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O afastamento calculado do povão dos estádios de futebol

Artigo do Dr. Lincoln Pinheiro Costa no portal Ibahia, que vale ser lido e pensado, pois estão afastando o povão do futebol, através de uma conjunção de forças e interesses, muito bem interpretados neste texto.

* “Futebol, esporte da civilização industrial?”

Por Lincoln Pinheiro Costa

CHARLES

Quando o futebol se popularizou naquele reino, a Inglaterra já era um país industrializado

Amigo leitor, esta coluna não é uma tese acadêmica e não está baseada em pesquisa empírica. Trata-se, tão-somente, de uma reflexão originada do hábito de pensar.

O futebol, tal como o conhecemos, começou a ser praticado na Inglaterra em meados do século XIX e se  profissionalizou naquele país em 1885.

Não por acaso a Inglaterra foi o país onde se iniciou a Revolução Industrial no século XVIII.

Quando o futebol se popularizou naquele reino, a Inglaterra já era um país industrializado e urbano.

Charles Miller introduziu o futebol em nosso país no final do século XIX, mas foi apenas a partir da década de 50 do século XX, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, que o futebol tornou-se um esporte das massas.

A década de 50 do século XX marca também o início do ciclo industrial brasileiro, quando a atividade fabril começou a superar a atividade agrícola, provocando o êxodo rural.

A população chegada do campo para trabalhar nas fábricas encontrou no futebol, já campeão mundial em 1958, sua diversão preferida.

Para acolher esse público, grandes estádios foram construídos.

Não era incomum a realização de partidas em estádios com mais de cem mil pagantes nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX.

Ocorre que o ciclo industrial entrou em declínio, sendo superado pelo setor de serviços.

A partir da última década do século passado essa mudança de ciclo começou a se refletir no futebol.

Os grandes estádios, construídos para abrigar o operariado em busca de diversão, foram se encolhendo para dar conforto ao consumidor de serviços: cadeiras foram colocadas na arquibancada, a geral foi tendo sua ocupação restringida até ser definitivamente fechada.

A legislação também foi alterada para se adaptar a esse novo ciclo econômico: os jogadores, antes “escravos dos clubes”, ganharam liberdade para se vincularem aos empresários.

Isso fez surgir um fenômeno curioso: os jogadores passaram a ganhar “fãs-clubes” que os acompanhavam a todos os times para onde fossem, enfraquecendo o vínculo afetivo do jogador com a torcida de seu clube.

Nos dias de hoje este novo ciclo está se consolidando no futebol: dirigentes dizem com todas as letras que querem consumidores nas arenas, como são chamados os estádios atualmente.

O povão – operário, geraldino – não é mais bem-vindo com seu radinho de pilha, objeto cuja entrada nas arenas é proibida pela polícia. É preciso ter dinheiro para gastar nos bares – cerveja só se for sem álcool – e nas lojas instaladas nesses centros comerciais.

O templo do futebol foi apropriado pelos vendilhões!

Ao contrário da era industrial, na era dos serviços o interesse pelo futebol está menor.

Observem as crianças de hoje e comparem-nas com as crianças de trinta anos atrás: poucas jogam e gostam de futebol.

Os “games”, a diversificada programação televisa e as precoces boates infantis atraem mais as crianças que o futebol.

Com este crescente desinteresse, daqui a vinte anos o futebol será um esporte exclusivo da elite endinheirada, como era no tempo em que Charles Miller trouxe a primeira bola de couro para o Brasil.

Sobreviverá o futebol sem o povo? Reflita sobre isso!

Lincoln Pinheiro Costa é Juiz Federal em Belo Horizonte e ex-Procurador da Fazenda Nacional em  Salvador. É graduado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) e MBA em Direito da Economia e da Empresa pela FGV. É membro do Instituto San Tiago Dantas de Direito e Economia. twitter.com/lincolnpinheiro

LINCOLN

* http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/futebol-esporte-da-civilizacao-industrial-por-lincoln-pinheiro-costa/


Oportunidades para começar um novo tempo

O América está em vantagem nos preparativos para a decisão contra o Atlético, já que não tem compromisso no meio de semana. O técnico Givanildo pode trabalhar à vontade no CT Lana Drumond, e o departamento médico mais tempo para recuperar jogadores com algum problema.

O Atlético tem a pauleira contra o Goiás pela Copa do Brasil, dentro e fora de campo. Se passar vai para as nuvens e terá a força total da torcida, motivada e confiante. Em caso contrário, a pressão aumenta com cobranças intensas para cima de jogadores, comissão técnica e diretoria. É na base do “calça de veludo ou bumbum de fora”.

Técnica e fisicamente vejo os times equilibrados, com uma ligeira superioridade física do Coelho, de elenco mais jovem e menos contusões. 

Essa volta ao Independência é uma oportunidade e tanto para o Atlético iniciar uma nova era, tendo como ponto de partida a Copa do Brasil.

A busca impressionante pelos ingressos mostrou que há uma expectativa positiva da torcida em torno disso. Chance de quebrar o tabu com o Goiás e avançar na competição, o que criaria um clima mais otimista em torno do novo estádio do Horto, que pode se tornar um caldeirão alvinegro. Se houver competência, os jogadores podem iniciar uma nova história, para eles e para o clube. Mas a recíproca é verdadeira: um fracasso aumentaria a desconfiança da torcida em relação a todos. 

O Cruzeiro está diante de desafio parecido. Precisa superar o Atlético Paranaense na Copa do Brasil para levantar o astral interno e principalmente externo, já que a eliminação do Campeonato Mineiro reforçou a opinião dos mais realistas, de que o time é fraco para o Brasileiro; e acordou os mais apaixonados, que finalmente viram a fragilidade em várias posições, que podem comprometer a campanha na competição mais importante, que começa este mês. 

Muita gente está estranhando os preços dos ingressos cobrados no Independência, mas trata-se apenas do começo da volta à realidade. Com a ida dos jogos para a Arena do Jacaré e outros estádios fora de Belo Horizonte, o torcedor se acostumou a pagar barato, já que essa era a forma dos clubes incentivarem o público a comparecer. O ingresso em Minas vinha sendo um dos mais acessíveis do Brasil, mixaria, em relação a Rio e São Paulo. Agora os clubes vão começar a recuperar os preços, visando não só investir mais na montagem dos times, como também arcar com o custo da obra, já que o Estado foi apenas o financiador desse luxo e modernidade do Independência. A conta começa a ser cobrada já!. 

O questionamento é grande em torno dos possíveis motivos que levaram os melhores jogadores do Cruzeiro a cair de produção. Fábio em dois cruzamentos que originaram gols do América nos dois jogos da semifinal. Neste de domingo, então, a situação foi mais grave, já que a bola estava mais para ele que para o Alessandro ou Vitorino, que acabou marcando contra.

Vitorino não tem sido o mesmo zagueiro firme e decisivo dos seus primeiros meses de Cruzeiro, e Montillo não foi nem a sombra do grande articulador e finalizador que é, talvez devido a sucessivas contusões. 

Até hoje não foi preso o marginal que agrediu a mãe do volante Dudu, do América, depois do jogo contra o Cruzeiro, domingo, na Arena do Jacaré. Como disse o Lélio Gustavo, ontem, na Itatiaia: “Um vagabundo, que não deve ter mãe!”. Ou como twittou o empresário Roberto Tibúrcio: “Depois de preso deveriam deixá-lo só cinco minutos a sós com o Dudu”.

A polícia precisar encontrar esse sujeito.


Homenagem ao América e ao futebol

Hoje é o dia do Centenário do América e fiquei muito honrado com esta correspondência que recebi do senhor Adauto Miserani de Barros Moreira, que é filho de um dos mais importantes presidentes que o Coelho teve em sua rica história: Amador de Barros Moreira, que coincidentemente também estaria completando 100 anos, só que amanhã, dia 1º de maio.

A carta do Adauto traz histórias ótimas das vidas de ambos e me fez lembrar uma frase do saudoso Kafunga sobre os dirigentes de futebol: “Quem tem, põe; que não tem, tira!”.

E muitos desses, que põe, saem injustiçados e não têm, na sequência, o reconhecimento que mereciam.

Amador de Barros Moreira é um caso desses que puseram,  que dedicou uma vida a um grande clube, e como disse o próprio filho Adauto, deixou no América o que seria hoje a herança financeira dele e da família.

Era um empreendedor, grande liderança empresarial e política, cuja origem era Campo Belo, onde fundou empresas, foi prefeito e fundou dois famosos times da cidade e do Sul de Minas, o Sparta e o Comercial.

Através dessa carta do Adauto, faço a minha homenagem ao América, a todos os americanos e a quem gosta de futebol, pois se o futebol mineiro é importante no contexto brasileiro e mundial, este clube contribuiu de forma decisiva, com a sua grandeza e os grandes craques que fizeram fama, ganhando títulos por clubes e Copas do Mundo com a seleção brasileira.

“100 anos – Amador de Barros Moreira e o América Futebol Clube”

Por                                                                                                                Adauto Miserani de Barros Moreira (*)

Foi ao entardecer de um domingo, em 29/03/70. Ele acabara de sepultar sua esposa, minha mãe Adel, no cemitério de Betim, falecida prematuramente aos 54 anos, acometida pelo mal de Parkinson. Sobre a urna,  a bandeira  alvi-verde do América Futebol Clube foi a derradeira lembrança.

Meu pai, Amador de Barros Moreira, foi presidente do AFC no período 1968/69/70. Desportista desde a juventude, em Campo Belo/MG, onde nasceu em 01/05/1912 e veio a falecer naquela cidade em 22/12/1991. O América, por sua vez, foi fundado em 30/04/1912. Por coincidência e a despeito da diferença de apenas um dia, não se  poderia reverenciar o centenário de Amador sem vincular aquela data ao centenário do América, uma de suas maiores paixões.

Na sua estimada Campo Belo, da qual foi  Prefeito por quatro vezes, participou ativamente da fundação do Comercial e do Sparta Futebol Clube. Ele próprio, além de dirigente, foi um jogador de grandes qualidades técnicas. Dizem os que o viram jogar que ele era uma réplica do Romário, com lampejos do Ademir, o “Queixada” do Vasco da Gama e da Seleção Brasileira. Exageros à parte, o fato é que ele foi realmente um ótimo jogador de futebol, até os idos de 1948/49.

No exercício da Presidência do América, foi apoiado  por companheiros como Ruy da Costa Val,  Celso de Melo Azevedo (Patrono do Clube), Jaime Rigueira, Milton Machado Mourão ,Presidente do Conselho Deliberativo, Hamilton Caldas Moura, Agoncillo Baeta, Wilson Gosling, dentre outros. Procurou implementar no clube uma estrutura administrativa com métodos de gestão mais eficientes, a exemplo de sua empresa industrial, à época associada ao Grupo Toshiba, do Japão. A propósito, vale ressaltar que , com tal associação (Toshiba-Iman), por tratativas de Amador e sua família iniciou-se com 10-20  anos de antecedência a tão decantada globalização comercial de Minas com o mundo asiático.

Entretanto, volumosas dívidas acumuladas e oriundas de gestões anteriores — situação agravada pela venda de 5 ou 6 atletas do clube pertencentes à Seleção Mineira campeã do Brasil, em 1963 —  tais circunstâncias impediram e retardaram a recuperação do prestígio do América, em todas as áreas. Vale salientar, para conhecimento dos americanos da nova geração. Integrantes daquela Seleção foram vendidos pela administração antecedente: Edgard (goleiro, para o Palmeiras), Hilton Chaves (América RJ), Décio Teixeira (Atlético), Amaurí, Marco Antonio e Arí (Comercial, de Ribeirão Preto), Zuca (clube argentino) e —  desastre maior  —, uma verdadeira HECATOMBE que foi a cessão ao Cruzeiro do então juvenil TOSTÃO.

Os resultados financeiros do sucateamento do time não foram bastante sequer para a cobertura de parcela ínfima da elevada dívida do América ! . Os dirigentes daquela época não tiveram a percepção de que se avizinhava uma nova era para o futebol de Minas: a “era do Mineirão” (1965). O clube passou a sofrer, portanto, as conseqüências  de administrações primárias, sem qualquer planejamento e caminhando na base do “salve-se quem puder”!

Foi então que apareceu o “salvador da Pátria”… Amador que, à época, desfrutava de privilegiada situação econômica e financeira, passou a financiar o clube, investindo grandes somas de recursos próprios.Assim, ao assumir a Presidência,  procurou, de imediato, formar um time de futebol que pudesse refazer o prestígio do América. Contratou jogadores que se destacaram no campeonato mineiro do ano anterior:: do Formiga, então vice-campeão (Hale, Gilson e Cristovão), do Valeriodoce (Zé Borges, Batista e Café), do Uberlândia (Ferreira, artilheiro do campeonato) e Nacional de Uberaba (Vanderlei), usando aporte financeiro próprio e parte da venda de Dirceu Alves, ao Corinthians. Desse trabalho, que poucos reconhecem e valorizam, surgiria a formação da equipe que se tornaria, de forma invicta, CAMPEÃ MINEIRA DE 1971.                                                         

Na visão avançada de Amador, não bastava um time de futebol; fazia-se necessário estruturar um CLUBE, um complexo esportivo, a exemplo do Minas Tenis Clube, PIC e Jaraguá.. Com a interferência do Governador do Estado à época, Dr. Israel Pinheiro, Amador obteve a liberação da cláusula de inalienabilidade que onerava o imóvel da Alameda Álvaro Celso, onde pretendia implantar o complexo esportivo. Iniciou as obras e lançou cotas no mercado que, infelizmente, não tiveram a aceitação que se esperava.

O clube não tinha dinheiro para nada. Crédito cortado na praça. Todos os insumos eram adquiridos á vista. Amador continuava a financiar todas as despesas, enquanto falsos americanos com algum prestígio social, especialmente certos “doutores”,  posavam de benfeitores do Clube. A despeito de todos os recursos financeiros alocados por Amador terem sido sistematicamente contabilizados, dentro da melhor técnica e com total transparência, Amador veio a sofrer forte resistência, injusta e despropositada, do Conselho do Clube, quando passou a exigir o reembolso do seu crédito. A contra-gosto de Amador, a única alternativa foi a cobrança judicial.

Sem queixas ou lamúrias, Amador de Barros Moreira colocou no clube, à época, recursos financeiros próprios de muitos milhões de cruzeiros. Ele só veio a receber parte do seu crédito  5-6 anos após o desembolso, sacrificando financeiramente a si próprio e sua família. A despeito disso, continuava a acompanhar o América, após a sua gestão e por toda a vida, impregnado pela velha paixão pelo clube.

Amador não foi o único e certamente não será o último. Sabemos de inúmeros e abnegados americanos que agiram movidos pela paixão clubística, porém ninguém com tanta liberalidade e desprendimento quanto Amador o fez. Lembro-me de meu pai se referir, naquele sentido, a americanos históricos e bem intencionados, como Celso Melo Azevedo (Patrono do Clube), Ruy da Costa Val, Dr. Gama e seu filho Fábio, Hamilton Caldas Moura, Adjuctor Pereira Alvim, Juscelino Gonzaga (o Bijú), Wilson Gosling, os Papini e tantos outros.  O América agradece àqueles que engrandecem o seu Pavilhão!

Este artigo não visa a  lamentar perdas. Pelo contrário, trata-se de uma singela homenagem à memória de meu pai para que tanto americanos, como campobelenses da atual geração possam conhecê-lo melhor. Na sua terra, Campo Belo, Amador implementou uma gestão pública incomparável, alem de se destacar , em épocas distintas, como desportista, comerciante, industrial e grande empreendedor, por esforço próprio, sem apadrinhamento de ninguém. No América Futebol Clube exerceu seu mandato com grande esforço pessoal (doença de sua esposa), com uma administração transparente e correta sob todos os aspectos e que teve o mérito, pouco reconhecido, de preparar a equipe de futebol PARA A CONQUISTA INVICTA DO CAMPEONATO MINEIRO DE 1971.

É uma honra, portanto, para a família de Amador rememorar sua jornada —  embora com fragmentos das lembranças e episódios de sua trajetória de vida —, assim como vinculá-lo ao CENTENÁRIO DO CLUBE ao qual devotou tanto esforço e dedicação.

Que o América Futebol Clube possa comemorar outros centenários ao longo de sua vida esportiva. Amador, por seu turno, será sempre, para seus filhos e amigos, um acalentado exemplo de luta, tenacidade e trabalho árduo, notadamente uma lembrança de PAZ e ESPERANÇA, a exemplo das cores da camisa de seu querido clube.

                                                                                                                                                                                                                                                                                (*) ambm.bhz@veloxmail.com.br


Méritos do América e realidade azul aparecendo

O Cruzeiro comemorou ano passado, na última rodada o não rebaixamento no Brasileiro, mas como goleou o Atlético, continuou iludido com a qualidade do time, embalado por uma boa vontade extrema de grande parte dos colegas da imprensa. No Mineiro, que não é referência de medição do nível dos nossos maiores clubes em relação aos concorrentes nacionais, o Cruzeiro perdeu na estreia para o Guarani, mas obteve uma sequência de vitórias até o empate contra o Atlético, comemorado como vitória.

Veio o primeiro jogo da semifinal contra o América e nova e efusiva comemoração, agora de uma derrota por 3 x 2. A justificativa mais dada foi a ausência do Montillo, machucado. Hoje, nem ele deu jeito. Sem inspiração e bem marcado, participou de outra incontestável derrota, e agora, para marcar o fim do time em sua trajetória no Campeonato.

Se de toda derrota tira-se algum proveito, que o Cruzeiro abra os olhos a tempo, porque o Brasileiro vem aí e os defeitos do time foram maquiados até agora, pelo nível do Mineiro e pelo oba-oba de parte de alguns companheiros da imprensa.

O América foi melhor nos dois jogos da semifinal e é candidato fortíssimo ao título.

alessandro_renatocobucci_aeFoto: Renato Cobucci

Também falou-se muito que o Cruzeiro estava “sobrando” em termos de condição física e por isso vinha obtendo viradas espetaculares, vencendo jogos aparentemente perdidos. Essa verdade prevaleceu contra os clubes do interior e no jogo contra o América na fase de classificação. Hoje, o time não conseguiu repetir o ritmo do primeiro tempo e ainda tomou o segundo gol em mais um contra ataque do Coelho, que fez dessa estratégia a sua principal arma.

Cruzeiro e América fizeram um excelente primeiro, e um jogo mais cauteloso no segundo, quando o desgaste físico se fez sentir e as precauções defensivas tomaram conta de ambos, já que um gol adversário poderia por tudo a perder. Mas os lances de perigo continuaram acontecendo, com cobrança de falta do Roger na trave, e um desperdício incrível do Rodriguinho, que criou jogada pela esquerda e quando estava perto da marca do pênalti, chutou para fora. 

O América fez uma partida inesquecível, com poucos erros e uma determinação rara no futebol atual. Obediência absoluta às determinações do técnico Givanildo e alguns valores individuais se destacando pela raça, aliada à qualidade técnica, como a dupla de zaga, Gabriel e Everton Luiz; Rodriguinho, Moisés, Bruno Meneghel, Fábio Júnior e Alessandro.

O árbitro Luiz Flávio de Oliveira cometeu erros graves, como apitar o pênalti que foi chutado para fora pelo Wellington Paulista e ao não expulsar o zagueiro Everton Luiz, que já tinha cartão amarelo, cometeu falta no início do segundo tempo que merecia outro amarelo e por consequência a expulsão.

Mas, pelo fato de não pertencer aos quadros da FMF não sofreu as costumeiras e pesadas contestações dos dois lados.

Certamente teremos dois excelentes jogos nessa final de Campeonato, completamente imprevisível. O Atlético sentiu as muitas mudanças no time nos últimos jogos, em função das contusões e suspensões, mas o técnico Cuca terá quase todo o elenco à disposição nas partidas contra o América.

Na fase de classificação o Galo venceu este clássico de virada e o Coelho até hoje reclama da arbitragem. 

Ótimo que teremos a decisão do Campeonato no novo Independência, e é claro que, com a presença das duas torcidas, como deveria ser em qualquer jogo. Não é possível que vá surgir algum cabeça cozida querendo determinar o contrário.


Jogo ruim, pazes com o Réver e feliz retorno ao Araxá

Outro jogo muito ruim e futebol sofrível do Atlético que passou aperto contra o Tupi na Arena do Jacaré.

Foi 1 x 0, gol do André, com 7.301 pagantes. Apesar das vaias gerais, pelo menos um jogador saiu particularmente satisfeito de campo: Réver, que fez das tripas coração para evitar um empate ou a derrota, e pela primeira vez, depois da goleada para o Cruzeiro, foi aplaudido pela torcida.

*Acredite se quiser, mas o Tupi não tinha médico neste jogo, e a Federação Mineira de Futebol finge que não tem nada a ver com isso.

* Muitos elogios ao goleiro Rodrigo, que realmente é bom. Porém, com 1,82 m de altura, não terá oportunidade em nenhum time da prateleira de cima, pois com essa estatura qualquer goleiro é considerado “baixinho” no futebol da atualidade.

* Todos os colegas da imprensa trataram este jogo como a “despedida” do Galo da Arena do Jacaré.

Deveriam ter mais cautela e dizer que é um “até breve” ou “até qualquer dia”, pois o retorno a BH ainda terá muitos capítulos na novela da conclusão definitiva do Independência e o seu pleno uso.

* Pela Segunda Divisão o Araxá venceu a terceira consecutiva, hoje o Mamoré, e está praticamente classificado para a primeira de 2013. Parabéns ao “Ganso” e feliz retorno.


Preços dos ingressos em Minas, Sócio do Futebol e homenagem a D. Marocas

Direto de Vitória-ES, o engenheiro João Chiabi Duarte, mineiro da gema, cruzeirense de Conceição do Mato Dentro, nos enviou a coluna que escreveu para o site www.cruzeiro.org sobre os preços dos ingressos cobrados no futebol mineiro e apresentou curiosidades que valem a pena ser lidas.

No fim, presta uma homenagem à querida D. Marocas, uma senhora fora de série, mãe de grandes amigos nossos de Conceição, viúva do saudosíssimo Dr. Juvêncio Guimarães, que ontem comemorou 90 anos muito bem vividos, com uma festa inesquecível.

O João não pode comparecer, mas eu fui, e foi das melhores que já presenciei na cidade.

À D. Marocas, também a minha homenagem e a gratidão pela acolhida de sempre e simpatia rara!

O texto do João:

* INGRESSO DO FUTEBOL A R$ 40,00 é caro ?

Será que o ingresso de hoje é caro?

Muitos afirmam ser o futebol o ópio do povo e por esta razão dizem que o mesmo sempre foi utilizado em favor dos regimes totalitários, para acalmar as multidões, dando-lhe uma diversão possível e barata. Busquei na grande rede 50 grandes jogos, a maioria de grandes públicos (média de 68 mil torcedores por jogo) dos últimos 50 anos para fazer as minhas análises. Comparando os tempos dos militares no poder no Brasil, o ingresso médio custava 2,71% do Salário Mínimo, enquanto que de 1985 para cá o valor saltou para mais que o dobro (5,73% do SM).

Mas, cabe uma ressalva ligada aos grandes públicos com o uso intensivo das gerais nos estádios na era militar (média = 77 mil pagantes) com uma redução substancial nos demais períodos para 60 mil pagantes.

Mas, vamos tirar a dúvida… o ingresso atual é caro ou barato ?

– A primeira premissa adotada é que a ocupação dos estádios obedecia à seguinte combinação : gerais (35%), arquibancadas (50%), cadeiras numeradas (10%) e  cadeiras especiais (4%) e camarotes (1%).

– em relação aos preços : geral (1), arquibancada (2,5), cadeira numerada (5),  cadeiras especiais (10) e camarotes (50).

– Ou seja, admitindo-se um público médio de 100 mil pagantes no estádio, o ingresso médio teria a seguinte dotação = (35 x 1 + 50 x 2,5 + 10 x 5 + 4 x 10 + 1 x 50)/100 = 3,0.

Ou seja o ingresso médio ao longo do tempo é bem próximo do ingresso da arquibancada. E nos dias atuais, seria o ingresso popular.

– Então, se estabelece a 3ª premissa que o ingresso de arquibancada seria o equivalente ao espaço atrás dos gols nos dias de hoje (teria o mesmo valor do ingresso médio histórico).

O ingresso de cadeira numerada seria o equivalente às posições laterais no gramado (2 vezes o ingresso médio).

O ingresso de cadeiras especiais (4 vezes o ingresso médio).

Já os camarotes seriam a área mais nobre do campo (20 vezes o ingresso médio).

Conclusões :

– Se o ingresso médio custou nestes 50 anos 4,4% do salário mínimo, então hoje o mesmo deveria valer R$ 27,35. Mas, se o processo for relativo apenas aos tempos de plano real e economia estável este valor médio sobe para 5,72% do salário mínimo ou seja, o ingresso popular deveria custar R$ 35,58.

A 1ª conclusão é que seria bastante razoável se fixar os ingressos em 3 classes principais : R$ 30,00 (popular), R$ 60,00 (médio), R$ 120 (especiais) e quem quiser fazer uso dos camarotes deveria pagar R$ 600,00 pelo uso do espaço.

A 2ª conclusão é  que os ingressos cobrados em Minas Gerais estão muito abaixo das médias históricas. Com o encolhimento dos estádios, as várias restrições aplicadas em favor de se ter maior segurança nos estádios e principalmente a medida irracional de se terminar com as gerais (uma tradição do nosso futebol para nos ajustarmos ao modelo europeu), resultou na redução do público médio, fator que foi parcialmente compensado pelo aumento de preço do ingresso.

A 3ª conclusão é definitiva: A história mostra que para os padrões atuais o ingresso mínimo não deveria ficar abaixo dos R$ 30,00 . Este negócio de ingresso a R$ 5,00 não tem substância. E Minas tem ficado mais para trás dos maiores centros brasileiros exatamente por esta prática de reduzir preço de ingresso a cada má campanha dos times. O negócio é investir com mais correção os recursos e formar bons times, cobrando preço justo dos torcedores. E desta forma, criar sustentabilidade ao negócio do futebol. Mas, infelizmente, ainda estamos longe de atingir a este patamar…

E quanto ao SÓCIO DO FUTEBOL do Cruzeiro ?

– Penso que os valores da classe popular deveria ser reduzidos de R$ 60,00 para R$ 50,00 por mês, mantendo-se as outras faixas mensais em R$ 80,00 (intermediário) e R$ 120,00 (alto) sendo neste caso a associação muito interessante porque representaria de fato uma economia para quem vai a todos os jogos do clube como mandante.

Há argumento suficiente para estimular a quem gosta e pode comparecer aos jogos com regularidade a aderir a um dos planos que esteja dentro de sua condição orçamentária.

Algumas curiosidades :

– O jogo com maior público entre os escolhidos foi Flamengo 3 x 2 AtléticoMG com 154.355 torcedores, com ingresso médio de 2,21% do SM, o que nos dias de hoje seria R$ 13,75.

– O jogo com menor público entre os escolhidos foi Cruzeiro 11 x 0 Flamengo de Varginha que teve também o menor preço de ingresso médio = 0,62% SM = R$ 3,85.

– O jogo que teve a maior renda em termos de SM foi Santos 3 x 2 Corinthians na final do Brasileirão de 2002 com 10.055 SM = R$ 6,25 Milhões ($$$ de hoje).

– As grandes finais sempre apresentaram majoração de preço em relação aos ingressos médios da mesma temporada. Mas, o jogo cujo ingresso médio foi o mais caro nestes 50 anos de história foi Santos 1 x 1 Botafogo, no qual o ingresso médio custos 13% do salário mínimo ou R$ 80,86 nos dias de hoje.

– O jogo do Cruzeiro que teve a maior renda proporcional foi Cruzeiro 0 x 0 Bayern com 8228 SM ou seja uma renda de R$ 5,117 Milhões nos dias atuais. E para não deixar barato, o 2° mais relevante foi Cruzeiro 1 x 0 Sporting Cristal com o total de 7.401 SM ou R$ 4.6 Milhões de hoje.

– Houve uma majoração clara nos preços dos ingressos década a década. Nos anos 60 o ingresso médio custou 2,4% SM, nos 70 subiu para 3,0% SM, nos anos 80 nova elevação para 4,3% SM, nos anos 90 atingiu a 7,0% SM e agora neste milênio deu uma pequena retroagida para 5,0% SM. Observe-se que com a estabilização da economia, com o advento do plano real o valor médio foi da ordem de 5,7% SM.

Ou seja, quem reclama dos preços dos ingressos deveria saber que R$ 35 seria um valor referencial histórico para os tempos do PLANO REAL.

– O jogo do Mineirão com maior público pagante foi Cruzeiro 1 x 0 AtléticoMG de 04/05/69, golaço do Natal do meio da rua, com um ingresso médio de 2.92% SM.

– O jogo do Mineirão com os ingressos proporcionalmente mais caros foi Cruzeiro 3 x 1 Atlético-MG de 1994, na virada para o plano real (distorção). Realmente a estréia de Toninho Cerezzo no Cruzeiro, os 3 gols de Ronaldo o Fenômeno naquela partida e o drible que deixou o uruguaio Kanapkis catando cavaco (e porque não dizer todo aquele time de cocotas um dia denominado “Selegalo”) foram distorções no processo. Eliminando este jogo, a final da Libertadores de 2009, com ingresso médio de 9.17% SM, foi o jogo mais caro da história do Mineirão (R$ 57,00).  

E os jogos das voltas das Semifinais do Mineiro 2012 ?

– Espero que o Cruzeiro vença e convença neste jogo. A julgar pelas declarações após o final da última partida vamos entrar super-motivados. O time terá Fábio, Diego Renan, Léo, Victorino e Everton; Leandro Guerreiro, Marcelo Oliveira, Roger e Montillo; Wéllington Paulista e Anselmo Ramon.

Estou confiante num grande jogo e vitória do Cruzeiro.

Surpresas acontecem no futebol, porém, creio que mais uma vez tenhamos uma final entre Cruzeiro x Atlético-MG. Se Ademílson, Alan Taxista e Michel Khoury conseguirem a façanha de eliminar o favorito, creio que crise sem precedentes se instaurará do outro lado.

* E a homenagem especial da coluna hoje vai para a família LIMA GUIMARÃES da minha terra Conceição do Mato Dentro, que ontem celebrou o aniversário de 90 anos da nossa querida D. Marocas. Eu, infelizmente, não pude comparecer em função de reuniões no meu trabalho até o final da tarde desta 6ª Feira.

Como me disse o João Bosco… perdeu um festão. Mas, no dia das mães quem sabe não a encontro, não é mesmo ?

Cruzeiro, Cruzeiro Querido…Tão Combatido, Jamais Vencido


A rodada das semifinais e o fim da era Guadiola

Depois de uma semana onde os considerados melhores do país e do mundo dançaram feio em suas pretensões estaduais e européias, é melhor “guardar a boca para comer a nossa farinha”, como diz o Flávio Anselmo, no que se refere à rodada das semifinais do Campeonato Mineiro.

A diferença fundamental é que aqui, em nosso doméstico, estamos discutindo quem é o pior ou o menos ruim, ou se vamos brigar para não cair, de novo, no Brasileiro; e no caso do América, se tem time para ficar entre os quatro que subirão à Série A.

O Tupi oferece risco ao Atlético e o América, que já deu muito trabalho ao Galo e ao Cruzeiro neste Campeonato, pode voltar a se impor e garantir a sua presença na final e até conquistar o título.

Tudo pode acontecer, quando há equilíbrio, principalmente na pobreza técnica dos concorrentes.

Os quatro têm fragilidades específicas impressionantes, e apenas o Cruzeiro tem um jogador especial, que pode decidir quando as coisas estiverem complicadas: Montillo.

Porém, até Messi teve seus momentos ruins nos últimos jogos e naufragou com o Barcelona, no Espanhol e na Liga européia.

Tudo pode acontecer, dentro e fora de campo. Mesmo porque, não temos nenhum gênio no comando técnico dos quatro finalistas, e mesmo se houvesse, até o top do mundo no momento, Pep Guardiola, se desgastou com as últimas derrotas e jogou a toalha no Barcelona, o melhor dos melhores da atualidade, conforme mostra esta reportagem do site da FIFA.

Para este caso, do Barça e Cia., vale a velha frase: “não há mal que sempre dure; nem bem que nunca se acabe!”

 * “Guardiola, fim de uma era”

Comandante do time que encantou o mundo do futebol nos últimos anos, o técnico Pep Guardiola vai deixar o Barcelona ao término desta temporada e será substituído pelo seu auxiliar, Tito Vilanova. O anúncio de sua saída da equipe blaugrana foi feito em entrevista coletiva nesta sexta-feira, na mesma semana em que o Barça foi eliminado pelo Chelsea nas semifinais da Liga dos Campeões e em que praticamente deu adeus ao sonho de conquistar o tetra no Campeonato Espanhol, após a derrota para o Real Madrid em casa.

GUARDIOLA

Na entrevista, Guardiola apontou como motivos para a saída o estresse gerado nos últimos anos à frente do time. “Quatro anos é uma eternidade e desgastam muito. No final de dezembro, comuniquei que meu período estava chegando ao fim, mas não podia dizer isto aos jogadores. De qualquer forma, já havia decidido há algum tempo”, destacou o treinador. “Lamento pela incerteza que isso gerou. Talvez tenha sido um erro não ouvir as pessoas que pediam que eu renovasse por dois anos. Sempre quis contratos curtos, porque a exigência de treinar o Barça é muito grande”, completou.

Pouco depois do treinador, foi a vez de o presidente do clube, Sandro Rosell, falar sobre a situação e agradecer o treinador. “Obrigado ao Pep por aperfeiçoar um modelo de futebol que nunca será contestado. Obrigado pelos valores, o afeto e o carinho. O agradecimento do Barcelona será eterno. Pep, de coração, muitíssimo obrigado”, disse um emocionado Rosell.

Em seguida, quem também falou foi o diretor técnico e ex-goleiro do clube, Andoni Zubizarreta, que comentou sobre a escolha do substituto. Entre os candidatos para a vaga, o mais citado era Marcelo Bielsa, que está no Athletic Bilbao e é considerado por Guardiola como um dos melhores técnicos do mundo. No entanto, o time espanhol optou por manter a mesma filosofia de trabalho do antecessor e preferiu promover Vilanova.

“Guardiola representou os valores do Barcelona, com disciplina e o trabalho forte. Continuaremos sua ideia e buscamos um técnico com seu perfil. Sempre dissemos que quando queremos um jogador vamos buscar dentro do próprio clube, casos de Pedro, Cuenca e Tello. Com relação ao técnico não foi diferente”, disse Zubizarreta.

Guardiola assumiu o comando do Barcelona no início da temporada 2008/2009, substituindo o holandês Frank Rijkaard. Desde então, o treinador dirigiu a equipe em 19 torneios (dois ainda em disputa) e ganhou 13 títulos. Este número pode ser aumentado caso o time catalão consiga derrotar o Athletic Bilbao no próximo dia 25, em Madri, na final da Copa do Rei, ainda sob o comando do treinador.

Entre suas principais conquistas estão duas Ligas dos Campeões da Europa (2008/09 e 2010/11), três Campeonatos Espanhóis (2008/09, 2009/10 e 2010/11) e dois Mundiais de Clubes (2009 e 2011). Além disso, o time obteve uma Copa do Rei (2008/09), três Supercopas da Espanha (2009, 2010 e 2011) e duas Supercopas da Europa (2009 e 2011).

Guardiola teve carreira de sucesso como jogador do Barcelona entre 1990 e 2001 e assumiu a equipe B dos catalães pouco depois de sua aposentadoria dos gramados, em 2007. Sua rápida ascensão resultou no convite para assumir o time principal, no qual o técnico implantou uma filosofia de valorização da posse de bola e do jogo bonito.”

* http://pt.fifa.com/worldfootball/clubfootball/news/newsid=1621567.html?cid=twitter_voiceofthesite


Preço do ingresso e o custo Independência

O americano Marcio Amorim fez observações interessantes sobre entrevista dada pelo dono da BWA, Bruno Balsimelli, sobre as condições de uso e preços do Independência:

“Caro Chico!
Está na UAI uma entrevista do Balsinelli da BWA em que afirma que os preços no Independência deverão ser os cobrados na estréia, ou seja, 60,00 e 40,00.

Disse ele que mudará o perfil do frequentador do estádio porque nos EEUU é assim e na Europa também. E, também, que o público  assemelhar-se-á ao público de teatro.

Pergunto: o frequentador de teatro se expõe ao sol, à chuva, ao frio entre outras coisas ou vai de metrô, ônibus? O frequentador de teatro está constantemente ameaçado pela violência? O frequentador de teatro paga 30,00 de estacionamento como paguei? E, para parar por aqui, o frequentador de futebol assiste ao espetáculo em confortáveis poltronas almofadadas e reclináveis, cercado de segurança e ar condicionado?

Destilou mais um monte.

Por exemplo: que o aluguel da Arena do Jacaré é em torno de 1.000,00, do Mineirão era 5.000,00 e que o do Independência variará entre 10.000,00 e 90.000,00, dependendo do público. Querem inviabilizar o uso.

Depois de tanta espera, ouvir isto é o fim.  Seria interessante que todos lessem para que soubessem o que está sendo preparado pela ganância. Sinto apenas ter acertado na mosca o que seria feito com os 10.000 ingressos da inauguração.

Venderam para 5.000 trouxas como eu e jogaram 5.000 nas mãos de pessoas (que venderam lá na porta, já que não havia bilheteria funcionando), ligadas a políticos.

E agora? os torcedores vão continuar se provocando com bobagens tipo “o estádio é nosso” ou vão se unir para um enfrentamento com pessoas que invadiram o “ramo”?

Um abraço!”

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* Aí entra a famosa frase do Adilson: “Vamos aguardar”, porque é óbvio que alguém terá que pagar essas contas e no Brasil sabemos que na instância final é o cidadão comum que tem a mão enfiada em seu bolso.

A BWA foi a única a disputar a concorrência e tem compromissos altos a cumprir em termos financeiros a partir de agora: pagamento ao governo do Estado; R$ 100 mil mensais ou 5,5% do bruto ao América; manuntenção do estádio, que é cara, impostos e por aí vai.


Verdade verdadeira do Duke sobre o Galo e o novo Independência

Que ele erre dessa vez, mas as chances de acertar como sempre, são enormes!

Hoje…

DUKE

… no Super Notícia


Morte súbita e problemas cardíacos em atletas

Apesar de jovem, um dos grandes nomes da cardiologia de Minas na atualidade é o Antônio Bahia Neto, que concedeu essa interessante entrevista sobre as causas de mortes de atletas, que tanto chocam o mundo, como temos visto nos últimos anos.

Ele também deu dicas para amadores que gostam de jogar suas peladas; e sugestões de alimentação e modos de vida saudáveis para o coração.

E o Dr. Toninho Bahia, é outro conterrâneo ilustre, que faz sucesso país afora em sua atividade profissional.

Foi na edição passada do jornal Sete Dias: WWW.setedias.com.br

* “Morte súbita ameaça atletas”

Por Celso Martinelli

As mortes súbitas em atletas de alto nível não são recentes, mas tornaram-se mais frequentes nos últimos anos. Desde 2004 são vários os casos de atletas que morreram na sequência de ataques sofridos em competições ou em treinos, o que vem ganhando destaque na mídia mundial.

TONINHOBAHIA

O cardiologista Antônio Bahia Neto conta que, apesar de toda tecnologia e avaliações complexas existentes em todos os clubes de ponta – independente do esporte – nem sempre é possível contemplar todos os acidentes potenciais durante a prática esportiva. A última vítima no futebol foi o meia Piermario Morosini, de 25 anos, do Livorno, que morreu após sofrer um ataque cardíaco no Stadio Adriatico, em Pescara (Itália).

Mesmo com o todo trabalho preventivo realizado junto a praticantes de esportes que exigem alto desempenho físico, a questão dos exames cardíacos volta a estar no centro das atenções. “As principais causas de ataques podem ser: a origem anômala das artérias coronárias, um tipo de cardiopatia congênita, presente desde o nascimento, mesmo que descoberta muito mais tarde; e a cardiomiopatia hipertrófica, uma doença genética, na qual uma porção do miocárdio (músculo do coração) encontra-se hipertrofiada em regiões específicas, sem nenhuma causa óbvia. Estas são as causas mais comuns de morte súbita em atletas jovens, abaixo dos 35 anos, quando submetidos a uma atividade que exige muito esforço”, explica Antônio Bahia Neto.

Problemas cardiovasculares também atingem atletas menos famosos. Foi o caso do zagueiro Wendel dos Santos Fagundes, 18, que tinha o sonho de se tornar jogador profissional. Ex-jogador das categorias de base do Democrata, ele morreu no dia 1º de abril de 2011 por insuficiência cardíaca. As deficiências cardiovasculares foram descobertas tardiamente, apesar de que, ainda criança, com quatro anos de idade, alterações nos batimentos cardíacos de Wendel tenham sido diagnosticadas. Nos jogos ele sentia cansaço, mas considerava normal, já que estava no auge do seu preparo físico. No dia da sua morte, após sentir fortes dores no peito, de sua casa até o hospital ele sofreu três paradas cardíacas. No óbito foi registrada a causa da morte como insuficiência cardíaca congestiva, miocardiopatia hipertrófica congênita.

Segundo o cardiologista Dr. Antônio Bahia Neto, a fibrilação ventricular é o mecanismo que leva à morte súbita do indivíduo em 90% dos casos. Trata-se de um tipo de arritmia cardíaca que ocorre quando não existe sincronicidade na contração das fibras musculares cardíacas dos ventrículos; a falta da circulação do sangue impede a chegada de oxigênio e nutrientes ao miocárdio e a retirada do gás carbônico e produtos de metabolismo formados, diminuindo rapidamente a capacidade de contração cardíaca. “No momento da parada cardíaca por fibrilação ventricular, o atleta ou paciente tem 70% de chances de sobrevivência. Cada minuto que passa até o atendimento de urgência, representa menos 10% de sobrevida. É muito rápido”, afirma.

Se um problema cardíaco ocorre durante uma competição, é imprescindível que os profissionais estejam preparados para intervenções de emergência. “A desfibrilação é essencial para o sucesso da reanimação, mas nem sempre é possível. A melhor medida é a prevenção. A maioria dos exames pode diagnosticar problemas, mas alterações de estrutura ou função do coração são raras e muitas vezes não facilmente detectáveis. Há tecnologias que estarão disponíveis em um futuro próximo que hoje não são acessíveis. Quando estiverem disponíveis, poderemos diagnosticar através de exames alterações que hoje passam despercebidas. Mas, pelo número de atletas profissionais existentes, assim como as modalidades esportivas, as mortes súbitas no esporte ainda são raras, e não uma regra”, finaliza Antonio Bahia Neto.

PREVENÇÃO – Atividade física é qualquer movimento corporal que implique em um gasto de energia. A atividade física no lazer e trabalho associa-se a uma menor probabilidade de infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco. Para quem adota hábitos saudáveis, como praticar exercícios, abster-se do cigarro e comer bem, a diminuição do risco de doenças cardíacas cai para um percentual de 80%.

Os alimentos do bem: castanhas, nozes, avelãs, amêndoas e pistache; chocolate, alho, cebola, peixes, laranja, morango, abacate, bananas, fibras, kiwi e goiaba; azeite de oliva, vinho tinto com moderação, tomate, feijão e couve. Os vilões: alimentos gordurosos, açúcares, sal e álcool. Exames laboratoriais como o teste ergométrico, cintilografia de perfusão miocárdica, o ecocardiograma de estresse e a ergoespirometria (teste cardiopulmonar) também são importantes para um diagnóstico de doença pré-existente que pode levar ao infarto.