de Galvão na espera:

* http://outrocanal.blogfolha.uol.com.br/2012/08/09/video-mostra-galvao-sendo-barrado-na-olimpiada/


Exageros da mídia inglesa e as tragédias não ocorridas

O tempo passa depressa e a Olimpíada de Londres já termina depois de amanhã. Sem se cumprir as previsões dramáticas da imprensa inglesa, que anunciava ao mundo todo tipo de problema de “seguramente” ocorreria aqui. Trânsito, segurança, vagas em hotéis, greves de incontáveis categorias e por aí vai. Nada faltou em matéria de destaque negativo para espantar os londrinos da cidade e evitar que muita gente viesse. Até a previsão do tempo foi equivocada. Agências de notícias e jornais ingleses espalharam que só teríamos um dia de sol, o da abertura, e que a temperatura seria baixa durante a maior parte dos Jogos. Pois, foi exatamente o contrário. A maioria dos dias têm sido de muito sol, calor e nenhum problema para incomodar a quem é daqui, mora aqui ou veio para curtir Londres’2012.

Muito se falou também que a cidade ficaria descaracterizada por causa do aparato de segurança, que incluiria até misseis nos terraços de prédios públicos e residenciais.

Mães Dinah

Não vi nenhum até agora e nem tive notícia de alguém que tenha visto ou sido incomodado por alguma coisa relativa ao trabalho da segurança. Das instalações esportivas para as competições, condições de trabalho para a imprensa, acessibilidade para o público, principalmente para os portadores de necessidades especiais, nada deixou a desejar. A única reclamação foi em relação a um problema que parece ser eterno e mundial: a aquisição de ingressos. Muitos estádios e ginásios vazios e milhares de pessoas querendo e não conseguido comprar. Muitas explicações são dadas, mas nenhuma convincente até agora.

Vivência na pele 

A melhor explicação que tive até agora foi de alguém que viveu o problema: comprou pela internet o ingresso para alguns eventos com muita antecedência. Mas em função de seu país ter sido eliminado antes, ou nem se classificado naquela modalidade para vir a Londres, tentou vender aqui, mas quase foi preso. Para tentar coibir a ação de cambistas a Inglaterra criou leis apertando a repressão à venda de ingressos fora das entidades e agências autorizadas para tal. E a polícia aqui age forte para cumprir com as suas obrigações.

Onde a lei vale

Muita gente, de boa fé, tentou revender o seu ingresso, que não lhe interessava mais, pelo mesmo preço que adquiriu e quase foi presa.

Um exemplo que me foi dado pelo Bruno Ferreira, de Belo Horizonte, que estuda e mora aqui a alguns meses: comprou pela internet, por R$ 800,00 o ingresso numa boa posição para a final do futebol masculino, onde ele previa que o Brasil estaria. Caso o Brasil não se classificasse ele não iria assistir Coreia do Sul x México.

Nem pensar

E nem tentaria vender o seu ingresso, pelo mesmo valor que pagou, porque correria o risco de ser preso, como muitos, que ele viu sendo detidos, quando enfrentou duas horas de fila para retirar o seu ticket num posto oficial de entrega a quem comprou pela internet, meses antes.

E assim, milhares de pessoas, do mundo, que estão aqui, agiram em relação aos seus casos específicos.

É comum vermos policiais lavrando ocorrências com pessoas que agem na ilegalidade nas ruas de Londres. Tenho visto ambulantes, pedintes e tanta gente que tenta desrespeitar as leis por aqui.

Sem refresco 

São tantos esportes e tantas modalidades, que o volume faz de diferença quando a TV mostra as cadeiras vazias em ginásios e estádios de competições envolvendo masculino e feminino da natação, vôlei, basquete, judô, futebol, basquete, badminton e etecetera, etecetera e tal.

No mais, tudo transcorre bem, inclusive algumas modalidades que os brasileiros esperavam medalhas na reta final, como o vôlei masculino, feminino e até o futebol, que possivelmente vai chegar lá, pela primeira vez na história, amanhã, contra o México.


Muitas desculpas de perdedores em Londres

Virou moda perder e insinuar que houve corpo mole de concorrentes para pegar adversário mais fraco na sequência, em Londres. E o pior é que em alguns casos quem reclama perdeu para o possível “entregador” de jogo. É o caso do handball feminino brasileiro, que fez ótima primeira fase, mas caiu diante da atual campeã do mundo e olímpica, a Noruega, que teria feito corpo mole contra a Espanha, para escapar de Croácia e Rússia, nas quartas de final. Ora, já que foram desprezadas, as brasileiras tinham é que ganhar das norueguesas para mostrar que a tática teria dado errado. E foi quase, pois venciam por seis gols de diferença e não resistiram à virada, perdendo de 21 a 19. 

Não tem jeito

A França reclama a mesma coisa do basquete espanhol que teria facilitado a vida do Brasil para fugir de caminho mais espinhoso à frente.

Se o regulamento proporciona este tipo de situação, isso sempre vai existir, pois o objetivo de quem usa essa estratégia é terminar campeão ou em melhor posição.

Muita coisa em jogo

Se não der ouro, prata ou bronze também servem, pois valem um lugar na história e um dinheiro a mais na conta bancária. São muitos os benefícios a quem ganha qualquer medalha. Não há como impedir e nem provar facilitação, a não ser que algum atleta ou membro da comissão técnica abra o bico.

O Comitê Olímpico Internacional não puniu ninguém e nem vai punir. Vive situação simples: muda o regulamento para evitar eventuais armações ou libera geral, o que acabaria com a chiadeira, porém feriria o espírito olímpico da era moderna idealizado por Pierre de Coubertin, de que “o importante é competir”.

Falastrão

Pior fez o técnico do chinês Yibing Chen, que ficou com a medalha de prata na ginástica artística com argolas, onde Arthur Zanetti ficou com a de ouro. O senhor de nome Huang Yubin ganhou os holofotes ontem, ao dizer que “foi um roubo”; que a vitória do brasileiro teria sido obra dos árbitros.

Boa fala foi a da baiana Adriana Araújo, que depois de receber o bronze, falou algumas para o presidente da Confederação de Boxe, Mauro José da Silva, desqualificando-o e entregando a forma como ele age; humilhando os atletas. 

Gente pra todo lado

Na reta final dos Jogos a maioria das competições se concentra no Parque Olímpico e no centro de Londres. Quem foi torcer em subsedes distantes, como em Manchester e Newcastle já se deslocou para a capital britânica e a cidade parece um formigueiro, principalmente porque o sol está ajudando nos últimos dias. E muitos brasileiros; falando alto; furando filas, parando do lado esquerdo nas escadas rolantes do metrô, enfim. É fácil identificar os nossos patrícios, que continuam viajando muito.

Vamos gastar!

Nem o aumento do dólar, e da carga fiscal estipulada pelo governo federal nas compras no exterior barraram a brasileirada, que vai às compras à vontade em Londres, uma das cidades mais caras do mundo.

Nos incontáveis pontos turísticos, com atrações para todos os gostos, bolsos e idades, uma das visitas obrigatórias da maioria é à faixa para pedestres na famosa Abbey Road, em frente ao igualmente famoso Abbey Road Stúdios, onde os Beatles gravaram a maior parte dos seus discos.

Uma verdadeira romaria.

Mico engraçado

Claro que fui lá e ri muito. O bom humor prevalece e é raro quem não queira ser fotografado sobre a faixa ou em grupo de quatro, imitando a clássica foto dos músicos, que foi capa do disco Abbey Road, de 1969. Gente do mundo todo, mas prevalecendo a língua portuguesa, com sotaque paulistano. Parece que se trata da Avenida Paulista.

Motoristas de ônibus e automóveis que transitam sempre por ali entram no clima e têm paciência para esperar as sessões de fotos.

Às vezes uma buzinada e uma gozação a quem está lá fazendo pose.

EUNABBEY

Na famosa Abbey Road, peregrinação e fotos na faixa de pedestres que virou capa de disco

ABBEYROADSTUDIOS2

Fachada a Abbey Road Stúdios, onde os Beatles gravaram maioria dos seus discos.

PUBS1

Nos pubs londrinos o que não se vê é transmissão de jogos de futebol. Preferência pelo atletismo.

ABBEYROAD

A faixa de pedestre mais famosa do mundo.