Blog do Chico Maia

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Imperdível: Exposição do Marcelo Prates de 9 a 30 deste mês

Com prazer recebi este convite do Marcelo Prates, um dos grandes nomes do fotojornalismo brasileiro, para a sua exposição.

Estarei lá.

PRATES

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Premiere FC promove campanha para Neymar ganhar Bola de Ouro da FIFA

Notícia enviada pelo Vitor Daltro,

da www.textual.com.br :

* O Premiere FC quer Neymar como o vencedor da Bola de Ouro da FIFA, prêmio que elege o melhor jogador do ano. Para animar a torcida, o canal especializado em futebol da Globosat criou a hashtag #neymaromelhordomundo e #neymarthebestoftheworld. O Facebook também foi contemplado com um selo com o jogador do Santos e do Barcelona, o argentino Messi, atual Melhor do Mundo. A entrega do prêmio será dia 9 de janeiro, em Zurique, na Suíça.

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Obina prestigia o Democrata Jacaré

O Democrata amarga mais uma eliminação da disputa pelo acesso à segunda-divisão mineira.

Mas o trabalho da diretoria continua.

O presidente Flávio Reis chegou da China, para onde viajou em busca de parcerias para tentar tirar o clube do buraco no qual ele se encontra.

Um dos clubes visitados foi o do Obina, que recebeu o presidente democratense e demais membros da comitiva brasileira da melhor forma possível.

E ainda tirou foto com o material de propaganda do Jacaré:

OBINA

O Democrata emitiu uma nota à população de Sete Lagoas sobre a não classificação para a fase decisiva da terceira-divisão:

“NOTA À POPULAÇÃO SETELAGOANA”

A diretoria do Democrata Futebol Clube, liderada por seu presidente Flávio Henrique Ribeiro Reis, vem a público informar que:

  • Assim como os verdadeiros torcedores democratenses, está sofrendo pela má campanha no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão que culminou com a desclassificação do clube no dia de ontem (02/11);
  • Vai continuar trabalhando diuturnamente para recolocar o Democrata nos trilhos, mas precisa contar, também, com o apoio da comunidade setelagoana, especialmente do empresariado e do Poder Público Municipal, que não podem se omitir diante de tão importante causa;
  • Apesar de não ter tido êxito no projeto de acesso ao Módulo II, o Democrata agradece ao Clube Atlético Mineiro, na pessoa de seu presidente Alexandre Kalil, por ter estendido as mãos no momento em que o clube mais precisava;
  • Neste momento de dor, não adianta ficar lamentando, e só nos resta dar continuidade ao trabalho, reiterando nosso objetivo de devolver o Democrata aos seus melhores dias, visando o seu centenário, que será comemorado em 2014; e

Estamos certos de que o trabalho que tem sido feito fora de campo, brevemente terá reflexos positivos também no futebol, que é a razão de ser do nosso Jacaré.

Sete Lagoas, MG, 03 de novembro de 2011.

Saudações democratenses,

Democrata Futebol Clube

Diretoria”

—————————————-

“A propósito, o editorial do Jornal SETE DIAS, de hoje, traz o seguinte em seus parágrafos finais:

Por falar da necessidade de gestores públicos competentes, lamentamos que um patrimônio quase centenário da cidade, o Democrata tenha sido eliminado da disputa de uma das vagas na Segunda-Divisão mineira de 2012. Em sua chave, perdeu a disputa para o Araxá e Social de Cel. Fabriciano, que tiveram a participação ativa das prefeituras, empresários e políticos de onde estão inseridos.

Enquanto o Democrata, mais uma vez, disputou com os juniores do Atlético, e o apoio de algumas empresas de fora de Sete Lagoas.

O prefeito de Cel. Fabriciano, concedeu entrevista à Rádio Cultura, direto do estádio do Social, logo após a vitória do seu time sobre o Democrata, e contou que foi a todos os jogos do Social e que apoia o time porque ele representa o esporte da cidade; porque esporte é saúde e jovens distantes das drogas e do álcool.

Em Araxá, as empresas se cotizam e investem mais de R$ 200 mil mensais no clube, que ainda conta com o transporte e alimentação bancados pela prefeitura.”

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Willy Gonser, hoje na Itatiaia!

O João Vitor Xavier @joaovitorxavier

twittou agora há pouco:

“Vamos receber no Bastidores Willy Gonser, uma lenda do rádio Brasileiro. Divulgue e participe. Hoje, 20 horas.”

Ótima oportunidade para matar saudade da voz do grande Willy Gonser.

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Fotos recentes do Independência

O Adilson Fernandes Campos,

escreveu:

“Chico,
Bom dia!
Pelo amor de Deus! divulga umas imagens atualizadas do Independencia.
Moro em Ribeirão Preto e não consigo ver nada sobre o andamento das obras.
Um abraço!
Adilson – Ribeirão Preto/SP”

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Recorri ao site http://www.novomineirao.mg.gov.br/independencia.html que mantém fotos sempre atualizadas, e copiei essas, do Sylvio Coutinho:

INDEPEDINTERNO

O terreno pronto para receber o gramado…

INDEPEDRENO

depois de receber toda a estrutura do dreno…

INDEPEDINTERNO2

outra imagem interna, onde o Independência faz lembrar (só faz lembra, viu gente!) o San Siro, de Milão…

INDEPENFACAHDA

e a parte aberta da ferradura, que vai continuar aberta.

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Os nossos times e as semelhanças com os prédios do Bairro Buritis

Os jogos do fim de semana são imprevisíveis, como sempre.

Quem sabe o América dessa vez jogue bem, e vença?

Quem sabe o Galo mantém a sua sequência de vitórias sobre adversários da prateleira de cima e passe bem pelo Grêmio, na Arena cheia, amanhã?

Quem sabe o Cruzeiro não mantém a escrita de não perder para o Flamengo, no Rio, desde 2007 e quebre o tabu de não vencer no Engenhão?

Tudo pode acontecer!

A diretoria do América não merece tanta porrada como tenho ouvido de alguns setores, entre torcida e imprensa.

Depois de tantos anos no fundo do poço, o clube voltou à elite do futebol brasileiro, mas financeiramente não tinha a mínima chance de competir com os seus concorrentes da Série A.

Ao levar o jogo contra o Corinthians para Uberlândia, diminui o buraco nos cofres e melhora a sua média de público pagante, na luta para não ficar também na lanterna dessa área do Campeonato.

Não tenho dúvida que o Coelho está recuperando a sua condição de clube grande e possivelmente voltará à Série A na disputa da B em 2012.

Dói nos americanos, mas não há como fugir da realidade. O América está sendo reconstruído e isso leva tempo.

Atlético e Cruzeiro têm situação diferente. Erraram nas aquisições e dispensas; e colheram o que plantaram.

Espero e acredito que escapem do pior!

DUKE

Esta charge do Duke, de ontem, no Super Notícia, expressa bem a nossa situação, no futebol e no cotidiano de Belo Horizonte.

Já andei escrevendo aqui sobre essas “tragédias” ou “quase tragédias” urbanas. Enchentes, desabamentos, engarrafamentos, enfim…

Menos mal quando não há vítimas fatais, mas a tendência é só piorar.

Vivemos numa cidade “planejada” para 300 mil habitantes.

Hoje somos quantos milhões?

O que seria a Avenida do Contorno é hoje parte do centro da Capital mineira.

Todo dia nasce gente, todo dia tem gente de outros lugares se mudando para cá e tome construção de prédios, prédios e mais prédios.

E o pior: nas ladeiras, morros e montanhas, porque não há mais áreas planas disponíveis, há muitos anos.

Empresários e empresas da construção conseguem autorização para construir em tudo quanto é canto e pedaço de terra.

Movidos por interesses que bem sabemos, porém inconfessáveis, vereadores, prefeitos, deputados e governadores aprovam projetos, liberam as obras, concedem licenças e os problemas se avolumam.

A cada dia mais carros nas mesmas vias de sempre, mais esgoto nas mesmas redes; a necessidade de água potável para cada dia mais pessoas e vamos que vamos!

Sem falar na criminalidade impune que aumenta a insegurança dia a dia e faz das casas e prédios se parecerem com penitenciárias, com tantas cercas elétricas e de arame farpado, câmeras, cães, gente armada…

A força da grana não permite a contenção do inchaço das cidades.

E inchaço é sintoma de doença!

Não demora, eu vou plantar quiabo lá nas Três Barras, em Conceição do Mato Dentro.

Enquanto as mineradoras que estão tomando conta de lá deixarem!

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“Malditos Comunistas!” Ótimo artigo do José Roberto Torero

Dia desses sugeri um “Ministro cubano” para o esporte brasileiro.

O jornalista Eugênio Sávio indicou esta ótima crônica, do José Roberto Torero, na revista Carta Capital, e repasso aos senhores:

* Malditos comunistas!

José Roberto Torero (Carta Maior)

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação.

Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado.

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas…

* José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

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E ainda sobre Cuba,

o conterrâneo Daniel Lanza, enviou uma colaboração muito interessante sobre o país e sobre o Alex, outro setelagoano:

“Chico,

Para retrarar o último texto publicado sobre o esporte em Cuba, segue a foto de um grande amigo, sete-lagoano, democratense, tirada naquele país.

Alex Denner, iniciou seu curso de medicina em Cuba e enquanto esteve lá ( 2 anos) sempre falou bem da medicina (dedicada à prevenção), da educação de qualidade e do esporte.

Lembrando que esporte = educação + saúde.

Abraços,
Daniel Lanza”

ALEX

Alex Denner com a camisa do Jacaré, em Havana

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Caravana grátis para Uberlândia​: América x Corinthian​s

Avacoelhada informa:

Jogo : América x Corinthians

Saída: sábado 05/11.

Hora : 23h30min

Local: Curitiba com Afonso Pena

Contatos: Saraiva 8857-5576

Ingresso incluído.

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Eleição no Galo

Esta é a minha coluna de hoje, no O tempo.

O que penso sobre o processo sucessório no Atlético que está rolando. Eleição dia 14 de dezembro:

O Cruzeiro tem tradição de ótimo nível em suas questões políticas internas. Passado o processo eleitoral, quem perde o pleito deixa os eleitos conduzirem os destinos do clube. Graças a isso, tornou-se uma das maiores forças do futebol Sul-Americano, enquanto seus maiores rivais paravam no tempo, se engalfinhando em brigas internas que só os jogaram para baixo.

Foi preciso o América cair para a segunda-divisão estadual e ir parar na terceira nacional, para que suas lideranças criassem juízo e se unissem para evitar o fim do clube, e retornar à Série A do Brasileiro.

O Atlético parece que também aprendeu a lição. Quando todos imaginavam que com Alexandre Kalil presidente, a turbulência política fosse tomar conta do clube, está ocorrendo exatamente o contrário. Se tem uma coisa que ele próprio não pode reclamar é da oposição alvinegra, que em nenhum momento do seu mandato criou qualquer problema ou fez qualquer onda.

Hoje, nem parece que teremos eleição presidencial no Galo dentro de 40 dias, apesar de três candidaturas postas: Desembargador Irmar Ferreira Campos; engenheiro Frederico Peçanha Couto e Kalil, à reeleição.

Força

Mesmo com o Atlético lutando contra o rebaixamento, nenhuma ofensa, nenhum golpe baixo ou cenas que eram tão comuns nas disputas eleitorais dentro do Atlético. Em fins dos anos 1970 o saudoso Marum Patrus teve que usar o seu poder de Delegado de Polícia Civil para serenar os ânimos e evitar uma tragédia, numa eleição como sempre explosiva na sede de Lourdes.

No grito

Dr. Marum acabara de assumir a presidência do Conselho Deliberativo no lugar do também saudoso médico Francisco Neves, que fora forçado a renunciar momentos antes, por uma das chapas. O bate-boca estava incontrolável, prestes a se tornar briga de braço, quando o Delegado socou a mesa e gritou que exigia respeito.

Silêncio

Ao ver o revólver do Delegado Marum sobre a mesa, os brigões se contiveram e fizeram silêncio. Os trabalhos prosseguiram normalmente, sem mais nenhum tumulto. Marum Patrus era um grande apaziguador de contendas no Atlético, nunca teve fama de violento nem na sua profissão, mas neste dia teve que apelar. Tornou-se um termômetro da política atleticana.

Apoio

Hoje, seu filho Marcelo Patrus, é um dos articuladores respeitados da política alvinegra e integra uma das alas que têm mais votos, a do ex-presidente Ricardo Guimarães. E anteontem, eles, junto com Dedé (Vila Olímpica), Geraldo Leite (Labareda) e outras lideranças de peso estiveram em Lourdes, manifestando apoio à reeleição de Alexandre Kalil, que continua com seu grupo unido.

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O câncer de Lula, Dilma, José Alencar e a saúde pública do Brasil

Faço minhas as palavras do Elio Gaspari, em sua coluna de ontem, na Folha de S. Paulo, sobre a situação do Lula:

“ELIO GASPARI”

Lula, o câncer, o SUS e o Sírio


O Brasil de Nosso Guia está a 33 quilômetros da “perfeição no tratamento de saúde”


AS PESSOAS que estão reclamando porque Lula não foi tratar seu câncer no SUS dividem-se em dois grupos: um foi atrás da piada fácil, e ruim; o outro, movido a ódio, quer que ele se ferre.

Na rede pública de saúde, em 1971, Lula perdeu a primeira mulher e um filho. Em 1998, o metalúrgico tornou-se candidato à Presidência da República e pegou pesado: “Eu não sei se o Fernando Henrique ou algum governador confiaria na saúde pública para se tratar”. Nessa época acusava o governo de desossar o SUS, estimulando a migração para os planos privados.

Quando Lula chegou ao Planalto, havia 31,2 milhões de brasileiros no mercado de planos particulares. Ao deixá-lo, essa clientela era de 45,6 milhões, e ele não tocava mais no assunto.
Em 2010, Lula inaugurou uma Unidade de Pronto Atendimento do SUS no Recife dizendo que “ela está tão bem localizada, tão bem estruturada, que dá até vontade de ficar doente para ser atendido”. Horas depois, teve uma crise de hipertensão e internou-se num hospital privado.

Lula percorreu todo o arco da malversação do debate da saúde pública. Foi de vítima a denunciante, passou da denúncia à marquetagem oficialista e acabou aninhado no Sírio-Libanês, um dos melhores e mais caros hospitais do país.

Melhor para ele. (No andar do SUS, uma pessoa que teve dor de ouvido e sentiu algo esquisito na garganta leva uns 30 dias para ser examinada corretamente, outros 76, na média, para começar um tratamento quimioterápico, 113 dias se precisar de radioterapia. No andar de Lula, é possível chegar-se ao diagnóstico numa sexta e à químio, na segunda. A conta fica em algo como R$ 50 mil.)

Lula, Dilma Rousseff e José Alencar trataram seus tumores no Sírio. Lá, Dilma recebeu uma droga que não era oferecida à patuleia do SUS. Deve-se a ela a inclusão do rituximab na lista de medicamentos da saúde pública.
Os companheiros descobriram as virtudes da medicina privada, mas, em nove anos de poder, pouco fizeram pelos pacientes da rede pública. Melhoraram o acesso aos diagnósticos, mas os tratamentos continuam arruinados.

Fora isso, alteraram o nome do Instituto Nacional do Câncer, acrescentando-lhe uma homenagem a José Alencar, que lá nunca pôs os pés. Depois de oito anos: 1 em cada 5 pacientes de câncer dos planos de saúde era mandado para a rede pública. Já o tucanato, tendo criado em São Paulo um centro de excelência, o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira, por pouco não entregou 25% dos seus leitos à privataria. (A iniciativa, do governador Geraldo Alckmin, foi derrubada pelo Judiciário paulista.)
A luta de José Alencar contra “o insidioso mal” serviu para retirar o estigma da doença. Se o câncer de Lula servir para responsabilizar burocratas que compram mamógrafos e não os desencaixotam (as comissões vêm por fora) e médicos que não comparecem ao local de trabalho, as filas do SUS poderão diminuir. Poderá servir também para acabar com a política de duplas portas, pelas quais os clientes de planos privados têm atendimento expedito nos hospitais públicos.

Lula soube cuidar de si. Delirou ao tratar da saúde dos outros quando, em 2006, disse que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”. Está precisamente a 33 quilômetros, a distância entre seu apartamento de São Bernardo e o Sírio.

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