Ótima reportagem do Thiago Nogueira, ontem, no jornal O Tempo, sobre o fracasso de público do Campeonato Mineiro.
Quem sabe com este recado claro dos torcedores de todos os clubes, os dirigentes agora se reúnam para discutir o futuro da competição?
Eu mesmo já escrevi e falei várias vezes: tenho preguiça dessa fórmula; de jogos que não valem nada; pobreza técnica; veteranos em campo, apenas se revezando de clubes pelo interior a cada ano; estádios sem condição; horários absurdos das partidas, enfim!
Mas como minha profissão exige que eu veja os jogos e fale sobre eles, vejo-os com “visão dinâmica”, como diria o Kafunga.
Se tivesse que pagar ingresso, possivelmente só iria aos jogos finais, pois já pago à Sky e ao PFC pelo Campeonato todo.
Vejam a reportagem:
* “Sem plateia”
Por onde anda o torcedor?
O fracasso não é restrito à Arena do Jacaré; os estádios do interior também têm ficado vazios
Thiago Nogueira
O torcedor mineiro parece desanimado com o campeonato Estadual.
Em 28 jogos até o último fim de semana, a média de público é de 2.506 torcedores. E o fracasso de público não é restrito à Arena do Jacaré, estádio usado pelos grandes times de Minas, localizado a 70 km da capital.
Pelo interior, as praças esportivas também têm ficado vazias.
O jogo entre Nacional e América – disputado no Farião, em Divinópolis, porque o estádio do Calçado, em Nova Serrana, ainda não tinha a liberação do Corpo de Bombeiros – teve apenas 309 pagantes (confira os piores públicos e a média dos clubes no quadro).
Partidas realizadas às 22h, ingressos salgados, jogos às segundas-feiras (como ontem, entre Democrata e Caldense) e a pouca empolgação de início de torneio são algumas das explicações.
Mas parece que algo ainda afasta o torcedor do campo de jogo.
No ano passado, quando Atlético, Cruzeiro e América já utilizavam a Arena do Jacaré, a média de público da primeira fase foi de 3.204 torcedores. Neste ano, nem mesmo a presença dos times da capital no interior tem empolgado. Guarani e Atlético jogaram no Farião para 2.653
pagantes, o equivalente a 65% da capacidade de 4.080 do estádio.
Os preços cobrados também têm deixado o torcedor longe do campo.
A diretoria do Democrata-GV colocou à venda ingressos que chegaram a R$ 100 para o jogo contra o Cruzeiro.
Em Divinópolis, Atlético e Guarani teve preço único de R$ 50, o que aumentou ainda mais a presença dos torcedores no morro da Pitimba, espaço nas intermediações do estádio de onde há vista para o campo.
O clássico entre América e Atlético, no último domingo, também mostrou o desinteresse dos torcedores.
Com ingressos a R$ 30 – estipulados pelo Coelho, mandante do jogo -, apenas 4.067 torcedores foram ao estádio.
O público não foi o pior em clássicos em Sete Lagoas, já que, no ano passado, o primeiro jogo da semifinal do Mineiro, entre América e Atlético, registrou apenas 2.818 torcedores.
Na ocasião, a diretoria americana colocou ingressos de R$ 30 e R$ 50.
Independência
Clubes apostam na reabertura para atrair mais gente
Dirigentes e jogadores acreditam que a reabertura do estádio Independência pode melhorar a média de público do Campeonato Mineiro.
O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, projeta até um crescimento na arrecadação.
“Vimos ontem (anteontem) um Atlético e América a que só foram 4.000 pessoas. No sábado, Cruzeiro e America-TO deu 3.000 e poucas pessoas. É uma pena. Esperamos o quanto antes ter o Independência. E o programa de sócio-torcedor vai ser fundamental”, ressaltou o mandatário celeste.
Os jogadores sentem a falta do torcedor em campo. “A dificuldade de ir ao campo é grande, e o valor alto acaba atrapalhando. Então, a gente encontra dificuldade pelo fato de o torcedor não estar perto da equipe. É critério da diretoria (preço dos ingressos) e a gente tem que respeitar”, ressaltou o atacante americano Alessandro.
Dos três piores públicos da competição, dois são do América. (TN/Com Thiago Prata e Bruno Trindade)
* http://www.otempo.com.br/esportes/ultimas/?IdNoticia=197543,OTE&busca=M%E9dia%20de%20p%FAblico%20do%20campeonato%20mineiro&pagina=1