Blog do Chico Maia

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Levir queria ganhar o que ganham Felipão e Muricy; Cruzeiro disse não.

Li notas interessantes na Folha de S. Paulo de ontem, que têm tudo a ver com o futebol mineiro.

Na coluna Painel FC:

“Como está, fica” 

Proposta de mudança na forma de disputa dos Estaduais, com a entrada dos “grandes” apenas na reta final, não tem o apoio da Globo. A emissora é contra a a alteração dos moldes atuais, alegando que não faz o menor sentido ela ter adquirido os direitos de uma dezena de torneios estaduais, ao preço de aproximadamente R$ 200 milhões, para metade das datas acontecerem sem a presença dos clubes de grandes torcidas.


Vai longe. Representantes da Globo acrescentam ainda que a compra dos direitos de transmissão dos estaduais, feita há cerca de dois anos, têm longa duração.”

É, se a Globo não quer, não tem jeito de mudar mesmo, já que ela põe um dinheirão nos principais clubes e eles são os que mandam.

Porém, em Minas, seria possível atender a ela: um campeonato seletivo, regionalizado durante quase todo o ano, envolvendo os clubes que não estejam nas Séries A e B do Brasileiro.

Os classificados disputariam o campeonato estadual nas datas da Globo, com os mesmos 12, etecetera e tal.

Fica a idéia e a esperança continua!

– Outras notas, também da coluna Painel FC:

 

“Chutando…”

Antes de contratar Celso Roth, o Cruzeiro consultou Levir Culpi, hoje no Japão, para substituir Vagner Mancini. A pedida do treinador, porém, foi considerada absurda pelos cartolas.

 

…alto

Quem acompanhou as conversas diz que Levir falou que só voltaria ao Brasil se recebesse salário semelhante ao de Luiz Felipe Scolari e Muricy Ramalho. E pediu cerca de R$ 600 mil mensais, valor considerado irreal pelo Cruzeiro, que encerrou a negociação.”

Considero o Levir excelente treinador, além de ótima figura humana, e ele está certo em pedir o que acha que merece.

Porém, entendo também, que nenhum treinador de futebol vale tanto para o nosso mercado, e que o futebol brasileiro perdeu o juízo há muitos anos com gastos exagerados e de retorno duvidoso, em atletas e preparadores.

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Esse trecho de reportagem da Folha, também de ontem, dá alguns detalhes muito interessantes do estádio nos Estados Unidos, onde o Brasil perdeu para o México.

Ô inveja e saudade dos tempos em que público na faixa dos 100 mil pagantes aqui era em qualquer jogo entre os gigantes ou em fases decisivas:

“…o bilionário e futurista Dallas Cowboys Stadium. Trata-se da maior arena esportiva dos EUA, que pode receber até 110 mil espectadores para um evento – ontem foram 80 mil torcedores.

Um salto e tanto para uma seleção que se acostumou a jogar em estádios acanhados da Europa, como o Craven Cottage, em Londres, ou a AFG Arena, em St. Gallen, Suíça, ambos com capacidade menor que 25 mil pessoas.

…O Dallas Cowboys Stadium é um gigante de aço, concreto e vidro, erguido entre duas rodovias em Arlington, município vizinho a Dallas.

Levou cinco anos para ser construído, consumiu R$ 2,2 bilhões e virou o modelo a ser copiado…

…Só os telões da arena -dois deles medem 49 x 22 m- custaram cerca de R$ 80 milhões.

… copiar sobretudo a capacidade dos americanos de vender comida e bebida durante os jogos.

Durante um jogo do Dallas Cowboys pela liga de futebol americano, são consumidos em média 60 mil litros de refrigerante e 10 mil toneladas de nachos e outras comidas.

Nos camarotes, os restaurantes têm bufês com cardápio internacional e poltronas.

“Mas o pessoal reclamava que tinha que ir lá fora buscar hot dogs e hambúrgueres, então colocamos isso aqui também”, disse à Folha Brett Daniels, diretor de comunicação e planejamento de eventos do Dallas Cowboys, durante visita ao estádio.

A arena tem capacidade para 15 mil pessoas assistirem aos jogos de pé, apoiados num balcão que circula todos os anéis de arquibancadas.

…Outra inspiração é instalar uma espécie de fábrica de refrigerante e cerveja, que distribua as bebidas por canos para centenas de torneiras espalhadas pela arena.

As cadeiras do estádio americano são tão confortáveis quanto poltronas de cinema, mesmo as mais baratas, que para a partida de hoje custavam cerca de R$ 100…”

cowboys

E o Duke…

DUKE

…no Super Notícia


Bom futebol e enganação

O América brilhou, sábado no Independência ao atropelar o Criciúma e se isolar na liderança da B.

Outro grande jogo do time do Givanildo Oliveira, que se igualou ao próprio Criciúma como melhor ataque, 10 gols, e se manteve como a melhor defesa da competição; apenas um gol tomado.

Está valendo a pena ver o Coelho jogar e quem gosta de futebol deve adotar a prática a qual muitos estão aderindo: conhecer o novo Independência e assistir um bom futebol, mesmo não sendo torcedor do América.

Vários amigos, leitores, atleticanos e cruzeirenses, me disseram que fizeram isso ontem, somando-se aos americanos que proporcionaram o público pagante de 5.191 torcedores.

É o América, dando sequência à recuperação do seu espaço no futebol brasileiro.

*Essa derrota da seleção brasileira para o México derrubou muitos profetas do acontecido que diziam que, “finalmente”, Mano Menezes tinha acertado a marcação do time e que agora estava acertando o ataque.

* E o ex-ministro Márcio Thomás Bastos, advogado do Cachoeira?

Recebe R$ 15 milhões para defender marginal e fica indignado porque está sendo questionado quanto a isso.

Vamos que vamos!


Futebol de primeira no sábado, plantaçõe$ rentáveis e o uso político do futebol

O fim de semana não tem rodada do Brasileiro da Série A, mas tem o América, líder da B, que pode disparar se passar pelo Criciúma, que tem o mesmo número de pontos que o Coelho, mas um gol a menos.

Certamente será um grande jogo, onde o melhor ataque enfrentará a melhor defesa da competição. Os catarinenses marcaram 10 gols; os americanos sofreram apenas um. Eles tomaram cinco e o América marcou sete, o que mostra que o seu ataque também está funcionando muito bem.

Está valendo a pena ver o Coelho jogar e quem gosta de futebol terá essa oportunidade, inclusive para quem não foi ainda ao novo Independência, neste sábado, 16h20.

Atlético e Cruzeiro vão apenas treinar, já que a CBF adiou a rodada por causa de mais um amistoso da seleção brasileira.

Interesso-me cada dia menos pela seleção depois que se tornou praticamente um balcão de negócios, a partir de meados dos anos 1990, quando passou a ser usada como vitrine para vender jogadores para o exterior e dar muito dinheiro a empresários e dirigentes descomprometidos com os seus clubes.

Ainda mais quando é jogo amistoso.

Porém, com a aproximação de competições importantes, como as Olimpíadas, não há como não falar da seleção, já que o público se liga no assunto e tenho que falar.

E o futebol continua com as mesmas jogadas bobas de marketing, que não deveriam chamar mais a atenção, mas que sempre se repetem.

Como essa história de Fábio, que “poderia ir para o Atlético”. Conversa mais fiada, sem pé nem cabeça.

Um empresário passa para um jornalista uma informação que visa fazer intriga com o maior rival para valorizar o produto que defende.

Ou o próprio maior rival joga no ar uma informação falsa, para obrigar o concorrente a abrir os cofres e gastar mais do que estava previsto, na contratação ou renovação de algum atleta.

É assim em Minas, no Rio, em São Paulo e em qualquer lugar.

Alguns jornalistas entram de boa-fé, são usados; acham que estão ganhando uma notícia em primeira mão. Outros, se aproveitam para engordar a sua conta bancária e fazem estardalhaço com a notícia, para atender ao interesse daquele que o paga.

Em toda profissão há gente que mancha a categoria. 

* A relação entre Flamengo e Ronaldinho Gaúcho já começou errada e não tinha como dar certo.

Simples: a vereadora Patrícia Amorim, também presidente do clube, de olho na sua reeleição este ano, fez um contrato com o jogador, que não tinha como ser pago.

Ele, descendo ladeira, numa fase mais para a farra do que para jogar futebol, preferiu aceitar a proposta do Fla, porque queria morar no Rio!

Como diria o Vampeta: “fingiu que jogou, enquanto o Flamengo fingia que pagava”.

Deu no que deu! 

A classificação da Série B, extraída do Globoesporte.com

CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
1 América-MG 9 3 3 0 0 7 1 6 100
2 Criciúma 9 3 3 0 0 10 5 5 100
3 América-RN 6 2 2 0 0 6 2 4 100
4 ABC 5 3 1 2 0 4 1 3 55.6
5 Boa Esporte 5 3 1 2 0 4 3 1 55.6
6 Ipatinga 4 2 1 1 0 2 1 1 66.7
7 Avaí 4 3 1 1 1 3 3 0 44.4
8 ASA 4 3 1 1 1 2 2 0 44.4
9 Joinville 4 3 1 1 1 3 4 -1 44.4
10 Atlético-PR 3 2 1 0 1 5 3 2 50
11 São Caetano 3 3 1 0 2 2 2 0 33.3
11 Vitória 3 2 1 0 1 2 2 0 50
13 Bragantino 3 3 1 0 2 5 6 -1 33.3
14 Guaratinguetá 3 3 1 0 2 4 8 -4 33.3
15 CRB 3 3 1 0 2 3 7 -4 33.3
16 Guarani 2 3 0 2 1 1 3 -2 22.2
17 Paraná 1 2 0 1 1 1 2 -1 16.7

Uma dica imperdível para o feriadão!

Recebi um comunicado do companheiro Orlando Augusto, que está me matando de inveja, porque não poderei curtir Conceição do Mato Dentro e a Serra do Cipó neste feriado que vem aí.

Seria uma “intimação”, porém, terça-feira viajo para a Polônia e depois Ucrânia, onde vou cobrir a Eurocopa, mas certamente emendaria o feriado e iria bater palmas e atender a este convite do Orlando.

Se você ainda não programou o seu feriado, não perca!

Confira:

“Prezado Chico, cidadão querido de Conceição do Mato Dentro.
Nos dias 07 (feriado) e 08 de junho estarei tocando no Café com Rosas ao lado do norte americano Steven Line, nascido na Califórnia e um expert em blues e rock dos anos 50/60. Tocará conosco o baixista Edilson que é da tradicional banda Pendulum.

Enfim, duas noites com um estilo que será mostrado pela primeira vez no simpático bar da nossa amiga Rosinha. Você é um convidado especial.

Aproveitando o espaço… enquanto acreditarmos em blogueiros criando noticias para tumultuar nossos clubes e esquentar a moringa dos torcedores vamos ter que desmentir muita coisa. É a modernidade da comunicação. Fazer o que?

Obrigado Orlando Augusto”

ORLANDO

Orlando e Mara, no fim do ano passado, no Café com Rosas …

GRILORENATINHO

… onde certamente estarão neste feriado, dando canjas, os irmãos Grilo e Renatinho (Zé da Guiomar), no bar que é da irmã deles, e é bom demais da conta!


Prazer de estar em Itabira

Fui a Itabira ontem participar do I Workshop Itabirano de Negócios, promovido pela Associação Comercial – Acita, com apoio da prefeitura e Vale.

Fiquei surpreso com a grandiosidade do evento e a quantidade de empresas e gente, expondo e prestigiando.

Falei sobre a Copa do Mundo e tudo que a envolve, de prós e contra, além das oportunidades de negócios, obviamente.

Tive o prazer de assistir parte da palestra do Cristiano Lopes, especialista em turismo, que vem se destacando também como palestrante com foco na motivação profissional.

O evento começou quarta-feira e vai até hoje. Na quarta, perdi a oportunidade de assistir a fala do Marco Antônio Lage, itabirano, jornalista brilhante que hoje empresta a sua competência à frente da comunicação da Fiat Automóveis.

Gosto muito de Itabira, desde as primeiras vezes que fui lá transmitir jogos dos clubes da capital contra o Valério no Estádio Israel Pinheiro.

Só lamento e me revolto sempre é com esse arremedo de rodovia, a BR-381, que somos obrigados a enfrentar quando se sai de Belo Horizonte para ir até lá.

Perigosa, lenta, retrato do atraso brasileiro e grande prova da incompetência e fragilidade da classe política mineira.

Do trevo de Sabará até lá, foram três horas para percorrer os menos de 100 Km até o local do evento. Menos mal que não foi nenhum acidente, e sim uma carreta que ocupava quase as duas pistas e trafegava a uns 10 Km/hora.

Voltando a Itabira, como dói ver o Valério lutando para respirar, igual ao nosso Democrata de Sete Lagoas, atolado em dívidas, depois de esfolado por tantas administrações infelizes.

Mas, assim como o Jacaré, o Valério enxerga luz no fim do túnel, e hoje tem dirigentes que cuidam da sua ressurreição, sem misturar política ou interesses escusos.

Foi muito bom rever tanta gente boa como o Adilson Simeão, da agência DataFato; o Secretário Municipal de Comunicação, Fernando Silva; o José Sana, o Sérgio Santiago,  editor do portal DeFatoOnline; o João Mário de Brito, companheiro de imprensa e diretor financeiro do Sicoob – Credivale; os publicitários Peron Colombo e Eugênio Muller.

E conheci os comandantes da Acita, a quem cumprimentei pelo trabalho à frente da entidade: o presidente José Antônio Reis Lopes e o seu vice, Marco Aurélio.

Conheci outras pessoas muito gentis de várias cidades da região, como uma turma de Santa Bárbara, também o Alex, da Treinar Informática, que já jogou nas categorias de base do Cruzeiro, mas é impossível citar todo mundo agora.

Agradeço a todos pela receptividade


Modelo de normas em estádio que deveria ser adotado no Brasil

Vejam que trecho interessante da coluna do Fernando Rocha, que será publicado no Diário do Aço, de Itabira, amanhã:

* “Para refletir”

O estádio “FedEx Field” de Washington, capital americana, com capacidade para receber 93 mil pessoas, palco do último amistoso da nossa Seleção, registrou mais de 63 mil torcedores e apesar de muitos brasileiros e latinos, recebeu um público predominantemente jovem em sua maioria formado por americanos, embora o “soccer” seja o sexto ou sétimo colocado na ordem de preferência da  população do país, perdendo inclusive para o golfe.

Ao contrário dos estádios brasileiros, nos EUA a venda de bebidas alcoólicas é liberada. Cada setor tem sua própria área de bares e restaurantes e só não compra a bebida de sua preferência livremente quem não faz uso ou não quer, pois há diversos caixas eletrônicos espalhados pela área destinada ao público.

E, não se tem notícias de brigas, agressões, invasões do gramado, ninguém faz xixi no copo plástico  e joga na cabeça do outro;  ou manda o colega plantar “xuxu”, o que confirma o acerto da tese de que a causa principal da violência nos estádios não é a venda de  bebidas alcoólicas, mas sim a impunidade.

Nos EUA, além de uma boa educação, a justiça funciona. E o cidadão que  transgredir a lei é preso, paga multa altíssima, o que vai gerar um  atraso descomunal na sua vida. 

Então, ninguém quer saber de confusão, pois todos sabem que o preço a pagar por um ato de irresponsabilidade é muito alto. Enquanto isso, aqui nos nossos grotões, o torcedor-energúmeno faz o que bem quer, apronta todo tipo de confusão, quando não tira a vida de outras pessoas, pois sabe que pouco ou nada vai lhe custar, principalmente se tiver dinheiro para pagar um bom advogado.


Mais uma notícia para valorizar o produto

Concordo com o Paulo Henrique.

Essa é uma boa temporada de plantações que costumam ser férteis!

* “Só me faltava esta!

Um belo press-release, como bem diz o Alisson.

http://globoesporte.globo.com/mg/noticia/2012/05/com-otima-proposta-da-europa-fabio-poderia-jogar-no-galo-em-2013.html#equipe-atletico-mg

Na minha opinião, não passa de notícia plantada para o jogador, e de tabela seu empresário, conseguir um bom reajuste anual.”

* “Proposta europeia é ponte para
Fábio atuar no Atlético-MG em 2013

Goleiro do Cruzeiro seria repassado ao Galo após transferência para
o exterior. Empresário do jogador, no entanto, nega essa possibilidade

O goleiro Fábio pode estar a caminho do Atlético-MG. As diretorias de Galo e Cruzeiro negam essa possibilidade, mas o jogador recebeu uma proposta muito alta e está balançado. A estratégia do clube alvinegro seria criar uma ponte via um clube da Europa. Dois patrocinadores do Galo bancariam a transferência do jogador. Depois, o atleta seria repassado ao Atlético-MG, em 2013.

O empresário de Fábio, João Sérgio, por sua vez, afirmou que não existe essa possibilidade.

– O Fábio está muito satisfeito no Cruzeiro, que paga os salários em dia. É um ótimo clube. Ele está muito feliz, é capitão, tem liderança. O projeto dele é encerrar a carreira por lá e, depois, ser gerente de futebol ou algo assim. Ele tem esse perfil.

João Sérgio, no entanto, disse que Fábio sempre recebe sondagens para mudar de clube.

– Sondagens, o Fábio tem uma atrás da outra. A única coisa concreta foi em dezembro, quando um grupo de investidores fez uma proposta para levá-lo ao futebol russo. O presidente do Cruzeiro não quis negociar. Se fosse verdade, eu seria procurado.

Fábio tem contrato com o Cruzeiro até 2016. O jogador tem 30% dos direitos econômicos, e o clube, 70%. João Sérgio disse, inclusive, que está em negociação com os dirigentes celestes.

– No contrato, está previsto um reajuste anual. Mas não há essa possibilidade de ele sair agora. Se fosse para a Europa, para a Rússia, com três anos de contrato, acho que valeria a pena. O Cruzeiro é muito grande, assim como o Atlético-MG, o Corinthians.

Desejo antigo

Em 2011, o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, ligou para o goleiro Fábio e perguntou qual seria o valor da multa rescisória. O dirigente atleticano disse, na época, que pagaria o que fosse necessário para ter o jogador na Cidade do Galo. Agora, a diretoria do Atlético-MG, como de praxe, diz que não fala sobre contratações. A diretoria do Cruzeiro, da mesma forma, afirma que não recebeu nenhuma proposta oficial.”


Workshop Itabirano de Negócios

Começou ontem e terei o prazer de participar hoje do I Wokshop Itabirano de Negócios.

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Falarei sobre Copa do Mundo e oportunidades de negócios que envolvem o evento, baseado nas Copas que já cobri.


O teatro do governo, políticos, FIFA e o grande dramaturgo Nelson Rodrigues

Agradeço aos leitores Johnny e Klang, que enviaram ótimas dicas para este primeiro post do dia.

A primeiro, do Johnny, ironiza a frase adotada para a Copa de 2014, transformada por ele em:

“Juntos num mesmo ritmo. O ritmo das obras inacabadas…” e do atraso, digo eu.

FIFAGOVERNOCIA

Uma reportagem do Globoesporte.com ilustrada com uma foto emblemática: o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo (esq.), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o Secretário-Geral da Fifa, Jerome Valcke, ou seja: governo e políticos brasileiros, juntos com a entidade maior do futebol mundial, juntos, no atraso, no descompromisso e na farra das verbas públicas, se beneficiando e repartindo com alguns poucos parceiros, o faturamento com a Copa do Mundo no Brasil.

Depois, vem a dica do Klang, que trata, inclusive, de uma das minhas leituras preferidas, como os senhores bem sabem: Nelson Rodrigues, a quem reverencio sempre em minhas falas e escritos; o maior dramaturgo do país e um dos melhores jornalistas da nossa história. Frases dele no site “Releituraa”, que reproduziu trecho de livro do Ruy Castro (outra fera), um especialista em “nelsismo”:

* Fifa e governo admitem possibilidade
de obras inacabadas em 2014

Valcke diz que Copa depende apenas de estádios e aeroportos prontos. Aldo adota discurso parecido: ‘Não são obras para Copa, são para o Brasil’

O terceiro balanço da preparação da Copa do Mundo, apresentado pelo Governo Federal na semana passada, foi assunto no evento em que a Fifa anunciou a tabela da Copa das Confederações, no Rio de Janeiro. O relatório apontou que apenas 5% das obras para 2014 estão concluídas, enquanto 40% ainda não saíram do papel. Nesta quarta-feira, pela primeira vez Fifa e governo admitiram a possibilidade de algumas obras não ficarem prontas a tempo para o Mundial.

Tanto o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, quanto o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adotaram um discurso semelhante e inédito quando questionados sobre o balanço apresentado na última semana.

– Talvez alguns projetos não sejam tão importantes para a Copa do Mundo. Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim. Alguns projetos podem esperar. Essa não é a preocupação da Fifa. O que precisamos, com certeza, são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um país mudará completamente em cinco, seis anos – disse Jérôme Valcke.

Talvez esses projetos não sejam tão importantes para a Copa do Mundo. Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim.”

Jérome Valcke

Apesar de demonstrar mais confiança na conclusão das obras, Aldo Rebelo também falou que algumas obras do pacote não são determinantes para 2014. O ministro também disse que governo e Fifa devem dividir responsabilidades.

– Não são apenas obras para a Copa, são para o Brasil. Muitas delas já estavam planejadas muito antes de sabermos que o Brasil iria receber a Copa. Elas foram incluídas no pacote da Copa pelo fato de facilitarem para população local e para os turistas durante a competição. Nós já estamos trabalhando juntos com a presença de Luis Fernandes no COL. Temos absoluta confiança. Os propósitos são os mesmo. Temos de partilhar responsabilidades e desafios. Reunidos anteciparemos problemas, mas também anteciparemos soluções – disse o ministro.

* http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2012/05/fifa-e-governo-admite-possibilidade-de-obras-inacabadas-em-2014.html

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* “Flor de Obsessão”

NELSON

Nelson Rodrigues

– O adulto não existe. O homem é o menino perene.

– Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico.

– A perfeita solidão há de ter pelo menos a presença numerosa de um amigo real.

– Amar é ser fiel a quem nos trai.

– Toda autocrítica tem a imodéstia de um necrológio redigido pelo próprio defunto.

– Só acredito na bondade que ri. Todo santo devia ser jucundo como um abade da Brahma.

– O brasileiro é um feriado.

– Os jardins de Burle Marx não têm flores. Têm gramados e não flores. Mas para que grama, se não somos cabras?

– A burrice é a pior forma de loucura.

– No Brasil quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte. O Otto Lara está certo. O mineiro só é solidário no câncer.

– O carioca é o único sujeito capaz de berrar confidências secretíssimas de uma calçada para outra calçada.

– Num casal, pior que o ódio, é a falta de amor.

– O amor entre marido e mulher é uma grossa bandalheira.

– Geralmente, o puxa-saco dá um marido e tanto.

– O carioca é um extrovertido ululante.

– As bodas de prata são, via de regra, uma festa cínica que finge comemorar um amor enterrado.

– O pior cego é o surdo. Tirem o som de uma paisagem e não haverá mais paisagem.

– Os que choram pouco, ou não choram nunca, acabarão apodrecendo em vida.

– Gosto do cigarro que me queime a garganta. O fumo suave não passa de um ópio de gafieira.

– Toda coerência é, no mínimo, suspeita.

– Desconfie da esposa amável, da esposa cordial, gentil. A virtude é triste, azeda e neurastênica.

– Sexta-feira é o dia em que a virtude prevarica.

– Numa simples ginga de Didi, há toda uma nostalgia de gafieiras eternas.

– Há homens que, por dinheiro, são capazes até de uma boa ação.

– Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo negro.

– A educação sexual só devia ser dada por um veterinário.

– Eu, como artista, se tivesse de escolher um epitáfio, optaria pelo seguinte: — “Aqui jaz Nelson Rodrigues, assassinado pelos imbecis de ambos os sexos”.

– Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado.

– Não há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. Ele não sabe nada. Apenas aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer.

– Toda família tem um momento em que começa a apodrecer. Pode ser a família mais decente, mais digna do mundo. Lá um dia aparece um tio pederasta, uma irmã lésbica, um pai ladrão, um cunhado louco. Tudo ao mesmo tempo.

– A família é o inferno de todos nós.

– A fidelidade devia ser facultativa.

– O gordo só é cruel na mesa, diante do prato, com o guardanapo a pender-lhe do pescoço.

– D. Helder só olha o céu para saber se leva ou não o guarda-chuva.

– Na mulher, certas idades constituem, digamos assim, um afrodisíaco eficacíssimo. Por exemplo:— quatorze anos!

– O jovem só pode ser levado a sério quando fica velho.

– Hoje, a primeira noite é a centésima, a qüinquagésima. O casamento já é uma rotina antes de começar.

– O ser humano está mais para Lucho Gatica do que para Paul Valéry.

– O que se está fazendo aqui é uma música popular brasileira que não é popular, nem brasileira e vou além: — nem música.

– Aqui o branco não gosta do preto; e o preto também não gosta do preto.

– Amigos, eis uma verdade eterna: — o passado sempre tem razão.

– Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.

– O pobre, para sobreviver, precisa da pornografia.

– O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato.

– O ônibus apinhado é o túmulo do pudor.

– É impossível ser ridículo dentro de uma Mercedes.

– Num casamento, o importante não é a esposa, é a sogra. Uma esposa limita-se a repetir as qualidades e os defeitos da própria mãe.

– A pior forma de solidão é a companhia de um paulista.

– No Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, se quiserem acreditar, vaia-se até mulher nua.

– Uma dor de viúva dura 48 horas.

– Todo óbvio é ululante.

– Toda mulher gosta de apanhar. O homem é que não gosta de bater.


Frases selecionadas e organizadas por Ruy Castro, extraídas do livro “
Flor de Obsessão“, Cia. das Letras – São Paulo, 1997, págs. diversas

Nelson Rodrigues – tudo sobre o autor e sua obra em “Biografias“.

* http://www.releituras.com/nelsonr_flor.asp


Erro de informação, mineiros na Série B; interesse pelo Walysson, liberação do Lima…

– Que beleza a rodada da Série B para os mineiros, hein!?

Já pensou se continuar assim até o fim da disputa? Seria bom demais da conta e faria a todos nós revermos conceitos. Especialmente nós, da imprensa, e maioria dos torcedores, gostamos de dizer que o “Campeonato Mineiro não serve de parâmetro”.

– Pois em três rodadas, há três mineiros entre os seis primeiros, com direito a liderança isolada do América, com 100% de aproveitamento, e um gol a mais que o Criciúma, que também soma nove pontos.

– E olhem que o América jogou duas fora e uma em casa!

– Tão bom quanto isso é que a paulistada está fora das quatro primeiras posições, mesmo com a superioridade financeira deles, desproporcional em relação às demais praças.

– Mas é claro que, infelizmente, a situação deve mudar, já que o poder de fogo deles é muito forte.

– Continuo acreditando muito no América, que está jogando um futebol “sustentável”, com elenco titular e suplente de ótimo nível, padrão tático definido, cujo treinador sabe o que quer e a cada dia melhor estruturado administrativamente.

– Também o Criciúma, pela sua tradição, deve brigar até a última rodada entre os primeiros.

– Interessante o Ipatinga, que há dois anos está na segundona mineira, vai continuar nela em 2013, mas está em 6º no Brasileiro da B, com um empate, uma vitória e um jogo a menos que a maioria.

Ontem, 1 x 0 sobre o Asa de Arapiraca, com um belíssimo gol do Tiago Pereira, no Ipatingão.

– O Boa, que namorou com o rebaixamento no Mineiro, está na 5ª posição, com duas vitórias e um empate. Ontem virou muito bem em cima do Atlético-PR, que é dos candidatos mais fortes a retornar à Série A. Foi 2 x 1 com destaque para o zagueiro Welton Felipe, Jajá e Francismar, jogadores que já tiveram oportunidades no trio mais forte do Estado, e que hoje tentam recuperar o seu prestígio, no Boa.

O goleiro Max, fez pênalti no fim da partida, mas se reabilitou, com a defesa da cobrança.

– O locutor do Sportv que transmitiu o jogo cometeu o mesmo erro que até muitos companheiros mineiros cometem, ao chamar o Estádio Dilson Melo, de “estádio do Melão”.

Precisa ser informado que não existe bairro nem clube chamado “Melão” em Varginha, e que o nome é referência ao então prefeito, hoje deputado estadual, que construiu aquela bela praça esportiva, que está com o gramado fora das suas melhores condições.

– Mas, fazer o quê? Por incrível que pareça há companheiros aqui em Belo Horizonte que ainda chamam o Independência de “estádio do Independência”, e estádio do “Mineirão”, e “Mineirinho”, por absoluta desinformação e descompromisso com o seu público.

São como papagaios que repetem aquilo que ouvem.

Não questionam que os colegas das emissoras  nacionais, de rádio e TV, estão errando por desconhecimento e saem repetindo o erro para os próprios mineiros.

– No Rio e em São Paulo é correto falar “estádio do Maracanã”, “do Pacaembu” ou “do Morumbi”, porque lá há os respectivos bairros onde se localizam os estádios.

Em Belo Horizonte não há bairros nem times chamados “Mineirão” e “Independência”, por isso é um erro essa referência, que se espalha e põe todo mundo no mesmo balaio.

– Mas, bonita mesmo foi a vitória do América em Curitiba sobre o Paraná, com grandes atuações dos jogadores, principalmente Neneca, Gabriel, Gilberto, Rodriguinho, Bruno Meneghel, Dudu e Fábio Junior.

O gol foi uma jogada em alta velocidade e toques certeiros, nascido de contra ataque.

– O Brasil de Mano Menezes faz amistoso às 21h07 contra os Estados Unidos, lá. O horário é por causa da televisão norte-americana, claro, e aqui até a Globo é obrigada a se ajeitar.

Vai começar o Jornal Nacional mais cedo, às 20 horas.

– Gostei do slogan da Copa 2014: “Juntos num só ritmo”, mas para mim abaixo do da Alemanha 2006: “Tempo para fazer amigos”. Mas no frigir dos ovos isso vale pouco ou quase nada, pois o que importa é que corra tudo bem, principalmente fora de campo.

– Essa história de interesse do Palmeiras pelo Walysson, do Cruzeiro, soa estranha neste momento. Parece coisa de empresário querendo valorizar a sua mercadoria.

– Não achei boa a liberação do zagueiro Lima pelo Atlético. Joga muito mais que este Luiz Eduardo, que foi contratado para ser reserva. Não entendi essa opção do Cuca.

– Assim como lamento até hoje a liberação do Werley para o Grêmio, no mínimo precipitada.

– Essas liberações erradas costumam acarretar prejuízo técnico e financeiro para o clube.

– Às vezes a torcida e parte da imprensa pressiona, o time libera e depois o sujeito faz um sucesso danado em um concorrente. Leandro Castán é um ótimo exemplo, e hoje ninguém questiona a sua titularidade no Corinthians.