Blog do Chico Maia

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A Enciclopédia do Rádio Brasileiro está precisando de fotos de nove radialistas

Amigos,

as professoras Nair Prata (UFOP) e Maria Cláudia Santos estão produzindo a Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro, que vai trazer as biografias de 230 radialistas de todos os Estados brasileiros.

No entanto, não conseguiram ainda as fotos de 9 radialistas e querem contar com o público do nosso blog para ajudar.

Precisam de uma foto das seguintes pessoas:

Adelchi Ziller – Minas Gerais

Domingos Gomes do Espírito Santo – Tocantins

Geraldo Bretas – São Paulo

Hilton Antônio Mendonça Britto – Rio Grande do Sul

Jaime Barreto – Amapá

Laércio Costa – Maranhão

Léo Almeida – Tocantins

Mário Mendonça – Mato Grosso do Sul

Waldir Rodrigues – Minas Gerais

Além do blog, os contatos delas são:

nairprata@uol.com.br

mariaclaudiasantos@yahoo.com.br


Atlético, Cruzeiro e América: nem tanto ao mar; nem tanto à terra!

Essa velha e surrada frase serve para definir a situação do Atlético no Brasileiro, e pelo que tenho visto a maioria dos atleticanos está enxergando dessa forma.

A bela campanha é conseqüência da manutenção da comissão técnica, mesmo com toda a turbulência do fim do ano passado; da aquisição pontual de bons jogadores para algumas posições, como Leandro Donizete para o meio, e Jô para o comando de ataque; de um craque especial, Ronaldinho Gaúcho, que foi um “negócio de ocasião”, e da resolução do crônico problema do gol. Para isso, primeiro foi contratado o treinador de goleiros do Grêmio, Chiquinho, que graças à sua amizade com o Victor, convenceu a ele que estava na hora de mudar de ares, e que a Cidade do Galo seria o ambiente ideal.

Com os recursos que a diretoria vinha dizendo que tinha para reforçar o time, essas aquisições foram feitas e Cuca está podendo trabalhar bem, jogo a jogo, o elenco e a estrutura que tem nas mãos.

Mesmo vencendo, como sábado, às vezes o time não faz grandes partidas, mas tem um elenco tão equilibrado que um erro é compensado por um grande acerto, e na média, a vitória sai.

Diferente de times que têm elencos comuns, como o próprio Atlético ano passado, quando jogava muito bem um tempo, ou 80 minutos, mas tomava um gol e perdia ou empatava porque não tinha forças para garantir o resultado positivo.

A diferença que Ronaldinho Gaúcho faz é clara e só não vê quem não quer enxergar. Não tem dado dribles ou arrancadas fulminantes como nos tempos do Barcelona, mas é só prestar atenção: o adversário destaca, no mínimo, dois jogadores para cuidarem dele, às vezes, três. Um no combate, um ou dois na sobra.

Quanto representa isso em um jogo, principalmente em competição acirradíssima como é o Brasileiro.

No Cruzeiro o que vejo é uma situação simples do futebol: a dificuldade de se montar um time durante a disputa do Campeonato. A começar pelo técnico e Celso Roth e os seus auxiliares diretos, passando pela maioria dos jogadores e até o diretor de futebol é novidade na Toca da Raposa para este Brasileiro.

O próprio Celso e a diretoria se surpreenderam com os ótimos resultados iniciais, pois era de se esperar mais tempo para que as vitórias convincentes começassem a chegar.

A defesa parou de tomar gols, o time voltou a vencer e chegou a liderar a competição. Mas novos jogadores continuaram chegando e os adversários mais pesados, como São Paulo, Inter e Grêmio idem. Além de serem da prateleira de cima, entraram em campo de olho no líder, que parecia ter voltado aos seus melhores momentos.

A falta de entrosamento e antigas deficiências se fizeram sentir e três derrotas consecutivas acenderam a luz amarela na Toca da Raposa. Nada de assustador, mas de atenção redobrada para nova correção de rumos.

O América está bem na busca do seu objetivo principal que é uma das quatro vagas da Série A 2013, mas a sua pretensão, mais que justa, é o título, neste ano do Centenário. Perdeu o Bruno Meneghel para o futebol chinês, mas não foi este o fator responsável pela derrota para o Goiás. O time não foi bem; o Goiás também é da prateleira de cima e jogar no Serra Dourada nunca é fácil.

Não pode vacilar é amanhã, em casa, contra o Guarantinguetá, que está lutando contra as últimas posições na tabela, e que virá babando por um início de recuperação no Independência.

Time cujo técnico é o Pintado, ex-capitão do Coelho, figura muito querida até hoje pelos americanos.


O fim da pobreza, ou: me engana que eu gosto!

Muito bom este artigo na Folha de S. Paulo de ontem:

“LEANDRO MACHADO”

De repente, classe C

Sou ex-pobre. Todos querem me vender geladeira agora. O trem ainda quebra todo dia, o bairro alaga. Mas na TV até trocaram um jornalista para me agradar

Eu me considerava um rapaz razoavelmente feliz até descobrir que não sou mais pobre e que agora faço parte da classe C.

Com a informação, percebi aos poucos que eu e minha nova classe somos as celebridades do momento. Todo mundo fala de nós e, claro, quer nos atingir de alguma forma.

Há empresas, publicações, planos de marketing e institutos de pesquisa exclusivamente dedicados a investigar as minhas preferências: se gosto de azul ou vermelho, batata ou tomate e se meus filmes favoritos são do Van Damme ou do Steven Seagal.

(Aliás, filmes dublados, por favor! Afinal, eu, como todos os membros da classe C, aparentemente tenho sérias dificuldades para ler com rapidez essas malditas legendas.)

A televisão também estudou minha nova classe e, por isso, mudou seus planos: além do aumento dos programas que relatam crimes bizarros (supostamente gosto disso), as telenovelas agora têm empregadas domésticas como protagonistas, cabeleireiras como musas e até mesmo personagens ricos que moram em bairros mais ou menos como o meu.

A diferença é que nesses bairros, os da novela, não há ônibus que demoram duas horas para passar nem buracos na rua.

Um telejornal famoso até trocou seu antigo apresentador, um homem fino e especialista em vinhos, por um âncora, digamos, mais povão, do tipo que fala alto e gosta de samba. Um sujeito mais parecido comigo, talvez. Deve estar lá para chamar a minha atenção com mais facilidade.

As empresas viram a luz em cima da minha cabeça e decidiram que minha classe é seu novo alvo de consumo. Antes, quando eu era pobre, de certo modo não existia para elas. Quer dizer, talvez existisse, mas não tinha nome nem capital razoável.

De modo que agora elas querem me vender carros, geladeiras de inox, engenhocas eletrônicas, planos de saúde e TV por assinatura. Tudo em parcelas a perder de vista e com redução do IPI.

E as universidades privadas, então, pipocam por São Paulo. Oscursos custam R$ 200 reais ao mês, e isso se eu não quiser pagar menos, estudando à distância.

Assim como toda pasta de dente é a mais recomendada entre os dentistas, essas universidades estão sempre entre as mais indicadas pelo Ministério da Educação, como elas mesmas alardeiam. Se é verdade ou não, quem pode saber?

E se eu não acreditar na educação privada, posso tentar uma universidade pública, evidentemente. Foi o que fiz: passei numafederal, fiz a matrícula e agora estou em greve porque o campus cai aos pedaços. Não tenho nem sala de aula.

Não que eu não esteja feliz com meu novo status de consumidor, não deve ser isso. (Agora mesmo escrevo em um notebook, minha TV tem cem canais de esporte e minha mãe prepara a comida num fogão novo; se isso não for felicidade, do que se trata, então?)

O problema é que me esforço, juro, mas o ceticismo ainda é minha perdição: levo 2h30 para chegar ao trabalho porque o trem quebra todos os dias, meu plano de saúde não cobre minha doença no intestino e morro de medo das enchentes do bairro.

Ou seja, ao mesmo tempo em que todos querem me atingir por meu razoável poder de consumo, passo por perrengues do século passado. Eu e mais de 30 milhões de pessoas -não somos pobres, mas classe C.

Deixa eu terminar por aqui o texto, porque daqui a pouco vão me chamar de chato ou, pior, de comunista. Logo eu, que só li Marx na versão resumida em quadrinhos. Fazer o quê, se eu gosto é de autoajuda?

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.debates@uol.com.br

LEANDRO MACHADO, 23, é estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo, mora em Ferraz de Vasconcelos (SP) e escreve no blog Mural, da Folha


Bom dia! Com a vergonha nacional do cotidiano

O Bom dia Brasil mostrou hoje uma reportagem sobre o desrespeito aos cadeirantes pelas empresas de ônibus em Belo Horizonte, e pior, a falta de educação e solidariedade de motoristas e trocadores com as vítimas da falta de cumprimento da legislação.

Além de 25% dos ônibus em circulação não ter o elevador exigido por lei, a maioria dos que possui não funciona. Os motoristas não param no local correto para que o cadeirante alcance sozinho o equipamento e trata mal ou não dá atenção àqueles que reclamam.

O Sindicato das empresas diz que dão manutenção aos equipamentos, mas eles se desgastam rapidamente e que motoristas e trocadores passam por treinamento periódico. É pra acreditar?

Isso ocorre no Brasil inteiro, com este e em incontáveis outras prestações de serviços; não é “privilégio” da capital mineira. Mas quem financia a campanha da maior parte dos políticos eleitos são exatamente as empresas concessionárias dos serviços públicos, empreiteiras, bancos e etecetera e tal.

Por isso, especialmente em ano eleitoral, é fundamental que a população ficasse muito atenta e separasse, na urna, o joio do trigo. Sei que é querer demais, mas a esperança precisa continuar existindo, né!?

Um indicativo que estou pregando no vazio é que posts como este, têm um ou outro comentário. Se fosse alguma coisa referente ao futebol e aos interesses feridos de um dos nossos clubes, ficaria lotado.


Cruzeiro em busca de explicações para a recaída incômoda

O Cruzeiro fez o seu pior jogo neste Campeonato, e nas entrevistas depois da derrota para o Grêmio nem jogadores nem o técnico Celso Roth conseguiram explicar o que causou tanta apatia. Houve jogos em que o time não jogou bem, mas a determinação de quem estava em campo levou a vitórias surpreendentes.

Nos três primeiros jogos a defesa passou a impressão que a peneira de 2011 e do Campeonato Mineiro era coisa do passado, mas os buracos voltaram a aparecer, e o treinador terá que rever o setor.

Descontrole

Interessante é que até os 25 minutos, mesmo perdendo de 1 a 0 o Cruzeiro dominava a partida e levava mais perigo ao gol gremista. Depois do segundo gol é que o descontrole foi absoluto e nem a injusta expulsão do zagueiro Werley, fez com que o time aproveitasse a vantagem de ter um jogador a mais em campo.

Virada

Sábado o que mais chamou a atenção na vitória do Atlético foi a capacidade de reação dos comandados do Cuca, depois de estar perdendo por 3 a 1. Foi como se o time tivesse acordado de um sono profundo, caindo na realidade de que estava perdendo para um time inferior tecnicamente, porém aguerrido e motivado por sua torcida.

Os gols da virada foram saindo naturalmente e caso houvesse mais cinco minutos além do tempo extra dado pelo árbitro, a goleada seria ampliada.

Empolgação

O atacante Guilherme estava particularmente feliz pela volta ao time depois de longa inatividade por contusão. Além da boa atuação marcou o gol da vitória e ao apito final do árbitro, demonstrava a felicidade de um garoto que estreia no time profissional.

Sentindo-se seguro e curado da contusão, agradeceu em especial, a todos os médicos, fisioterapeutas e massagista com os quais já trabalhou.

Nova estreia

A estreia do atacante Borges terá que ficar para o próximo jogo, contra a Portuguesa, pois a de ontem não valeu. Isolado entre os defensores gaúchos, não recebia bolas de nenhuma forma e seu estilo de jogo exige que cruzamentos sejam feitos na área.

Na única oportunidade que teve, obrigou o goleiro Marcelo a fazer uma ótima defesa, nos primeiros minutos da partida.

Triste é a situação do Ipatinga que perdeu em casa para o Grêmio Barueri e tomou a lanterna da sua mão.

Sob risco

Dentre todos os mineiros nas divisões nacionais brasileiras a situação mais delicada é a do Ipatinga, com salários atrasados e sem perspectivas de arrecadação na cidade, o que faz o presidente Itair Machado negociar a transferência do clube para Betim.

O Boa Esporte está na 13ª posição, porém com 12 pontos, junto a vários concorrentes. O Tupi está na penúltima posição na série C, porém a competição está apenas começando.

Tradição

Sábado tive a satisfação de comparecer ao Festival de Chope do tradicional Fluminense de Mocambeiro, e entendi o motivo da força e longevidade desse clube de 96 anos de existência. As famílias se unem em torno da instituição e promovem eventos o ano todo, o que mantém a união e injeta recursos para a manutenção do bom estádio e do time oito vezes campeão nos últimos 10 campeonatos da Liga de Matozinhos.

Uma das principais lideranças é o José do Patrocínio, que há 15 dias está reforçando a diretoria do Democrata de Sete Lagoas, que inicia amanhã os preparativos visando a 3ª divisão mineira.


Quatro machadadas

O Daniel Paiva Silveira escreveu ao blog, e vale a pena conferir:

“Chico, fiz uma charge do Galo que postei no meu Blog se possível dê uma olhada”

Belo Horizonte

galo-vence-figueirense

http://www.chargedarodada.com


Enquanto isso a caixinha de maldades continua funcionando

O americano Márcio Amorim, obviamente incomodado pela segunda do derrota do Coelho no Campeonato, 2 a 0 para o Goiás, enviou-nos uma ótima reflexão sobre cidadania e às mazelas às quais somos submetidos:

“Caro Chico,
… enquanto isso, naquele paupérrimo país do futebol, anunciaram ontem que vamos pagar pedágio durante cinco anos, para trafegar nos trechos não duplicados (e cheio de buracos) da 040 e da 116.

O “objetivo” é arrecadar grana para duplicá-las daqui a cinco anos. Sabem para onde vai o dinheiro? Para as cuecas e, no futuro, a CUT vai ameaçar colocar o povo nas ruas para defender quem puser a mão nele.

Viva o tal Vereador!
Viva qualquer Deputado Estadual!
Viva qualquer Deputado Federal!
Viva qualquer Senador da republiqueta!
Viva a CUT!
Viva o Ronaldinho! O menor e o mais insignificante dos nossos problemas. Acho que ele, mesmo não jogando nada ainda – nem sei se jogará – já deu, sim, nova cara ao time do Atlético (opinião de americano).
Viva o lixo em que estão transformando este Brasil com o aplauso de quase 85% dos cidadãos!”


Ruim desse jogo só os comentários pela TV paga

Comecei ouvindo a transmissão de Figueirense 3 x 4 Atlético pela 98,3 FM, cada vez melhor. Ao imitar e sacanear todo mundo, ironizar os exageros e mesmices dos profetas do acontecido da imprensa esportiva ela se apresenta e vai se firmando como a transmissão mais séria e confiável dos jogos de futebol.

E quando é pra falar sério, as informações são 100% confiáveis e os comentários de ótima qualidade.

Porém, fui ver o jogo em Funilândia, na casa do meu cunhado Nonô.

Desci do carro e não seria interessante nem educado levar meu rádio e ficar ouvido com o fone com a TV no pay-per-view, como faço normalmente, quando estou em casa.

Mas quando o Galo tomou o terceiro gol, joguei a toalha para o som da TV. Poxa, aos 14 minutos do segundo tempo, os camaradas já davam o jogo como encerrado, que o Figueirense conseguira a sua primeira vitória, depois de sete jogos de empates e derrotas; que o Loco Abreu foi o nome do jogo e que ficava a expectativa quanto ao futuro do Atlético depois da segunda derrota no campeonato e a sua capacidade de reação.

Melhor ficar batendo papo e comentando os lances com o meu irmão Gilmar, também atleticano, e o cruzeirense Nonô, que saiu da sala para atender à minha irmã Edilse, igualmente cruzeirense, para providenciar mais cerveja.

Incrível: foi só o Nonô se levantar e o Leonardo Silva, que fazia um jogo ruim, marcar o segundo gol, que incendiou o time.

Ele que um minuto antes dera um presente para o atacante Aloísio, que entrara no lugar do Loco Abreu (que saiu sentindo cãibras). Na cara do Victor, o jogador do Figueirense errou o que seria o quarto gol.

Daí a pouco Ronaldinho, Marcos Rocha e Jô trocaram passes até encontrar Bernard que entrava pela direita na pequena área para, de cabeça, fazer 3 a 3.

Na empolgação geral do time era de se esperar que o quatro gol saísse e Guilherme cuidou de acionar Serginho na direita e correr para dentro da área e receber a bola de volta para fazer 4 a 3.

O árbitro Luiz Flávio de Oliveira deu quatro minutos de tempo extra. Aos 47, Nonô estava de volta, mas era tarde para o Figueirense empatar.

Grande vitória do Galo que agora pega o Inter, quarta-feira, no Independência.

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Foto: Lancenet


Riquelme e Fábio Noronha puseram o América-TO nas manchetes dessa semana

Deprimente a cena da prisão do goleiro Fábio Noronha, do América de Teófilo Otoni. Aliás, ele e o argentino Riquelme puseram o “Dragão” nas manchetes dessa semana.

O jornal Olé, que adora sacanear tudo e todos, principalmente brasileiros, pagou o maior mico ao cair numa das costumeiras pegadinhas do twitter da turma bem humorada do América, que escreveu que o Dragão também faria uma proposta pelo camisa 10 que o Cruzeiro está querendo.

O Olé embarcou e deu em manchete este interesse.

A notícia do Fábio Noronha está no Globo.com:

“Ex-Fla e Flu, Fábio Noronha é
acusado de agredir esposa grávida”

Atualmente no América TO, goleiro presta depoimento na delegacia

FABIO

A Polícia Militar de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, foi acionada na manhã deste sábado para efetuar a prisão de Fábio Noronha, do América TO (veja o vídeo ao lado). Vizinhos relataram ouvir muitos gritos e pedidos de socorro na residência do goleiro, mas os policiais, ao chegarem no local, não tiveram a entrada na residência permitida pelo atleta.

Depois de muita insistência, o ex-jogaqdor do Flamengo permitiu a entrada dos militares, que encontraram a esposa do jogador deitada e com várias lesões pelo corpo. Grávida de sete meses, ela disse que não ter sido agredida e não quis registrar queixa. Mesmo assim, os militares deram voz de prisão ao jogador por lesão corporal e desacato.

O Samu foi acionado e conduziu a esposa do jogador ao hospital. Fábio Noronha foi para a delegacia para prestar depoimento e liberado em seguida. No início deste ano, o atleta já havia sido preso por falta de pagamento de pensão alimentícia.

O jogador, maior ídolo da torcida do Dragão, foi algemado e colocado na traseira de uma viatura. O atleta teria resistido à prisão. Aos deixar a residência, bastante nervoso, o goleiro percebeu a presença de câmeras e acusou os policiais de agressão e de quererem aparecer para o público.

– Estão querendo fazer graça, estão querendo fazer graça. Mas vamos lá. Está me machucando, compadre. Está me machucando. Está querendo fazer graça com meu nome. Os caras quiseram fazer graça com meu nome, e vocês invadiram minha casa – disse Fábio Noronha aos policiais.

O delegado que ouviu o goleiro disse que não encontrou elementos suficientes para fazer a prisão do goleiro. Ainda segundo a autoridade policial, será aberta uma investigação para o apurar mais profundamente o caso.

Desde 2010 no América TO, o goleiro apenas tem treinado com o grupo, já que o time não disputará mais nenhum campeonato nesta temporada. Para manter a forma, Fábio Noronha participa das competições de Showbol, como goleiro do Fluminense.

http://globoesporte.globo.com/mg/noticia/2012/07/fabio-noronha-ex-flamengo-e-preso-por-agredir-esposa-gravida.html


A elitização do futebol e a saudade da geral

Quando se fala que o futebol está sendo elitizado, infelizmente somos obrigados a concordar.

Começou com a FIFA, exigindo estádios com assentos individuais, com adesão quase total no mundo inteiro, apesar de não ser obrigatório.

Muitos donos de estádios resistiram enquanto puderam, mas acabaram se rendendo, muitas vezes por pressão da própria torcida ou das autoridades políticas e policiais locais.

Alguns ainda resistem.

Os estádios ficaram com menos lugares, os preços dos ingressos mais caros e as redes de televisão entraram pesado no jogo, investindo fortunas nas compras dos direitos de transmissão e impondo as suas regras. A renda dos jogos, que antes eram a principal fonte de arrecadação dos clubes passou a contar pouco. Até que se tornaram reféns das TVs mundo afora e elas passaram a ditar regulamentos e horários, que em muitos casos fogem do bom senso.

Com a chegada dos canais pagos, aí é que danou tudo. Mais dinheiro para os clubes e o interesse que o torcedor opte em adquirir um pacote e fique em casa mesmo, incentivado também pelas dificuldades de se ir até o estádio: deslocamento, violência, falta de estacionamento e as demais questões. Estádios grandes para quê? Aquela imagem clássica do torcedor banguela, na geral, com o seu radinho de pilha, está cada dia mais distante. Entrou para a história, como os dinossauros extintos.

O povão agora só pode curtir o futebol pela TV aberta, pelo rádio, ou quando um bar abre o sinal do seu pay-per-wiew para a clientela.

GERALDINO

Caro demais para um cidadão assalariado ir a um estádio. Além do preço do ingresso, a dificuldade cada vez maior para adquiri-lo.

O jornalista Rômulo Ávila escreveu um artigo sobre o assunto na revista digital Dom Total, que vale a pena ser lido:

“Saudade da geral”

GERAL

O Independência nunca teve. O Mineirão tinha, mas não terá mais. Só de pensar que não teremos mais a geral nos principais estádios brasileiros, bate um misto de saudade e nostalgia.

Parei para pensar nessa perda irreparável no último final de semana, quando uma amiga resolveu levar o filho, de seis anos, ao Independência, para ver o jogo entre Atlético x Portuguesa. Depois de muito sacrifício, ela conseguiu comprar três ingressos para o setor da ‘gaiola’. Pagou R$ 100 pelos bilhetes (deu sorte ao conseguir um bilhete de meia-entrada para o filho). Um absurdo para um país como o Brasil, onde a maioria da população e, especialmente, dos torcedores recebe um salário mínimo (R$ 622).

Foi aí que tive a certeza de que o futebol popular, dos geraldinos do Mineirão, do Maracanã e de outros tantos estádios Brasil afora, é coisa do passado. Um pai de família que recebe R$ 622 não tem condições de tirar R$ 20, R$ 40 para assistir a uma partida de futebol.

Isso me fez pensar na geral do velho Mineirão.  Por mais que a visibilidade não fosse a ideal, era lá que ficavam os torcedores mais humildes. Era lá que o pai assalariado levava o filho para ver o time do coração. Pouco importava se ele tivesse que ficar com a criança nas costas durante os 90 minutos, se tivesse chovendo ou fazendo um calor do deserto. Lá estavam os geraldinos, alegres e empurrando o time do coração. O clima único da geral era tão especial que muitos não trocavam o local nem mesmo por vaga na cadeira cativa.

Confesso que fiquei poucas vezes na geral, mas sempre troquei alguns minutos do jogo pelas manifestações espontâneas e únicas dos geraldinos.  O Mineirão ainda está fechado para reformas visando à Copa do Mundo de 2014, mas quando for reaberto eles, os históricos geraldinos, não terão mais vez.  Vão ficar apenas na memória.

Muitos desses folclóricos torcedores nem terão condições financeiras para assistir a uma partida do time do coração no Gigante da Pampulha.  O esporte mais popular virou exclusividade da elite.  Os últimos ingressos de geral do Mineirão foram vendidos em maio de 2010, por R$ 10 inteira e R$ 5 meia-entrada . Qualquer torcedor podia ir.

Hoje, o geraldino que quiser fazer um sacrifício para ver um jogo na Arena Independência tem que pagar, no mínimo, R$ 20 para ficar preso na ‘gaiola’, como um passarinho. Eu sei, o futebol evoluiu, ficou mais caro, muitos dizem até que se profissionalizou… . Mas, se isso é verdade, só aconteceu porque milhões de torcedores apaixonados, como os geraldinos, contribuíram para tal.  A sensação de ‘assistir’ a uma partida no terceiro piso do Independência, descreve um amigo, é de estar preso, vendo o mundo nascer quadrado. Muito diferente da liberdade que a geral do Mineirão proporcionava.   Que saudade da geral!

http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=2905

* Rômulo Ávila é jornalista formado pela Newton Paiva. Foi repórter esportivo durante dois anos do extinto Diário da Tarde (tradicional periódico de BH fechado pelos Associados Minas em julho de 2007). Atualmente é repórter do Portal DomTotal. Antes de cursar comunicação, foi jogador de futebol profissional. Começou no Vila Nova-MG e passou pelo futebol paulista e nordestino.