Blog do Chico Maia

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Parece que a novela acabou e a faixa “Vergonha na cara” será exibida no clássico

Que coisa impressionante: para se exercer um direito por aqui é preciso que a Justiça seja acionada.

E ainda por cima com um “acordo”.

Absurdo!

Recebi do presidente da torcida Força Jovem, Lucas Cardoso Maia, a quem agradeço, e repasso aos senhores.

“Olá Chico!
Sou presidente da torcida Força Jovem Atleticana e chegamos em um acordo para a faixa vergonha na cara, onde pude acompanhar sua opinião em seu blog.
Confira a nota oficial da Torcida sobre o Acordo
http://fjatleticana.com/nota-oficial-acordo-faixa-vergonha-na-cara.html
Obrigado

Lucas Cardoso Maia – Belo Horizonte”

* Nota Oficial – Acordo faixa “VERGONHA NA CARA”

Primeiramente é importante esclarecer que em momento algum ofendemos a honra e dignidade dos integrantes da equipe do Atlético. A faixa com a expressão “VERGONHA NA CARA” foi confeccionada apenas e tão somente para chamar a atenção dos dirigentes e jogadores do nosso glorioso CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, quanto à insatisfação da torcida em relação aos resultados dos jogos.

A Força Jovem Atleticana existe há mais de 20, não havendo nenhum tipo de ocorrência envolvendo a torcida, mesmo porque o objetivo principal da Força Jovem é formar uma grande família e levar mensagem de PAZ e UNIÃO aos estádios.

Quando a Polícia Militar mandou retirar a faixa “VERGONHA NA CARA” no jogo Atlético x Villa Nova, sinceramente fiquei surpreso com tal atitude, visto que a mencionada faixa já havia sido divulgada em outros jogos. Mesmo sem entender o porque da proibição, acatamos a ordem da PMMG e retiramos a faixa.

Durante as duas últimas semanas vi que o caso estava tomando uma grande proporção, pois além das redes sociais, o Alterosa Esportes e os blogs “Chico Maia, Terreirão, Camisa Doze, estavam divulgando todos os dias todo o constrangimento sofrido pela Torcida Força Jovem Atleticana. Percebi que precisava dar uma resposta para a torcida do Galo, uma vez que o próprio Presidente do Atlético afirmou categoricamente que não era o responsável pela ordem de retirar a faixa.

Para muitos, a proibição da colocação da faixa nos estádios é uma coisa de somenos importância, entretanto quero deixar claro que não se trata de uma vaidade da Força Jovem Atleticana e sim de uma busca de um direito consagrado pela Constituição Federal.

Considerando que a liberdade de expressão nos foi garantida pela Constituição Federal, resolvemos procurar a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, para entender juridicamente o motivo da proibição, uma vez que a expressão “VERGONHA NA CARA” definitivamente não ofende e nem denigre a imagem de ninguém.

No dia 29 de março do corrente ano, juntamente com o Fael (Vice-Presidente da Força Jovem) e Rafael dos Anjos (Assessor Jurídico), fomos recebidos pelos Defensores Públicos Marco Paulo Denucci Di Spirito, Roberta de Mesquita e Marina Buck, que mediaram as negociações com o Tenente Coronel Amilton.

O resultado da reunião foi satisfatória para ambas as partes, ficando estabelecido que continuaremos com o protesto da faixa “VERGONHA NA CARA” e faremos outra faixa com mensagem de esperança, pedindo aos os jogadores que continuem atuando com RAÇA  para chegarmos a um TÍTULO IMPORTANTE.

Enquanto protestamos, é sinal de que nos importamos com nosso time, mas se nos silenciarmos diante de acontecimentos como o ocorrido no dia 04/12/2011, aí sim,os dirigentes e jogadores devem se preocupar.

No clássico do dia 08/04 a faixa “VERGONHA NA CARA”, que é o PRINCIPAL motivo do nosso protesto estará no estádio.

Agradeço à Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, na pessoa da Dra Andréa Tonet, esperando que a questão seja resolvida de forma pacífica e que a Força Jovem Atleticana possa sempre contar com o apoio da PMMG.

Você pode conferir a matéria no site da DPMG : http://www.defensoriapublica.mg.gov.br/index.php/noticias/44-dpmg/2532-dpmg-media-acordo-entre-policia-militar-e-torcida-atleticana.html?noticia=true

Lucas Cardoso Maia – Presidente da Força Jovem Atleticana

FORCA

* http://fjatleticana.com/nota-oficial-acordo-faixa-vergonha-na-cara.html


Pão de Queijo para o Ronaldinho Gaúcho!

Esse é o Ronaldinho Gaúcho!

Esperança do Mano Menezes para acertar o meio e ataque da seleção brasileira:

Da coluna do Renato Maurício Prado, ontem, no O Globo:

“QUE SURPRESA!”

Ronaldinho Gaúcho não treinou com o restante do time do Flamengo na sexta-feira!
Desta vez, a justificativa foi a costela. Das outras devem ter sido a fraldinha, a maminha, a picanha e o pão de queijo. Fora a capirinha, claro!

* http://oglobo.globo.com/esportes/rmp/


Flávio Anselmo lança seu primeiro romance segunda-feira que vem

Falando de coisa boa, segunda-feira que vem, dia 9, será dia de rever muita gente boa e cumprimentar o Flávio Anselmo que lançará o seu primeiro romance “Caraúna”, às 19h30, no Amarelinho, à Av. Prudente de Morais, 920.

O Flávio publicou ótimos livros ligados ao mundo esportivo, como o “Profetas do Acontecido” e “Marias Chuteiras”, porém, a sua primeira incursão como escritor não teve nada a ver com o futebol e outros esportes, em “O Sorriso de Juliana”.

Ótimo livro de contos, lançado no início dos anos 1980.

Flávio Anselmo é uma das pessoas que mais gosto e por quem tenho enorme gratidão.

Com ele aprendi muito sobre a profissão e sobre a vida, já que tratou-me como um filho ou irmão mais novo quando cheguei “da roça” à Capital de todos os mineiros.

Velhos e ótimos tempos!

O link do blog dele está sempre na capa do nosso blog, mas vale a pena repetir o endereço e também do twitter:

Blog: flavioanselmodepeitoaberto.blogspot.com

twitter: @fganselmo


Quando as brigas são altamente positivas à sociedade

Sou seguidor de uma tese do jornalista Ricardo Boechat, que todas as manhãs, fala aquilo que todo cidadão de bem gostaria de falar, através da BandNews FM 89,5:

Toda briga entre figurões é excelente para o país, pois só assim as verdades de um e outro aparecem. Ótimo quando eles se engalfinham porque toda a podridão que os cercam é denunciada e ficam às claras.

Ruim é quando não brigam e os acordos entre eles nas alcovas ficam escondidos e eles enfiam a mão no bolso do cidadão.

Tenho a mania de ler velhos jornais, que não li por algum motivo na época e que ficam guardados.

Neste fim de semana li uma edição da Folha de SP, do dia sete de dezembro de 2011 e vi esta beleza de foto, do José Sarney babando de ódio, descendo da tribuna do Senado para encarar o Demóstenes Torres, que o esculhambou momentos antes em um discurso.

Apartados por ninguém menos que Fernando Collor de Melo, o Sarney disse: “Você me paga!”

Deve ter emendado, vou “te fuder”, e não deu outra.

imagem_da_folha

Sarney é desses que seguem a tese “vingança é um prato que se come frio”.

Três meses depois, aí está a máscara do Demóstenes caindo!

Só assim mesmo!

Que briguem mais todos os congressistas e poderosos. É a única esperança de transparência!


Copa 2014: da “iniciativa privada” para a corrupção generalizada!

E vejam os senhores como o futebol é usado por gregos, troianos e agora goianos e traias de todos os estados e status, da situação, oposição e outros matizes, para interesses inconfessáveis.

A Copa do Mundo de 2014, que segundo o Ricardo Teixeira seria a “Copa da iniciativa privada”, poderá entrar para a história como a Copa da Corrupção generalizada.

Veja essa reportagem publicada pelo O Globo, ontem:

* “Demóstenes negociou licitação da Copa”
01 de abril de 2012 

Senador pediu a Cachoeira ajuda para ‘um amigo’ obter lote de R$ 13 milhões

Isabel Braga

BRASÍLIA. Novas gravações divulgadas por diferentes órgãos de imprensa ampliaram a teia de conversas mantidas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As conversas reforçam o uso que Demóstenes fez do cargo de senador para atender a pedidos de Carlinhos Cachoeira, conforme revelou O GLOBO.

Na última sexta-feira, O GLOBO revelou diálogos entre os dois sobre um projeto de lei que torna crime a exploração dos jogos de azar, além do andamento de um processo judicial de interesse de Cachoeira, em Goiás. As gravações pertencem ao inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Em revistas semanais, foram publicados diálogos telefônicos entre Cachoeira e o senador, com trechos que mostram que Demóstenes também pedia favores ao amigo e outros em que ele se dispõe a ajudar o empresário, também dono de laboratório farmacêutico, a resolver problemas da empresa na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com reportagem das revistas “Época” e “Veja”, em diálogo gravado em 11 de abril de 2011, Demóstenes ligou para Cachoeira e pediu que ele ajudasse uma agência de publicidade a conseguir contratos em Mato Grosso em licitação para a Copa do Mundo 2014. Segundo reportagem da revista “Época”, estava em disputa a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa.

No diálogo transcrito pela revista, o senador diz que “um amigo nosso” que teria “uma agência de publicidade” estaria interessado em participar de uma licitação para a Copa em Mato Grosso. “Você acha que consegue?”, pergunta Demóstenes. Primeiro Cachoeira pergunta de quem é o interesse, e o senador diz que é de “um amigo nosso”. O empresário, então, responde: “Uai. Pode ser… Vou olhar isso agora. Se for interesse seu”. O senador explica mais: “Tá licitando para a Copa. Acho um negócio bacana.”

Demóstenes diz que passará na casa de Cachoeira para conversar mais sobre o tema. De acordo com “Época”, estavam em jogo dois lotes, de R$ 13 milhões cada. E Cachoeira, em outra gravação, conversa sobre esses lotes com Cláudio Abreu, representante da empresa Delta Construções no Centro-Oeste. “Pega uma (um dos lotes) pra nós”, afirma Cachoeira.

Já segundo gravação divulgada pelo jornal “Folha de S. Paulo”, Cachoeira pediu a Demóstenes ajuda para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, em telefonema de 12 de maio de 2009. Na conversa, Cachoeira diz que havia requerimento, na Comissão de Finanças da Câmara, do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), para convocar Cavendish e determina: “Manda ele (Waldir) retirar o requerimento”. Demóstenes diz a Cachoeira para não se preocupar, porque não seria aprovado “de jeito nenhum”. E completa: “Pode ficar tranquilo, dormir”.

E a Folha de SP de sexta-feira publicou essa charge,

FOLHA

na página dois.


Para a série “Confiar em quem!?”, uma verdade verdadeira do Duke!

Este post pode ser incluído na série “Confiar em quem!?”

Senador goiano Demóstenes Torres, que muita gente começava a comparar com o gaúcho Pedro Simon, pela defesa intransigente da moralidade e denúncia dos desmandos e corrupção.

Eu estava nesse rol e cheguei a pensar: até no PFL/DEMO, tem gente correta!

Ex-Promotor de Justiça, duas vezes Procurador Geral de Goiás; Secretário de Segurança, um dos mais brilhantes tribunos do Congresso.

No episódio do “Mensalão”, arrebentava com o governo!

No primeiro grande escândalo da “Era Lula”, envolvendo o amigo e assessor do José Dirceu, ele chegou a dizer que a turma toda deveria estar na cadeira.

E não é que na época ele já estava a serviço do bicheiro Carlinhos Cachoeira?

Ano passado, indo para a Copa América, na Argentina, tomei um café ao lado dele, na escala no aeroporto de Montevidéo, enquanto aguardava o vôo para Buenos Aires.

Tive vontade de abordá-lo e cumprimentá-lo pela “coragem e seriedade” no parlamento brasileiro.

Ainda bem que escapei desse mico.

Ontem o Duke falou uma grande verdade sobre esse sujeito em sua chargeDUKEDEMOSTENESno O Tempo.


O clássico vem aí, mas os marginais estão em vantagem!

Esta semana o assunto predominante será o clássico entre Atlético e Cruzeiro e certamente a semana seguinte, em caso de vitória de um deles, com as explicações e reclamações de quem perder. Normalmente o culpado é o árbitro, apitando bem ou não. Menos mal que os dois treinadores são polidos. Cuca e Wagner Mancini medem as palavras em suas declarações, além de não terem o feio hábito de transferir responsabilidades.

Os dois clubes sobram no Campeonato Mineiro, já que a diferença de estruturas em relação aos adversários do interior é colossal.
O Atlético venceu 10 jogos consecutivos; nove pelo Mineiro e um pela Copa do Brasil. O Cruzeiro perdeu para o Guarani, na estreia, mas depois emendou oito vitórias consecutivas pelo estadual e uma pela Copa do Brasil.
Os dois são equilibrados tecnicamente e essa deverá ser a tônica do jogo, domingo, na Arena do Jacaré, com mando de campo alvinegro.

O lamentável é termos mais um clássico entre eles com uma torcida só, por puro medo e acomodação das autoridades responsáveis pela segurança do cidadão. A Polícia Militar já deu incontáveis provas que dá conta de garantir a tranquilidade de todos em jogos considerados de “alto risco”, mas infelizmente vivemos um período de omissão e acomodação geral, que envolve outras instâncias, como Ministério Público e Polícia Civil.

Obviamente um jogo com duas torcidas dá muito mais trabalho a todo mundo. Mais fácil determinar que uma só compareça. Menos trabalhoso, mais cômodo, e assim, a marginalidade vai ganhando espaço. Ao invés de combatê-los e puni-los com o máximo rigor, assume-se que eles estão ganhado essa batalha, acuando a sociedade, no futebol e no cotidiano. Uma vergonha!

Boa parte da imprensa brasileira conspira a favor dos marginais travestidos de torcedores “organizados”. Enquanto na Europa e demais países evoluídos socialmente a mídia se recusa a abrir espaços para os delituosos e seus atos, aqui eles ocupam as primeiras páginas dos jornais, e os horários mais valiosos das redes de rádio e TV.
É tudo o que querem. São glamourizados pela mídia e viram ídolos de jovens que vão sucedê-los nessas práticas absurdas.

Em sua edição de sábado, o jornal Folha de S. Paulo fez isso. Um desses líderes de uma das mais violentas “organizadas” do Palmeiras e do país, ganhou destaque na primeira página, foi capa do caderno de esportes e ainda ganhou duas páginas centrais, com direito a fotos com pose de artista. A chamada principal era “brigar faz parte”, e um largo sorriso do sujeito.
Quer incentivo maior para que milhares de trogloditas Brasil afora saiam agredindo e matando?
Se a imprensa desse ênfase às prisões e punições desses pseudos torcedores, é claro que potenciais seguidores iriam conter seus instintos bestiais.

* O Cruzeiro que tinha um meio campo muito forte com Henrique, Marquinhos Paraná e Fabrício, tem demonstrado que conseguiu pelo menos duas peças de reposição à altura: Leandro Guerreiro e Marcelo Oliveira.

* É incrível como o atacante André está perdendo gols, desses considerados fáceis de se fazer. Contra o Uberaba, dois, na cara do goleiro. Contra times mais fortes, as chances de gol costumam ser raras, por isso bons finalizadores são tão valorizados. André tem essa incumbência, e está em débito.

* Em débito também estão o América e o Villa Nova, que perderam jogos decisivos em casa nessa rodada. Ao perder para o Tupi, o Coelho, que antes brigava para ser o primeiro ou segundo da fase de classificação, agora luta para ser o terceiro com o próprio algoz de Juiz de Fora.
O Villa, que foi o clube do interior que mais investiu, de candidato a uma das quatro das vagas das finais, agora corre para não ficar com uma das duas do rebaixamento.


Sequência da 9a rodada do Mineiro sábado e domingo

A nona rodada do Campeonato Mineiro começou quarta-feira com a derrota do América na Arena do Jacaré para o Tupi por 2 x 1.
Hoje o Cruzeiro pega o Boa em Varginha e tem também América-TO x Nacional de Nova Serrana em Teófilo Otoni.
O Uberaba tenta parar o Galo amanhã no Uberabão na sua luta contra o rebaixamento; e tem também Villa Nova x Democrata-GV (já quase rebaixado), e Guarani x Caldense, que ainda aspiram uma vaga na fase decisiva.

CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
1 Atlético-MG 24 8 8 0 0 21 5 16 100
2 Cruzeiro 21 8 7 0 1 20 4 16 87.5
3 América-MG 18 9 6 0 3 18 11 7 66.7
4 Tupi-MG 16 9 5 1 3 13 9 4 59.3
5 Caldense 11 8 3 2 3 5 10 -5 45.8
6 Nacional-MG 10 8 3 1 4 12 16 -4 41.7
7 Guarani-MG 10 8 3 1 4 8 12 -4 41.7
8 Boa Esporte 8 7 2 2 3 7 6 1 38.1
9 Villa Nova-MG 8 7 2 2 3 8 10 -2 38.1
10 Uberaba 6 8 1 3 4 10 12 -2 25
11 América TO 4 8 1 1 6 5 12 -7 16.7
12 Democrata GV 1 8 0 1 7 3 23 -20 4.2
* Classificação do Globoesporte.com


A entrevista de Lula à Folha de S. Paulo

Vale a pena ler a entrevista do ex-presidente Lula à Mônica Bergamo e Cláudia Collucci, ontem, na Folha de S. Paulo.
E que ele acabe de se recuperar logo.

“Entrevista – Lula”
Recebi uma bomba de Hiroshima dentro de mim
NA PRIMEIRA ENTREVISTA APÓS O DESAPARECIMENTO DO CÂNCER, LULA FALA DO MEDO DA MORTE E AFIRMA QUE AGORA QUER EVITAR UMA AGENDA ‘ALUCINADA’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que teve mais medo de perder a voz do que de morrer após a descoberta do câncer na laringe. “Se eu perdesse a voz, estaria morto.”
Um dia depois da notícia de que o tumor desapareceu, ele recebeu a Folha para uma entrevista exclusiva num quarto do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde faz sessões de fonoaudiologia.
Lula comparou a uma “bomba de Hiroshima” o tratamento que fez, com sessões de químio e radioterapia.
Ele emocionou-se ao lembrar da luta do vice-presidente José Alencar (1931-2011), que morreu de câncer há exatamente um ano. “Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou.”
Quase 16 quilos mais magro e com a voz um pouco mais rouca que o normal, o ex-presidente ainda sente dor na garganta e diz que sonha com o dia em que poderá comer pão “com a casca dura”.
A entrevista foi acompanhada por Roberto Kalil, seu médico pessoal e “guru”, pelo fotógrafo Ricardo Stuckert e pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Folha – Como o sr. está?
Luiz Inácio Lula da Silva – O câncer está resolvido porque não existe mais aqui [aponta para a garganta]. Mas eu tenho que fazer tratamento por um tempo ainda. Tenho que manter a disciplina para evitar que aconteça alguma coisa. Aprendi que tanto quanto os médicos, tanto quanto as injeções, tanto quanto a quimioterapia, tanto quanto a radioterapia, a disciplina no tratamento, cumprir as normas que tem que cumprir, fazer as coisas corretamente, são condições básicas para a gente poder curar o câncer.

Foi difícil abrir mão…
Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou. [Fica com a voz embargada e os olhos marejados]. Eu, que convivi com ele tanto tempo, não tinha noção do que ele passou. A gente não sabe o que é pior, se a quimioterapia ou a radioterapia. Uns dizem que é a químio, outros que é a rádio. Para mim, os dois são um desastre. Um é uma bomba de Hiroshima e, o outro, eu nem sei que bomba é. Os dois são arrasadores.

O sr. teve medo?
A palavra correta não é medo. É um processo difícil de evitar, não tem uma única causa. As pessoas falam que é o cigarro [que causa a doença], falam que é um monte de coisa que dá, mas tá cheio de criancinha que nasce com câncer e não fuma.

Qual é a palavra correta?
A palavra correta… É uma doença que eu acho que é a mais delicada de todas. É avassaladora. Eu vim aqui com um tumor de 3 cm e de repente estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim. [Em alguns momentos] Eu preferiria entrar em coma.
Kalil [interrompendo] – Pelo amor de Deus, presidente!

Em coma?
Eu falei para o Kalil: eu preferiria me trancar num freezer como um carpaccio. Sabe como se faz carpaccio? Você pega o contrafilé, tira a gordura, enrola a carne, amarra o barbante e coloca o contrafilé no freezer e, quando ele está congelado, você corta e faz o carpaccio. A minha vontade era me trancar no freezer e ficar congelado até…

Sentia dor?
Náusea, náusea. A boca não suporta nada, nada, nada, nada. A gente ouvindo as pessoas [que passam por um tratamento contra o câncer] falarem não tem dimensão do que estão sentindo.

Teve medo de morrer?
Eu tinha mais preocupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que fala que não tem medo de morrer, mas eu tenho. Se eu souber que a morte está na China, eu vou para a Bolívia.

O sr. acredita que existe alguma coisa depois da morte?
Eu acredito. Eu acredito que entre a vida que a gente conhece [e a morte] há muita coisa que ainda não compreendemos. Sou um homem que acredita que existam outras coisas que determinam a passagem nossa pela Terra. Sou um homem que acredita, que tem muita fé.

Mesmo assim, teve um medo grande?
Medo, medo, eu vivo com medo. Eu sou um medroso. Não venha me dizer: ‘Não tenha medo da morte’. Porque eu me quero vivo. Uma vez ouvi meu amigo [o escritor] Ariano Suassuna dizer que ele chama a morte de Caetana e que, quando vê a Caetana, ele corre dela. Eu não quero ver a Caetana nem…

Qual foi o pior momento neste processo?
Foi quando eu soube. Vim trazer a minha mulher para um exame e a Marisa e o Kalil armaram uma arapuca e me colocaram no tal de PET [aparelho que rastreia tumores]. Eu tinha passado pelo otorrino, o otorrino tinha visto a minha garganta inflamada.
Eu já estava há 40 dias com a garganta inflamada e cada pessoa que eu encontrava me dava uma pastilha No Brasil, as pessoas têm o hábito de dar pastilha para a gente. Não tinha uma pessoa que eu encontrasse que não me desse uma pastilha: ‘Essa aqui é boa, maravilhosa, essa é melhor’. Eu já tava cansado de chupar pastilha.
No dia do meu aniversário, eu disse: ‘Kalil, vou levar a Marisa para fazer uns exames’. E viemos para cá. O rapaz fez o exame, fez a endoscopia, disse que estava muito inflamada a minha garganta. Aí inventaram essa história de eu fazer o PET. Eu não queria fazer, eu não tinha nada, pô. Aí eu fui fazer depois de xingar muito o Kalil.
Depois, fui para uma sala onde estava o Kalil e mais uns dez médicos. Eu senti um clima meio estranho. O Kalil estava com uma cara meio de chorar. Aí eu falei: ‘Sabe de uma coisa? Vocês já foram na casa de alguém para comunicar a morte? Eu já fui. Então falem o que aconteceu, digam!’ Aí me contaram que eu tinha um tumor. E eu disse: ‘Então vamos tratar’.

Existia a possibilidade de operar o tumor, em vez de fazer o tratamento que o senhor fez.
Na realidade, isso nem foi discutido. Eles chegaram à conclusão de que tinha que fazer o que tinha que fazer para destruir o bicho [quimioterapia seguida de radioterapia], que era o mais certo. Eu disse: ‘Vamos fazer’.
O meu papel, então, a partir dessa decisão, era cumprir, era obedecer, me submeter a todos os caprichos que a medicina exigia. Porque eu sabia que era assim. Não pode vacilar. Você não pode [dizer]: ‘Hoje eu não quero, não tô com vontade’.

O senhor rezava, buscou ajuda espiritual?
Eu rezo muito, eu rezo muito, independentemente de estar doente.

Fez alguma promessa?
Não.

Existia também uma informação de que o senhor procurou ajuda do médium João de Deus.
Eu não procurei porque não conhecia as pessoas, mas várias pessoas me procuraram e eu sou muito agradecido. Várias pessoas vieram aqui, ainda hoje há várias pessoas me procurando. E todas as que me procurarem eu vou atender, conversar, porque eu acho que isso ajuda.

E como será a vida do sr. a partir de agora? Vai seguir com suas palestras?
Eu não quero tomar nenhuma decisão maluca. Eu ainda estou com a garganta muito dolorida, não posso dizer que estou normal porque, para comer, ainda dói.
Mas acho que entramos na fase em que, daqui a alguns dias, eu vou acordar e vou poder comer pão, sem fazer sopinha. Vou poder comer pão com aquela casca dura. Vai ser o dia!
Eu vou tomando as decisões com o tempo. Uma coisa eu tenho a certeza: eu não farei a agenda que já fiz. Nunca mais eu irei fazer a agenda alucinante e maluca que eu fiz nesses dez meses desde que eu deixei o governo. O que eu trabalhei entre março e outubro de 2011… Nós visitamos 30 e poucos países.
Eu não tenho mais vontade para isso, eu não vou fazer isso. Vou fazer menos coisas, com mais qualidade, participar das eleições de forma mais seletiva, ajudar a minha companheira Dilma [Rousseff] de forma mais seletiva, naquilo que ela entender que eu possa ajudar. Vou voltar mais tranquilo. O mundo não acaba na semana que vem.
Quando é que o senhor começa a participar da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo?
Eu acho o Fernando Haddad o melhor candidato. São Paulo não pode continuar na mesmice de tantas e tantas décadas. Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei. Muita gente dizia que a Dilma era um poste, que eu estava louco, que eu não entendia de política. Com o Fernando Haddad será a mesma coisa.

O senhor vai pedir à senadora Marta Suplicy para entrar na campanha dele também?
Eu acho que a Marta é uma militante política, ela está na campanha.

Tem falado com ela?
Falei com ela faz uns 15 dias. Ela me ligou para saber da saúde. Eu disse que, quando eu sarar, a gente vai conversar um monte.

E em 2014? O senhor volta a disputar a Presidência?
Para mim não tem 2014, 2018, 2022. Deixa eu contar uma coisa para vocês: eu acabei de deixar a Presidência da República, tem apenas um ano e quatro meses que eu deixei a Presidência.
Poucos brasileiros tiveram a sorte de passar pela Presidência da forma exitosa com que eu passei. E repetir o que eu fiz não será tarefa fácil. Eu sempre terei como adversário eu mesmo. Para que é que eu vou procurar sarna para me coçar se eu posso ajudar outras pessoas, posso trabalhar para outras pessoas?
E depois é o seguinte: você precisa esperar o tempo passar. Essas coisas você não decide agora. Um belo dia você não quer uma coisa, de repente se apresenta uma chance, você participa.
Mas a minha vontade agora é ajudar a minha companheira a ser a melhor presidenta, a trabalhar a reeleição dela. Eu digo sempre o seguinte: a Dilma só não será candidata à reeleição se ela não quiser. É direito dela, constitucional, de ser candidata a presidente da República. E eu terei imenso prazer de ser cabo eleitoral.


Chico Anysio com a camisa do Villa Nova e frases imortais do Millôr

Duas grandes personalidades brasileiras se foram esta semana.

Chico Anyzio e Millôr Fernandes, muito semelhantes na grandiosidade da obra que deixaram.
A homenagem do blog a ambos, através de uma mensagem muito legal enviada pelo jornalista Wagner Augusto, assessor de comunicação do Villa Nova, que lembrou do Chico vestindo a camisa do Leão do Bonfim, na TV.

Inclusive enviou o link do vídeo.
O portal Uol publicou no dia da morte do Millôr, uma seleção de frases geniais dele.
Seguem o texto do Wagner Augusto e as frases do Millôr:

“Ao grande humorista que se foi, deixando o mundo cada vez mais sem graça, divulguem o link abaixo. Nele, o personagem Coalhada veste a gloriosa camisa alvirrubra, tendo como testemunha o goleiro Raul, na época no Flamengo:

http://www.youtube.com/watch?v=tF38_AiEOik
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* Frases do Millôr Fernandes:

Todo homem nasce original e morre plágio.
*
Só louco rasga dinheiro? Bobagem. Nem louco rasga dinheiro. Experimente jogar uma nota de cinquenta reais (ou mesmo de um!) num pátio de insanos. A briga vai ser feia.
*
Bhundismo da semana: Menina, a caridade é mais importante do que a castidade. Dê para um desempregado.
*
Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.
*
O aumento da canalhice é o resultado da má distribuição de renda.
*
Nunca tantos deveram tanto a tão porcos.
*
Mordomia é ter tudo que o dinheiro – do contribuinte – pode comprar.
*
Chama-se de herói o cara que não teve tempo de fugir.
*
Infelicidade: Nascer com talento melódico numa época em que o pessoal só se interessa por percussão.
*
A gente tem que experimentar de tudo. Desde que seja de graça e não doa muito.
*
Calúnia na internet a gente tem que espalhar logo, porque sempre é mentira.
*
Repito, mais uma vez: supremo eu só conheço o de frango.
*
O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.
*
Em agosto, nas noites de frio, a pobreza entra pelos buracos da roupa.
*
Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.
*
O preço da fidelidade é a eterna vigilância.
*
Beber é mal. Mas é muito bom.
*
Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.
*
Nunca conheci ninguém podre de rico. Mas já vi milhares de pessoas podres de podre.
*
Eu sei sempre do que é que estou falando. Tirando isso não sei mais nada.
*
O capitalismo não perde por esperar. Em geral ganha 6% ao mês.
*
Quem confunde liberdade de pensamento com liberdade é porque nunca pensou em nada.
*
Toda lei é boa desde que seja usada legalmente.
*
Eu também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto.
*
A diferença entre a galinha e o político é que o político cacareja e não bota o ovo.
*
O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança.
*
Você pode desconfiar de uma admiração, mas não de um ódio. O ódio é sempre sincero.
*
Quando o homem sabe que certa mulher já cedeu a alguém, ele não resiste em verificar se a história se repete.
*
Trabalho não mata. Mas vagabundagem nem cansa.
*
O preço da fidelidade é a eterna vigilância.
*
Você está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro.
*
O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.
*
Goze. Quem sabe essa é a última dose?
*
Não devemos resisitir às tentações: elas podem não voltar.
*
Metade da vida é estragada pelos pais. A outra metade, pelos filhos.