“Não sou cego e muito menos surdo… Sofro como todos. Que Deus me ilumine! O trabalho continua!”
Essas foram as palavras do presidente Alexandre Kalil no twitter para justificar a demissão do técnico Celso Roth. E não precisava mesmo dizer mais nada.
Com cinco derrotas consecutivas, sendo três em casa, técnico consegue se manter no cargo em clube de massa. O Galo foi da calça de veludo à bunda de fora. De candidatíssimo ao título à fora da Libertadores e ao sétimo lugar na classificação.
Celso Roth começou cair segunda feira, dia seguinte à derrota para o Palmeiras. Kalil fez um cálculo rápido e comparou o número de pontos perdidos pelo Atlético nesta reta de chegada do campeonato com o Grêmio ano passado: 12. Encontrou a explicação da queda repentina dos times do Roth em momentos como este: o ambiente se desintegra. Mesmo sem nenhuma briga os jogadores perdem o espírito de grupo, e o Celso Roth não consegue manter ou recuperar o ambiente formado no início da competição quando a união era total, e o time faltava comer grama para alcançar os resultados.
Ao invés de chamar os mais experientes para junto de si e dividir a responsabilidade com ele, o treinador se isola e deixa peças importantes de lado. O melhor exemplo foi o Júnior, que caiu em desgraça com Roth ao permitir que o Renan Oliveira batesse e errasse aquele pênalti contra o Palmeiras no Mineirão.
A gota d’água para a demissão do Celso foi a ida dele para Porto Alegre domingo, ao invés de regressar com a delegação para Belo Horizonte. Da capital gaúcha ele ligou para saber como foi a chegada do time ao aeroporto de Confins. Kalil bufou de raiva, pois entende que um comandante não abandona seus comandados num momento delicado como depois da derrota no Parque Antárctica, a quarta consecutiva.
Ficou a dúvida: demiti-lo, e assumir que o projeto de médio prazo com ele fracassou? Ou correr o risco de ter que demiti-lo em abril, caso o time perdesse o campeonato mineiro de 2010?
A pressão da torcida foi decisiva e foi isso que acabou com a dúvida do presidente. Com a derrota de 3 x 0 para o Corinthians, dentro do Mineirão, não haveria mais clima para a permanência do Celso.
Nenhum governante pode ficar insensível aos protestos da maioria, e Kalil usou o bom senso.
Aí está a explicação para a frase dele no twitter: viu o que estava acontecendo, pois não é cego; ouviu os protestos da torcida, pois não é surdo.
É difícil tirar Levir Culpi do Japão.
Vanderlei Luxemburgo perdeu a eleição no Santos, com o presidente Marcelo Teixeira, e ficará disponível a partir de amanhã depois do jogo com o Cruzeiro.
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